Como qualquer pessoa normal, me desesperei. Sai correndo o mais rápido possível. Cheguei lá e simplesmente pulei em cima de Leon:

-Leon, Leon, Leon, Leon!

Ele acordou num pulo, então me perguntou:

-O que?

-Cala boca! – um dos filhos de Hermes gritou. – O que aconteceu?

-Leon, Annabeth está em trabalho de parto, Quiron me mandou aqui pra te chamar, precisamos de você vem rápido.

Os filhos de Hermes que estavam acordados arregalaram os olhos e começaram a falar. Leon levantou pegando sua calça Jeans no saco de dormir e colocando-a rapidamente, e saiu correndo comigo até a Casa Grande, e chegando lá Annie gritava de dor, tão alto quanto eu já tinha visto alguém gritar.

-Meu Santo Hermes – Leon falou. Fomos para enfermaria. Annabeth fazia caretas de dor por causa das contrações e Percy andava de um lado pro outro arrancando os cabelos e murmurando muitas coisas.

Quiron Começou a dar várias instruções a Leon e sai da sala. Cerca de meia hora depois ouvi um choro de bebê, mas Annie não parou de gritar. Entrei e vi Percy embalando um bebê enrolado em panos brancos. Ele olhou pra mim sorrindo e falou:

-São gêmeos! O primeiro é um menino!

Um pouco depois o segundo bebê já nasceu, e Annie pegou os dois no colo. Ela estava respirando demoradamente, com um sorriso no rosto. Ela e Percy se beijaram e Annie falou:

-O... o milagre da vida... Dolorido, mas muito bom.

-Como vamos chamá-los? – Percy perguntou.

Annie começou a amamentar os bebês.

-O garoto é o Luke. Concorda? – Percy assentiu.

-A garota pode... pode se chamar Calipso? É um ótimo nome.

Annie não conseguiu demonstrar raiva direito no olhar, mas depois de uma cara de foca bebê do Percy ela falou:

-Tudo bem, é justo.

Leon e eu saímos e fechamos a porta, e percebi Leon tremendo muito.

-Leon, o que foi? – Perguntei.

Ele deu um gemido longo e sua cabeça pendeu pra frente. Peguei ele pra impedir que ele caísse no chão.

-Leon? – falei. Levei-o até o sofá e encostei acidentalmente a mão em sua testa. Estava queimando. – Leon!

Ele gemeu e abriu os olhos que estavam estranhamente verdes.

-Logo. Será logo. Ela não terá salvação. A ruína da flor vem com rapidez, não tardará, a dor vem junto com o amor.

Aquilo me pareceu com uma... Profecia. Leon fechou e abriu os olhos de novo e eles voltaram à cor normal.

-O que... – ele começou a falar – o que eu falei?

-Algo... algo sobre a ruína da flor.

-Meu santo Apolo – ele se encolheu.

-Isso é o que?

-Isso? Maldição. Xinguei um pouco Apolo. Ele me impôs isso. Agora eu começo a ter alguns sintomas e falo algo sem sentido. Eu nunca me lembro... – ele respirou fundo.

Eu peguei na mão dele:

-O que Apolo disse?

-Que eu ficaria tendo esses acessos até que ele achasse que estivesse bom. Ele passou a mão na testa. – Bem, eu tento me esconder quando eu sinto que vai acontecer. É complicado. Acontece pelo menos uma vez na semana. É-é complicado. Por isso é complicado ter amigos aqui. Por isso é complicado lidar com a família. Por isso é difícil lidar com a sociedade – ele falou em voz baixa.

-Leon – Mordi o lábio – alguém sabe disso?

-Não – ele falou.

-Nem Quiron? – eu murmurei. Ele só negou com a cabeça.

-Fique calmo, okay.

-Não conte pra ninguém.

-Eu guardo segredo.

Ele sorriu fracamente, pela primeira vez.

-Então okay.

-É bom você ir pro chalé de novo.

-Claro – ele tentou se levantar, mas caiu sentado de novo.

-Me ajuda? – ele perguntou.

Eu o ajudei a ir até o chalé de novo e ele deitou no saco de dormir, e logo dormiu. Eu voltei para Casa Grande e Quiron estava sentado na cadeira de rodas, e me observou longamente. Ele deu um sorriso e eu perguntei:

-Como eles estão?

-Estão bem. Percy parece estar realmente muito feliz por ter um garoto e uma garota para ensinar.

Eu olhei pela janela simplesmente pensando.

-Tenha algo que você queira me contar Bianca?

Olhei pra ele. De tantos anos educando heróis e convivendo com as pessoas, ele devia saber quando alguém estava escondendo algo.

-Não. – falei para ele desviando os olhos. Ele olhou mais fixamente para mim, tentando extrair a verdade, mas eu continuei calada.

-Pode ir dormir agora – Quiron falou – bons sonhos.

-Boa noite Quiron.

...

Algum tempo depois, por causa do recente ataque de um monstro as barreiras protetoras, todos estavam preocupados. Isso, segundo Percy, seria uma boa idéia para um lindo treinamento, e ele usou uma idéia do que já tinham feito na época que ele treinava. Simples. Escorpiões, louros e equipes de dois. Eu fiquei com Rose, enquanto Nico ficou com Leon. Dava pra ver o quanto Nico e ela estavam desapontados. Aposto que queria ficar juntos na dupla. Ia zoar Nico eternamente por essa.

-Então – falei para Rose enquanto nos esgueirávamos atrás de uma rocha – você e o Nico ainda não estão juntos? Tipo, namorando?

-Não Rose falou – ele corou levemente – eu... s-sou um pouco tímida, e ele também. Isso... Nós... A gente... Bem, eu podia falar com ele... algum dia.

-Posso ficar dando apoio? Posso? Eu podia ajudar, eu tive várias idéias, vocês podiam...

Ouvimos um galho se quebrar.

-Shhh – falei.

Até que vimos costas enorme e uma cabecinha pequena em cima do pescoço curto e gordo, e quando ele se virou... Tinha só um olho enorme do meio da testa. Arrastei Rose para trás de uma pedra, simplesmente por instinto. Ele tinha empalidecido tanto que parecia um fantasma, e os olhos esboçando terror.

-C... c... c-ciclope – ela gemeu. Ela abriu a boca para gritar, mas eu a tapei.

-Quieta! Vamos achar um jeito de derrotá-lo.