Acaso escrita por Kaizoku


Capítulo 3
Capítulo 2: Ela.




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Trata-se da mulher de branco, a que eu mencionei mais cedo, aquela que pulou do penhasco, acho que você se lembra dela.

Oh, sim... Seu nome era Elizabeth, um nome bonito para uma suicida, não que seus pais tenham pensado nisso quando a pequena garotinha nasceu, a final, um futuro suicida não é algo previsível.

Naquele dia específico, tudo o que ela havia sentido por meses sem dizer nada fez seu coração explodir de tal forma que ela estava a ponto de ajoelhar-se no chão e perder sua sanidade.

Caminhava de um lado para o outro na casa, com os fios ruivos entrelaçados em seus dedos, que os puxavam delicadamente enquanto ela andava de um lado para o outro em seu quarto, respirando de modo descompassado, com o olhar insanamente perdido.

Parecia querer chegar a uma conclusão para os problemas que pareciam ricochetear sem direção em sua mente. Ela já estava morta há muito tempo, sua alma era apenas um preenchimento nulo de seu corpo magro e mal tratado, há tempos ele não sentia nada a não ser a agonia da própria vida.

Horas, sim, horas depois de todo o vai e vem pelo quarto, ela foi até a cozinha, tomou uma faca em sua mão esquerda e correu até seu quarto, onde havia um grande espelho, que a mostrava seu corpo por completo, coberto pelo tecido branco do vestido que usava. Levou a faca até seu pescoço e em seguida tentou forçá-la ali, sem sucesso algum, o medo da dor a impediu, o que para mim era cômico. Levou a faca aos pulsos, fez um mínimo corte e largou a faca, sentindo o sangue escorrer até a palma de sua mão.

Francamente, a covardia dela me tirou do sério. Então, em cerca de cinco minutos depois, em seus últimos minutos de bravura, ela saiu da casa e correu; Correu em direção ao penhasco, hesitou no limite antes citado, me fazendo esperar ali, já impaciente. Eu apenas me aproximei, o que foi suficiente para que ela se atirasse em direção ao seu eterno vazio.

Aquelas rochas a esperavam ansiosamente, desde o dia em que ela se mudara para a casa da praia. Eu esperava que ela saltasse do penhasco, apenas não sabia bem disso. Finalmente ela saltou, foi como se algo tivesse parado de me atormentar, uma voz se calando em minha mente.

Elizabeth tinha uma família, cuja qual não via há anos por escolha própria, cuja qual deixara de se importar ao longo dos anos em que esteve só, cuja qual sentia um vazio irremediável no coração, devido à ausência de uma filha e irmã antes querida, que não era mais a mesma pessoa que costumava ser.


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