O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 7
Os Meus E Outros Heróis




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Hefesto. O Poderoso Deus Ferreiro. O Senhor das Forjas. Mestre do Fogo. O Hefesto! O deus! Sempre amei Hefesto. Ele é o cara mais habilidoso e inteligente do Olimpo. Ele e Atena são os deuses que eu sempre adorei. Não a cima de Hades, é claro, ele esta em outro patamar, mas só de pensar em conhecer HEFESTO meu coração pareceu entrar em curto-circuito. Sacou? O trocadilho? Hefesto e curto-circuito? Vou ter melhorar essas piadas.

Devo admitir que Hefestinho foi de mais para minha seriedade. Nunca tinha imaginado que Afrodite tivesse um apelido carinhoso para Hefesto. Mas o mundo gira, uma cobra gigante invade sua escola, você conhece deuses mitológicos, faz amizade com o Senhor dos Mortos e descobre o apelido carinhoso do Deus Grego do Fogo, por que não?

Quando sai daquele quarto estava prestes a explodir de excitação, me segurava para não ir pulando, mas então lembrei que Hefesto também detestava Ares e por muito bons motivos.

Todos o detestam, tentou me animar Vox, se você ainda não se tocou a única pessoa que o tolera é a mãe, Hera. Acredito que para uma criatura daquela só a mãe mesmo.

Hera também é mãe de Hefesto, retruquei, e o jogou do Olimpo assim que o viu. Não dá pra ela muito crédito. Ei, eu achei que gostasse do idiota do Ares. Por que mudou de opinião tão rápido?

Gosto muito mais de Afrodite, colega.

Outro completo idiota.

Afrodite, com o braço por cima dos meus ombros, me conduziu até a mesa onde Hefesto ainda lia um livro sobre mecânica avançada. Ele estava de costas para nos e usava óculos de aro grosso que aparecia dos lados da grande e deformada cabeça.

A deusa me colocou sentado do outro da mesa bem de frente para os dois e se sentou ao lado dele, passando o braço do marido por cima de seus ombros e encostando-se em seu ombro.

Ele tirou os olhos do papel e lançou um olhar rápido para Afrodite depois encarou furioso a mesa.

– O braço. Deixe-me ver. – disse estendendo a mão enorme para ela.

– Hefesto, não. Por favor, esqueça, não importa. Estou bem, querido.

Ele lançou-lhe um olhar severo que a fez recuar um pouco na cadeira e olhá-lo como se o desafiasse a tentar machucá-la também. Hefesto abrandou o olhar e tocou-lhe o rosto.

– Posso aguentar qualquer coisa Afrodite, mas se ele te machucar...

Ela seguro a mão dele ali e sorriu como se aquilo pudesse revigorar suas energias. Eles pareciam tão... estranhos. Pela primeira vez eu me senti quase normal de verdade.

– Já disse que estou bem, querido. Não faça besteira alguma, por favor. Para falar a verdade estou bem por causa de Jack.

Ela me olhou, insinuante, e Hefesto me encarou sem nenhuma expressão no rosto depois voltou a pousar os olhos no livro.

– Vejo que encontrou seu pai. Que bom para você.

– S-sim, senhor. Obrigado, senhor – respondi com a cabeça baixa sem deixa de me sentir envergonhado por ele se referir a Ares como “seu pai”.

– Hefesto não faça o garoto se sentir mal. Sabe que ele não gosta do pai – Ele sabe? Como ele sabe? Ele é um bom menino. E é nosso também, nosso filhinho – Hefesto e eu a encaramos ao mesmo tempo e, mesmo que e não pudesse ver o rosto de Hefesto, provavelmente do mesmo jeito – O que? É verdade. Estávamos conversando e ele deixou escapar que é seu fã. Disse que é o mais habilidoso e impressionante daqui, não foi Jack?

Eu estava ficando mais vermelho a cada minuto com absoluta certeza e meu nervosismo só piorou quando o deus se virou para mim e me fitou por cima dos óculos com uma expressão de escárnio.

– S-s-sim.

Abaixei minha cabeça e esperei a humilhação. Hefesto simplesmente lançou a cabeça para trás soltou uma gargalha ruidosa e assustadora. Pior que qualquer coisa, se é que quer saber.

– Você é meu admirador? – perguntou entre gargalhadas – Achei que os filhos de Ares ligassem para força e estupidez. Esse pré-requisito é genético.

– É provável, meu senhor – Muito provável –, mas isso não me torna um estúpido sem nenhuma noção de nada, mesmo que eu seja bastante estúpido. Senhor, só de pensar em todas as coisas que o senhor já fez e com as próprias mãos, os arcos de Ártemis e Apolo, as armas do Olimpo, e só em pensar em quantas forjas o senhor possui...

Fale do raio de Zeus, sugeriu Vox na minha mente quando tentei escolher mais armas para comentar.

Não é uma possibilidade óbvia! E não foi Hefesto que fez o raio! Cale a boca.

Não, retrucou, na-na-na-na-na.

Coloquei minhas mãos na frente do rosto tentando fazê-lo calar a boca. Então percebi que tinha tirado minha atenção de Hefesto, ele por outro lado me olhava como se esperasse que alguém saltasse com uma câmera e gritasse: “Parabéns você acabada de pagar o maior mico da sua eternidade! Sorria, otário!”

– Sinto muito, senhor, é que... – então pensei na grande idiotice que estava fazendo como se eles fosse se importar com uma voz dando palpite na cabeça de um mero mortal, mas não importava, eu precisava falar isso para alguém – tem uma voz na minha cabeça dando palpites sobre minha vida desde os seis anos.

Ergui os olhos esperando um olhar incrédulo ou irônico, mas estava curioso e até um pouco assombrado.

– Afrodite, me chame Atena. – disse ele.

Achei que ela fosse protestar, mas só se levantou e caminhou até uma mesa em que Atena lia atentamente um livro muito grosso. Homero, talvez? Não parecia mais moderno, um tanto mais mortal.

– Como é essa voz, é a sua voz? – perguntou Hefesto com a voz transbordando de curiosidade.

– Não. É mais grossa e é quase um sussurro. Eu até dei a ele um nome: Vox. Ele é mais ou menos, não incomoda na maior parte do tempo.

– O que foi? – perguntou minha mãe acompanhada de Atena por atrás de Hefesto – Jack! Quem foi que te trouxe pra ?

– Hã... – pensei um pouco. Na realidade não tinha pensado na rincha entre Afrodite e Ártemis, só que pensando bem minha mãe não devia gostar de me ver ali – eu... Qual é a da voz na minha cabeça?

– Que historia de voz é essa? – perguntou Atena exacerbada.

Salvo pela preocupação universal, pensei aliviado.

Parabéns.

Cale a boca!

Olhei para Hefesto e ele me incentivou com um aceno de cabeça.

– Ele esta na minha cabeça há anos. Não causa problema algum. Ajuda-me sempre que eu preciso e me faz companhia na maior parte do tempo.

“Quando eu contava as historia antigas para o pessoal lá no meu colégio, nunca me lembrava de tudo e ele, o Vox, completava. Tipo: é Prometeu o titã que roubou o fogo para a humanidade, seu imbecil, ele não foi parar no Tártaro, foi transformado em alpiste.” Atena deixou a cabeça cair de lado como aquela estupidez.

“No Conselho me ajudou a identificar alguns de vocês e também com as musas. Ah, e de vez em quando ela diz o que eu devo fazer, como agora pouco me deu a dica de falar com o senhor Hefesto sobre o raio-mestre do senhor Zeus que não foi feito por ele, e esse idiota ainda me manda estudar mais.

“Isso incomoda um pouco porque na maior parte do tempo pensamos em coisas completamente diferentes, mas ele é útil e amigável às vezes. É como um irmão mais velho e irritante. Somos diferentes e pensamos diferente, mas nos importamos com as mesmas pessoas e ele é um ótimo ouvinte de vez em quando.

“Quando eu estava fugindo do Píton eu me lembrei da historia da cobra inteira sem precisar do Vox. Era como se ele tivesse desaparecido.”

Os olhos de Atena se iluminaram em cima de mim, tive a leve impressão que ela ia começar a me sacudir pelos ombros e gritar: “É elementar, meu caro sobrinho!”

Filho, retrucou Vox, também somos seus filhos.

Cale a boca!

Eu não tenho boca! Sou uma voz na sua mente! A voz de quem vocês estão falando.

Tanto faz. Só fique quieto!

Detesto não ser reconhecido.

Eu te dei um nome. Devia estar satisfeito.

Um nome idiota.

Que você adorou.

Isso faz muito tempo.

Mas você adorou.

Não enche!

– A parte humana se distanciou da parte heróica isso já é bem estranho, as duas se comunicarem? – refletiu com sigo mesma – Isso chega a ser um absurdo. É bem plausível constando que o garoto não goste de heróis condicionou sua parte humana a se distanciar da outra, mas...

– Que? – perguntaram Afrodite, minha mãe e Hefesto ao mesmo tempo.

Atena não respondeu estava distraída demais para ouvir, mas eu tinha entendido exatamente o que ela queria falar.

– Como é possível mais da metade de uma pessoa de separar da outra? – perguntei para mim mesmo olhando para Atena que ia de um lado para outro murmurando para si mesma – Minha mente sempre foi uma bagunça, mas nunca achei que tivesse duas e que quando eu ajo heroicamente as duas se unem. Que coisa idiota! Não faz sentido! Será possível que nem nisso eu sou normal? Vox faça suas malas e saia porque minha vida já é bizarra de mais! Nunca ouvi falar de uma coisa assim na mitologia antiga.

– Exato – bradou Atena me encarando – Nunca aconteceu nada assim. Você também nunca aconteceu. A voz pode falar conosco?

Eu nunca aconteci?, pensei.

Eu não tenho malas, admitiu Vox chateado, Quer mesmo eu vá embora?

Não! Não quero que vá embora, estava sendo sarcástico, seu idiota. Mesmo que essa fosse uma coisa muito boa, sabe você ir embora, me deixar em paz.

Ainda sim eu não tenho malas.

Você não tem nada para botar em malas.

É verdade.

Aquilo pareceu tirar os outros três deuses de uma espécie de transe.

– Você quer falar com o... lado heróico, que seja, dele? – perguntou Hefesto que depois suspirou e disse: – Pelo menos, ela não quer colocar o garoto para lutar com alguma coisa.

– Querem, por favor, parar de chamar a voz de “lado heróico”? – implorei – Eu já tenho motivos o bastante para odiá-lo. É o Vox.

– Odiá-lo? – indagou Afrodite.

– Ele odeia heróis – disse minha mãe ainda olhando incrédula Atena. Aparentemente elas não se tocaram que estavam perto uma da outra. Achei bom, também não queria presenciar essa briga.

– Não sabia que ele já tinha falado com Dionísio – disse Hefesto olhando minha mãe.

– Não falou. É opinião própria – respondeu ela um tanto orgulhosa.

Ei, não sabia que me odiava, disse Vox parecendo mais magoado do que antes.

Não te odeio. Só que de vez em quando você é um pé no saco.

Obrigado. Também te amo.

Idiota. E me faz um favor?

Qualquer um, benzinho.

Não entre em depressão. Não ai dentro.

E onde mais eu ia entrar em depressão?

Só... Não entre em depressão.

– Ela poderia?– insistiu Atena animada– Falar conosco.

Eu pensei um pouco tentei discutir isso com ele:

Você escutou. Eles querem lhe falar. Como vamos fazer? Você pode dizer que eu repito ou... Será que eles lêem pensamentos? É, eles lêem... Que coisa evasiva.

Pergunta para eles.

Isso é um sim? Agora, vá com calma não quero ser transformado em pó essa noite

Ok, respondeu, primeiro diga que ela esta linda, pode ser útil.

– Não vou dizer isso! – respondi com certa indignação na voz.

– O que? – perguntaram os quatro deuses em uníssono se inclinando para frente.

– Ele acha – respondi olhando irritado para a mesa –, em sua tendência ridícula e petulante, que pode iludir a Senhora Atena dizendo que ela esta bonita hoje. Que esta só para constar. Parece que a outra parte da minha consciência é a visão dantesca de um herói a antiguidade. É ridículo, e desmoralizante.

Idiota, xinguei-o de novo.

– Diga tudo – disse-me Atena calmamente – Não vou transformá-lo em pó, prometo.

Olhei para ela tentando não parecer com medo. Então respirei fundo e repeti tudo que aquela coisa dizia:

– Ah! Você esta esplêndida, de verdade. Pelo menos alguém notou como eu sou heróico. O garoto aqui não sabe o quanto a memória é útil. As coisas que eu disse para aquela cobra idiota a fizera avançar e o telhado desmoronar. Sem mim esse inútil aqui não estaria vivo, estaria?

“Nunca me deu atenção, sempre fui só a voz da cabeça dele. Eu tenho sentimentos, sabia? Servi para completar as histórias idiotas e religiosas por anos. E ele nunca contava o que era importante: as aventuras de heróis.

“E o pior: nunca entrou numa briga de verdade quando interessava. Muita gente insultou o otário e ele só entrava em uma briga por suas amigas. Não tem orgulho, devia ter. E não sabe usar a força que tem.

“Não que eu não admire sua calma e seu caráter e blá-blá-blá, provavelmente seriamos expulsos da escola por uma briga daquelas. A bruxa da Martins iria adorar! Ele sabe se controlar e é bastante inteligente, leal, mas não tem alto estima. Ele gosta de proteger as pessoas e não se protege, depois diz que não gosta de heróis.

“Nós convivemos há muito tempo e sempre conversamos é bom dividir a mente com alguém tem sempre com quem conversar.”

Pronto, disse em minha mente.

Mas ele só reclamou! Eu só reclamei. Nos só reclamamos. Não, eu não... Deuses que complicado! – exclamei comigo mesmo colocando minhas mãos nas laterais do rosto. Me endireitei olhando para o nada– E ele tem sorte de ser a voz e não uma voz. Não, eu tenho essa sorte. Ter mais de uma voz em minha cabeça seria triste, enlouquecedor. E tem sorte de eu ser maluco o bastante para dar-lhe nome. E inútil é você. Não te vi pulando naquela coisa, vi? – cruzei o braços, zangado.

Ele queria mostrar que você sem ele seria uma lastima, mas também mostrou que ele sem você seria terrível. – disse Afrodite tentando me animar.

Eu ia agradecer, mas estômago roncou quando eu abri minha boca. Lembrei-me que estava com fome e que não comia nada desde que saíra do Rio.

– Vá comer alguma coisa – disse Atena sem olhar para mim. Percebi que sua mente devia estar a quilômetros dali. – Vou falar com Zeus sobre seu companheiro herói.

Eu disse tchau a todos e andei até a mesa em que estava antes, mas aparentemente um sátiro tinha se dado bem com uma dríade. Suspirei e me estiquei para pegar minha mochila que continuava encostada na cadeira em que estava sentado. Dei uns tapinhas no ombro do sátiro, que não percebeu, e resolvi ir para sacada para pensar um pouco. Encostei-me na mureta e observei as estrelas por um tempo.

Podia imaginar o que poderia estar fazendo se estivesse em casa; lendo provavelmente ou conversando com meus pais sobre geografia econômica (matéria em que fiquei para recuperação) minha mãe provavelmente me passaria um sermão sobre o que ficar para a recuperação significava para ela mesmo que por apenas dois décimos e por ser a única que eu ficara com media abaixo de oito.

Faltavam apenas a três dias do Natal e eu tinha prometido a minha mãe que estaria lá. Eu estaria lá custasse o que custar, não ia desapontá-la, já tinha feito isso vezes demais.

– Soube que não gosta de heróis. – disse uma voz feminina atrás de mim.

Um choque percorreu meu corpo e eu me virei para a voz. Parada poucos passos estava uma mulher muito bonita e jovem com cabelos negros esvoaçantes e os olhos castanhos penetrantes e sérios.

– Sim, senhora – respondi assentindo com a cabeça – Não gosto nem um pouco do jeito que eles agiam.

Ela se postou ao meu lado e passou a admirar a estrelas comigo.

– Mesmo que eles salvassem pessoas?

Olhei-a atentamente tentando identificá-la entre os deuses, mas nem mesmo a voz pode fazê-lo. Disse todos os motivos de odiar os heróis antigos, estava cansado de repetir a mesma ladainha, mesmo que fosse verdade.

– E você é um herói, agora. – afirmou indiferente.

– Que ironia, não? – respondi mal-humorado com a idéia. Cruzei os braços sobre a sacada e arriei os ombros olhando para baixo – Bela injustiça, digo eu. Mas tinha que acontecer, tenho certeza que isso só pode piorar. Parece que uma voz que não é o Vox fica sussurrando Você vai se ferrar. E muito.

Ele deu uma risadinha seca e eu a olhei.

– O mundo é injusto, rapaz, mas sempre compensa. – ela olhou para trás como se esperando alguém se materializar diante de nós, depois me encarou.

Eu voltei a olhar para o céu evitando seu olhar opressivo. Ele parecia tão imponente e nobre que me senti envergonhado por não saber quem ela era. Vasculhei minha cabeça novamente a procura de ajuda, mas nada.

Vai ver, pensei, ela é nova aqui ou não apareceu em nenhuma das historias.

Não, espera, pediu Vox, já a vi em algum lugar só não sei onde.

Muito útil, voz na minha cabeça!

E a única! Não inventa moda!

– O que acha sobre Minos de Creta? – perguntou ela.

Que pergunta estranha, pensei, Por que Minos? Por que não uma coisa interessante como, sei lá, Dédalo? O Minotauro.

–Hã... Sinceramente? Acho-o cara mais azarado de toda historia antiga. – respondi.

Ela riu.

– Concordo plenamente. Por que acha Minos o cara mais azarado da historia antiga?

– Todos os motivos? Esta bem... deixa eu pensar.

“Ele foi orgulhoso o bastante para achar que Poseidon não notaria que ele não matara o touro certo, por isso seu filho morreu tentando matar o mesmo touro, sua esposa teve um filho com o tal touro e isso atraiu um ateniense cretino que também se achava que destruiu seu plano maligno e levou sua filha embora. Depois disso passou anos perseguindo Dédalo e morreu em uma banheira. É assustador!”

Ela pareceu considerar

– Bem cômico, não acha? – perguntou ela, sem muito humor. ‘Não’, eu tive vontade de responder, ‘É triste’, mas apenas dei de ombros. – Mas isso também mostra como ele era mau. Perseguiu Dédalo até depois da morte, matou tanta gente, por pura vingança, e atraiu Teseu – ela me olhou.

Meu corpo ficou tenso mesmo que eu não o quisesse. Teseu é o herói que mais odeio em toda a mitologia (o ateniense cretino (sacou Creta, cretino... péssima!)) a principal idéia que me veio a cabeça foi o que ele fez com Ariadne...

Ariadne!, gritaram Vox e meus pensamentos ao mesmo tempo. Estamos falando com ARIADNE DE CRETA!

Eu congelei e senti um imenso sorriso idiota surgir no meu rosto. Ela era minha heroína, a pessoa que eu mais admirava no mundo inteiro até mesmo na frente de Hefesto e Atena. Hades não, ele atravessava qualquer limite.

– Acho que já adivinhou quem sou, certo? – perguntou devagar e despreocupadamente. Provavelmente achando que eu estava tendo um derrame ou coisa parecida.

Acho que respondi “ahã”. E depois soltei em êxtase:

– Sou seu maior fã. Completamente seu FÃ! Você é minha pessoa mitológica, é assim que se fala? Eu não quero falar personagem. Favorita.

– Você é um garoto muito estranho, sabia?

Fui obrigado a concordar, mas nada, nem mesmo meu interesse sobre mim mesmo, poderia tirar minha atenção dela. Olhei-a com atenção de novo enquanto me esquecia da conversa. Seus olhos param em mim sinceros e interrogativos.

– Minos era um completo imbecil. – murmurou – É você deu os principais motivos. Acho que consegui o que queria. Foi bom te conhecer, garoto. Vou voltar para Dionísio. – e saiu andando.

Minha mente estava a mil por hora: eu falara com Ariadne. Tudo parecia invisível para mim o dia tinha sido o mais triste, inusitado, perfeito e muito mais do que esperara quando acordei pretendendo tirar zero na prova.

Com certeza, concordou Vox, Mas você não acha estranho Ariadne ter vindo falar com agente? Ela deve odiar heróis.pelo menos isso vocês tem em comum

Mas ela veio. Que conclusões ela tirou de mim? Ela só perguntou sobre Minos, qual é a importância disso?

Ele é pai dela.

E daí? Ela concordou que ele era um imbecil.

Que nem a gente.

A gente vírgula: você! É seu trabalho me dizer as coisas que eu não sei. Fiquei sem saber quem era Ariadne!

Eu digo isso a éons: você é o inteligente aqui. Eu sou o memorizador.

Quanto isso eu não discuto. Quando você for mais inteligente do que eu, Apolo se casa.

No meio da nevoa de sentimentos que cobria minha mente naquele momento um voz que parecia tão longe que me impressionei em ouvi-la. Acredito que só mesmo a voz de grave Zeus poderia me tirar do transe.


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Notas finais do capítulo

comentem, por favor!
o próximo tem presentes bênçãos!



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