O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 39
Capítulo 39 - Mão Dupla (pt. 2)


Notas iniciais do capítulo

"Todos podemos nos encontrar por lá"



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Enquanto se dirigiam a casa da família de Guilherme, Alex sutilmente foi tentando arrancar mais informações sobre aquelas pessoas. Segundo eles, os mesmos não possuíam um veículo, e quando saiam de casa, se locomoviam a pé e sempre a curtas distâncias. Perguntados sobre o motivo de não terem deixado a cidade, disseram que no começo imaginaram ser algo passageiro, e que não seria necessária uma fuga. Ao perceberem a gravidade do ocorrido, resolveram se manter por lá mesmo, evitando ao máximo o encontro com zumbis.

O carro que Rubão havia pegado foi utilizado por eles como transporte, para serem mais rápidos. Daniel sentou-se atrás juntamente com Victoria, Marta e Guilherme. Alex foi dirigindo sendo guiado por Arnaldo.

Tomaram um caminho que os levava ao norte em relação à Unidade de Emergência, seguiram brevemente por uma avenida até adentrarem a um bairro, onde as ruas ficaram mais estreitas. Zumbis puderam ser observados no início do trajeto, mas ao adentrarem ao bairro, os mesmos foram vistos em quantidade cada vez menor.

O sol diminuíra sua intensidade e nuvens já começavam a se formar no céu, tudo isso graças ao instável tempo nortista, mudando drasticamente de sol escaldante para chuvas torrenciais. O bairro em que dirigiam, estava bem mais conservado que o restante da cidade, as casas pareciam intactas e folhas das árvores balançavam pelo vento que começava a soprar dava a tudo um tom mais intimista.

Arnaldo e Marta falaram por toda a viagem como eram a cidade e o bairro antes de tudo acontecer. Contavam alegremente como eram as tardes em que crianças jogavam futebol no asfalto enquanto outras empinavam pipa. Diziam como a cidade era calma e tranquila, e como o comércio explodia aos finais de semana. Eles pareciam ainda não ter incorporado o espírito do novo mundo, e não era possível discernir se isso era bom ou ruim.

Mais ruas foram percorridas, até que eles chegaram a um ponto em que Arnaldo havia pedido para pararem, finalmente chegaram à residência deles. O local assim como o restante da região, era arborizado, as casas pareciam intactas, como se nada houvesse acontecido, como se seus donos ainda morassem ali.

A casa de Arnaldo e sua família estava depois de uma cerca gradeada, com aproximadamente um metro e sessenta de altura, havia um pequeno pátio após a cerca e a casa tinha sua fachada pintada de vermelho em uma tonalidade mais clara. Tinha uma porta e uma janela a frente, o local aparentava ser confortável.

Ao saírem do carro, Arnaldo foi até Guilherme e falou algo a ele, o rapaz retirou do bolso um molho de chaves e entregou a seu pai, que foi até o portão e passou a destrancá-lo.

–- É aqui que nós moramos! – Exclamou o sorridente senhor.

Daniel, Victoria e Alex se olharam, e em seguida seguiram os demais adentrando o local. Arnaldo foi à frente e gritou logo ao entrar:

–- Mônica! Mônica minha filha, já voltamos!

Passos rápidos foram ouvidos e uma bela jovem se apresentou a eles, pele clara, cabelos compridos negros amarrados e um pouco bagunçado, um rosto delicado com leves traçados, olhos pequenos e escuros e um corpo com curvas moderadas, sua idade está entre vinte e quatro e vinte e cinco anos. Trajava uma blusa e um short e por cima dos mesmos, um avental verde escuro.

Antes de falar com os visitantes que acabara de receber, a moça disse com um tom de preocupação ao pai:

–- Ainda bem que voltaram! Estava preocupada! – Exclamou ela.

–- Tá tudo bem minha filha! – Disse Marta.

–- Eu poderia ter ido com vocês... Ou você poderia ter ficado mãe! – Disse Mônica à mãe.

–- Você sabe que eu tinha que ir lá... Precisava ver... Você sabe! – Respondeu Marta.

–- Tá tudo bem mana... – Disse Guilherme a ela.

–- Bom... Temos que apresentá-los... Esses são Daniel, Victoria e... Alex! E essa é a pequena...

–- Annabelle! – Daniel completou a frase de Arnaldo.

Mônica se aproximou de Daniel e com uma feição carinhosa tocou os dedos da pequena criança em seu colo.

–- Que lindinha! Annabelle... É um lindo nome! – Disse ela.

–- Obrigado... – Respondeu Daniel.

–- Você é o pai dela? – Questionou novamente.

–- Sim... Eu... Sim! – Respondeu ainda em dúvida sobre o que deveria dizer. Alex o olhou surpreso com a resposta.

–- Ela tem quantos meses? – Perguntou Mônica novamente.

–- Três... Quatro... – A resposta não saiu com precisão e Daniel decepcionou-se consigo mesmo.

–- Quatro? Então você foi pai antes de tudo isso acontecer... – Disse ela sempre olhando a criança. – Daniel nada disse. – E a mãe?

–- A mãe morreu! – Respondeu Alex por Daniel, ele já havia entendido o seu objetivo.

–- Foi há um mês! – Complementou Victoria também entrando no jogo.

–- Sinto muito... – Disse Mônica olhando Daniel diretamente.

–- Bom... É melhor entrarmos, está quase na hora do almoço! Vamos mostrar a vocês onde vão ficar! – Disse Arnaldo quebrando o momento.

–- Senhor... Precisamos conversar... – Começou a argumentar Alex.

–- Depois, depois... Vamos entrar e comer primeiro! – Disse o velho interrompendo Alex.

A família entrou na casa primeiro, seguidos de Daniel, Alex e Vitoria. O local tinha dois andares, não era muito grande, mas bem divido e organizado, parecia realmente ser um local aconchegante. A sala foi o lugar que adentraram primeiro, os móveis limpos e em seus devidos lugares, um televisor, uma estante com livros e um jogo de sofás constituíam o ambiente.

Guilherme foi até a porta e a trancou, Marta parou e todos a acompanharam, ela disse em seguida olhando para a filha:

–- O que você está preparando para o almoço, querida?

–- Um franguinho especial! Já já fica pronto! – Respondeu Mônica animadamente.

–- Precisam de alguma coisa? – Perguntou Arnaldo.

–- Preciso alimentar Annabelle... – Respondeu Daniel se pondo a frente.

–- Claro, claro! Acompanhe Mônica, na cozinha você poderá preparar o leite dela! – Respondeu Marta.

Daniel olhou para Alex que fez sinal de positivo com a cabeça, ele então seguiu a filha de Marta até o local indicado. Alex e Vic ficaram na sala com o restante da família que também se prostrara por lá.

–- Seu Arnaldo, precisamos mesmo conversar! – Insistiu Alex.

–- Nós vamos rapaz... Se acalme! Olha só... O Guilherme vai levar vocês até o quarto de hóspedes... Lá vocês podem tomar um banho e depois falamos sobre o que quiserem! – Respondeu Arnaldo calmamente.

Alex não teve reação, apenas concordou. Guilherme sinalizou para que o casal o seguisse. Subiram a escada e no segundo andar entraram na terceira porta.

–- Fiquem a vontade... O quarto é de vocês! – Disse Guilherme saindo em seguida.

–- Obrigado! – Respondeu Vic em um tom baixo.

Guilherme saiu do quarto e fechou a porta, o lugar era de tamanho mediano, havia uma cama aparentemente confortável, um aparelho de TV, uma estante e um guarda roupas, além da porta do banheiro do quarto ao fundo. Alex abraçou Victoria que ainda estava muito triste.

–- Podemos confiar neles? – Perguntou ela.

–- Eu não sei... Podemos tentar! – Respondeu.

–- Temos que ir atrás do Rubão... Não quero mais ficar nessa cidade... – Disse novamente Vic.

–- Nós vamos... Vamos retribuir essa generosidade deles... Ficamos, almoçamos e depois vamos embora...

–- Tudo bem... – Disse ela.

–- Vamos tomar um banho... Há muito tempo que não fazemos isso! – Disse ele olhando sugestivamente para ela, que sorriu brevemente.


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–- O que você tem dado para ela comer? – Perguntou Mônica a Daniel.



–- Fórmula... – Respondeu brevemente.

Ela se dirigiu até um armário de panelas e de lá retirou uma entregando a Daniel.

–- Você pode preparar aqui!

–- Tudo bem... Obrigado! – Agradeceu.

A cozinha assim como o restante da casa era bastante organizada, aquela família parecia ainda querer viver como se nada houvesse acontecido, como se o mundo não tivesse virado de cabeça para baixo.

Daniel retirou a fórmula de Annabelle de sua mochila e levou até a panela, começando a prepará-la. Antes de iniciar o processo, Mônica adiantou-se e se ofereceu para fazê-lo.

–- Pode deixar... Eu faço! – Disse ela.

–- Obrigado! – Agradeceu Daniel novamente.

–- Desculpe me intrometer, mas... Você é tão novo e já é pai... Quantos anos você tem?

–- Dezenove... Vinte! – Após tanto ocorrido, Daniel só percebera agora que já haviam se passado três dias desde o seu aniversário, haviam coisas muito mais importantes para se lembrar e nenhuma para comemorar.

–- Parabéns, sua filha é linda! – Disse a sorridente Mônica.

–- Como sobreviveram esse mês aqui? – Perguntou Daniel.

–- Não fomos afetados... Evitamos ir até as áreas mais populosas... Seguimos nossa vida! – Respondeu.

–- É surpreendente o fato de nunca um zumbi ter vindo aqui... Nós cruzamos com muitos na Unidade de Saúde! – Exclamou Daniel.

–- Lá é um lugar que estava cheio de gente... O que faziam lá?

–- Nós estávamos tentando salvar uma amiga... Uma integrante do grupo...

–- Pelo visto...

–- Sim... Não conseguimos! – Disse Daniel complementando Mônica.

–- Sinto muito mais uma vez... – Mônica voltou-se ao fogão, onde preparava o alimento de Annabelle, após pronto pegou a mamadeira que Daniel portava e trouxe para ele, entregando-o – Aqui está... Aqui está bebê! – Disse ela olhando novamente para a criança.

Daniel começou a alimentá-la, ela estava realmente faminta, provavelmente já havia passado do horário de comer.

–- Já decidiram o que irão fazer? – Perguntou Mônica.

–- Nós vamos atrás de nosso amigo perdido e depois vamos seguir para... Seguir nosso caminho! – Respondeu.

–- Vocês acham mesmo a estrada mais segura que a cidade?

–- Eu não acho nenhum deles seguro... Mas fizemos uma escolha! – Respondeu Daniel.


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Alex e Vic tomaram banho juntos, um longo banho. Estavam cada vez mais próximos e tais momentos de intimidade os entrelaçavam cada vez mais. Após o merecido banho, se trocaram e foram obrigados a vestir a mesma roupa, a roupa da cirurgia, o único que havia conseguido trazer a mochila fora Daniel. Enquanto se vestiam passaram a conversar:



–- Você viu o Daniel? “Minha filha”... – Disse Alex.

–- Vi sim... Ele gosta muito dessa criança, não é?

–- Verdade, ele se apegou muito a ela... – Respondeu Alex.

–- Eu só queria pelo menos poder enterrá-la... – Falou Victoria tristemente.

–- Eu também... Eu também! – Complementou Alex.

Os dois terminaram de se vestir e desceram as escadas. Ao chegarem lá embaixo, se depararam com o casal de senhores sentados no sofá.

–- Como estava a água? – Perguntou Marta.

–- Muito boa senhora... Obrigada! – Agradeceu Vic.

–- Não se preocupem, depois vamos arrumar algumas roupas para vocês! – Disse a senhora novamente.

–- Onde está o Daniel? – Perguntou Alex.

–- Na cozinha com Mônica e aquela coisinha linda! – Respondeu Marta.

Os dois agradeceram pela informação concedida e se dirigiram até o lugar indicado. Adentraram a cozinha e viram Daniel sentado a mesa com Annabelle nos braços, Mônica ainda cozinhava o prometido almoço.

–- Tá tudo bem? – Perguntou Alex.

–- Sim, tudo... – Respondeu Daniel, que se levantou.

–- Me deem dez minutos, o almoço já vai aprontar! – Exclamou Mônica.

–- Sem problemas... – Disse Vic. Daniel se aproximou e começou a falar baixo para Alex e Victoria.

–- Essa família é feliz demais Alex! – Disse ele.

–- Vamos esperar esse almoço... Se formos agora, eles não irão nos ajudar a encontrar Rubão! – Falou Alex.

–- E precisamos deles para isso? – Indagou Victoria.

–- Olha... Eles podem nos dar uma indicação... Eles conhecem a cidade, nós não sabemos nada... – Refutou Alex.

–- Não sei se o fato deles conhecerem a cidade vai nos ajudar a encontrá-lo! – Exclamou Daniel.

–- Só esse almoço... Como agradecimento... Devemos nossa vida a eles! – Rebateu mais uma vez Alex.

–- Tudo bem... Só esse almoço... Depois vamos procurar Rubão e sair dessa cidade! A alegria deles me assusta! – Disse Daniel em definitivo.

O clima seguiu dessa mesma maneira, a família de Guilherme e Mônica mostrava-se extremamente receptivos, e isso gerava desconfiança em Alex e seu grupo. Além de estarem em uma situação desconfortável, queriam o mais rápido possível procurar Rubão, pois o tempo acabava sendo inimigo deles.

Após mais alguns minutos, Mônica foi até a sala onde todos estavam e disse que o almoço já estava pronto. Os mesmos dirigiram-se até a cozinha, onde se reuniram ao redor da mesa:

–- Aqui está... Especialidade da casa! – Disse Mônica trazendo o prato principal.

–- Antes de comermos, vamos orar por todas as coisas boas que nos ocorreram! – Disse Marta. Ela própria segurou a mão do marido, que continuou a corrente, fazendo com que todos dessem as mãos. Ela prosseguiu:

–- Senhor Jesus, peço hoje por todos os nossos irmãos que agora se juntam a nós... Pedimos que o senhor os proteja e nos abençoe sempre... Agradecemos pelo alimento e por mais um dia de vida ao lado da família! Amém!

O comportamento da família era comum, estranhamente comum. Como poderiam viver tão à vontade? Como poderiam se achar seguros no meio em que viviam? Alex já pensava em resolver logo a peleja e partir em busca de Rubão.

–- Eu queria mais uma vez agradecer aos senhores por nos ajudar e nos instalar em sua casa, muito obrigado! – Disse Alex – Mas precisamos ir atrás de um amigo que está perdido em algum lugar da cidade, e gostaríamos de pedir a ajuda de vocês com um mapa, ou com alguma indicação... – Completou.

–- O amigo de vocês deve estar morto! – Exclamou Guilherme.

–- Guilherme! – Repreendeu sua mãe – Vamos ajudar vocês sim, é claro!

–- Só não sei se isso os ajudará a encontrá-lo, mas lhe daremos um mapa. – Continuou Arnaldo.

–- Isso já nos ajuda bastante! – Disse Alex. Ele começava a fazer o jogo que julgava ser o correto, ser educado com eles para que pudesse sair dali o mais breve possível.

–- O caminho de vocês deve ter sido duro, não? – Perguntou Mônica.

–- Foi bem difícil... Tivemos algumas perdas... – Respondeu Alex, que se transformara no porta voz do grupo.

O almoço prosseguiu dessa mesma forma até seu fim. A família era bem falante, comentava sobre vários assuntos, sendo rindo e fazendo piadas. Daniel e Vic apenas comiam, passaram todo o tempo sem falar nada, enquanto Alex socializava com Arnaldo, sua esposa e seus filhos.

Após esse momento ter se passado, Alex pediu para que Arnaldo entregasse a ele o mapa, o homem de bom grado o fez, ainda dizendo que o centro comercial poderia ser uma das áreas que Rubão poderia estar.

–- Muito obrigado senhor, agradecemos por tudo! – Disse Alex.

–- Sem problemas, foi um prazer! – Respondeu ele.

Todos se despediram, Alex, Vic e Daniel já se preparavam para partir, quando ouviram uma voz dizer:

–- Você também vai? – Era Marta perguntando a Daniel.

–- Como senhora? – Perguntou ele surpreso.

–- Porque você não espera por eles aqui? – Indagou novamente.

–- Nós já vamos partir... Assim que encontrarmos Rubão pegaremos a estrada. – Respondeu Daniel.

–- Olha só querido... A sua garotinha está muito suja... Ela precisa de um banho!

–- Acho que não é... – Daniel acaba sendo interrompido pela senhora:

–- É necessário sim! Ela pode ficar doente... – Disse se aproximando e arregalando os olhos – Vai por mim... Eu já criei dois filhos!

Os argumentos da velha Marta eram muito bons, Daniel tinha que concordar que Annabelle estava muito exposta e realmente precisava de um banho. Dando um voto de confiança a prestativa senhora, Daniel respondeu:

–- Tudo bem... – Olhou para Vic e Alex – Podem ir, vou dar um banho na pequena e depois nos encontramos!

–- Você vai ficar bem? – Perguntou Victoria.

–- Vão logo, achem e Rubão e venham! – Disse Daniel como resposta.

O casal saiu da casa e se dirigiu até o carro, partindo em busca de Rubão. Daniel seguiu na sala, sendo observado por todos que ali estavam. Marta foi até ele e disse mais uma vez em um tom amável:

–- Deixa eu segurar essa doçura no colo?

Daniel refutou a princípio, não sabia se podia confiar Annabelle aquelas pessoas. Marta insistiu:

–- Ora querido... Que mal posso fazer a ela? Deixe segurá-la brevemente...

Daniel concordou, pensando bem não deveria haver mesmo algum mal em deixar que a senhora segurar a criança. Como em um gesto de confiança, Daniel entregou-a aos braços da velha mulher.

–- Que linda que você é garotinha! Você é tão fofinha! – Dizia Marta segurando a criança nos braços. Ela começou a andar se afastando de Daniel. Ele a acompanhou, ela foi caminhando em direção as escadas. Antes que Daniel pudesse dizer algo, Marta exclamou:

–- Guilherme!

O rapaz puxou sua arma da cintura e apontou para Daniel, deixando-o paralisado. Ele percebeu que deveria ter seguido seus extintos, acabou sendo cegado pelos bons modos e educação que aquela família demonstrava.

–- Filhos da puta! O que vocês querem?! – Perguntou Daniel revolto.

–- Olha os modos garoto! – Repreendeu Arnaldo.

Após subir alguns degraus da escadaria com Annabelle nos braços, Marta respondeu ao questionamento de Daniel:

–- Calma... Vamos cuidar muito bem de Aninha.

–- Aninha?! Larga ela! – Exclamou mais uma vez. Guilherme se aproximou dele como que aumentando a ameaça.

–- Que chances ela vai ter sendo criada por você! Aqui ela vai ter amor, carinho e vai crescer em uma família que segue o Senhor Jesus! – Disse ela mais uma vez.

–- Que porra é essa que vocês estão fazendo?! Nos trouxeram para cá só pra pegar a criança?! – Perguntou Daniel mais uma vez em tom de indignação.

–- Guilherme viu que vocês haviam chegado a Unidade, ele havia saído para coletar alimentos... – Começou a falar Arnaldo – Ele então nos contou que viu um de vocês lutar do lado de fora com um bando de zumbis... E disse que logo depois viu sair do carro um cara mancando com um bebê no colo... Minha esposa ainda jovem perdeu uma criança, uma menina... Sabemos que foi uma benção de Jesus essa criança aparecer aqui... Essa menina deve ser criada por nós! – Complementou ele.

–- Mais o que... – Daniel estava extremamente confuso e raivoso, não engolia o fato de ter sido enganado por aquela gente, foi preciso apenas um descuido, um deslize para que ele caísse na lábia da família.

Vamos começar a arrumar nossas coisas, agora já podemos partir! – Arnaldo que falava, olhou par Guilherme e prosseguiu – Amarra ele! Quando os outros voltarem nós já estaremos bem longe daqui!

–- Devolve a garota! Devolve minha filha! – Gritou Daniel, pela primeira vez ele a chamava dessa maneira. O sentimento por ela era justamente esse, não via de forma alguma a possibilidade de perdê-la, precisava fazer algo a respeito.

–- Pai... Tem certeza? – Perguntou Mônica, manifestando-se pela primeira vez.

–- Claro minha filha! Não percebe? Esse rapaz não é cristão... Não trará boa influência pra a menina, é nosso dever impedir isso! – Respondeu Arnaldo.

–- Separando ela do pai?! Vocês tem noção do que estão fazendo? – Exclamou Daniel tentando mais uma vez argumentar.

–- Nem mais um passo! – Disse Guilherme aproximando ainda mais a arma de Daniel.

–- Eu não tenho medo disso moleque! Passei um dia inteiro sendo torturado e tive três dedos da minha mão arrancados! Você não vai me por medo! – Exclamou Daniel sem receio algum de desafiar Guilherme.

–- E da morte, você tem medo? – Disse Guilherme renovando a ameaça.



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Notas finais do capítulo

Aqui foi mais um capítulo, espero que tenham gostado!

Comentem e opinem!

Eu resolvi fazer um 'plus' e postar dois capítulos de uma só vez... Espero que tenham aprovado!

Os capítulos "Mão Dupla", serão finalizados com uma terceira parte e após isso, bom... Vai ficar interessante, aguardem!

Ainda há muito, muito o que rolar nessa fic!







Säteily



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