O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 7
Capítulo 7 - Um salto para o Abismo (pt. 2)


Notas iniciais do capítulo

"...Não chores por mim, no além foi onde aprendi..."



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Daniel recebeu a notícia que And trouxera após a inspeção na entrada da loja com muito pesar. Mal havia sido terminada a sua ‘cirurgia’ e eles já teriam que sair correndo. Ele sentia que não tinha forças nem para levantar por conta da enorme dor que sentira e pelo tempo que a flecha ficara atravessada em seu ombro.

And e Isabelle começavam a se preparar para sair, pegando suas mochilas e colocando nelas o que tinham retirado anteriormente, Daniel segue deitado.

-- Nós temos que sair o mais rápido possível! – Diz And apressada.

Isabelle vai em direção a Daniel e diz:

-- Vamos, nós temos que sair daqui! Levanta!

-- Eu não consigo, não sei se... Não sei se vou conseguir acompanhar vocês! – Diz Daniel ainda sentindo muita dor.

-- Nós não vamos conseguir sair, tem muitos deles e eles estão na porta! – Exclama And.

-- Eu... Nós não vamos te deixar aqui! – Diz Isabelle olhando para ele. – Vem!

Isabelle ajuda Daniel a se levantar, que em meio a muita dor consegue.

-- Você vem? – Pergunta And.

Daniel apenas acena que sim com a cabeça, os dois se dirigem a parte mais central da pequena loja, dando visão total da entrada. Os zumbis a pressionam com seus corpos, seus braços esticados já podem ser vistos e seus grunhidos soam de forma aterradora.

Não há outra saída, eles estão encurralados, a pressão sobre a porta fará com que logo ela ceda, é questão de tempo até que aqueles monstros invadam o local.

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A chuva diminui e a noite vai chegando aos poucos, Geraldo está andando pela praça, fazendo uma ronda para verificar se tudo está seguro. Angélica está sentada ao lado de Alex, ela bebe uma garrafa de água que lhe fora oferecida por ele próprio.

-- Eu não sei o que vou fazer Alex. – Diz ela olhando-o.

-- Não temos muitas opções, não é?

-- Eu digo no sentido... Eu não tenho mais família, não tenho mais amigos, trabalho... Eu... Eu era isso, entende?

-- Entendo sim, eu me dediquei muito a uma coisa e também a perdi, sei como é esse sentimento.

Angélica dá mais um gole na água, Alex a olha e pergunta:

-- Você estava sozinha em Fortaleza?

-- Não, eu estava com um amigo, mas ele...

-- Sinto muito!

-- O ônibus foi atacado, muita gente morreu! – Dá uma forte respirada. Alex põe a mão em seu ombro e fala:

-- Bom, eu tenho que ver umas coisas ali na ambulância, não fica pensando nessas coisas, tudo vai se resolver. – Ele se levanta e sai, ela o olha caminhar.

_____________________ X________________________

-- O que nós vamos fazer! – Exclama Isabelle.

-- Fica perto de mim Belle! – Diz And direcionada para a irmã.

-- Deixa eles entrarem! – Exclama Daniel. As duas irmãs voltam seu olhar para ele, ele continua:

-- Não tem nada a ser feito, eles entram e nós tentaremos sair! Me dá uma faca! – Diz ele olhando para And e estendendo a mão direita.

-- Você mal consegue ficar em pé! – Responde And.

-- Eu ainda posso usar o braço direito, posso ajudar!

-- Não, desculpe, mas não!

-- And! – Diz Isabelle em tom de reprovação.

-- Nós vamos morrer de qualquer jeito, me deixa pelo menos morrer me defendendo!

And o olha, retira uma faca da cintura e o entrega. Nesse momento, ouve-se um grande estrondo, a porta vai a baixo. And está mais a frente com o arco preparado, Isabelle e Daniel estão atrás cada um com uma faca.

Os três primeiros zumbis adentram o local, And acerta o primeiro com uma flecha na cabeça, ela erra o segundo tiro e enquanto preparava o arco para o terceiro disparo, Daniel vai a frente e mesmo cambaleando crava sua faca no crânio do segundo zumbi.

And pega sua faca e parte para o terceiro, eliminando-o. Porém mais mortos vivos começam a adentrar na pequena loja, um número que talvez eles não conseguissem controlar.

Daniel elimina mais um, And acaba em sequencia com dois, e Belle também dá a sua contribuição ao enfiar seu punhal no olho de um dos monstros.

-- Eles são demais pra nós, nós não vamos conseguir! – Diz Daniel.

-- Vamos tentar conseguir uma brecha, vamos nos aproximar da porta até conseguirmos um espaço para sair! – Diz And, ao mesmo tempo em que enfia com as próprias mãos uma flecha na cabeça de um dos zumbis.

Os três estão em combate corpo a corpo com os monstros, agora eles vão pouco a pouco caminhando em direção à entrada, enquanto deixam alguns corpos para trás. Daniel dá um chute seguido de um empurrão em dois mortos vivos, ele o faz e grita de dor, ainda por conta de seu ferimento.

Ele é o primeiro a conseguir sair, lá fora há uma quantidade razoável de zumbis, porém não o tanto que imaginavam. Talvez a forte chuva tenha atrapalhado um pouco a ação dos monstros, já que mais cedo ela caíra com muita intensidade. Já está escuro, o que torna tudo mais difícil e assustador.

And e Isabelle deixam a loja esquivando-se e aniquilando mais alguns mortos vivos. Isabelle fala:

-- Nós temos que chegar até o nosso carro!

-- Vocês tem um carro? – Pergunta Daniel.

-- Ele está bem perto daqui, temos que ir até lá! – Completa Isabelle.

Os três seguem a batalha, And volta a usar o arco, mas se vê mais eficiente ao utilizar a faca. Ela é quem mais mata zumbis, Daniel não consegue fazer movimentos bruscos e Isabelle se demonstra um fracasso em luta corporal.

Eles seguem abrindo caminho entre cabeças e entranhas, e vão avançando na rua.

-- Onde está o carro? – Pergunta Daniel.

-- Se conseguirmos chegar ao final da rua, veremos ele. – Responde And.

Eles estão caminhando no sentido da rua, que não é muito larga, aquela é uma área comercial, portanto as ruas não se mostram grandes.

-- O carro é um Ford vermelho! – Diz Isabelle para Daniel.

Eles conseguem chegar ao final da rua, não precisaram matar todos os zumbis, e nem poderiam, mataram o suficiente para avançar e o restante foi deixado para trás.

-- Ali está ele, vamos! – And fala enquanto aponta para o carro.

Eles encontram mais zumbis, porém o objetivo agora não era matar nenhum e sim chegar ao carro. Daniel ainda mata um morto vivo que havia se aproximado de Isabelle, ela já havia perdido sua faca em um dos seus primeiros golpes.

And é a primeira a chegar ao carro, seguida por Isabelle e Daniel, e antes mesmo que ele fechasse a porta de trás por completo, ela já havia arrancado daquele lugar.

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Alex cedeu sua ‘cama’ para Angélica, e ele e Geraldo estavam dormindo na parte da frente da ambulância. Angélica, deitada na maca, pensava em tudo que ocorrera nos últimos dias, na angústia que sentia a todo o momento, e do medo que nunca a deixava.

Olhava para o teto do veículo enquanto um pequeno filme passava diante de seus olhos, via toda a sua vida, o que era, o que é, e pensava no que se tornaria depois disso tudo. Seria uma longa noite, e provavelmente ela não dormiria.

Vagarosamente na tentativa de não fazer barulho ela se levanta, abre a porta de trás e sai de dentro da ambulância, sentia que precisava sentir o ar do lado de fora. Fecha a porta com o mesmo cuidado com o qual abriu e começa a caminhar lentamente pela praça.

Olha para as estrelas e observa ao redor. Na praça há algumas árvores, uma pista para corrida e brinquedos para as crianças, há um chafariz vazio e alguns estabelecimentos, como o restaurante no qual passaram à tarde. Ela segue caminhando até que algo chama sua atenção, ela ouve um estalar vindo de uma das árvores.

Ela dá dois passos a frente, mas hesita, sente medo. Não consegue enxergar por estar noite e não tem coragem de conferir de perto. Acha melhor voltar para a ambulância.

Antes de se virar para voltar ao seu veículo, ouve um som familiar, familiar e aterrorizante, um grunhido. Não há tempo para nada, somente para gritar. Dois zumbis que vieram por trás dela a agarram e levam-na para o chão.

-- Alex, Geraldo, socorro! – Ela grita desesperadamente em meio a dor de ter o pescoço e barriga mordidos.

Alex e Geraldo levantam de pronto ao ouvirem seus gritos, e correm em sua direção. Alex chega rapidamente, e com seu facão corta parte da cabeça do monstro que mordia o pescoço de Angélica. Antes que ele ou Geraldo pudessem acabar com o outro zumbi, um tiro é ouvido.

O tiro disparado acerta a cabeça do segundo morto vivo. Em meio à penumbra o atirador é revelado. Um homem negro de cabelo curto, 40 anos, alto e forte se aproxima tendo em mão uma pistola. Junto dele há duas pessoas, o primeiro é um homem de estatura mediana, 22 anos, não tão forte, cabelo preto curto e liso um tanto bagunçado, usa uma camisa azul e calça jeans preta. A segunda pessoa a acompanhar o atirador é uma mulher, 1,80m, cabelos ruivos na altura do ombro, 38 anos, porém com um corpo bem torneado, usa um vestido vermelho e fuma um cigarro.

Alex está ajoelhado segurando Angélica pela nuca, ela tosse um pouco de sangue, o olha e em seguida fecha os olhos, ela está morta. Em vão Alex ainda chama seu nome, mas não há mais nada a ser feito.

O atirador aponta a arma para Alex.

-- Levanta e se afasta!

-- O que? – Pergunta Alex indignado.

-- Levanta e se afasta! – Diz o atirador se aproximando ainda mais de Alex.

Ele o obedece, o homem se aproxima de Angélica. O segundo homem deste novo grupo vai até o atirador e diz:

-- Lincoln, eu acho que não é necessário... – Ele é interrompido por Lincoln.

-- Eu sei o que faço Gabriel!

Gabriel se afasta, Lincoln chega até o corpo sem vida de Angélica, aponta a arma e atira em sua testa.


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Notas finais do capítulo

Bom, aqui está mais um capítulo, espero que estejam gostando!

Este em especial foi bem difícil e cansativo de se escrever, principalmente a parte final.

Guilherme e Ane, seus personagens começaram a ser introduzidos, e serão dissecados melhor no próximo capítulo.

Mais uma vez agradeço, e continuem acompanhando!





Säteily