Acordei com a cabeça dolorida e abri os olhos. Estava num cômodo pequeno, com grades na janela e na frente... Espera isso é uma prisão? Como assim? Forcei a memória para saber que lugar era esse... Eu tinha atirado em Mei, bem na cabeça se não me falha a memória, de repente W caiu e... W, onde ele estava? Olhei para os lados e o vi, ainda inconsciente. Comecei a sacudi-lo até ele acordar, tão confuso quanto eu.

W: Ori... O que aconteceu?

Orihime: Eu não sei, alguém nos apagou e agora estamos aqui.

W: Uma prisão?

??: Não exatamente. Isso era uma delegacia antigamente, e como está desativada e fica num ponto bem remoto da cidade, então uma certa mocinha achou apropriado adquirir a propriedade.

Fiquei completamente sem ação ao ver quem era o dono da voz. Ele me observava com olhos frios e sua habitual expressão sínica.

Orihime: M-M-Mei? C-como?

Mei: Que bom que ambos já estão acordados. Não precisa dessa cara de terror mocinha, você não está morta nem eu sou um zumbi. Você só se animou demais quando atirou em mim e acabou matando uma pobre arvore. Depois foi só uma questão de me fingir de morto.

Orihime: Não fazer nada, isso é bem a sua cara.

Mei: Isso é bem petulante para alguém que está preso não acha? Principalmente falando com alguém que está maluco para te destruir por ter tentado me fazer de bobo.

Evans: Calma ai palhaço, se lembra das ordens da pirralha? Essa garota é a presa dela.

W: Evans?

Evans: Ah e ai garoto. Vocês dois devem estar bem confusos, e como temos um tempinho, acho que não tem problema explicar o que aconteceu. Desde a mensagem oi tudo um plano da pirralha metida para pegar vocês dois. Era só fornecer uma distração e vocês cairiam feito patinhos.

W: Atacar pelas costas, você baixou o nível Evans.

Evans: Não me agradou muito, mas foi minha única escolha para poder resolver meus assuntos com você.

W: Vai ser bem simples me matar desse jeito.

Evans: Ai não teria a mínima graça. A Milly fez um acordo comigo, eu ajudaria nessa palhaçada toda, e tenho o direito de ter minha pequena briga com você de um jeito justo, então não vai ter desculpas quando perder.

W: Presumo que se eu vencer vai ter outra pessoa para garantir que minha morte aconteça.

Evans: Ai já não vai ser problema meu. Quanto a você garota, a Milly vira em breve, ela quer acabar com sua vida pessoalmente.

Orihime: Nossa, eu devia me sentir honrada?

Evans: Bem, conversas a parte, aproveitem seus últimos momentos de vida, eu vou dar uma volta.

Mei: Não vai me ajudar a vigiar eles?

Evans: Qual é, mesmo sendo perigosos, os dois pirralhos estão presos e sem armas, acho que você pode dar conta sozinho. Me ligue quando a ação for começar.

Evans foi embora, realmente nenhum pouco preocupado com o perigo que podíamos ser, deixando Mei resmungando sobre como ele era preguiçoso e descuidado ou alguma coisa parecida. Tentei me concentrar em alguma forma de fugir, mas nenhuma ideia me vinha à cabeça, e pelo visto W estava na mesma situação. Droga, eu preferia ter morrido em qualquer situação até agora, menos pelas mãos de Milly. Não as coisas não podiam acabar assim.

W: Cabeça vazia também?

Orihime: É.

W: Parece que é o fim da linha pra gente.

Orihime: Pelo menos a T-suki e a Rangiku se salvaram.

W: Espero que elas não tentem nos procurar.

Orihime: Você sabe que isso é impossível.

W: É... Escuta ruivinha, eu quero me desculpar. Desde o inicio, eu que te envolvi nisso. Se eu tivesse deixado você ficar como antes, isso não estaria acontecendo a você.

Orihime: Não seja estúpido. Quem foi mesmo que me ensinou que desculpas devem ser usadas em ocasiões importantes? Então não desperdice. Eu não me arrependo de ter me envolvido nisso, se eu vou morrer pelo menos pude me conhecer de verdade. Meu único arrependimento é ter sido enganada por aquela maldita de cabelo verde. Mas fazer o que, não dá para voltar atrás, e isso também não foi sua culpa.

W: É, só aconteceu, nós acabamos não nos prevenindo, mas ajudamos algumas pessoas antes.

Orihime: Isso mesmo.

W: Valeu ruivinha, isso me deixou um pouco melhor.

Mei: Nossa que cena mais tocante. Eu devia fazer um filme com essa historia, e depois desse trágico momento um narrador diria ‘‘e eles deram seu ultimo beijo de amor e nem a morte conseguiu separá-los’’.

Não consegui dizer nenhuma palavra áspera a Mei, simplesmente porque ele caiu no chão inconsciente. Atrás dele, com alguma coisa bastante pesada nas mãos, estava a ultima pessoa que eu imaginava ver ali.

Ichigo: Parece que você não entendeu a historia cara. Ela é minha namorada. Depois que aprender isso pode fazer seu filme. Só quando acordar.

Eu havia perdido a habilidade de formular alguma frase, aquilo estava mesmo acontecendo? Será que meu cérebro não estava me dando delírios felizes para apaziguar a dor da morte?

Orihime: Ichigo... É você mesmo?

Ichigo: Claro que sim bobinha. E o que tem de errado com vocês dois, não me digam que já desistiram?

W: Estamos aceitando outras ideias. Alguma sugestão?

Ichigo: Que tal eu abrir esse troço e vocês irem atrás da Milly?

W: É uma ideia bem aceitável. Não acha ruivinha?

Orihime: Claro. Eu tinha agendado morrer daqui há pouco tempo, mas posso fazer umas mudanças e encaixar esse novo compromisso.