Capítulo 15

POV Klaus Mikaelson

-Portland é uma cidade fantástica quando nos habituamos à música chata e a pessoas saudáveis, é realmente um bom local para os lobisomens viverem.

-O teu pai está morto – afirmou Stefan, o que me surpreendeu.

-O que disseste?

-Oh, erro meu. Não o teu pai biológico e não morto. Mikael… Apunhalado – não respondi. – O que queres que eu faça com o corpo?

-Primeiro, quero que me expliques exatamente o que aconteceu.

-Mikael chegou cá a casa e tentou apanhar Elena para servir de isca. Então, eu e Damon intervimos e usámos as nossas seringas de verbena nele. Damon revistou-o e notou que ele tinha uma adaga. Então, nós usámos as cinzas do carvalho branco e ele agora está com a adaga no peito.

-Eu quero vê-lo. Eu quero ver o corpo dele apodrecido por mim mesmo!

-Ele está bem aqui, vem quando quiseres.

-Se estiveres a mentir-me a minha compulsão denunciar-te-á, então responde pela tua vida: o que estás a dizer é verdade? – inquiri.

-É verdade – respondeu ele. – Vi com os meus próprios olhos.

-Quero falar com a Rebekah.

-Isso não é um problema, ela está mesmo aqui.

-Olá, Nik – falou a minha irmã.

-Rebekah, amor, o que eu ouvi sobre este trágico encontro de Mikael com a adaga é verdade?

-É verdade. Ele está finalmente fora das nossas vidas para sempre – afirmou. – Tenho saudades tuas. Sinto-me miserável aqui.

-Estarei em casa em breve.

-Ótimo. Vejo-te mais logo, irmão.

E ali estava eu, prestes a voltar para Mystic Falls.

POV Elena Gilbert

-Estás a preparar-te cedo, han? – Rebekah estava linda, com um vestido vermelho quase rosa (ou vice-versa), com o cabelo arranjado, de saltos altos e maquilhada.

-Uma verdade embaraçosa: eu nunca fui a um Baile de secundário.

-Nunca?

Ela negou com a cabeça.

-Eu nunca tive tempo para o secundário antes. Nik e eu estávamos sempre a fugir… de qualquer maneira, eu não quis deixar nada ao acaso – ela alisou o seu vestido. – Já tiveste notícias dele?

-Não, mas tenho a certeza de que, quando ele voltar, ele vai fazê-lo com pompa e circunstância.

-E Damon e o meu pai vão seguir com o plano?

-Sim.

-Não me digas – pediu ela, triste. Pegou na bracelete e encaixou-a no seu pulso. – Eu só quero ir ao Baile e deixar o resto para o Mikael.

-Sei que deve ser difícil. Então só te quero agradecer por nos ajudares a trazer o Klaus de volta à cidade.

-Tenham cuidado. Tenho fugido por mil anos por algum motivo. Mikael não é boa possível e é dificilmente confiável. Ninguém na minha família é.

Ela estava tão triste que me partiu o coração. Rebekah não merecia isto, mas infelizmente ela era uma das pessoas que podia arruinar o nosso plano.

-Estás bem?

-Passei toda a minha vida a odiar e a amar o meu irmão em iguais medidas. Nunca pensei que seria eu a ajudar alguém a colocar-lhe uma adaga no coração – ela abanou a cabeça e voltou-se para o espelho. – Sem lágrimas, eu não quero arruinar a maquilhagem. Como estou?

-Estás incrível. Mas estás a escapar uma coisa – tirei do meu bolso das calças o colar que lhe pertencia.

-O colar da minha mãe.

-Devias de usá-lo hoje á noite. Posso colocá-lo?

Ela acenou e levantou o cabelo.

-Obrigada – disse ela, com um sorriso no rosto.

E sem pensar duas vezes, porque eu sabia que se pensasse duas vezes não conseguiria fazer tal coisa, puxei a adaga do meu bolso de trás das calças e enfiei-a na coluna.

-Peço imensa desculpa, mas eu também não posso deixar nada ao acaso.

E assim que ela ficou cinzenta, caiu no chão, adormecida.

POV Demi Gilbert

A campainha tocou e eu abri-a, com um sorriso no rosto. Klaus sorriu.

-Recebi a tua mensagem.

-Eu sei que sim. Estás linda.

-Poupa-me os elogios. Vamos andando para a festa/funeral?

-Os seus desejos são ordens – ele deu-me o braço e eu peguei-o, fechando a porta atrás de mim.

Entrámos no seu carro e ele guiou calmamente até á casa do Tyler. Enruguei a testa.

-Hum… a festa não era no ginásio da escola?

-“Era”. Agora esta é a minha festa, não da Caroline.

-E quando é que vais ver o corpo do Mikael? – Klaus olhou para mim, surpreso. – Não me olhes dessa maneira, sabes bastante bem que Elena e os Salvatore andaram a vangloriar-me pelas ruas do sobrenatural sobre isso. Para além disso, eu desenvolvi um poder novo.

Ele enrugou a testa e desligou o carro. Tirou o cinto de segurança e virou-se para mim.

-Um poder novo? Que poder novo? Quando?

-Eu nem sei como é que ele se desenvolveu nem como é que eu consigo “chamá-lo”. É quase como se eu conseguisse entrar dentro das mentes das pessoas e visse o mundo da perspetiva delas. Mas também não é bem isso. Argh, nem eu mesmo consigo explicá-lo.

-Tu consegues ler mentes! Isso é extraordinário!

-É, acho que sim – baixei o olhar, envergonhada e confusa.

Ele pegou na minha mão e eu fui forçada a olhá-lo nos olhos.

-Hoje á noite, tu não sais de ao pé de mim, ouviste bem? Nem um milímetro que seja.

-Porque é que tu confias tanto em mim? Eu sei quais são os teus planos – admiti. – Eu… eu não sei como eu sei, mas eu sei que tu planeias ver o corpo do Mikael e ficar com ele para toda a eternidade.

-É verdade. Não te preocupes se consegues ler a minha mente, eu não me importo. Desde que me contes logo, está bem? – acenei com a cabeça. – Esse poder apareceu quando a tua tia apareceu? – olhei-o confusa. Eu não lhe tinha contado essa parte. – Rebekah contou-me.

-Oh. Sim, ele apareceu enquanto ela cá estava. Achas que pode ter sido ela a causa do poder ter aparecido?

-Talvez. Mas eu vou prometer-te uma coisa: assim que eu estiver livre destes problemas todos em Mystic Falls, tu e eu vamos pegar o primeiro avião para uma terra bastante simpática e lá vais aprender tudo sobre as vantagens de seres uma ninfa. É uma promessa.

-Obrigada – sussurrei e ele beijou a minha testa.

-E agora, a festa aguarda-nos.

POV Stefan Salvatore

-Ei, Stefan. Tudo bem? – cumprimentou Tyler, com uma grade de cerveja nas mãos.

-Ei, Tyler. Bela festa.

-Obrigado, mas… eu não o autor dela. Só estou a fazer o que o Klaus quer.

-O que queres dizer?

-Não é uma festa, é um funeral – respondeu ele e vi Klaus a aparecer no palco.

-Boa noite a todos! – mais atrás, quase ao fundo do palco, estava Demi. – Quero agradecer a todos por estarem aqui comigo a celebrar. Há muito tempo que espero por este momento.

***

-É um Baile a tanto – comentei. Klaus e eu tínhamo-nos encontrado a meio da festa e agora estávamos a conversar. Em breve, a conversa iria partir para o assunto dos negócios.

-Tenho planeado o funeral do meu pai por mil anos, mas em nenhum momento estas pessoas todas estavam incluídas.

-E agora? Vais parar de fugir?

-Agora, vou reunir a minha família – respondeu ele.

-Tu queres dizer, as pessoas que estão nos caixões?

-Isso já não importa. Mikael morreu. O passado fica no passado.

Uma rapariga passou ao pé de nós.

-Ótima festa – ela tinha a coroa na cabeça, de certeza que era a Rainha do Baile. – Gostei da banda!

-Parece que a Rainha do Baile ainda anda entre os vivos, o que quer dizer que Rebekah não está aqui. Onde está ela?

-Não faço ideia, achei que ela vinha com o Matt – respondi, sincero. Não sabia de nada disso.

-Sê sincero, Stefan: onde está a minha irmã?

-Eu já disse que não faço ideia. Agora, gostarias que eu te levasse até ao teu pai?

-O que seria de uma festa sem o seu convidado de honra? Trá-lo até mim – mandou ele.

-Tudo bem. Talvez haja alguma coisa para mim: a minha liberdade da tua compulsão.

-Oh, queres a tua liberdade? Assim que ele estiver morto e a sua arma destruída, tu terás a tua liberdade. Será um prazer dá-la.

©AnaTheresaC