O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 12
Capítulo 12 - Um grito por Socorro


Notas iniciais do capítulo

"...É tarde demais para arrastar o passado..."



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Selina perdia muito sangue naquela ambulância, e já estava inconsciente, provavelmente não duraria muito mais. Alex e Gabriel nada podiam fazer por ela, não tinham conhecimentos médicos, e estavam apenas aguardando sua morte.

Alex que estava em posse da chave da van, foi verificar o que continha nela. Havia pertences gerais, alguns enlatados, embalagens de salgadinhos e alguns biscoitos, além de água e bebida alcoólica. Além disso haviam duas armas além das outras três já conhecias, e bastante munição, porém uma caixa escondida no porta-malas chamou sua atenção.

Ela estava por debaixo dos demais pertences, uma caixa preta que para a surpresa de Alex, guardava um fuzil. Ele ficou imaginando com Lincoln conseguira o fuzil, e sem dizer nada a Gabriel, pegou para si à arma.

Ele chamou Gabriel e disse para ele retirar tudo o que não fosse dele e de Selina do carro, aquele pedido o intrigou.

-- Como assim retirar o que não for meu ou da Selina?

-- Você vai partir nessa van amanhã, vai levar apenas os seus pertences e o dela, e parte da comida e água que nós vamos dividir. As armas e as coisas do Lincoln ficam.

-- O que você vai fazer com as coisas do Lincoln?

-- Queimar. – Alex tinha a expressão fechada, Gabriel seguiu em sua dúvida.

-- E porque não queimar as coisas da Selina também?

-- Você se responsabiliza por isso, pensando bem, você se responsabiliza pelas coisas do Lincoln também, não quero tocar em nada que venha daquele cara! Você vai partir amanhã levando Lincoln e Selina, ela estando morta ou não.

-- Porque não os enterramos logo aqui cara, vai me fazer levar dois corpos?!

-- Eles não merecem estar enterrados no mesmo local que a Angélica está! – Disse Alex sério. -- Gabriel nada disse e se dirigiu até um dos bancos, onde sentou-se e abaixou a cabeça pensativo.

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Daniel caminhava sem olhar para trás, a pé o trajeto era longo, teria que atravessar quase toda a avenida. Estava com fome e sede, e só o que tinha em sua mochila eram remédios. Pensava muito em Belle, de como ela reagira à despedida, e se ele poderia cumprir a promessa do reencontro.

Estava também atento, pois sozinho poderia virar uma presa fácil para algum zumbi. Segurava firmemente o facão com a mão direita, olhava para cima observando o tempo, queria chegar até a praça antes de escurecer, ou tudo ficaria ainda mais difícil.

Viu um zumbi se aproximar quando estava passando em frente a uma loja de artigos esportivos, que como tudo a sua volta, também estava completamente abandonado. Preparou-se quando o monstro veio em sua direção e aplicou um golpe de facão na cabeça, partindo-a. Perdeu o equilíbrio e quase caiu, era bem complicado lutar com o braço imobilizado.

Logo após matar o zumbi, virou-se para a loja esportiva, e se lembrou do fato de estar sem suas roupas, pois havia perdido sua mochila e seus pertences. Foi até a porta da loja e tentou entrar, era uma porta de vidro e não estava quebrada, podia ver todos os artigos à mostra, mas definitivamente não conseguiria abri-la. Frustrado, voltou para sua caminhada rumo à praça.

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Gabriel e Alex começaram a divisão dos mantimentos, estavam organizando tudo para a partida do professor, na manhã seguinte. Gabriel enquanto ajudava Alex, perguntou:

-- O que você faz da vida? Ou melhor, o que você fazia da vida?

-- Eu vivia de bicos, nada muito especial não. E você, dava aula onde?

-- Na Universidade Federal, sou... Era professor de Filosofia.

-- Legal... Tem filhos?

-- Não, moro sozinho, eu nem sou do Amazonas, sou de São Paulo.

-- Eu imaginava.

-- E você, morava onde, tem família?

-- Acho melhor o papo acabar aqui, vai ser melhor! – Disse secamente Alex.

Gabriel acenou positivamente com a cabeça e não disse mais nada. Ao terminarem a divisão, Alex levou suas coisas em uma caixa para a ambulância, deixando tudo o que Gabriel iria levar na van.

Adentrou o veículo e viu Selina deitada, não sabia se ela estava viva, e sentia-se mal por não poder ajudá-la. Apesar de tudo o que ela havia feito e da humilhação e medo pelo qual foi submetido não podia ver alguém agonizando e morrendo aos poucos e não sentir-se mal.

Naquele momento não havia nada o que fazer, se aproximou de Selina e verificou sua pulsação, não pode senti-la, insistiu e comprovou, ela estava morta. Saiu da ambulância e chamou Gabriel, ele foi até Alex que disse:

-- Sinto muito, fui verificar a pulsação dela e... Ela está morta! – Gabriel passou a mão nos cabelos, virou de costas e voltando-se novamente para Alex, disse:

-- Ela sofreu muito, uma tarde agonizando... Você me ajuda a retirar ela aí de dentro? – Alex respondeu positivamente e os dois entraram na ambulância e colocaram a maca para o lado de fora, assim ficaria mais fácil levá-la até a van. Os dois começaram a empurrar a maca para perto do carro parado.

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Daniel seguia caminhando pela avenida, estava muito apreensivo. Avistou uma lanchonete e foi até ela, entrou e viu tudo revirado, as mesas e cadeiras estavam jogadas, haviam vidros quebrados e bastante lixo.

Pode ver uma geladeira, nela estavam armazenados refrigerantes, sucos, água e cerveja, certamente estava quente por conta a falta de eletricidade. Aquilo não era problema para Daniel, não se importava em beber água quente, apenas queria matar sua sede. Pegou três garrafas e guardou na mochila, abriu uma e começou a beber.

Nesta mesma lanchonete, ele encontrou algumas embalagens de salgadinhos, recolheu-as e começou a comer. Fez tudo isso muito rapidamente, pois não queria ficar muito tempo por ali.

Saiu do estabelecimento e avistou dois zumbis, que de imediato partiram pra cima dele. Sem tempo para se preparar ele lançou o facão de qualquer forma na cabeça dos monstros, acertando um, o outro teve de ser afastado com um chute, para depois ser atingido definitivamente no crânio.

A tarde estava se passando e Daniel seguia caminhando, nesse momento ele começa acelerar o passo, de forma alguma quer estar de noite no meio daquela avenida. Ele já está andando há algum tempo e começa a ficar mais próximo, porém ainda falta um bom passo.

Ele segue pensando em Belle, não consegue tirá-la da cabeça. Não sabe se é pelo fato de gostar realmente dela, ou por ter deixado-a da forma que foi. Ele apenas desejava que ela não sofresse por sua conta.

O sol estava baixando e tudo ficava mais dramático, apesar de ter sido rápido, as paradas feitas por Daniel na loja esportiva e na lanchonete havia o atrasado. Precisava andar mais rápido se quisesse cumprir com o objetivo.

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Após colocarem o corpo de Selina na van ao lado do de Lincoln, Alex diz:

-- Sinto muito, eu não sei se eles eram realmente seus amigos, mas estavam sobrevivendo com você. Não sinto por eles, acho que eles mereciam morrer por tudo que fizeram. Mas respeito sua perda.

-- Obrigado! – Respondeu Gabriel, que depois de uma pausa disse:

-- Desculpe Alex! – Alex olhou-o surpreso – Desculpe pela sua amiga, pelo seu amigo, pelo que fizeram com você... Desculpe! Você é uma boa... Vocês eram boas pessoas, eu não podia ter me deixado levar pela influência dos dois, se eu tivesse tomado uma atitude antes, talvez essas mortes não tivessem acontecido!

-- Acho que tudo já se resolveu, não é mesmo? – Respondeu Alex.

-- Estou falando sinceramente, me sinto culpado por essas mortes!

-- Como eu disse, tudo já foi resolvido, não... Não há mais nada a se fazer!

Alex foi levando a maca de volta para a ambulância, estava reorganizando as coisas. Agora estaria só novamente, e queria deixar tudo como antes, porém seria difícil esquecer tudo o que havia acontecido, as perdas e a forma de como escapou da morte ficariam cravadas em sua mente.

Ao chegar à ambulância, ele parou, virou para onde Gabriel estava e disse em um volume que ele pudesse lhe ouvir:

-- Obrigado! Obrigado por ter me salvado do Lincoln! – Gabriel nada diz, apenas o observa. Alex coloca a maca dentro da ambulância e entra.

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Daniel se aproxima cada vez mais da praça, vê mais dois zumbis, e novamente com dificuldades os vence. O tempo vira de repente, o sol que estava fortíssimo pela manhã dá lugar a uma forte chuva que começa a cair.

Após caminhar mais, ele chega em frente a uma Instituição de Ensino, instituição esta que ele havia feito o seu curso de Radiologia. O local está destruído, as vidraças estão quebradas e a fachada pichada, tudo muito diferente das boas lembranças de Daniel.

Ele começa a correr, está cada vez mais próximo e a chuva o atrapalha. Já pode ver a praça. Vê também um grupo de quatro zumbis no outro lado da avenida, ele anda mais rápido e não os enfrenta, apenas quer chegar até seu objetivo.

Após enfrentar zumbis, uma longa caminhada, sol e chuva, Daniel finalmente chega aos portões da praça. Está feliz por ter sobrevivido e apreensivo pelo que iria encontrar naquele lugar.

Ele olha para o lado de dentro e não vê muita coisa, a chuva também atrapalha sua visão. Ao notar as correntes nos portões, lembrou-se do perigo que o homem havia relatado a ele antes de morrer.

Daniel pula o portão com dificuldades e com o facão firmemente na mão direita caminha sorrateiramente seus primeiros metros dentro da praça. Esconde-se atrás de uma árvore e vê dois veículos, um ao lado do outro, uma van e uma ambulância, isso o deixa intrigado. Ele avança mais um pouco e vê os bancos vazios da praça.

A chuva está cada vez mais forte, aparentemente não há sinal e ninguém na praça, apenas dos veículos, porém um barulho atrás de Daniel o faz comprovar o contrário.

-- Larga o facão! – Disse a voz. Daniel largou imediatamente sua arma e virou-se de frente. Viu um homem alto, forte com os cabelos escuros e negros apontando uma arma para ele.

-- Espera, espera... – Daniel tentava argumentar.

-- Você é mais um do grupo do Lincoln?

-- Não, eu não conheço nenhum Lincoln, eu... – Daniel lembra-se do que o homem havia lhe dito – Eu conheço a Angélica e sei que o Alex corre perigo! – A palavras saíram bem rápidas da boca de Daniel, ele estava realmente com medo. Alex apenas observou tudo aquilo com ar de surpresa, seguiu apontando a arma para Daniel.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste capítulo, comentem e continuem acompanhando!





Säteily



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