A Chave Do Segredo - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hey, Apple Pies!!!
Faz um longo tempo... Não? Bem... Mil desculpas! >< Eu quase não consigo mais entrar no pc... É raro!
O capítulo ficou pequeno e... Não tem muitas emoções, eu logo digo. É mais um de transição. Eu sei que são chatos, mas necessários...
Enfim, espero que vocês gostem! Nos vemos lá embaixo?
Boa leitura ^^



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Capítulo 13


Amsterdã, Holanda.

Sete meses atrás.

Derek.


Derek suspirou, entediado. Não tinha mais nada para fazer senão esperar. E odiava esperar.

Rascunhava alguma coisa em um guardanapo, uma poesia. Quando terminou a primeira estrofe, sorriu satisfeito e decidiu fazer algo mais... Estimulante. Levantou-se de onde estava sentado, num barzinho qualquer, guardou os versos e procurou alguém que pudesse tirá-lo do tédio, tentando calar sua mente quando esta afirmou que ela estava longe, ainda no Canadá.

Avistou uma mulher sozinha e se aproximou, sempre sorrindo. No caminho, arrancou uma flor qualquer de um arbusto qualquer.

— Olá. – falou, estendendo a flor. Ela pegou-a e sorriu, visivelmente gostando dele. – Vai parecer clichê, mas você vem sempre aqui?

Ela riu e ele a seguiu.

Mas não importava, porque ela era apenas mais uma mulherzinha que se impressionava muito rápido. Não era Lauren. Nenhuma delas eram, e nunca poderiam ser.

“Ah, meu docinho... Só mais um pouco e você será minha.”, pensou.

Sorriu e inclinou-se para a mulher, selando seus lábios nos dela e tentando imaginar que beijava certa menina canadense.

***

Londres, Inglaterra.

Dias atuais.

Lauren.


Cameron passou os braços ao meu redor e recostei minha cabeça em seu ombro. Fiquei surpresa quando ele surgira em minha casa, mais cedo, e me puxou para si, sem pedir nenhuma das milhares de explicações que eu lhe devia.

— Came... – comecei, mas ele me calou.

— Shhh... Tudo bem, Laury. Não quero saber. – deu-me um beijo singelo em minha testa e me apertou mais contra ele.

— Mas, Came... – tentei novamente; a culpa me sufocava cada vez mais.

— Houve algo entre vocês? – ele prendeu a respiração, enquanto eu meneava que sim com a cabeça. – O quê?

— Um beijo. – corei e esperei que ele se desvencilhasse de mim, que me rejeitasse. Mas Cameron não o fez, continuou comigo em seu abraço.

— Tudo bem, eu posso viver com isso. – suspirou.

“Ah, Cameron, acho que eu não posso” pensei. Não poderia falar isso a ele. Pelo menos, não agora. Oh, eu era mesmo uma egoísta. Mais uma vez, acabei me odiando. Por que tinha que ser assim tão complicada?

— Isso não é justo com você. – falei, por fim.

— Não deveria ser eu a decidir isso? – Cameron ergueu meu queixo, fazendo-me olhar para ele diretamente em seus belos olhos azuis. – Se digo que posso suportar isso... É porque eu a amo, Lauren.

Dei um meio sorriso e fiquei na ponta dos pés para grudar meus lábios no seu em um selinho, que logo se transformou em algo mais profundo, com nossas línguas buscando uma a outra.

Desgrudei-me dele quando já ficava sem fôlego. Agora eu sorria abertamente.

— Eu também te amo, Cameron.

Mas a questão não era essa, não é mesmo? A questão é se eu só o amasse. E sabia que não.

Mais uma vez, Derek entrou nos meus pensamentos. Suspirei e voltei a beijar meu namorado, como se ele fosse minha válvula de escape. Infelizmente, eu não achava que essa válvula me seguraria por muito tempo.

— Venha, querida, vamos entrar. – Came me levou para dentro. Sentia pena dele carregando meu fardo junto com o seu. Aliás, o dele também era minha culpa. Se nunca tivesse aparecido em sua vida...

Derek cruzou mais uma vez minha mente e eu tentei culpá-lo. Mas o que acontece é que o problema não era ele.

Na verdade, eu é que sempre serei uma condutora de dramas e perigos. Esse dom nasceu comigo e morreria comigo.

Aliás, morrer começou a aparecer um belo e doce verbo.


Eu respirava profundamente e sentia um calor no estômago. Já tivera muitas experiências como aquela para saber o que aconteceria a seguir. Mordi o lábio e olhei enquanto a cena se desenrolava na frente dos meus olhos.

Imagine a minha surpresa quando vi que não havia nenhum acidente. Nenhum morto esperando por mim.

Ao invés da desgraça, vi Derek a minha frente. Acenei para ver se este era apenas mais um sonho comum, ou se ele havia entrado em minha mente. Poderia apostar que a segunda opção era a mais provável.

Derek passou por mim, como se eu não existisse, indo em direção a outra figura parada no batente de uma grande porta, que só agora eu notava. Arregalei meus olhos e me aproximei mais, agradecida que não conseguiam me enxergar.

— Eu imploro! – ele dizia.

— Querido, acho melhor você não me decepcionar. – a figura na porta lhe falou. Era uma mulher e logo eu a reconheci. Death.

— Mas, Death... – Derek tentou argumentar. Fiquei curiosa, sobre o que eles falavam.

— Basta. – Death o calou. O capuz que lhe cobria a face caiu, revelando seus olhos negros duros e repreendedores. – Não quero mais discutir isso, Derek.

Ele exalou um suspiro, desesperado. Estiquei minha mão e toquei-lhe o rosto. Por um momento, pareceu que ele sentira minha carícia. Franziu a testa e olhou ao redor, encontrando apenas o ar.

— Desculpe-me, senhora. – disse, não aparentando verdadeiramente sentir-se arrependido.

— Ah, querido... Alguns dias perto dessa garota e olha como você ficou... Fraco! – Death deu-lhe um olhar superior, como se ele fosse um desgosto para ela. – Mas vou conseguir colocá-lo nos eixos novamente.

Derek arqueou uma sobrancelha. Claramente, não acreditava nisso. Sorri e me abracei. Seria eu o motivo da fraqueza dele? Meu sorriso aumentou.

O garoto preparou-se para ir embora, dando meia-volta, mal humorado. Quando estava quase passando pelo batente da porta, Death voltou a chamá-lo.

— Talvez aja um jeito...

— Sim? – ele voltou-se para ela, ouvindo atentamente. Acredito que vi algo parecido com esperança em seu olhar, que subitamente tornou-se brilhante. Ah, como eu queria me afogar naquele mar escuro...

— Nada. Esqueça. Apenas faça como mandei. – a Morte voltou atrás. Suspirei e notei que o brilho de outrora nos olhos de Derek sumira.

— Como quiser. – falou e saiu, porém, antes de o fazer, deu uma olhada no exato lugar em que eu estava.

“Olá, docinho”, seus lábios pareceram murmurar. Congelei enquanto o sonho quebrava-se ao meu redor – assim que ele desapareceu em um corredor escuro -, e acordei suada.

Grunhi e voltei a fechar os olhos, desta vez dormindo sem nenhuma interrupção.

***

Floresta Wicca.

Dias atuais.

Morrigan.


Hm... Fora ruim, eu poderia supor. Talvez, muito ruim.

Suspirei e enterrei meus pés na areia da costa, que logo se transformaram em terra e depois em lama. Ah, a magia. Às vezes bonita, às vezes horripilante... Às vezes apenas tristes...

Varri o último pensamento de minha mente. Tudo o que eu menos precisava era passar a ter pena de mim mesma. Isso é uma diferença entre mim e minha... Minha o quê? Como poderia chamá-la?

Enfim, entre mim e o receptáculo. Eu era forte, enquanto ela uma fraca... Não muito diferente das pessoas que circulavam no seu dia-a-dia. Devo dizer que me decepcionei.

— Como consegue escapar para cá? Devia ser-lhe vetado. – falou-me uma voz atrás de mim. Sorri antes de me virar. Hm... Ela conseguira surpreender-me.

— Um monte de outras coisas me deveria ser vetado, mas, no entanto, possuo acesso a elas. – meu sorriso foi de escárnio. – Olá, querida.

— Olá, Morrigan. – ela não parecia estar no melhor dos seus dias.

— O que houve? – perguntei, curiosa. Poucas coisas a abatiam.

— Derek, ele...

— Ele está apaixonado pela garota. – completei por ela. – Sim, já sei disto. E também não gostei.

Passei uma unha por meus lábios, gostando de como ela ficou nervosa.

— O que fará a respeito disto? – perguntei, já que seu corpo ficara tenso e o silêncio se prolongou.

— Eu? – engoliu em seco.

— Não, a árvore. – meu tom foi jocoso, mas em meus olhos brilhava uma chama que gritava Perigo!.

— Deusa, eu não sei o que fazer...

Avancei até ela e vi suas mãos tremendo. Ah, eu adorava quando era temida e lembrada. Hm.

— Querida, querida... Descubra, pois então. Não se esqueça que cada dia que passa, meu tempo vai diminuindo. Idem o seu. – passei meus dedos pela sua cara e quando cheguei ao pescoço, agarrei-o, não permitindo que ela respirasse.

— Faça tudo o que puder e o que não puder fazer. – tirei o tom de cordialidade de minha voz, deixando bem claro que aquilo era uma ameaça a ser contada.

— Claro que sim.

— Bom. – soltei-a e a vi desaparecer pela floresta.

Voltei-me para meu lugar e desabei no chão. Mal esperava para que as luas passassem.

***

Londres, Inglaterra.

Dias atuais.

Lauren.


Já de manhã, me aprontei e cheguei relativamente cedo ao colégio. Mordi o lábio e esperei no estacionamento, onde Megan me pedira, por mensagem, para ficar. Não sentia que esta conversa seria boa para nossa amizade, pelo contrário.

Eu estava arrependida. Nunca deveria ter deixado de falar com ela ou pedir-lhe seus conselhos; só que não tinha como contar-lhe todos os segredos. Eram pessoais demais, constrangedores demais. Queria que eles ficassem somente comigo, protegidos do mundo lá fora.

Então, não pretendia dizer uma só palavra sobre o que sentia por Derek. Ou o que achava que sentia.

— Lauren. – ela me chamou, visivelmente chateada. Tentei dar um sorriso, mas este pareceu uma careta, tenho certeza, então desisti.

— Oi, Meg. – cumprimentei-a. Minha vontade era de desaparecer, juntar-me ao asfalto. Que tipo de melhor amiga eu era? Bufei para mim mesma e voltei a encará-la.

— Então, algo a contar? – sua voz não dava lugar para animosidades. Dei de ombros. – Laury, por que não quer me contar? Sou sua amiga, não quero lhe machucar.

— Eu sei, mas não posso. Não agora. – falei em um tom cansado. Desde as mortes dos meus pais que sentia-me com anos a mais do que tinha. Era uma velha de alma.

— Quando, então? – Megan gritou. – Quando tudo já estiver ferrado? Mais do que já está?

Torci as mãos, mas não abri a boca.

— Oh, você o ama, não é? Ama Derek! – ela exclamou, borbulhando de raiva. – Provavelmente já o deve tê-lo beijado, não foi?

Arregalei meus olhos, parecendo uma criança. Era tão visível assim? Até aquele momento eu senti que estava protegendo bem o que se passava dentro de mim.

— Você acha que eu não sei? – Meg revirou os olhos. – Ora, por favor. Eu te conheço, mas qualquer um que for o mínimo observador possível iria perceber. À exceção de Cameron, claro. Ele a ama e não quer aceitar que você está em outra. Numa outra que pode de matar a qualquer instante.

— Não é assim, Megan. – tremi. – Eu amo o Cameron... também. E não quero terminar com ele.

— Então por que fica saindo com Derek? Quer realmente morrer, Lauren? Ficou maluca?

— É algo que não posso controlar. – disse baixinho, tanto que se o vento tivesse soprado naquele instante, eu teria a certeza de que ela não ouviria. – Que não quero.

— Aí está o ponto. Mas o que me magoa é que você não disse nada para mim. Nada. – ela lutava contra as lágrimas. – Derek já está mudando-a tanto assim?

— Não tem nada a ver com ele, Meg. Eu acho que se eu não falar em voz alta, o que sinto não vai ser real... Que há uma mínima probabilidade de ser algo imaginário, como um pesadelo.

— Acontece que é real, não é mesmo? Você dizendo ou não em voz alta. – Megan bufou e virou as costas para mim. – Por favor, Lauren, só seja sincera consigo mesma... E com Cameron. Ele não merece ser traído.

— Não estou o traindo. – gritei, chorando.

— Não. – ela voltou para me olhar. – Está fazendo muito pior que isso. Só espero que veja seu erro ainda a tempo e escolha o que lhe fará bem.

Estremeci. Tinha um nó na garganta que me impedia de falar qualquer coisa que fosse.

— E você sabe que Derek não é essa escolha.

Megan me deixou sozinha, chorando e confusa. Fiquei no sereno até que voltei ao meu carro e entrei, saindo da escola e voltando para casa.

Hoje era um desses dias em que ficar fossa não me parecia tão mal.

Sorri amargamente e continuei dirigindo. Algo dentro de mim me avisava que eu já tinha feito minha escolha há muito. Só poderia esperar que fosse a melhor, ou, que no mínimo, me fizesse feliz.

Afinal, o que lhe faz feliz não pode ser assim tão errado. Certo?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?!
Vou tentar postar o próximo na sexta-feira, ok? Se eu chegar cedo do colégio... Se eu chegar tarde, é bem provável que vá direto tomar um banho para cair na cama kkkkkkkk
Não esqueçam de comentar!!! (vou responder assim que puder, juro!) Os reviews são importantes para mim!
Bem... Por hoje é só! Beijinhos, amores! :*



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