Insuportável Dor escrita por Dark Lieutnight


Capítulo 16
Últimos dias


Notas iniciais do capítulo

Amy dá sua resposta para Jin e decidem que esta semana será a última para aproveitarem juntos.

Sei que ultimamente nessas notas eu ando falando coisa com coisa, que vou postar tudo de uma vez, que ia postar 2 capítulos por semana e na verdade mudei td o que falei, mas desta vez vou falar o certo. Irei postar o resto dos capítulos HOJE, pois amanhã sem dúvidas viajarei e não sei exatamente quando volto. Então... Curtam os capítulos finais!
Enjoy.



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Passou-se um dia inteiro, fiquei refletindo e pensando em tudo o que ouvi, por fim acabei me decidindo finalmente.

— Jin? — Chamei na esperança de que aparecesse.

Um breve clarão surgiu em minha frente e dele a silhueta de Jin apareceu.

— Amy.

— Eu pensei bastante no que me disse... E decidi acreditar em suas palavras.

— Ainda está com raiva de mim? — Perguntou tristonho.

— Não, na verdade não senti raiva, apenas medo e confusão. Mas por que teve que fingir ser outra pessoa?

— Se usasse minha forma original, me reconheceriam, causaria uma confusão.

— Entendo... Ah Jin, quanto tempo mais você pode ficar aqui?

— Hum, o prazo é de dois meses então... — Parou para pensar. — Apenas sete dias.

— Só sete dias? — Fiquei triste. Se eu soubesse desde o começo, teria aproveitado mais o tempo. — Depois disso não nos veremos mais certo?

— Você não, mas eu poderei observá-la sempre que puder. Não sei se poderei vir para cá novamente. Não posso andar mais interferindo em sua vida, você precisa continuá-la e desta vez sem mim, compreende?

— Sim. Mas antes de partir quero aproveitar o máximo esses últimos dias com você!

— Eu também. — Dizendo isso, Jin se aproximou de mim enlaçando um braço em torno de minha cintura e com o outro, acariciava meu rosto. E finalmente depois de um tempo separados nos beijamos novamente.

...

Jin me levou até um lugar isolado. Um campo perto da região montanhosa, não sei o que pretendia.

— Jin o que viemos fazer aqui?

— Vou mostrar. — Assim ele pegou minha cintura por trás e algo inacreditável aconteceu, começamos a flutuar!

— O que é isso?

— Vamos dar uma volta ué!

— Não vai se meter em encrenca se fizer isso?

— É só tomar cuidado pra ninguém ver.

Assim, flutuamos pela cidade. Víamos as luzes, pessoas e tudo de cima. Posso dizer que estava com um pouco de medo, mas tratei de me acalmar, Jin não me deixaria cair.

...

E esses últimos dias passamos somente eu e ele. Comemos, apesar de Jin não sentir fome; fomos ao cinema; teatro; no parque; cantamos e dançamos; nos abraçamos; beijamos e demos muitas risadas; até o dia trinta e um chegar. Dia do ano novo.

Combinamos de fazer uma ceia e em seguida ir à casa de Lire festejar juntos, afinal Jin havia se tornado amigo deles também.

Eu estava preparando a comida. O peru assava no forno; a maionese congelava na geladeira; tinha feito farofa e me concentrava em fazer uma salada de tomate e lentilha. Em seguida iria preparar um mousse trufado de sobremesa. Jin arrumava as coisas, uma toalha branca com desenhos em cor dourada, um candelabro com velas, pratos novos e taças de champanhe.

E quando tudo estava pronto, acendemos as velas e nos sentamos um em frente ao outro. Não fiz muita comida, afinal era só nós dois e Jin não iria comer muito, já que não sentia fome.

— Sempre fazemos desse jeito né? — Ele me perguntou com um sorriso.

— Sim, uma ceia com apenas nós dois, sem ninguém para interromper.

Comemos em silêncio. Eu sentia um pequeno desconforto por estarmos sós, mesmo vivendo com ele desde o orfanato. Geralmente nesses momentos algumas coisas indecentes se passavam em minha mente e me deixava nervosa. Namoramos há muito tempo, mas nunca chegamos ao ponto de fazer aquilo, err... Bem... Sexo.

Olhei-o pelo canto do olho e posso jurar que o vi ficar vermelho, será que ele me escutou? Mas eu nem falei, só pensei. Talvez ele possa se comunicar por telepatia fazendo-o escutar o pensamentos dos outros. Angustiada decidi perguntar.

— Você escutou?

— Escutei? O quê?

— O que eu pensei. — Estava nervosa.

— S-sim.

— A-apenas esqueça...

— Amy, você se arrepende de não ter feito sexo comigo?

— Hã?! Bem... De certa forma sim, mas eu não me sentia preparada... — Argumentei.

— E agora você está?

— N-n-não... — Fiquei surpresa com a pergunta, ele pretendia algo?

— Não, Amy não pretendo nada e nem posso, afinal sou apenas um espírito... E quando chegar a hora de fazer isso, você vai saber como é e vai ser com outro homem. — Jin disse, porém não estava triste ou cabisbaixo, afinal ele aprendeu a aceitar minhas escolhas.

— ... Jin. — Não sabia o que dizer nesse momento. Apenas o abracei.

...

Após a ceia rumamos para a casa de Lire, que estava na mais pura agitação com Azin, Holy, Elesis, Ronan e Arme, faltava quinze minutos para meia-noite. Chegamos cumprimentando todos.

— Chegaram na hora. — Lire dizia, enquanto nos puxava para a mesa. — Já comeram?

— Sim, já fizemos a ceia na minha casa. — Respondi.

— Comam mais, aqui sobrou um pouco da nossa ceia, tomem. — Ela nos ofereceu e aceitamos.

— O que acham da gente ir para o centro? Soube que vão soltar uns fogos lá! — Sugeriu Larry. Concordamos e fomos de carro. Chegando ao local, havia muita gente para ver a apresentação. Os minutos praticamente voaram e faltava apenas um para meia noite.

— Contagem regressiva! — Começou Azin e contamos juntos. — Dez...

— Nove...

— Oito...

— Sete...

— Seis...

— Cinco...

— Quatro...

— Três...

— Dois...

— Um!

— Feliz Ano Novo! — Todos gritaram. Abracei e saudei a todos e a atração começou. Rojões e fogos de todas as cores e tipos brilhavam no céu. Uns tiravam fotos e filmavam, enquanto outros apenas observavam. Algumas lágrimas rolavam em minha face, me sentia feliz e triste ao mesmo tempo não sabendo a razão desses sentimentos.

— Por que está chorando Amy? — Lire me perguntou preocupada.

— Nada não, apenas alegria. — Respondi recebendo um grande abraço da loira.

...

Voltamos para a casa da família Eruel. Jin, que neste momento era Kim, decidiu fazer um anúncio.

— Pessoal, gostaria de dizer algo. — Bateu palmas chamando a atenção de todos. — Todo este tempo que passei com todo mundo aqui foram os melhores tempos de minha vida. No começo, vim para cá somente com um objetivo e não esperava encontrar pessoas tão boas e legais! Me diverti e ri muito com todos, me apeguei à cada um. Apesar de ter os conhecido à pouco tempo, já posso dizer que vocês já tem um espaço reservado no meu coração... Estou falando sério! Por isso... Digo obrigado. Por terem me recebido e tratado tão bem, sou muito grato.

— Ah, desse jeito vou chorar. — Arme disse com olhos lacrimejando.

— Também somos muito gratos à você Kim, você é e sempre será nosso amigo! Certo Gente? — Lire disse. Todos concordaram com a loira, apenas Azin disse “Humpf”, mas sabíamos que ele também concordava.

— Mas desse jeito que você fala, parece até que está se despedindo! — Elesis disse. Jin, ou melhor Kim, abaixou um pouco a cabeça e continuou a falar.

— Isso é porque eu estou me despedindo de vocês realmente... — Todos ficaram com ar de confusos e surpresos.

— Ué, vai embora? — Holy perguntava.

— Sim, depois de amanhã, provavelmente estarei bem longe de todos aqui.

— Mas por quê? E pra onde você vai? — Holy pareceu triste.

— Eu irei voltar para meu lar. — Ele disse e ninguém entendeu, apenas eu, sabia do que se tratava.

— VOCÊ NÃO VAI À LUGAR ALGUM! — Azin levantou gritando. — Ainda não acabamos nossa luta! — Elesis se preparava para dar um cascudo nele, mas Kim a interrompeu.

— Um dia nos veremos novamente Azin... E terminaremos com certeza a luta, mas agora eu tenho mesmo que ir.

— Promete? — Azin apenas perguntou vendo a expressão séria formada no rosto do amigo.

— Sim, prometo.

— Então não se esqueça! — Ambos apertaram as mãos como se firmassem um acordo.

— Desse jeito parece que você vai embora pra sempre Kim! — A roxinha falou triste.

— Então vamos fazer uma festa de despedida amanhã! —   Sugeriu Lire.

...

No dia de ano novo realizamos a festa, a qual houve muitas lágrimas. “Kim” se tornou uma pessoa querida por todos, até pelos clientes do café, que se contagiaram sobretudo por seu sorriso. E neste momento estávamos eu e ele deitados em nossa cama, abraçados um ao outro.

— Então você vai mesmo? — Perguntei quebrando o silêncio.

— Sim, meu lugar não é aqui. — Comecei a choramingar. — Não chore Amy, não chore de tristeza por que estou partindo, chore de alegria pelas coisas que vivemos juntos. — Jin enxugou minhas lágrimas e me deu um último beijo, o que nos separaria para sempre.

...

Acordei na manhã do dia dois de janeiro. Me espreguicei e levantei suavemente, logo notei que o lado de minha cama estava completamente vazio.

Olhei a escrivaninha e avistei uma rosa cor de rosa e uma carta. Abri-a.

Minha amada Amy, quando acordar já não estarei mais ao seu lado. Talvez você se pergunte o porquê de eu não tê-la acordado para se despedir de mim. A resposta é que eu não iria conseguir dar adeus, iria querer quebrar as condições impostas à mim e ficar pra sempre na terra.

Mas não posso fazer isso, não tenho permissão para alterar o curso da vida, sem falar que seria doloroso viver como um quase fantasma. Então, simplesmente lhe escrevo essa carta para dizer o quanto a amo, coisa que não é possível descrever em palavras apenas em sentimentos. Digo também que não fique triste pois não me alegra vê-la assim, continue a viver o resto de sua vida intensamente. Não deixe os obstáculos te empurrarem para trás, não deixe os problemas te prenderem, precisará ser forte para enfrentar muitas tristezas na vida, e como dizem... Depois da tempestade sempre vem o arco-íris.

Enfim, lembre-se minha rosa, eu sempre estarei te observando onde quer que esteja. Serei seu anjo guardião e não deixarei que o mal te atinja, te protegerei e ajudarei no que puder. E mais uma coisa, um dia nos encontraremos novamente, e desta vez ficaremos juntos pela eternidade.

Jin.

Peguei a rosa após terminar de ler a carta. Não tinha como explicar a dor no peito que sentia, era angustiante, sufocante, apenas deixei que meus sentimentos saíssem...

Chorei rios de lágrimas enquanto abraçava aquela folha de papel em meus braços.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem.



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