O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 13
Capítulo 13 - Um grito por Socorro (pt. 2)


Notas iniciais do capítulo

"...Você é a única de sua espécie e não deve se envergonhar disso..."



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-- Ainda vai me ignorar? – Perguntava Andressa dirigindo-se a Isabelle.

Belle seguia com as feições fechadas, não falava com a irmã desde o ocorrido na Avenida Djalma.

As duas estavam na sala de sua casa, Isabelle senta-se no sofá e respira fundo, Andressa está protegendo as janelas com algumas lonas improvisadas para que a chuva não transpasse os vidros quebrados da mesma.

-- Você poderia pelo menos me ajudar? – Belle seguiu sem falar nada, levantou-se do sofá e subiu as escadas. Andressa apenas observou o ato da irmã.

A situação entre as duas era bem ruim. Isabelle estava muito confusa em relação a seus sentimentos, queria sentir raiva de Daniel por tê-la deixado, e no fundo achava a irmã culpada por tudo que tinha ocorrido. Queria se isolar, repensar nas coisas para não pré-julgar ninguém.

Andressa queria fazer as pazes com a irmã, porém ainda estava sentida por ter descoberto o relacionamento dela com Daniel naquele momento. Não entendia o fato de a irmã estar chateada com ela. Queria apenas continuar como tudo estava anteriormente, antes de Daniel chegar.

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Daniel está com as mãos levantadas, respira ininterruptamente, está ansioso pela resposta de Alex.

-- Como você sabe da Angélica? Como sabe meu nome? – Alex seguia segurando firmemente a arma na direção de Daniel que visivelmente nervoso respondeu:

-- Eu... Eu sou amigo dela! Nós estávamos no mesmo ônibus, acabamos nos separando no centro!

-- Você é amigo dela? E o meu nome... Como sabe meu nome?

-- Abaixa a arma cara, por favor! – Os dois estavam sob a forte chuva, Alex foi abaixando a arma lentamente, Daniel então falou:

-- Eu estava lá atrás na avenida e... Encontrei um homem, ele estava comigo no ônibus, ele estava ferido... – Daniel estava visivelmente nervoso – Ele me disse da Angélica e que o Alex estava em perigo! Você é o Alex?

Alex parou para raciocinar e imaginou que o homem que ele havia encontrado era Geraldo, e o perigo mencionado seria o Lincoln.

-- Sim, eu sou o Alex.

-- E onde a Angélica está?

-- Vem comigo, vamos sair dessa chuva!

Alex fez sinal para que os dois fossem para baixo do restaurante proteger-se da chuva. Daniel caminhou à frente, vigiado de perto por Alex que estava sempre de prontidão com sua arma.

Os dois foram para baixo da sacada e Alex logo perguntou:

-- Você está sozinho?

-- Sim, eu vim sozinho... Na verdade eu estava com mais duas pessoas, mas...

-- Sinto muito!

-- Não... Não foi isso, eu tive de vir sozinho pra cá!

-- Como você encontrou esse homem?

-- Ele estava ferido, tinha levado um tiro na perna e uma mordida... Estava cercado por zumbis, nós ajudamos ele, mas não tinha muito o que se fazer...

-- Ele morreu?

-- Ele pediu pra ser deixado, ele sabia que iria se transformar em uma daquelas coisas! – Alex respirou fundo e depois disse:

-- Ele era uma ótima pessoa!

-- Eu sinto muito!

-- Quando você o encontrou ele te disse sobre a Angélica?

-- É o seguinte... Nós estávamos no mesmo ônibus, esse ônibus bateu assim que nós chegamos em Manaus, e... Ele foi para um lado com a Angélica e eu fui para o outro. Quando eu encontrei com ele, nós nos reconhecemos e ele disse... Disse que a Angélica estava morta e que você corria perigo. Mas... Isso não é verdade, não é mesmo?

-- Infelizmente não... Ela morreu mesmo!

Daniel começou a andar de um lado para o outro, estava muito emocionado e começou a chorar, virou-se para Alex e disse:

-- Eu não queria acreditar, no fundo eu sabia... Eu tinha que comprovar... – Alex seguiu olhando para ele e guardou sua arma que até então estava na sua mão, na sua calça.

-- Foi muito triste pra mim também! Nós... Nós nos encontramos provavelmente assim que vocês se separaram no ônibus, ela e Geraldo entraram na mesma loja que eu estava, foi lá que nos conhecemos. – Daniel seguia muito emocionado.

-- Onde... – Fez uma pausa para se recompor – Onde está o corpo, o que você fez com o corpo?

-- Eu enterrei aqui perto, você quer ver?

-- Sim.

-- Vamos, eu te levo até lá!

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Andressa subiu até o quarto da irmã, apesar do jeito turrona, não queria ser ignorada pela irmã, era sua família e seu pilar, e aquele não era o momento de se perder uma base.

Ela abriu a porta e Belle estava sentada na cama, entrou suavemente e disse:

-- Belle... É melhor comer alguma coisa, você não come desde... Desde essa manhã.

-- Não estou com fome...

-- Eu não te entendo... Eu... Porque você está colocando esta carga em cima de mim? Que culpa eu tenho se ele foi embora? E outra coisa, de repente você se esqueceu de tudo que passamos? Tudo que tivemos que enfrentar para sobreviver? Eu deveria estar magoada, você iria me deixar naquela avenida sozinha para ir embora com um estranho!

-- Ele não era um estranho pra mim! – Disse Belle sem olhar para a irmã. – Eu não estou magoada com ninguém, apenas preciso ficar sozinha, preciso pensar...

-- Desculpe, mas eu não consigo te entender! – Andressa saiu do quarto, Belle seguia na mesma posição, continuava sem saber o que fazer, sem saber o que pensar.

Andressa desceu as escadas e foi até a cozinha, sentou-se em uma das cadeiras ao lado da mesa e ficou lá, em silêncio. Pensava no que havia ocorrido, em um intervalo de tempo muito curto, uma pessoa havia aparecido e revirado tudo a sua volta. Ela pensava também em como as coisas correriam agora, estava tudo muito confuso.

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Alex mostrou a Daniel onde o corpo de Angélica estava enterrado, ele foi até o local e ajoelhou-se em meio à lama que se formava por conta de chuva incessante.

-- Você não quer esperar a chuva passar? – Disse Alex a Daniel, este virou-se e respondeu:

-- Tudo bem... Eu estou bem!

Daniel seguia ajoelhado e provavelmente fazia uma prece. Alex apenas observava a tudo debaixo do restaurante. Gabriel foi até ele e disse:

-- Quem é esse?

-- Você não conhece? – No fundo Alex queria constatar que aquele não era nenhum parceiro de Lincoln.

-- Não, não conheço!

-- Ele apareceu dizendo que é amigo da Angélica, eu mostrei a ele onde a enterrei.

-- Como assim, ele apareceu do nada? Como ele poderia saber que ela estava aqui?

-- Ele encontrou o Geraldo... Bom, é uma longa história!

-- O Geraldo está vivo?

-- Infelizmente não!

Gabriel e Alex continuaram observando Daniel, que depois de alguns minutos, levantou-se e seguiu até onde os dois estavam.

-- Aqui é mesmo seguro? – Essa pergunta partida de Daniel surpreendeu os dois.

-- Como assim? – Disse Alex.

-- O homem que eu encontrei disse que aqui era seguro, mas que você corria perigo. – Disse olhando para Alex.

-- Eu corria perigo sim, mas antes de você chegar, tudo foi resolvido! – Falou Alex após olhar para Gabriel.

-- Olha... Tem mais duas pessoas que estão comigo, se esse lugar for mesmo seguro eu...

-- Desculpe cara, mas eu não recebo mais ninguém! – Exclamou Alex ao interromper Daniel.

-- Presta atenção, eu posso te ajudar com qualquer coisa aqui, lá fora não é seguro!

-- A questão é somente uma... Eu não sei... Eu não sei se posso confiar nas pessoas!

A resposta deixou Daniel pasmo. Ele queria trazer Belle e And para lá, queria deixa-las em segurança, mas viu que seria difícil combater a desconfiança de Alex.

-- Lá fora é muito perigoso! – Argumentou Daniel.

-- Olha só cara... Eu sei como é lá fora, eu passei por maus bocados por conta de outras pessoas, eu perdi Angélica e Geraldo...

-- Nem todos são iguais! Você só pode confiar em alguém se der um voto de confiança a esse alguém! Nos dê uma chance! – Disse Daniel.

-- Eu... Eu preciso pensar... – Alex saiu e foi até a ambulância, onde entrou. Daniel e Gabriel seguiram embaixo da sacada do restaurante. Daniel sentou-se no chão e Gabriel o disse:

-- Eu me chamo Gabriel!

-- Oi... Daniel! Olha, vocês precisam entender, é difícil encontrar um lugar seguro e...

-- Eu não posso te ajudar, estou na mesma situação. Vou ter que ir embora amanhã!

-- Como assim?

-- É uma longa história... Não sei se é propício te contar.

Gabriel sentou-se ao lado de Daniel, os dois não diziam nada. Assim como surgiu, repentina, a chuva começou a se dispersar, junto com ela a tarde também estava partindo, anoiteceria logo logo.

Daniel sabia que precisava convencer Alex a aceitá-lo ali, não sabia como, mas sabia que teria de fazer, não podia voltar para a estrada, e tinha o desejo de conseguir um local seguro para Belle e And. Seguia pensando nela, e pensava também em Angélica, ainda estava abalado por sua morte.

-- Como ela morreu? Como a Angélica morreu? – Daniel pergunta a Gabriel.

-- Ela foi mordida... Foi logo quando eu cheguei aqui... Eu estava acompanhado por pessoas erradas... Infelizmente só descobri isso muito tarde...

-- Pessoas erradas?

-- Foi o meu pessoal que causou todo o problema aqui... Tinha um homem e uma mulher, eles mataram o Geraldo...

-- Eles também mataram Angélica?

-- Não... Ela realmente foi mordida... Mas esse homem que eu te falei deu um tiro nela.

-- O que?

-- Ela iria se transformar... Como eu disse, eles eram pessoas erradas...

-- E você é uma pessoa certa? – Pergunta Daniel seriamente.

-- E você, é? – Responde Gabriel com a mesma seriedade.

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Isabelle já havia feito e desfeito e desfeito duas vezes a mochila, estava em dúvidas. Queria ter coragem de partir, mas não tinha como deixar a irmã. E para onde iria? Para a praça? E se Daniel tivesse realmente abandonado-a? Isso rondava sua cabeça a ponto de enlouquecê-la. Ela realmente não sabia como proceder.

Decidiu escolher a opção mais fácil, ficar ali mesmo onde estava. Resolveu ir até a irmã, desceu as escadas e dirigiu-se até a cozinha. Andressa estava lá sentada, triste. Isabelle sabia que elas precisavam umas das outras, não seriam nada separadas, precisavam se unir novamente.

-- Me desculpa! – Disse Belle. Andressa virou-se surpresa, não espera que a irmã fosse até ela.

-- Não precisa se desculpar.

-- Preciso sim... Me desculpe por tudo... Acho que não tenho sido uma boa irmã, tenho atrapalhado... – Andressa a interrompe:

-- Você não atrapalha em nada And! Você é minha irmã...

-- Eu prometo ajudar mais, tentar perder o medo dos zumbis, cooperar...

-- Não precisa prometer nada, vem cá! – Andressa levanta e abre os braços chamando Belle para junto dela.

Isabelle vai até ela e as duas abraçam-se, visivelmente emocionadas. Esse momento de ternura só é interrompido por um barulho na rua. Andressa reage com estranheza e vai até a janela verificar. Ela volta até Isabelle com uma expressão preocupada.

-- Belle, você precisa ver isso, rápido!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo!

Queria fazer um agradecimento ao Leitor Enigmático por favoritar a fic, valeu!

Continuem acompanhando!








Säteily