A Chave Do Segredo - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Como estão, Apple Pies? Eu estou com gripe e com sono, olha que maravilha!
Mil perdões por não ter respondido a maioria dos reviews. Eu só entro de sexta-feira no pc agora porque não tenho mais tempo. Sério, essa escola vai me deixar depressiva. Já estou ficando T-T
Enfim, aqui está o capítulo, NÃO revisado. Se encontrarem algum erro, me digam, ok?? Imploro!!!
Até lá embaixo.



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Capítulo 2


Palácio Sombrio.


Dezesseis anos atrás.


“Tudo pronto?” a voz na mente da mulher gritava, alertando que se não ocorresse tudo como o planejado alguém teria que arcar com as consequências. E esse alguém seria ela.


“Sim. A outra não vai desconfiar de nada!” exclamou nervosa.

“Ótimo. É melhor assim.”

A mulher de belos cachos emoldurados sorriu internamente. Sim, tudo sairia como planejado.

Sua vida estava salva, ou seria melhor dizer que sua morte estava salva?

***


Londres, Inglaterra.


Dias atuais.

Lauren.


Enrolei-me na toalha e saí de dentro do chuveiro.


Rapidamente me troquei, colocando meu pijama de linho e penteei os cabelos molhados, prendendo-os em um coque alto. Depois escovei os dentes, joguei minha toalha no cesto de roupa suja e saí de dentro do banheiro, indo para meu quarto.

Brooke já estava em sua caminha – que ficava ao lado da minha -, lambendo sua pata direita, mas seguia-me com os olhos. Dei-lhe um sorriso e pulei para debaixo das cobertas.

Hoje não estava tão frio, mas eu não conseguiria dormir sem um lençol por cima.

Desliguei a luz - com meu interruptor que ficava na cabeceira da cama - e fechei os olhos, liberando minha mente de qualquer pensamento e desacelerando a respiração.

Imediatamente dormi, devido ao cansaço.

Pena que não tranquilamente.


Tudo estava escuro.


Eu não sabia para onde ia, mas sabia que tinha que continuar avançando. E rapidamente, por isso eu corria.

A escuridão não permitia que eu enxergasse nada, nem o que estava à minha frente. Por enquanto eu apenas afastava galhos - que cortavam minhas mãos com suas farpas - e samambaias.

Pensava eu que estava em uma floresta, mas não podia ter completa certeza. Conforme eu ia passando, mais galhos e folhas apareciam em meu caminho, e agora eu também tropeçava em raízes expostas e troncos ásperos apareciam em minha frente.

Sim, eu agora tinha certeza. Uma floresta, uma floresta que quanto mais eu adentrava, mais ia se fechando. Existiria uma saída? Eu tentava desviar às cegas, mas de vez em quando eu tropeçava e quase caía de cara no chão.

Meus pulmões pediam mais ar e ardiam. Ficaria feliz em parar, mas o ímpeto que eu sentia dentro de mim me impelia a continuar correndo e cada vez mais rápido.

Continuei naquele ritmo sem parar, mesmo que meus pulmões parecessem estar queimando, até que tropecei e, desta vez, caí.

Não encontrei o chão, mas sim um buraco onde retomei minha queda, indo em direção a mais um local desconhecido. Só que esse era mais fundo.

Eu me sentia uma verdadeira Alice no País das Maravilhas.

Fechei os olhos e prendi a respiração enquanto caía. Não gritei, cerrando os lábios para que deles não saísse sequer um ruído. O buraco parecia não acabar; porém, depois de um demorado tempo, a longa queda finalmente cessou. Abri os olhos.

O breu era total e eu me via perdida em um lugar frio.

Respirei fundo diversas vezes para tentar me acalmar e encontrar uma saída que desse para meu quarto, para minha cama. O último lugar que eu me lembrava de ter estado antes de aparecer aqui.

Abracei-me para aquecer-me e notei que eu continuava com meu pijama de linho curto. Era realmente uma droga e uma infelicidade que eu não dormisse com pijamas de flanela compridos.

Dei um passo à frente, seguido de outro e mais outro. Continuei andando em linha reta, ainda me abraçando, quando a cena ao meu redor se partiu em mil pedaços.

Desta vez fui lançada para ainda mais longe, para outra cena. O lugar não era tão escuro quanto a floresta ou o buraco, mas era mal iluminado, sendo velas a única fonte de luz. Um candelabro era encontrado a cada dois metros. Que lugar tão rústico era esse?

Recomecei a andar, meus passos ecoando na escuridão. O chão era frio em meus pés desnudos, tal como o ambiente em si. Decidi pegar uma das velas do candelabro para iluminar um pouco meu caminho e para que a vela me proporcionasse algum calor.

Eu seguia sempre em frente, até por que não havia outro caminho, já que o corredor era ladeado por um par de paredes ásperas, pintadas com a cor negra.

A vela permitiu que meu caminho se tornasse um pouco mais distinto e cumpriu bem seu papel em proporcionar algum calor com sua singela flama.

Caminhei até que consegui distinguir sussurros próximos. Parei e prendi a respiração. Talvez essas pessoas pudessem me ajudar. Dei um sorriso nervoso para mim mesma e mais alguns passos, mas depois parei novamente com uma expressão colérica no rosto. E se essas pessoas - se fossem mesmo pessoas - quisessem me matar?

É como dizem: para morrer basta estar vivo.

Travei uma batalha interna comigo mentalmente e optei por continuar avançando, mas escondida junto com a escuridão. Ela me guardaria e me protegeria agora. É, o mundo é realmente sarcástico. Antes eu queria fugir de todo esse lugar escuro - continuava querendo -, mas agora era essa negritude que me protegeria.

Alguns metros depois já não havia mais nenhum candelabro ou qualquer outra fonte de luz, a não ser minha vela. Mordi o lábio inferior. Eu teria que apagá-la, mas ainda hesitava em fazê-lo.

Suspirei e segurei a vela com apenas uma mão, colocando a outra perto da chama e depois assoprando.

Instantaneamente a chama se apagou e tudo voltou a ficar absolutamente escuro. Continuei andando - tentando não fazer qualquer ruído -, guiando-me pela parede áspera que eu tocava levemente com a minha mão, e fiz uma leve curva para a esquerda, que dava a uma sacada.

Hesitei, porém fui até a beira e olhei para baixo. A mais de dez metros de altura pude ver todo o recinto.

Mas não foi a ele que minha visão se direcionou e se prendeu. Não liguei para o estilo medieval e gótico, onde havia uma poltrona pomposa, mais candelabros e um tapete negro se destacando contra o chão de mármore polido claro. Não, meu olhar se focalizou nas figuras.

Dois vultos estavam de pé. Do lugar onde eu estava não conseguia ver seus rostos cobertos por mantos, de cores diferentes. O manto de uma das figuras era negro e o outro branco, que me transmitia calma. Já a de manto negro conseguia despertar em mim algo sombrio, envolto em teias...

No meio das duas figuras estava um gatinho de pelos marrons avermelhado e... Brooke. Era ela, pude reconhecer facilmente.

Ah, Deus! Esse era outro sonho. E outro sonho usando minha gata recém-adquirida. Mas desta vez não me esforcei para acordar. Eu queria ouvir o que aquelas duas figuras e minha gata falavam.

Agucei meus instintos e consegui ouvir.

— Você não pode fazer isso. - dizia a pessoa de branco.

Sua voz era feminina e serena, doce até.

— Posso sim e vou. – replicou a outra.

Sua voz também era feminina, porém era mais baixa e rouca, sombria, tal como a própria figura em si.

Então os dois vultos eram mulheres, mas completamente diferentes uma da outra. Pareciam opostos.

— Ela tem um destino. - continuou a de negro. - E vai ter que cumpri-lo.

— Morrer não é o destino dela. Não foi para isso que ela nasceu. - a de branco disse com aspereza na voz.

— Ela é filha de nós duas. Nós duas a criamos, como sempre acontece a cada milênio. E como a cada milênio ela serve de sacrifício...

— À você. Não vou mais permitir isso, Death. - cortou a de branco.

— Você não tem que me permitir nada, faço o que eu quiser, Life. - disse Death.

Vida e Morte?

— Não mais a partir de agora. Lutarei por ela, que é a última de nossa dinastia. Outra como ela não haverá. - a voz de Life estava incisiva.

Death riu. Uma gargalhada que me gelou a espinha.

— Lógico que não. Essa união só é permitida até certo número. - Death suspirou. - Terei que arranjar alguma outra coisa para servir de sacrifício.

— Nada mais lhe servirá como sacrifício. Você já leva a cada segundo uma pessoa para longe da vida, não vai mais levar nenhuma.

— Vocês duas, parem. Sabem que desta vez não será assim. - disse Brooke. Céus! Nesse sonho ela também falava. - Sabem que existe ele.

— Derek não vai matá-la. - disse Life.

De novo o tal do Derek. Tive vontade de revirar meus olhos. Acho que estava ficando carente demais pelo término com Cameron e criando um garoto imaginário. Ok, não que o “príncipe encantado” dos meus sonhos fosse alguém que quisesse a minha morte.

— Se ele quiser continuar vivo, vai. - a voz de Death estava contente. - Ele é meu filho.

— Mas ele está vivo. Por enquanto pertence a mim.

Death deu de ombros.

— E não vou deixar que ele mate Lauren. - continuou Life.

Tremi.

— Não vai adiantar. Ele vai matá-la. Foi feito para isso. - disse Death com sua voz baixa e sombria.

— Não exatamente. - interrompeu Brooke. - Ele também a ama. Vocês sabem disso. Ele pode optar por salvá-la.

A cara felina de Brooke dizia que nem ela própria cogitava essa hipótese.

— E você, querida Brooke, sabe que isso é impossível. Derek ama a si próprio acima de tudo. - disse Death com a voz triunfante.

— Não vou permitir que a matem. Lauren é minha protegida e não deixarei que isso ocorra a ela. - Brooke estava determinada.

Falavam de mim ali. Do meu destino. Mas, que destino será esse? E quem é Derek? Como ele pode me amar ou me odiar se eu nunca ouvi falar desse garoto? Minha mente borbulhava numa mistura de terror e confusão.

— E como você poderá salvá-la? - perguntou Death, mas estava na cara que era uma pergunta retórica.

Brooke não disse nada, mas ela e Life trocaram um olhar disfarçadamente.

— Não há salvação para ela. Ela vai morrer... Vai se sacrificar e...

— Não! - eu gritei, saindo do meu esconderijo.

Eu não queria morrer, não podia.

Todas se viraram para mim.

Os olhos de Life eram grandes, gentis e claros. Mas os de Death eram negros como uma noite sem lua. Como uma noite sombria.

Aquelas duas órbitas negras ficaram cobiçosas ao me verem e me prenderam. Tudo ao redor se transformou em uma névoa espessa e sombria, e eu fui para o interior dos olhos da Morte.

Dei um grito.


Acordei gritando em minha cama. O suor grudava em minha testa.


Olhei para todos os lados e vi Brooke me olhando com olhos assustados e temerosos.

Fora um sonho. Tudo fora apenas um sonho.

Pude ouvir passos correndo um segundo antes de meus pais irromperem a porta do quarto, quase a derrubando.

— Lauren, o que foi? - perguntou minha mãe.

Meu pai vasculhava o local com seu taco de beisebol. Um maldito taco de beisebol que ele sempre usara para “proteger” a família. Será que não tinha nada melhor para usar como arma?

— Tive apenas um pesadelo. - respondi ofegante.

Mamãe revirou os olhos preocupados.

— Um pesadelo? Quer falar sobre ele? - perguntou.

Neguei com a cabeça.

Eu não podia contá-lo. Fora tudo tão confuso e de certo meus pais pensariam que eu precisava de um psicólogo.

— Eu não lembro. - menti.

Os dois assentiram.

— Bem, então vamos dormir. - disse papai abaixando o taco. - Boa noite.

— Tente não sonhar com nada que possa nos assustar, querida. - disse minha mãe afável, com um sorriso no rosto cansado.

— Desculpe. - pedi enquanto os dois se retiravam do recinto.

Uma vez que eles saíram, concentrei-me em regular minha respiração acelerada e tentar acalmar meu coração.

Olhei para Brooke, que já voltara a dormir.

Céus... Eu continuaria tendo esses sonhos bizarros? Esperava que não.

Antes de voltar a deitar-me para tentar dormir, fui ao banheiro e molhei minha nuca com água gelada. Isso sempre me ajudou a relaxar e eu esperava que funcionasse. Depois, voltei para a cama e me cobri. Assim que me recostei no travesseiro, apaguei. Desta vez não sonhei com nada.

Graças a Deus.


Levantei logo após meu despertador tocar. Teria outro dia horrível na escola e definitivamente não estava ansiosa por isso. Depois de vestir uma calça jeans surrada, uma camiseta de malha branca e meu velho All Star, liguei para Megan. Tive uma péssima notícia: ela não iria à escola novamente. Perfeito!


Suspirei e saí rapidamente de casa. Meus pais também já saído, e eu só os veria à noite. Ignorei meu mal estar enquanto dirigia pelas ruas quase que congestionadas logo pela manhã. Logo estava em frente ao colégio. Respirei fundo e me permiti um momento para acalmar-me. Deixei minha mente vagar por cada detalhe da escola, a qual eu tinha ficado impressionada antes de conhecer os que não me queriam por perto.

Primeiro observei o portão de ferro batido com ornamentos florais, me lembrando do som desagradável que ele fazia quando era aberto ou fechado, tal como um som fúnebre, cortando o silêncio da manhã. Era claro que essa coisa mais serviria a um cemitério do que a escola.

Não que a escola também não parecesse algo saído de um filme de terror. Ela era grande e imponente, igual a um internato bizarro. Bem, ela já o fora, na verdade. Um internato de freiras.

As janelas de vitrais ainda eram coloridas e com imagens de santos e anjos voando sobre os humanos que continuavam seguindo com sua vida, nem percebendo a nossa presença.

A única coisa que eu verdadeiramente gostava nela eram as altas torres, onde ninguém havia subido. Eu sempre tive vontade de esgueirar-me por elas; sentir o vento forte jogar meus cabelos para trás e dar-me à sensação de estar voando.

Meu coração partiu quando vi o canteiro de rosas vermelhas. Por muitas vezes Cameron me dava uma rosa de lá, assim que eu chegava. E por muitas vezes, seus espinhos faziam-me sangrar. Esses espinhos agora estavam em meu coração.

Essa escola deixava a minha antiga no chinelo, mas pelo menos lá eu conseguia ser feliz. Tinha meus amigos, minha família. Tinha tudo o que eu mais queria na vida. Tudo me pertencia.

Suspirei, resignada. Não podia pensar naqueles outros tempos ou choraria. E não havia mais modos para se evitar. Abri e fechei a porta do carro com estrondo e passei pelo portão, chegando até as escadas, entrando no maldito colégio, cujo qual minha vontade era de sair correndo agora mesmo e nunca mais voltar. Balancei minha cabeça e passei pelas portas. Assim que pisei lá dentro, essas se fecharam com um baque estrondoso e a energia acabou deixando tudo no escuro.

A escuridão não só se instalou no ambiente, mas dentro de mim também. Novamente.

— Droga. - sussurrei.

Todos gritaram de susto.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?? Digam tuuuuuuuudo. Preciso saber. Leitores fantasmas... Façam uma pessoa feliz e comentem! Porque eu gosto de falar com os meus leitores e só assim eu vou saber o que vocês estão achando da história, poxa.
Bem... Não tenho mais muito o que por aqui nas NF's. Então... Até os reviews, sim?!!
Beijos, Apple Pies! :3