Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 6
Habitual




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Robert, por um momento, olhou para mim com um olhar vazio e distante antes de se virar em direção à porta e sair definitivamente. Não, eu não iria atrás dele, mas não conseguia controlar as lagrimas que se formaram ao redor dos meus olhos.

Senti uma dor insuportável se formar em minhas costelas, meu coração pareceu palpitar mais rápido e minha respiração ficou falha e totalmente irregular. Pressionei a região onde estava sentindo a dor crescente, caindo de joelhos no chão.

A dor que sentia dentro de mim ao ver meu único amigo ir embora era terrível, mas não tanto quanto a dor física que estava me destruindo.

– Hayley...? – Sorri ironicamente ao ouvir meu nome sendo chamado. Agora tudo está fazendo sentido, não é mesmo? Senti um gosto de sangue tomar conta da minha garganta enquanto a dor piorava ainda mais. – Hayley...? – Mesmo estando sozinha ali, conseguia sentir que alguém colocava as mãos sobre mim, no mesmo lugar onde eu pressionava com as minhas. Agora, só falta a palavra magica... – Acorde, por favor... – E, como um passe de magica, eu abri meus olhos, sentindo minhas costas no chão gélido e as mãos de Robert sobre as minhas costelas.

Estava doendo demais e eu não entendia o que tinha acontecido, era normal. Eu tinha uma alucinação e, raramente, conseguia ter o controle dela, eu acabava me machucando ou, em um momento incrível de tensão, alguém me acordava, retirando-me do pesadelo, entretanto, não conseguia me lembrar das alucinações. Elas pareciam desaparecer dando lugar a um buraco negro na minha mente. Entretanto, quando Robert falava aos poucos o que aconteceu, conseguia monta-la novamente e tê-la, não por completo, mas uma boa parte.

– O que aconteceu? – Perguntei sentindo a outra mão de Robert apoiar minha cabeça.

– Eu sai para fazer aquela ligação e quando voltei... Você estava no chão – Explicou. Ele não estava aqui durante a ação, então teria como saber ao certo. É, teria que forçar minha mente se quisesse me lembrar.

– Foi... Então eu vi a mulher de branco... – Sentei-me no chão, pressionando com força minhas costelas e apoiando meu outro braço em cima de meus joelhos dobrados, encostando minha cabeça ali.

A mulher de branco. Ela sempre me assombrou, desde os meus quatro anos de idade. Durante minha festa de aniversario ela surgiu e eu entrei em pânico e isso foi o suficiente para que, meus poucos amigos do jardim de infância, me perturbassem pelo resto do tempo que fiquei ali, repetindo a mesma cena varias e varias vezes na frente do resto da sala.

– Depois vi Jared e acho que você estava indo embora... – Pra me lembrar do resto doeu mais do que o imaginado, mas logo estava me recuperando. – Porque não queria que eu o visse mais.

Levantei-me do chão cambaleando, Robert passou seus braços a minha volta, mas os empurrei. Eu nem tinha me machucado tanto, não precisava de tudo aquilo.

– Eu queria que você não falasse mais com ele, mas nunca diria algo assim – Disse. E vi Jared rondando a casa quando cheguei... – Completou.

Talvez Robert não tenha dito aquilo mesmo. Na realidade, acreditava que era uma das falsas lembranças que minha mente criava quando eu estava pegando no sono e não podia, pois poderia voltar a ter aquele pesadelo. Eu acaba sonhando, mesmo ainda estando, aparentemente, acordada. Isso me fazia acreditar que o sonho foi real, porque ele era muito intenso, vivido e convincente.

– De qualquer jeito, fui mole demais e cai da escada – Dei de ombros sentando-me no sofá.

Mas, apesar disso, de fato eu havia visto aquela mulher de branco, se não, qual seria o motivo de eu ter ido averiguar o motivo de todo aquele barulho? Acho que foi real até a parte em que eu fugi para a porta tentando abri-la, mas não consegui chegar até ela. Cai bem antes e o resto foi uma rápida transição da realidade ao sonho.

– Não sei mais o que é verdade e o que é sonho... – Resmunguei esfregando minha nuca onde também doía um pouco.

Realmente, não sabia mais o que era um e o que era o outro, pois ambas estavam se fundindo com muita frequência, nos últimos tempos, mas o que mais queria descobrir era o que aconteceu naquele maldito acampamento. Tudo seguia no roteiro, eu vendo os garotos sendo assassinado e o assassino vindo para cima de mim, mas nunca conseguia ver nada além daquilo e, quando conseguia, acabava descartando, mas ontem foi diferente, pela primeira vez ele se revelou e foi como meu melhor amigo.

Não estava acusando nem suspeitando de Robert, uma vez que minhas alucinações eram reais no começo e confusas no final, mas, se eu o vi é porque ele estava no acampamento quando ele disse que não estaria e me lembro muito bem disso, pois seria a primeira excursão que não estaríamos juntos.

– Conseguiu falar com quem precisava?

– Sim. – Deu de ombros indiferente.

– Onde você esteve no dia do acampamento...? – Fui direto ao ponto.

– Quer saber se tenho um álibi que prova que não estive no acampamento e que não matei ninguém? – Indagou com uma risada nervosa. É, ele agindo desse jeito não iria ajudar muito.

– É sério – Soquei seu ombro o repreendendo.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ouvimos alguém bater na porta da frente. Robert se levantou e caminhou até lá, depois da careta que ele fez ao abri-la, não precisava perguntar quem era.

– O que você quer Jared? – Bufou.

– Eu sei que você me odeia por culpa do que aconteceu, mas eu posso tentar explicar... – Jared disse em um tom normal.

– Deixe ele entrar – Disse suspirando profundamente. Eu não tinha nada contra ele, porque eu também confiava nele, mas Robert nunca conseguiu perdoa-lo.

– Você tem cinco minutos. – Friamente, Rob abriu o resto da porta para que ele passasse.

Eles se sentaram no sofá um de frente para o outro enquanto eu fiquei no mesmo canto, de pernas cruzadas, olhando para a cara dos dois em silencio. Eles também me encararam de volta e depois se encararam e foi uma troca de olhares por um longo tempo antes que alguém se pronunciasse.

– Diga-me seu ponto de vista da situação – Robert rompeu o silencio, por fim, ordenando, praticamente.

– Olhe... Eu estava dormindo ao lado de Hayley, ouvi uns barulhos ao longe e fui investigar, ao voltar, percebi que ela havia acordado então pedi para que ela permanecesse no lugar enquanto eu continuava a averiguar a situação... – De fato, recordava-me de tudo aquilo da maneira que realmente aconteceu ou foi uma falsa lembrança, já que ele sempre disse isso.

– Você já disse isso um milhão de vezes – Robert disse o que tinha acabado de pensar.

– Porque é a verdade! – Jared disse alterado.

– Para onde você foi depois disso? – Perguntei lançando um olhar frio para Robert.

– Eu me perdi na floresta e, quando cheguei, encontrei o casal morto ao lado do meu amigo e você jogada do outro lado desmaiada com um forte sangramento na testa. Fechei os olhos transportando-me até o lugar.

A floresta estava escura, a lua iluminava apenas um pouco o caminho. Andei pela mata procurando encontrar quem estava gritando e, ao achar, surpreendi-me com a imagem de duas pessoas sendo assassinadas... Minha mente começou a rodar e a visão começou a escurecer, lembro-me que corri do assassino perdendo-me no meio da mata e voltando para o mesmo lugar de onde eu havia fugido.

Nesse instante surgiu outra pessoa que tentou me atacar de surpresa, mas não conseguiu, pois as folhas secas alertaram a presença do inimigo. Desviei-me e o acertei com um pedaço de tora que eu havia encontrado no chão.

– Hayley? – Robert me chamou. – Lembrou de alguma coisa? – Perguntou.

– Eu acho que matei uma pessoa... – Disse chocada com o que estava me lembrando, nunca tinha passado isso pela minha mente, mas agora...

– Calma... Suas lembranças estão confusas... – Robert tentou me acalmar.

– Eu matei uma pessoa! – Repeti com urgência.

– Não, você não matou ninguém, não tinha ninguém lá além das pessoas da escola – Jared disse franzindo o cenho.

– Estranho... – Sussurrei tentando reorganizar minha memoria. Bom, talvez eu estivesse errada ou ele conseguiu fugir depois.

– Alias, era para você estar no acampamento, onde você esteve? – Perguntou a Robert.

– Em casa. – Respondeu indiferente.

– Seus pais estavam viajando, sua casa estava trancada – Acusou. – Você deveria estar na minha casa – Por essa eu não esperava.

– Tenho chave reserva – Deu de ombros.

– Chave que sumiu um dia antes – Jared revidou. Os dois fuzilaram-se com o olhar.

– Onde você esteve? – Perguntou novamente. – A verdade.

– Próximo ao acampamento... – Suspirou profundamente. Jared sorriu satisfeito.

– Estou ficando confusa – Resmunguei.

– Jared, 5 minutos. Tchau. – Robert apontou para o relógio do lado oposto da sala parecendo incomodado.

– Não adianta negar, você esteve lá – Jared saiu ostentando um sorriso satisfeito. Ele conseguiu fazer Robert confessar que esteve por lá e era interessante, pois ele nunca dissera isso para mim.

Tentei colocar em ordem minhas lembranças. Robert, no meu sonho era o assassino e Jared o inocente. Depois, sonhei com a mulher de branco e com Robert indo embora. Agora, ambos eram suspeitos e eu uma assassina. Enlouqueci de vez...Suspirei profundamente.

Minha cabeça estava cheia e eu não sabia se essa história teria fim um dia. Não conseguia imaginar Robert matando todas aquelas pessoas, muito menos imaginá-lo sendo preso e condenado a morte. Talvez houvesse um terceiro elemento desconhecido... Talvez tive um ataque de paranoia e fosse a verdadeira assassina de todos...

No final das contas, aquele mês passou muito rápido e logo estávamos de volta em casa. Deveriamos ter ficado ali por uma semana, mas eu não ia mais para a escola por culpa desses acontecimentos e Robert, ele estava de férias.

Senti falta de Jared, mas ele disse que voltaria para International Falls em breve, afinal, ele passava um tempo em cada uma das cidades em que tinha uma casa. Mas ele voltaria, no mês seguinte, pois precisava terminar algumas coisas lá em sua casa e com sua família.

Por um bom tempo, não tive pesadelos, não tive alucinações nem fiquei nervosa o suficiente a ponto de surtar e querer matar alguém. As investigações permaneciam na mesma. Ninguém sabia quem havia matado ninguém, só sabiam que eu era a testemunha chave que precisava se lembrar corretamente do que acontecera, entretanto, minhas memórias estavam falhas e misturadas o que levaria aquele caso para o arquivo.

Por um momento, senti-me aliviada, mas, por outro lado, ainda tinha raiva e queria saber quem era o assassino, pois sabia que só assim, parte dos meus problemas desapareceria.


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Notas finais do capítulo

Foi meio troll, não é mesmo? Sempre faço isso e é muito divertido kkk mas nessa história eu passo dos limites, culpem as musicas francesas e umas outras ai que eu to ouvindo u_u são brizantes cara, na boa kkkk Enfim, estou editando os capítulos, porque achei que ficaram fraquinhos perto da minha escrita atual.



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