James foi correndo até o seu quarto assim que se despediu das amigas, ele não era nenhum idiota e sabia exatamente o que tinha que fazer. Ele atravessou o quadro da mulher gorda e deu de cara com a sua irmã no salão comunal, ele nem ao menos parou para dar oi para ela o que deixou Lily com um olhar desconfiado, como sempre. Ele abriu seu malão e pegou o que ele estava procurando no fundo dele, um pedaço velho de pergaminho em branco, ou pelo menos era o que aparentava ser. Ele tinha encontrado aquilo na escrivaninha do seu pai há alguns anos, ele pressionou o seu tio George até que ele o ensinasse como usar, James achava que seu pai não sabia até hoje que o pergaminho tinha sumido, não como se Harry tivesse tempo para ficar mexendo com ele o tempo todo.

Ele colocou o pergaminho sobre a sua cama, foi até a porta do seu dormitório e a trancou, estava sozinho. Tirou a varinha do bolso e apontou para o pergaminho e murmurou “Eu juro solenemente que não irei fazer nada de bom.” No mesmo instante traços de tinta começaram a surgir no, até então, pergaminho em branco, até que as palavras “Os senhores: Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, têm o prazer de apresentar o Mapa do Maroto.” Podiam ser lidas claramente. Ele apanhou o mapa e o abriu, James já tinha usufruído muito daquele artefato e sabia exatamente como ele funcionava, o vasculhou por completo até achar o nome que estava procurando, ou melhor o par de nomes que estava procurando. Ele fez com que o mapa voltasse a ser um mero pergaminho em branco e o guardou de volta no fundo do malão.

Quando ele passou novamente pelo salão comunal Lily o segurou pelo braço, e o fez girar nos calcanhares ficando de frente para ela.

– Onde você vai assim que nem um furacão hein Jay? – Lily perguntou erguendo as sobrancelhas e sem largar o braço do irmão mais velho.

– Eu preciso resolver uma coisa – James disse ainda meio carrancudo – é muito sério, depois eu te explico ok Lils? – aquilo não foi o suficiente para que Lily o soltasse, ela continuou o encarando intrigada.

– Você vai se meter em encrenca...

– Não vou não, eu juro.

– Eu não estava perguntando, eu estava afirmando, você ta com a sua cara de quem vai se meter em encrenca. – Ela soltou o braço dele.

– Eu... certo, eu vou, mas é por uma boa causa eu prometo. – ele a encarou nos olhos e ela revirou os dela como quem o autoriza a ir, ela não queria nem imaginar o que ia acontecer.

James não sorriu, ele apenas virou as costas e saiu ainda como um furacão, como Lily descreveu, a ruiva ficou encarando as costas do irmão desaparecerem de vista e sabendo que ele iria se meter numa grande enrascada, mas ele estava tão sério, ela não costumava ver o James assim sério, geralmente ele estava brincalhão e convencido de si, ela suspirou, seja o que fosse ela iria descobrir logo.

O grifino chegou até o local onde tinha visto os nomes que estava procurando, e lá estavam eles realmente, Scorpius e Albus sentados em um banco conversando animadamente provavelmente sobre alguma besteira que James não se importava nem um pouco. Ele caminhou duramente até os dois e não disse nada, ele apenas segurou o ombro do Malfoy e o puxou com força fazendo com que ele girasse o corpo na sua direção, e então ele virou o braço o máximo que pode para trás e deu um soco no meio da cara do Scorpius. O loiro caiu no chão atordoado enquanto Albus se levantou em um pulo.

– Você endoidou James!!? – o sonserino de olhos verdes perguntou alarmado.

– Eu não sou idiota Malfoy – James não deu a mínima importância para o que o irmão estava falando – ela não vai me contar o que aconteceu, mas eu sei que você fez alguma coisa para Rose hoje!

James apontou o dedo na cara do sonserino enquanto falava em um tom um pouco acima do normal, Scopius cuspiu sangue no chão e se levantou limpando o queixo com as costas da mão, ele encarava James com um olhar assassino.

– Eu não faço ideia do que você esta falando Potter – ele tentou parecer calmo, mas era visível que ele estava irritado.

– Não se faça de sonso, seu retardado – James disse indignado com a dissimulação do loiro – você sabe muito bem o que você fez, eu to te avisando, fica longe da minha prima – ele disse essa última frase lentamente e virou as costas para ir em bora.

No momento em que o grifino virou as costas para as duas cobras, o Malfoy encontrou a abertura que ele estava esperando e deu o bete, ele pulou e agarrou James pela cintura levando os dois para o chão, o loiro imobilizou o outro no chão e deu repetidos socos no rosto dele enquanto falava a cada palavra.

– Nunca mais me toque de novo seu filho da puta do caralho!

James deu uma cotovelada na barriga do oponente fazendo com que ele parasse de bater e virou o jogo, depois disso a luta ficou bem confusa, os dois batiam repetidamente, mas James tinha não só mais habilidade corporal como força física, mas o loiro não ficava para trás pois sabia usar a força de James contra ele mesmo. Albus ficou desesperado e não sabia o que fazer diante daquilo, ele gritava para que os dois parassem, em um momento quando James estava sobre o Scorpius e tinha o domínio total da briga, Albus agarrou seu punho antes que ele acertasse a cara do sonserino outra vez e gritou:

– James para! Você ta louco, você não sabe medir a sua força! Você vai matar ele! – ele gritou desesperado.

James deixou o calor da luta sumir, e olhou com outros olhos para o que estava acontecendo, Scorpius estava sob ele e sua cara estava completamente inchada ele tinha ambos os olhos roxos e sangrava pelo nariz que parecia estar quebrado, ele lutava para se manter consciente, James ficou assustado e pulou saindo de cima do loiro. Ele passou a mão na cara nervoso e viu que ela voltou completamente vermelha, mas ele não estava sentindo nada, talvez pelo surto de adrenalina que ainda corria pelo seu corpo.

– Caralho... eu perdi... eu perdi o controle – ele falou ainda em choque.

– Você acha?! – Albus gritou um tanto irônico enquanto tentava levantar o Scorpius, James fez menção de se mexer para ajudar o irmão mas Albus deu as costas para ele. – Fica na sua James, você já fez demais.

– Al.. eu... eu.

– Só fica na sua James.

Albus conseguiu levantar o Scorpius do chão e fazer com que ele se apoiasse nele, ele estava em um estado de semiconsciência, porém, bem na hora em que eles iam sair dali um professor virou o corredor e viu aquela cena. Não havia nem o que falar, os dois estavam completamente ensanguentados e quebrados era óbvio que havia tido uma briga ali.

– Os três! O que aconteceu aqui?! – o professor gritou alarmado – eu quero os três na sala da diretora! Nesse momento!

– Professor, o Albus não tem nada a ver com isso, eu briguei com o Malfoy, ele chegou e parou a briga só isso. – James se adiantou e o irmão mais novo o encarou curioso.

– Eles tem que ir para a ala hospitalar primeiro professor, o Scorpius não esta nem acordado direito – Albus protestou ainda muito alarmado com o que estava acontecendo.

O professor concordou de que era melhor que os dois fossem encaminhados até a ala hospitalar, e ajudou o Albus a carregar o melhor amigo que tinha saído bem pior da briga.

Algumas horas depois a enfermeira da ala hospitalar estava reclamando com James do estrego que ele tinha feito no Malfoy, estava sendo uma tortura tratar dos dois. James estava com o lábio inchado e tinha quebrado alguns ossos da mão, tinha alguns hematomas por todo o corpo e uma forte dor de cabeça, ainda tinha o gosto de sangue fresco na boca. Já o loiro tinha quebrado o nariz e alguns ossos da mão também, os dois olhos estavam roxos e ele tinha cortes pelo rosto, assim como hematomas quase pretos pelo corpo, ainda dormia depois do sedativo que tinha recebido da enfermeira. Foi quando a diretora McGonagall entrou pelas portas da ala hospitalar, ela tinha sido informada da briga entre os dois garotos e tinha se dirigido até lá para resolver a situação.

– Muito bem... – ela disse por fim quando o Scorpius acordou – agora que temos os dois aqui conscientes, ambos podem me dizer o que aconteceu.

– Esse louco chegou do nada e começou a me bater foi isso que aconteceu! – Scorpius ainda estava em fúria, a diretora o instruiu para que abaixasse o tom e ele pediu desculpas, ela então dirigiu a palavra a James que parecia mais envergonhado do que nervoso.

– Eu bati nele sim, e não me arrependo, ele fez a minha prima chorar, sem contar as milhares do outras coisas que ele fez, inclusive o super cuecão. Mas eu dei um soco e ia embora, ele que pulou em cima de mim e ai a gente começou a brigar.

– Eu estava cheio! Cheio dele se achar o rei do pedaço, de achar que pode fazer o que bem entende com os outros e ainda sair por cima, quem ele pensa que é para chegar e me dar um soco e achar que vai sair sem mais nem menos? E tem mais, os meus problemas com a Rose, são meus e dela, você não tem nada o que se meter nisso...

– É ai que você se engana, se você acha que vai mexer com os sentimentos da minha prima e uma das minhas melhores amigas e sair por cima, você se engana.

– Chega os dois! Nenhum dos dois tem o mínimo de razão nessa história toda. E o outro senhor Potter, fui informada que ele estava no local da briga também.

– Ele chegou depois e separou a gente. – James falou antes de Scorpius que o encarou intrigado mas concordou com o que o Grifino havia dito.

A professora McGonagall não pareceu aceitar completamente o que eles disseram sobre o Albus, ela os olhou desconfiada por cima dos óculos redondos, mas deixou isso passar.

– Eu quero que os dois se desculpem. – ela os encarou esperando pelas palavras, mas nenhum dos dois falou nada – ou serei obrigada a cortar ambos dos seus papeis no time de quadribol das suas respectivas casas.

Ambos olharam assustados para ela e tentaram protestar mas ela cortou os protestos, até que eles se olharam e soltaram um “desculpa” bem falso sem nem olhar um no olho do outro, a diretora suspirou sabendo que isso seria o melhor que ela conseguiria daqueles dois cabeças duras, e então continuou.

– Eu vou escrever para os pais dos dois essa noite, e cada um perdeu 150 pontos para a sua casa.

–150! – os dois protestaram abismados.

– Se reclamarem, será mais – ela ameaçou, e ambos ficaram quietos – A enfermeira disse que o senhor Potter está liberado, já o senhor Malfoy irá ter que ficar aqui pelo menos essa noite, vamos Potter, não quero os dois aqui sozinhos e conscientes.

A diretora acompanhou James até fora da ala hospitalar, e se despediu dele alertando-o para não sair da linha, ela sabia que o gosto por quebrar as regras estava no sangue dele a gerações, mas ele não podia sair por ai batendo nos outros como ele fizera com o Malfoy, se não fosse pelo irmão dele ele podia ter acabado em Azkaban por conta de um ataque de fúria. James abaixou a cabeça e concordou com ela, se despediu e tomou o seu caminho para o salão comunal.