O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily
Notas iniciais do capítulo
"...Algumas pessoas se tornam tão confiantes, que te fazem perder tudo o que tem..."
A noite já era realidade e tudo estava tão silencioso quanto todas as outras noites pós-apocalípticas. Alex estava na ambulância, e Daniel e Gabriel continuavam na sacada do restaurante, sentados. Os dois estão comendo enlatados e bebendo água.
-- Obrigado pela comida! – Exclama Daniel.
-- Por nada! -- Gabriel olha para o ombro de Daniel e o indaga – O que aconteceu no seu braço?
-- Eu levei uma flechada no obro há alguns dias! – A resposta surpreendeu Gabriel, que prosseguiu:
-- Mas como assim? Como se medicou?
-- Eu tive ajuda, tenho conhecimentos básicos de enfermagem.
-- Mas ta tudo bem mesmo?
-- Na verdade não... Foi até bom você me lembrar – Daniel pega o remédio coletado na farmácia e toma um comprimido – Eu tenho que tomar isso para que tudo não piore!
-- Parece que você teve sorte! – Disse Gabriel olhando a tudo.
-- É o que parece! – Respondeu Daniel brevemente.
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No mesmo momento em que foi solicitada, Isabelle correu para junto da irmã, e as duas foram até a janela.
-- Ta vendo isso? – Perguntou Andressa.
-- To sim And, aquela é a casa do Seu Almeida, mas...
-- Vai até o meu quarto e pega meu arco, mas sem fazer barulho...
Isabelle subiu as escadas cautelosamente, o barulho que vinha do lado de fora seguia sendo ouvido pelos cômodos da casa. Andressa pegou sua faca da cintura e deixou em punho, preparada. Belle veio até ela e disse:
-- Aqui está! – Disse-lhe entregando o arco – Você está com pouquíssimas flechas!
Andressa pegou seu arco e constatou, continha apenas quatro flechas, tinha gastado o restante em suas saídas e não havia como repor, aquilo era preocupante.
-- Tudo bem é só nos mantermos quietas! – Disse sussurrando.
As duas seguiam olhando pela fresta da janela, tentavam não serem percebidas. O que se via era um grupo de aproximadamente dez homens, armados de forma improvisada, podiam-se ver machados, facões, algumas barras de ferros, e muita bebida alcoólica.
Eles gritavam bem alto e vandalizavam tudo, estavam saqueando as casas da vizinhança, e a preocupação das irmãs era de que eles pudessem invadir a casa delas também. No estado que estes homens estavam, provavelmente se encontrassem as duas ali, iriam querer abusá-las, ou algo do tipo.
Estes eram os homens criados por este mundo, era o tipo de gente que se propagaria em meio ao caos.
O grupo de homens tinha como base dois carros, uma camionete e outro carro menor, um popular. Eles haviam descido dos carros e adentrado em uma residência. Chamavam muita atenção com todo o barulho que faziam, e Andressa temia que eles acabassem por chamar a atenção de zumbis também.
-- Acho melhor sairmos, eles vão acabar entrando aqui! – Disse Isabelle.
-- Nós não sabemos quantos são, e o nosso carro está aqui na frente, não da pra sairmos sem sermos vistas!
-- O que vamos fazer então?
-- Pega isso – Andressa entrega sua faca a Belle e fica apenas com o arco – Qualquer coisa... Não hesite!
Pela janela podiam-se ver os homens saindo da casa em que estavam, trazendo consigo alguns objetos. Quando todos saíram do local, um deles improvisou um coquetel molotov e lançou para o lado de dentro da residência, um pequeno incêndio começou a se formar, os homens riam e pareciam se divertir com tudo aquilo.
As duas se assustaram com tal visão, Andressa sabia que as duas não poderiam ficar ali, e tinham que montar um plano de fuga, apenas torcer para que a casa delas não fosse invadida era contar demais com a sorte, e isso era uma coisa com a qual elas não podiam contar.
-- Se prepara para sairmos pelos fundos, não podemos ficar aqui.
-- Tem certeza?
-- Na verdade não... Mas acho que é o certo a se fazer.
As duas saíram da janela e começaram a preparar suas coisas rapidamente, as vozes ouvidas lá fora foram ficando mais altas, aparentemente eles estão mais próximos da casa, o tempo agora está contra as irmãs.
Estrondos cada vez mais altos são ouvidos, as duas se apressam, uma voz se destaca:
-- Eu ouvi alguma coisa aí dentro!
-- Vamos entrar!
Andressa fez sinal para que Belle se escondesse, as duas foram para a cozinha, as vozes continuavam:
-- Força essa porra!
-- Ta trancada!
Os homens forçavam a porta da frente, provavelmente ouviram a movimentação das irmãs dentro da casa. Andressa estava com o arco em mãos e com uma flecha preparada para disparar se fosse necessário. Isabelle estava escondida com a faca na mão e com bastante medo.
Um forte barulho se ouve, maior do que qualquer outro que elas haviam ouvido naquela noite, e justamente o que elas não queriam ouvir. A porta fora arrombada, há três homens entrando na casa, andando sorrateiramente pela sala.
O primeiro e mais a frente é baixo e gordo, aproximadamente cinquenta anos, é calvo, mas tem uma barba um pouco grande e grisalha mais para o branco, carrega uma barra de ferro nas mãos. O segundo homem é um pouco mais novo, na casa dos trinta anos, forte, cabelos pretos e curtos, com barba por fazer e segura um facão nas mãos. O terceiro homem é careca e alto, forte e provavelmente é o mais novo deles, usa barba e não carrega nenhuma arma nas mãos.
-- Tem certeza que tem alguém aqui? – Pergunta o terceiro homem ao primeiro.
-- Eu já disse que ouvi uma movimentação aqui dentro! – Responde ele.
-- E se for um zumbi? – Indaga o segundo homem.
-- Nós trouxemos isso, não trouxemos?! – Responde o primeiro homem mostrando a barra de ferro.
Andressa e Isabelle seguem escondidas, não tiveram tempo de sair, o primeiro homem entra na cozinha enquanto os outros seguem na sala.
-- Tem alguém aqui? – Diz o homem cantarolando.
Andressa e Isabelle estão embaixo da mesa, o homem está bem perto delas. And segue com o arco preparado e o homem segue caminhando pela cozinha.
Ele vasculha os armários e recolhe alguns enlatados que estavam guardados lá. Depois de saquear vai saindo lentamente do cômodo para o alívio das duas.
-- Vocês acham que eu sou trouxa?! – Disse o homem voltando à cozinha – Eu já sei que vocês estão aí embaixo! Saiam se não quiserem ser retiradas a força!
Aquilo surpreendeu as duas, o medo tornou-se mais alto ainda. Elas realmente haviam achado que não seriam vistas pelo homem, mas naquele momento perceberam que não haviam escolhido um bom esconderijo.
-- João, Peteca! Chama o resto do pessoal que hoje vai ter festinha! Achei duas aqui! – Disse o homem dirigindo-se aos dois que estavam na sala. Ele continuou:
-- Podem sair nenéns! Hoje vai ser uma noite e tanto! Hoje eu...
O discurso do homem é interrompido por um movimento muito rápido de Andressa, que sai de baixo da mesa e atira uma flecha na garganta do homem. Ele não conseguiu gritar, apenas caiu no chão com as mãos no pescoço.
As duas correram até os fundos e com dificuldades em meio ao nervosismo abriram a porta. Saíram e correram pela rua.
Estava tudo escuro, o carro das duas estava na frente da casa, do lado contrário do qual estavam. Isabelle diz:
-- O que nós vamos fazer? Como vamos fugir sem carro?
-- Espera, acho que já sei o que fazer!
As duas foram andando lentamente em direção à frente da casa. Os homens estavam todos lá dentro, provavelmente ajudando aquele que fora ferido por Andressa. Os carros desse grupo estavam na rua em frente à casa das duas, o carro delas estava em frente a casa.
Andressa fez sinal para que Isabelle a acompanhasse, elas começaram a verificar os carros, em busca de algum que elas pudessem pegar para si. Os homens começaram a sair da casa, estavam irritadíssimos, e falavam bem alto:
-- Porra, o que foi aquilo, como é que mataram o Tales?! – Disse um deles.
-- Quem foi? Alguém viu?
-- A última coisa que eu ouvi o Tales dizer foi que tinha achado duas na cozinha!
Um dos homens disse aos outros em tom de liderança:
-- Vocês três vão para a parte de trás da casa – Disse dirigindo-se a três homens – Vocês vão para o outro lado, elas podem estar correndo pela rua, nesse escuro não vai ser difícil encontrar! – Disse dirigindo-se a quatro homens – Eu, o Paulo e o Buzina vamos preparar os carros, vamos pegar essas vadias!
Os homens gritaram e saíram na direção indicada pelo homem que os instruiu. Este mesmo juntamente com os denominados Paulo e Buzina foram andando até os carros. Andressa e Isabelle estavam atrás de um deles, o líder foi até a camionete, carro do qual as irmãs estavam escondidas na parte de trás.
O homem abriu a porta da camionete e mais uma vez, And se deslocou rapidamente e flechou tal homem no peito, ele gritou por socorro e os outros dois foram até lá. Andressa já estava dentro do carro, chamou Belle que rapidamente adentrou o veículo. Antes de saírem, And tentou flechar mais um deles, mais errou o alvo.
O carro saiu em disparada, os homens deixados para trás, apenas gritavam chamando os outros e tentavam socorrer o ferido no peito. Andressa apenas seguia acelerando, respirava fundo e estava com medo. Chegou achar que as duas não sairiam dali, que não conseguiriam fugir daquele terror.
-- Obrigada And... Obrigada! Não quero imaginar o eles fariam se nos achassem ali dentro!
Andressa não respondeu nada, não conseguia falar, nunca havia enfrentado uma situação daquela, sentiu mais medo enfrentando um vivo do que um morto.
-- Pra onde vamos agora? – Perguntou Belle. Não havendo resposta ela repetiu a pergunta.
-- Você tem noção do que nós nos metemos agora? – Perguntou And elevando a voz.
-- O que? – Perguntou novamente Belle.
-- Nós fugimos pegando um dos carros daqueles caras, eles podem vir atrás de nós! Nós estamos em duas, e eles devem ser um dez, sei lá!
-- Eu tinha pensado...
-- Esse é o problema Belle! – Gritou Andressa visivelmente nervosa – Tudo o que eu queria era te proteger, tudo o que eu faço é te proteger! Eu estava com medo, eu quase nunca falo isso, mas sim, eu estava com medo! Mas eu agi... Você precisa pensar menos e agir mais!
Belle nada disse, apenas observava a irmã, estava pasma com tudo, preferiu ficar em silêncio. Alguns segundos se passaram até And voltar a dizer:
-- Eu já sei pra onde vamos!
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Daniel seguia conversando com Gabriel, nenhum dos dois estava com sono, havia sido um dia muito longo e cheio para ambos. Daniel dirigiu a palavra a Gabriel:
-- O carinha da ambulância te expulsou mesmo?
-- Então... – Respondeu Gabriel em meio a um sorriso e continuou – E você vai pra onde?
-- Eu vou atrás de quem eu nunca deveria ter abandonado... Vou corrigir um erro!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Aqui foi mais um capítulo...
Espero que estejam gostando!
Aqui vai mais um agradecimento: Megaan, obrigado por favoritar a fic!
Comentem e continuem acompanhando!
Säteily