O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 38
Capítulo 38 - Mão Dupla


Notas iniciais do capítulo

"Não consigo parar de pensar, há demônios correndo, e todos os meus sentidos estão entorpecidos..."



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Victoria e Alex haviam acabado de se levantar após toda a frustração que havia sido a cirurgia. Ainda tentavam se localizar, estava muito escuro e seria necessário passar por três portas até chegarem ao corredor que posteriormente os levaria a saída.

–- Temos que achar o Daniel e o Rubão! – Disse Alex se apoiando na mesa de cirurgia.

–- Não podemos deixar ela aqui! – Exclamou Vic em meio às lágrimas.

–- Não há como levá-la... Tá muito escuro! – Respondeu tristemente Alex.

Victoria concordou, estava em choque, apesar da experiência adquirida em todos esses anos de medicina, ela agora pensava como uma pessoa comum, uma pessoa que havia perdido alguém importante.

Os dois entrelaçaram as mãos para facilitar o caminho que seria complicado em meio ao breu que a Unidade se tornara. Deram os primeiros passos esbarrando em diversos utensílios, inclusive derrubando alguns deles. Imaginaram qual seria o traçado até a porta do centro cirúrgico e continuaram a caminhada.

Enquanto andavam ouviram ao longe o som de disparos, não puderam contar, mas sabiam que haviam sido pelo menos três. Espantaram-se, Vic segurou firmemente a mão de Alex, que parou imediatamente para tentar mensurar a distância dos tiros.

–- Isso foram... Tiros? – Perguntou receosa Victoria.

–- Sim... É melhor irmos logo! – Exclamou Alex.

Os dois continuaram o trajeto, dessa vez acelerando o passo, derrubaram mais coisas durante os passos, mas conseguiram achar a porta do centro. Abriram-na e saíram, perceberam então que estavam no vestiário, que por ser uma sala menor, era mais fácil encontrar sua saída.

Não tiveram como achar suas roupas, foram obrigados por toda a tensão e medo a saírem com as roupas privativas, as roupas utilizadas durante a cirurgia. Acharam mais uma porta, e adentraram o salão de planejamento. Por ser a maior sala pela qual haviam passado, seria um pouco mais complicado achar sua saída, se utilizaram do tato para sentir a parede e os objetos, e tentar andar em linha reta até a porta.

–- Não solta a minha mão, se nos separarmos nessa escuridão vai ficar bem difícil! – Exclamou Alex.

–- Eu não vou soltar... – Respondeu embargadamente Victoria.

Derrubaram mais objetos e toparam em diversas coisas não identificáveis, não sabiam mais se estavam andando em linha reta ou se algum de seus tropeções havia desviado sua trajetória. Alex estava bastante assustado pelos tiros que havia ouvido, sabia que precisava mostrar-se forte para acalmar a agora frágil Doutora Victoria.

Tudo se mostrava em um grau elevado de pressão e tensão, a escuridão que tomava conta de todo o lugar era agravante e enorme. Estar separado do resto do grupo também era algo que exprimia bastante preocupação aos dois. O que mais queriam naquele momento era reunir a todos e sair dali o mais rápido possível.

–- Acho que estamos perto... -- Disse Alex.

Os dois seguiram se guiando pelas paredes e após algum tempo conseguiram chegar até a porta, Alex girou a maçaneta e a abriu. Vinha agora à parte mais difícil, como achariam a saída em meio a toda essa escuridão? Após tanto passado, não tinha como algum dos dois se lembrar do caminho que fizeram até chegarem lá. No escuro é quase impossível se guiar, eles precisariam agora decidir o que fazer.


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Daniel ainda estava muito assustado, mantinha firmemente Annabelle nos braços e seguia no chão, sem saber o que fazer. Seus pés que até o momento empurravam a porta na tentativa de impedir a entrada dos zumbis, agora se encolhiam. A porta começou a ser aberta, o técnico em radiologia seguiu imóvel, não sabia quem acabara de salvá-lo.

A porta finalmente é aberta, e sua visão é ofuscada por uma forte luz, luz oriunda de uma lanterna segurada na mão esquerda de um desconhecido. Daniel arregala os olhos e vê um rapaz de estatura mediana, porte físico normal e aparentes dezoito anos de idade. Ele usa um gorro escuro na cabeça e uma camisa branca. Na sua mão um revólver que Daniel não conseguiu identificar qual seria.

–- Você está bem? – Perguntou o rapaz de pé em frente a Daniel.

–- Eu... Quem é você? – Perguntou receoso.

–- Pode se levantar, aqui fora tá tudo limpo! – Disse ele. Daniel insistiu:

–- Quem é você?

–- Meu nome é Guilherme... Vamos logo, podem aparecer mais dessas coisas!

Daniel levantou e seguiu observando o rapaz que acabara de matar quatro zumbis do lado de fora da saleta onde havia se refugiado. Ainda intrigado com o que acabara de ocorrer, seguiu questionando-o:

–- Como me encontrou?

–- Eu não estou sozinho... – Antes mesmo de Guilherme seguir falando, Daniel o interrompeu:

–- Não está sozinho?! Quantos estão com você? Quem está com você?

–- Calma... – Disse Guilherme um pouco assustado com a atitude de Daniel – Eu estou com meus pais... Eles estão lá fora!

–- E como me acharam?

–- Ouvimos barulho de carros e motos pela cidade... É fácil perceber algo quando estamos sozinhos em um lugar... Vimos que alguns zumbis haviam vindo para cá e resolvemos ajudar...

–- Ajudar... Assim do nada? – Perguntou Daniel ainda intrigado.

–- O que foi cara?! Eu acabei de salvar a tua vida... A tua e a do bebê! – Respondeu Guilherme com um tom de irritação.

–- Entenda... Não é muito comum hoje em dia alguém ajudar o outro só por ajudar... Por isso minha desconfiança...

–- Tudo bem... Qual é o seu nome?

–- Daniel... – Respondeu brevemente.

–- E a criança?

–- Ela... Ela se chama Annabelle...

–- Bom Daniel... Vem comigo, vamos sair desse lugar! – Exclamou Guilherme.

Mesmo desconfiado ele o seguiu, ficou atento a todos os seus passos, não poderia precisar se o que Guilherme havia dito era verdade. Queria sair daquele mausoléu negro, e no momento a melhor escolha era seguir o rapaz que acabara de salvá-lo.

Guilherme parecia conhecer o caminho, usando sua lanterna para iluminar o local, foi guiando Daniel e Annabelle pelos corredores até a saída. Seguia com seu revolver em punho, preparado para atirar a qualquer momento. Os dois andaram mais um pouco até chegar à porta de saída, depois de uma olhada para todos os lados, Guilherme fez sinal a Daniel de que seria seguro sair, os três assim o fizeram e passaram pela porta, deixando a Unidade.

–- Achei essa cara com um bebê! – Exclamou Guilherme logo após saírem.

O sol já queimava todo o lugar, fazia muito calor naquela manhã, o utilitário que seu grupo havia utilizado para chegar a Ji-Paraná ainda estava no mesmo local, assim como diversos corpos de zumbis jogados ao chão, resultado do embate de Rubão para salvar Alex e a criança.

Assim que Guilherme gritou aviando o que havia encontrado, do outro lado da rua saíram um casal de trás de uma árvore, os dois tinham a mesma faixa etária basicamente, entre cinquenta e oito e sessenta e um anos. O senhor que caminhava mais a frente em direção a eles era branco e tinha os cabelos também brancos, além de ser um pouco calvo, não era alto e demonstrava estar um pouco acima do peso.

A senhora que agora já caminhava ao lado do homem, era um pouco mais baixa que ele e também tinha o porte físico acima dos padrões, cabelos curtos e grisalhos, usava um vestido de pano vermelho e branco, enquanto que o senhor usava uma camisa de botões marrom e uma calça cinza social. Eles se aproximaram e Guilherme fez as honras:

–- Pai esse é o Daniel e essa é... Annabelle – Disse ele puxando o nome correto da memória – Esses são meus pais... Marta e Arnaldo.

Daniel os cumprimentou com um aceno de cabeça, ainda estava sob o efeito de tudo que havia se passado. Olhou para Guilherme e pode vê-lo melhor, um rapaz branco, com um gorro preto na cabeça que esconde seu cabelo curto, uma camisa branca suja e rasgada, uma calça jeans surrada, seus olhos pequenos e negros contrastam com seu rosto que aparentemente demonstra noites mal dormidas, além disso, há uma rala barba que começa a completar o desenho de sua face.

–- Ele estava escondido dentro de uma sala lá dentro, tinha quatro zumbis! – Exclamava Guilherme ao contar a história a seus pais.

–- Você está bem rapaz? – Perguntou Arnaldo.

–- Sim... Estou!

–- Essa linda bebezinha é sua filha? – Perguntou Marta sorrindo e olhando para Annabelle.

–- Ela... Sim... Ela é minha filha! – Exclamou.

–- Olha só Guilherme, a sua irmã é que...

–- Andressa! – Exclamou Daniel interrompendo a senhora.

–- O que? – Perguntou Guilherme.

–- Tem... Tem mais três pessoas lá dentro! – Daniel percebeu a gravidade da situação – A cirurgia... Droga!

–- O que é isso? Tem mais gente lá dentro? – Perguntou Arnaldo.

–- Sim! Tem três pessoas lá dentro... Eu preciso voltar! – Exclamou Daniel.

–- Você não pode ir lá sozinho... Guilherme vá com ele! – Disse Arnaldo.

–- Onde eles estão? – Perguntou Guilherme.

–- No Centro Cirúrgico! – Respondeu. Guilherme colocou a mão no bolso e retirou seis balas, recarregando seu revólver.

–- Deixe a criança com a gente, é perigoso lá dentro! – Disse Marta fazendo sinal para que Daniel entregasse Annabelle. Daniel observou seu gesto e recuou.

–- Não, ela vai comigo!

–- Pode confiar na gente... É mais seguro ela ficar! – Insistiu a velha senhora.

–- Eu não confio mais... Ela vai comigo! – Refutou Daniel.

Guilherme fez sinal para que eles fossem logo, Daniel o acompanhou e os dois adentraram o lugar novamente.


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–- Você ainda se lembra de qual o caminho para a saída? – Perguntou Alex a Victoria, os dois ainda estavam na porta tentando traçar sua trajetória.

–- Nós não deveríamos ir até o Rubão e o Daniel? – Perguntou ela.

–- Eu não sei... Esses tiros podem ter vindo de lá... É melhor procurarmos a saída!

–- Você acha que eles podem estar...

–- É melhor não arriscarmos... Vamos tentar encontrar a saída! – Disse Alex.

–- Temos que seguir o corredor pelo lado direito... – Explicou Victoria.

–- Tudo bem então...

Os dois foram calmamente seguindo o caminho indicado por Vic, era assustador se encontrar em tal situação, os dois estavam caminhando em meio à escuridão rumo ao desconhecido, precisavam o mais rápido possível encontrar um caminho.

–- Eu não sei o que vou dizer ao Rubão e ao Daniel... – Disse Vic.

–- Dizer que nós tentamos... Tentamos até o fim.

Além da escuridão, Alex ainda tinha sua perna como inimiga, usava Vic e as paredes como apoio, mas estava complicado caminhar. Sentia dor a cada passo, apesar de não demonstrar, sua fratura não havia sido tratada, apenas imobilizada, além de tudo ainda ser muito recente.

Chegaram aos dez passos e não faziam ideia de onde estavam, torciam para que estivessem no lugar certo. Chegaram ao fim do primeiro corredor e se depararam com outro, que ia tanto para a direita, quanto para esquerda.

–- Para que lado vamos agora? – Perguntou Alex.

–- Eu... Eu não sei... Não sei onde estamos, não sei mais para onde ir! – Exclamou em tom de desespero Vic.

–- Calma... Mantenha a calma... Nós vamos encontrar a saída! – Disse Alex tentando reanimar Victoria em um tom mais otimista.

Passos começaram a ser ouvidos vindo da direção contrária a deles, Alex pediu silêncio a Victoria, os dois não sabiam quem poderia ser, e após ouvirem os tiros, não queriam arriscar.

Acompanhado dos passos, a luz de uma lanterna pode ser avistada, junto a isso um murmurinho vindo da mesma direção. Alex e Victoria se abaixaram, encostados a parede.

–- É aqui o centro cirúrgico? – Perguntava uma voz vinda da luz.

–- Sim, é aqui... – Dizia outra voz.

Alex começou a identificar uma daquelas até então desconhecidas vozes. Além disso, pode ouvir o som de um bebê sendo exclamado. Antes que pudesse chamar por Daniel, ele disse primeiro:

–- Alex, Victoria... And... Vocês estão aí? – Alex se levantou e disse:

–- Aqui... Estamos aqui, encostados na parede! – Exclamou.

A luz oriunda da lanterna se aproximou dos dois, eles puderam ver Daniel e Guilherme, que para eles ainda era um desconhecido.

–- Vocês estão bem? – Perguntou Daniel.

–- Sim, estamos! – Alex olhou para o que segurava a lanterna – Quem é ele?

–- Ele é o Guilherme... Me ajudou agora a pouco! – Respondeu Daniel. Ele olhou para Vic que não o encarava, estava de cabeça baixa e entristecida. – O que... O que aconteceu com a And... Ela...

–- Sim! – Respondeu triste e brevemente Alex. Daniel andou de um lado para o outro, apesar de imaginar que esse seria o fim de Andressa, era difícil encarar sua morte. – E... A luz... Deve ter sido... – Daniel não conseguia completar uma frase, estava com um forte sentimento de angústia.

–- Eu não consegui... Não pude fazer nada! – Exclamou Victoria.

–- Você... Você não tem culpa... – Amenizou Daniel.

–- Olha eu sei que não devia me meter... Mas apesar do que aconteceu, acho melhor sairmos logo daqui... Podem ter zumbis! – Disse Guilherme.

–- Ele tem razão vamos... – Respondeu Alex.

Os cinco seguiram caminhando pelas dependências da Unidade, sempre com Guilherme à frente, por conhecer o caminho e por portar a lanterna e a arma. Alex aproveitou para questionar Daniel em um tom que o novo rapaz não pudesse captar:

–- Como foi que ele apareceu? – Perguntou Alex se referindo a Guilherme.

–- Eu estava fugindo de uns zumbis quando a eletricidade acabou... Me escondi em uma sala e fiquei lá... Ele apareceu e matou os zumbis.

–- Assim do nada? – Voltou a questionar.

–- Ele está com os pais, disseram que ouviram toda a nossa movimentação... Por isso sabiam que nós estávamos nessa Unidade...

–- Acha que podemos confiar neles?

–- Não sei dizer... – Respondeu Daniel.

–- E onde está o Rubão?

–- Já faz algumas horas que ele surtou... Nós estávamos na cozinha quando ele ficou estranho, diferente... Saiu do nada, disse para não se preocupar, correu pra fora daqui!

–- Correu pra onde?

–- Não faço ideia! – Respondeu.

Eles continuaram seu caminho, após mais alguns passos, finalmente encontraram a saída. Do lado de fora Alex e Victoria puderam ver os pais de Guilherme segundo Daniel havia dito.

–- Quem bom que vocês conseguiram! – Exclamou o velho Arnaldo com ar de contentamento.

Alex e Victoria não estavam confortáveis com tal situação, aquelas pessoas eram completos estranhos para eles, e após terem passado por tanto, era complicado confiar em qualquer um de primeira.

–- Daniel... Temos que achar o Rubão! – Disse Alex exclusivamente a ele.

–- Como se chamam queridos? – Perguntou docemente Marta.

–- Eu me chamo Alex e essa é Victoria! – Respondeu, Vic nada disse, seguia calada.

–- Nós ouvimos o carro de vocês e vimos também os zumbis se aproximando... Achamos melhor vir verificar! – Disse Arnaldo – Ah... Eu me chamo Arnaldo e essa é minha esposa Marta... Esse rapaz é nosso filho Guilherme!

Ambos se cumprimentaram, o clima entre eles seguia da mesma maneira, o ar de desconfiança pairava sobre todos.

–- Vocês são daqui mesmo? – Perguntou Alex.

–- Sim... Temos uma casa em um bairro mais afastado... É seguro por lá! – Respondeu Guilherme.

–- Seguro? Uma cidade nunca é segura! – Disse firmemente Daniel.

–- E de onde vocês são? – Perguntou Arnaldo.

–- Manaus... – Respondeu Alex.

–- Manaus? Vocês vieram de Manaus? – Perguntou Marta surpresa.

–- Sim... Estamos há um mês na estrada praticamente... – Respondeu Daniel.

–- Como conseguiram chegar tão longe? – Perguntou Guilherme também surpreso.

–- Passamos por poucas e boas... – Disse Alex – Nós... Precisamos ir, temos que encontrar um amigo... Ele está em algum lugar na cidade... – Completou.

–- Mais um? Vocês estão em quantos? – Perguntou Arnaldo.

–- Já fomos mais... – Respondeu Daniel brevemente. A cada troca de frases com aquela família, ele segurava mais firmemente Annabelle, queria assegurar que se algo ocorresse, ela estaria a salvo.

–- Não podem sair por aí... Tem zumbis na maioria da cidade! – Rebateu Guilherme.

–- Vocês não vivem nessa mesma cidade? Não deveria ser perigoso pra vocês também? – Questionou Alex.

–- Já dissemos... Nós moramos em um bairro afastado, lá não há infectados! – Respondeu Marta.

–- Agradecemos sua ajuda... Se não fossem por vocês ainda estaríamos perdidos no escuro... Mas não podem nos impedir de procurar nosso amigo... Já tivemos muitas perdas, não podemos ter mais uma! – Discursou Alex.

–- Não podemos e não iremos impedir vocês... Só estamos dizendo o que julgamos como mais sensato – Começou a falar Arnaldo – Podemos levá-los até nossa casa, lá vocês podem se alimentar, alimentar a criança e depois procurar o amigo de vocês!

–- Sentimos muito pela perda de vocês! Só queremos ajudar! – Completou Marta. Daniel foi até Alex e disse baixo somente para ele:

–- Não sei não Alex... Essa velha tá olhando pra Annabelle desde a primeira vez que a viu... Não podemos deixar o Rubão!

–- Annabelle? Esse é o nome dela? – Perguntou Alex.

–- Sim – Respondeu Daniel sorridente.

–- Precisamos decidir em grupo... – Respondeu Alex a Arnaldo e sua família.

Os quatro se viraram e passaram a conversar entre si, Alex foi o primeiro a falar olhando para Daniel e Vic:

–- O que vocês acham... O que devemos fazer?

–- Eu não sei... Eles parecem bonzinhos demais... – Disse Victoria finalmente se manifestando.

–- O Rubão... Não podemos esquecer do cara! Ele não estava normal... Temos que procurá-lo antes que algo aconteça... – Pronunciou-se Daniel.

–- Temos que ser racionais, nós não conhecemos a cidade, vamos ser simpáticos com eles e pedir informações sobre o lugar, talvez um mapa... Temos também que considerar a possibilidade do Rubão...

–- Se for para considerar isso, é melhor nem procurarmos! – Respondeu Daniel em um tom mais raivoso.

–- Acho melhor acompanhá-los... Se eles forem perigosos nós simplesmente vamos embora... Mas eu não imagino que eles possam querer alguma coisa de nós! – Disse Alex.

–- Se você acha, eu também concordo... – Respondeu Vic.

–- Eu carrego duas vidas agora! – Disse Daniel – Nós vamos acompanhá-los, pedir o mapa e depois ir atrás do Rubão! – Finalizou.

Eles agora se voltaram à família que observava a reunião que o grupo de Alex acabara de realizar, ele próprio foi o porta voz para manifestar a decisão tomada em conjunto naquele instante:

–- Nós vamos acompanhar vocês... Muito obrigado!

–- Então vamos logo... Nossa filha vai preparar uma comida deliciosa! Aposto que na estrada não comeram nada comparado a isso... – Seguia falando animadamente a senhora Marta.

Daniel tentava manter distância desse novo grupo que havia cruzado seu caminho. Ele não fazia ideia de quem eram e nem o motivo de terem se arriscado para salvarem suas vidas. Queria acreditar na bondade e inocência de todos, mas não podia se dar a tal luxo. Confiar demais em um desconhecido poderia significar uma punhalada mortal. Além de pensar na segurança de seus amigos e da pequenina, pensava em Andressa, que por todos os problemas nem pudera ter um luto decente, um funeral ou pelo menos uma homenagem póstuma.

Tentava imaginar onde Rubão poderia estar, se ele estaria seguro, ou se pelo menos estaria vivo. Imaginava que ele estaria com alguma doença, algum distúrbio, pois seu comportamento fugia do normal. Agora era acompanhar essa família e torcer para que as aparências refletissem a realidade.


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Notas finais do capítulo

Aqui foi mais um capítulo!

Espero que tenham gostado, opinem e comentem!









Säteily



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