O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 22
Capítulo 22 - O Fim - Segunda Parte


Notas iniciais do capítulo

"Uma terra, sem leis, sem homens... Uma terra, sem normas, apenas animais..."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/349667/chapter/22

Gabriel estava agachado apenas observando tudo ocorrer. Viu os carros chegarem, o ataque frustrado de Beto, os dois tiros disparados contra o mesmo e Alex baleando o atirador. Ficou sem ação, não esperava nada daquilo, queria ser o elemento surpresa, mas acabara de receber a surpresa que seria infligida.

Viu também quatro homens saírem do carro que veio atrás do furgão, e cerca de seis saindo do próprio furgão, esses homens tentavam ver de onde o tiro que atingira o homem que atirou em Beto partira.

Gabriel levantou-se e saiu correndo em direção aos portões, precisava fazer algo. Jogou-se em meio a um arbusto, e ainda no lado de dentro da praça, começou a disparar contra os homens. Deu três tiros, sendo dois certeiros, um acertou a barriga de um deles e o outro foi perfeito, acertando a cabeça de outro homem.

-- É uma armadilha! É uma armadilha! O que vamos fazer?! – Gritou um dos homens em tom de desespero.

Nem todos os sequestradores estavam armados, o que talvez fosse uma vantagem para Alex, Gabriel e Cia. Um dos homens pegou a arma de outro que estava caído e começou a atirar na direção onde Alex estava. Gabriel não sabia se ele estava acertando, porém precisava ajudar, levantou-se e disparou na direção dos homens, acabou sendo visto. Recebeu como resposta três outros tiros em sua direção, abaixou os braços e caiu no chão.

_____________________ X________________________

-- Aconteça o que acontecer, quero que saiba que eu te amo minha irmã! – Disse And a Belle quando as duas ainda se preparavam para ficar como iscas aguardando os raptores.

-- Eu também And! Me perdoa por ter sido fraca... – Respondeu Belle.

-- Não tem nada que pedir perdão... Vamos logo, vamos fazer acontecer! – Disse And em um tom amistoso.

As duas se dirigiram para as posições como combinado. Viram Alex e Beto indo para o lado de fora da praça, e foram para uma parte estratégica, perto da ambulância.

-- Só precisamos ser vistas, vamos tentar agir naturalmente. – Afirmou And a irmã.

-- Você está com sua arma? – Recebeu esta pergunta de Belle.

-- Claro, somos iscas, mas também podemos ajudar na captura desses putos! – Responde Andressa.

-- Eu também estou com uma arma... Estou nervosa, espero que tudo dê certo, espero...

-- Vocês ainda vão se ver! – Afirma And.

-- Você acha mesmo? – Pergunta esperançosa Belle.

-- O barbicha é duro na queda! Eu mesmo tentei matar e não consegui! – Disse em tom irônico Andressa, Belle riu e as duas seguiram conversando na posição combinada, agiam de forma natural, exerciam bem suas funções no plano.

Passado alguns minutos, as duas perceberam a chegada do furgão. Belle foi a primeira a avistar o veículo, deu uma chamada em And e disse em seguida:

-- Chegou a hora!

-- Agora é só esperar o Beto agir e... Espera aí, o que é isso?! – Disse And após ver o outro carro que veio acompanhando o furgão.

-- Eles vieram todos!

As duas observaram Beto recebendo os disparos, um dos homens caírem no chão, e Gabriel correndo em direção aos portões.

-- Não Gabriel, espera! – Gritou Andressa, não ouve resposta.

-- Vamos até lá – Gritou Belle.

As duas correram na direção dos portões e no meio do caminho viram Gabriel caindo no chão, não puderam perceber o que havia acontecido, porém perceberam que ele havia sido atingido.

-- Belle, por aqui! – Gritou Andressa para que Isabelle corresse na mesma direção que ela, já que a mesma depois de ver Gabriel sendo atingido, foi em direção a uma árvore para fugir do fogo contrário.

Isabelle pareceu não receber o recado da irmã, correu paralelamente na direção dos portões, estava sedenta por vingança, não pensava em mais nada. Em uma atitude que surpreenderia a todos que a conheciam, ela foi até a frente da praça e começou a atirar na direção dos bárbaros, não era certeira, parecia atirar a esmo, não tinha experiência alguma com armas de fogo. Tomou a decisão errada, levou dois tiros e caiu no chão.

_____________________ X________________________

Daniel estava alocado na parte traseira do furgão, sentia a presença de diversas pessoas junto a ele. O carro chacoalhava muito, ainda não havia chegado a seu destino.

Ele sabia do que estava por vir, ouvia daqueles homens a todo o momento ameaças de que todos os que estavam na praça iriam morrer, além dele próprio. Sentia-se muito preocupado, com todos. Não queria que nada de ruim acontecesse, e se sentia impotente da forma que estava, mutilado e completamente imobilizado pelas cordas e pela corrente daqueles homens.

Sentiu a velocidade do carro diminuir, para o seu desespero eles haviam chegado a seu destino, haviam chegado a praça. Aquelas pessoas seguiam falando, gritando, ameaçando, tentavam implementar em seu psicológico uma seção terror.

Ouviu um pequeno alvoroço do lado de fora do furgão, alvoroço seguido por alguns gritos. Uma voz externa gritou para que todos os outros homens saíssem do furgão. Daniel sentiu o veículo se esvaziar, sabia que algo grave tinha ocorrido, porém não tinha a menor ideia do que poderia ser.

Apesar do carro ter sido esvaziado por todas aquelas pessoas que nele continha, Daniel seguiu lá, não havia como sair, percebeu que não estava só, sentiu uma presença a seu lado e imaginou que um deles havia ficado para vigiá-lo. Não tentaria nada, provavelmente a qualquer movimento que fizesse seria atingido por alguma coisa, estava mais sem ação do que nunca, teria apenas que aguardar o desenrolar daquela situação.

Voltou a ouvir gritos do lado de fora. Junto com os gritos, disparos também podiam ser ouvidos. Estava desesperado, queria agir, saber o que ocorria, o medo que sentia era grande e real. Em meio a tudo o que acontecia fora do furgão, sentiu alguém se aproximar, pegar em suas mãos e desamarrar as cordas que as prendiam, essa mesma presença disse em um sussurro:

-- Vamos tentar sair daqui! – Daniel pode ouvir uma voz feminina, não a reconhecia, porém percebeu que tal voz vinha da pessoa que estava a seu lado no furgão.

Depois que suas mãos foram desamarradas, Daniel tentou segurar essa pessoa, estava furioso, não sabia se aquilo poderia ser mais uma manobra dos seus sequestradores. Não teve êxito, era muito difícil tentar algo apenas com uma mão, já que a outra continha apenas dois dedos. Essa pessoa misteriosa conseguiu se desvencilhar do breve ataque de Daniel e com rapidez retirou a camisa que estava amarrada em seu rosto.

Daniel pode enfim enxergar, a primeiro momento sua visão estava embaçada pelo tempo que passara com aquela venda improvisada. Depois que se normalizou, sua visão lhe mostrou quem estaria supostamente o ajudando, uma mulher de profundos olhos verdes, cabelos ruivos e aproximadamente vinte e oito anos de idade. Ela está com os cabelos de cumprimento mediano presos, e uma forte maquiagem nos olhos e nos lábios borradas, passava a impressão de que ela havia chorado ou simplesmente passado de forma errônea os produtos de beleza.

Ela olhou para ele e fez sinal para que fizesse silêncio, Daniel não obedeceu, com a mão inteira agarrou o pescoço da mulher que o soltara e a confrontou:

-- Quem é você?! O que quer?! – Ele pressionava fortemente a mão direita em seu pescoço sufocando-a. Quase sem ar ela cosegue dizer:

-- Eu... Eu também... Estou... Presa! – Daniel parou de pressionar seu pescoço, porém usou sua mão para empurrar a mulher na parte lateral de onde estavam no furgão, pressionando seu rosto contra a porta do veículo.

-- O que você quer? Que história é essa?! – Perguntou Daniel com fúria no olhar.

-- É uma longa história... Não podemos perder tempo, temos que aproveitar isso que está acontecendo e sair daqui! – A mulher de aparência frágil parecia dizer a verdade. Ainda mantendo-a na mesma posição, Daniel voltou a dizer:

-- E o que está acontecendo?

-- Eu não sei! Estou... Tão presa quanto você!

Daniel largou o rosto da mulher e parou para raciocinar. Não podia perder tempo avaliando se ela estava ou não falando a verdade, precisava agir. Verificou se a porta do furgão estava destravada e confirmou que sim, abriu a porta e sem olhar para trás e nem dar atenção para a mulher que o desamarrara, saiu do veículo.

Ao sair pode ver um pouco do que havia ocorrido, alguns corpos no chão e um pequeno tiroteio ocorrendo. Saiu correndo e viu que a mulher o seguia, não ligou. Não podia correr rápido por conta das correntes que seguiam em seus pés, porém a determinação de se manter vivo falou mais alto e ele conseguiu chegar até um carro que estava perto da entrada da praça, um carro abandonado. Jogou-se atrás dele para se proteger e se esconder, e atestou que no meio de toda aquela confusão, nenhum de seus algozes que trocavam tiros havia percebido que ele tinha conseguido escapar do furgão. Olhou para o lado e viu que a mulher correu junto dele todo o tempo, e também usara a lateral daquele carro abandonado para se proteger.

A mulher respirava fundo, estava nitidamente assustava, tentava assim como ele, lutar pela vida. Pode observar ela melhor do lado de fora, já que no furgão estava um pouco escuro. Além da maquiagem forte e borrada, havia outra excentricidade nela que lhe chamou a atenção, ela usava como vestes apenas um jaleco branco, que nem estava tão branco assim, não trajava nenhuma peça de roupa além dessa, somente o jaleco branco abotoado, que cobria até certa parte de sua coxa.

Além de ver a mulher, Daniel também viu algo que o espantou. Um homem jogado ao chão, respirando forte, nele era possível ver uma mancha de sangue em sua barriga. Era um homem forte e insistia em segurar um martelo fortemente na mão direita. Daniel foi até ele na tentativa de ajudá-lo.

_____________________ X________________________

Alex precisava tomar uma decisão, não tinha muitas balas, e estava assustadíssimo após ter visto Beto ser atingido pelos homens. Depois de matar um deles, seguiu na espreita, precisava decidir o que fazer, seria possível enfrentar todos eles?

Viu que mais homens haviam saído da van e que eles estavam em maior número, em uma quantidade que Alex não esperava enfrentar. Precisava ser rápido, logo eles perceberiam de onde o tiro tinha saído. Deu uma olhada na espreita e foi visto por um deles. Uma verdadeira saraivada de balas fora disparada na direção de Alex, um desses tiros atingiu o vidro da parada de ônibus onde se posicionara, cortando o seu rosto e o deixando surdo por alguns instantes por conta do impacto perto de seu ouvido.

Outro disparo atingiu de raspão a sua perna mesmo estando agachado. Alex tentava responder, deu mais dois tiros, mas não acertou, os disparos em sua direção só cessaram quando outros foram ouvidos, porém na direção dos homens que anteriormente o atacava.

Ouve resposta desses homens na direção da praça, Alex aproveitou esse momento para sair da posição em que estava e correr para o outro lado da rua, onde uma pequena lanchonete funcionava, derrubou algumas mesas e jogou-se atrás delas, protegendo-se.

Respirava fundo, estava assustado e seu nível de adrenalina provavelmente atingia números recordes. Estava preocupado por ter visto Beto ser atingido e os disparos na direção da praça, ele não pode ver se alguém lá dentro estava machucado.

Olhou para sua arma e lembrou-se da falta de munição, não sabia ao certo quantas balas ainda tinha, provavelmente duas ou três, no máximo. Era preciso tomar uma decisão, mesmo estando encurralado daquela maneira. Ele podia estar quase sem balas, porém sabia que os homens também deveriam estar com pouca munição, pois tinham descarregado uma arma contra o seu abrigo anterior.

Seguiu se concentrando e se preparando, respirou fundo mais uma vez, posicionou a arma em sua mão e saiu de trás das mesas correndo em direção à rua pronto para disparar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aqui foi mais um capítulo!
Eu achei interessante, espero que tenham gostado!
Comentem, opinem e continuem acompanhando!

Obrigado a DroppingPieces pela sugestão, valeu!







Säteily