A Casa Dos Sonhos escrita por Ane Bradley


Capítulo 3
Capítulo 3 - O corredor Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Uma bruxa poderosa, uma casa cujo interior fica em outra dimensão e acontecimentos estranhos. Será que Ellen conseguirá sair dessa casa?



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Ellen estava se recuperando do susto, tentando respirar normalmente antes de pegar a chave da pilha de pó que antes era a menina assustadora. Cheirava a enxofre e mofo, e ela precisou segurar a respiração para não vomitar. Saiu da biblioteca, mais uma vez, mantendo em mente que talvez aquele cômodo fosse um local seguro no meio daquela bagunça. Se fosse um jogo, ela sorriu com o pensamento, ali seria uma espécie de checkpoint. Talvez fosse o crucifixo, ou o livro, ela não saberia dizer.

No corredor mais uma vez, Ellen testa a chave na segunda porta, e sem nenhuma surpresa vê que encaixa perfeitamente na fechadura de bronze, fazendo um clique abafado enquanto girava. Ela abre devagar a porta pesada e velha, e tudo que ela pode ver é uma escuridão, sombras assustadoras, névoa e muitos, muitos pinheiros. Bem mais perto dessa vez, ela ouve um uivo.

De jeito nenhum, ela pensou, que eu vou me arriscar em uma floresta imensa, dentro de uma casa demoníaca. O feixe de luz da lanterna não chegava nem há dois metros a sua frente, mas mesmo assim era suficiente para refletir dezenas de olhos imensos olhando para ela.

Lobos. Ou pelo menos era o mais próximo que ela podia imaginar. Se fosse possível, ela diria lobisomens, pois além de enormes, ainda conseguiam ficar sobre as duas patas traseiras. Ellen se virou e tentou sair pela porta, mas essa havia desaparecido, e atrás dela havia apenas a continuação da floresta de pinheiros.

ILUSÃO.

Sem saber por que, ela se lembrou da palavra escrita na parede. Observando a névoa, viu que ela delimitava bem de leve o que parecia uma porta. Com a chave na mão, ela tentou colocá-la até achar o encaixe, e finalmente a chave entrou numa fechadura invisível, fazendo a porta reaparecer e ela passar apressadamente para o outro lado, trancando a porta novamente. Então, com um pensamento estranho, resolveu pegar o terço e pendurá-lo na maçaneta antes de destrancar a porta novamente.

Ela abriu a porta outra vez, e havia luz lá dentro. Suspirando aliviada, entrou no que parecia uma sala de estar, com painéis de pinho nas paredes, carpete verde musgo meio comido por traças, e móveis velhos, estofados com um tecido estampado de vinho com dourado, de um mau gosto terrível. Em uma mesinha de centro, Ellen encontrou um canivete suíço de qualidade, que com certeza seria útil num lugar assustador como aquele. Aquele cômodo não tinha nenhuma janela, parecia que alguém, ao decorar o lugar, passou com os painéis de madeira por cima da janela de propósito, tornando aquele cômodo quente e aconchegante, apesar de um pouco claustrofóbico.

Combinando com a disposição da biblioteca, onde deveria ter a janela estava um espelho fino que ia do teto ao chão, refletindo todo o cômodo, mas o reflexo de Ellen não a mostrava exatamente. Sua aparência era cadavérica. Seus olhos eram fundos e sem brilho, com olheiras amareladas como se estivessem se recuperando de hematomas, e ela não tinha lábios, fazendo suas gengivas aparecerem num sorriso assustador. Sua pele, onde podia vê-la, dava sinais de estar apodrecendo, e ela podia jurar que viu um verme caindo de seu nariz.

Ela sorriu, pois tinha certeza de que estava viva. Pegou seu celular e olhou para seu reflexo na tela apagada, e viu que estava normal. As bochechas grandes e rosadas, os lábios carnudos com o restinho do gloss ainda brilhando, os olhos claros vivos e espertos. Resolveu ligar o celular só por curiosidade, e como suspeitava estava sem sinal. Divertindo-se com a imagem do espelho, pensou em tirar uma foto sua naquele espelho. O flash da câmera foi tão intenso naquele ambiente a meia luz, que a cegou por alguns instantes.  Quando seus olhos conseguiram ver de novo, o espelho estava negro e opaco, sem reflexo algum. Ellen, abismada, toca o espelho, que então se desfaz em cinzas. Atrás do espelho, estava escrita outra mensagem:

QUEBRE A MALDIÇÃO.


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Notas finais do capítulo

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