O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily
Notas iniciais do capítulo
"...Eu estava preso num paraíso enquanto você queimava no inferno..."
-- Larga a arma! – Gritava Alex, Gabriel o observava, a situação estava muito complicada, Selina havia sido atingida e gritava de dor caída no chão, Lincoln estava morto e seu corpo estava estirado ao solo.
-- Acabou Alex, acabou! Não precisamos mais disso! – Dizia Gabriel com a arma em punho, qualquer movimento naquele momento poderia significar a morte de um deles.
-- Não posso confiar em você! Não depois de tudo que vocês fizeram! – Dizia firmemente Alex.
-- Eu posso ser útil, não precisamos nos matar! E eu não fiz nada, foi o Lincoln e a Selina que estavam barbarizando.
-- Você o que cara? Quer que eu te aceite e divida a praça com você como se nada tivesse acontecido? Essa é minha praça! Vocês são os intrusos! – Gritou Alex dando dois passos a frente. Gabriel seguia apontando a arma na direção de Alex, ele seguiu falando:
-- Façamos o seguinte então, vamos dividir as coisas e eu vou embora! Você se livra de mim!
-- Abaixa a arma então! – Disse Alex após pensar um pouco.
-- Eu nunca quis isso, eu nunca... Isso foi um erro, eu vou embora, só me deixa ver a Selina que tá no chão.
-- Vai lá! – Alex continuou apontando a arma para Gabriel, que lentamente abaixou a sua e foi até onde Selina estava, ainda gritando muito de dor.
O tiro que Alex havia dado em Selina atingiu seu quadril, e ela estava sangrando bastante. Alex seguiu observando a tentativa inútil de Gabriel ajudá-la, até dizer:
-- Leva ela para a ambulância!
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-- Nós ainda precisamos de mantimentos! – Disse Daniel visivelmente abalado.
-- Quem é Angélica? Quem é Alex? – Perguntou Isabelle a Daniel.
-- Precisamos de mantimentos! – Repetiu ele.
-- E você sugere o que barbicha? Que a gente volte pro meio daqueles zumbis? – Perguntou Andressa um pouco irritada.
-- Nós podemos ir buscar mantimentos e passar na praça, é só fazer o caminho de volta. – Argumentou Daniel.
-- Porque você quer ir nessa maldita praça? Você ouviu o homem?! Ele disse que alguém ia morrer lá! – Gritou Andressa.
-- Ele também disse que lá era seguro, e pode ser que a Angélica não tenha morrido, ele estava muito confuso.
-- Eu não vou arriscar a minha vida e nem a vida da minha irmã por um “monte de talvez”! – Disse Andressa, os dois falavam alto.
-- Ei! Querem parar! Vão atrair os zumbis da cidade inteira! – Alertou Isabelle, que voltou a falar:
-- Quem afinal é essa Angélica?
-- É uma amiga minha, nós estávamos em Fortaleza estudando, estávamos no mesmo ônibus quando tudo ocorreu, na chegada a cidade acabamos nos separando. Eu encontrei vocês e ela encontrou aquele homem.
-- E você acha que ela está nessa praça? – Voltou a perguntar Belle.
-- Eu não sei, não sei se ela está mesmo morta... Eu sinto que precisamos ir pra esse lugar!
-- Sente? Desculpe mas eu não posso me basear em sexto sentido. – Disse Andressa olhando-o.
-- Ok, tudo bem então! – Daniel saiu do carro, fechou a porta e começou a andar na avenida no sentido que daria até a praça. Isabelle espantou-se, saiu do carro também e após alcançar Daniel que estava alguns passos à frente, disse:
-- Ei, o que é isso? Você vai me deixar?
-- Olha Belle, sua irmã é irredutível, eu realmente preciso ir nesse lugar.
-- Tudo isso é mais importante do que eu?
-- Não é essa a questão, eu não quero te deixar, mas eu não posso deixar que a Andressa me impeça de fazer isso. – Deu uma forte respirada e voltou a dizer:
-- A minha melhor amiga morreu nesse lugar, eu não sei explicar o porquê, mas é preciso. Eu quero ver como a situação está por lá.
-- Depois de tudo que aconteceu, eu não vou te perder assim, você pode morrer nesse lugar! Eu vou também!
-- Não, eu não quero que nada te aconteça!
-- Já tá decidido, se você for nesse lugar, eu também vou!
Andressa sai do carro ao ver o tempo que os dois conversaram. Ela olha para a irmã e pergunta:
-- O que é isso Belle?
-- And, eu também vou à praça!
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Gabriel arrastou Selina até a ambulância e com dificuldades a colocou lá dentro. Alex acompanhou todos os movimentos com a arma na mão, ele era a força dominante naquele momento.
Ao deitá-la na maca, Gabriel não sabia o que fazer, ele não tinha experiência alguma em enfermagem, e tentou apenas estancar o sangue do quadril de Selina, que seguia sentindo muita dor. Sem muito que fazer, apenas saiu da ambulância passando as mãos no cabelo e respirando fundo. Alex aproximou-se e questionou:
-- Como ela está? – Gabriel balançou a cabeça negativamente e em seguida falou:
-- Eu não tenho ideia do que fazer, ela tá perdendo muito sangue e... – Gabriel é interrompido por outra pergunta:
-- Qual a sua profissão?
-- Eu... Eu sou professor. – Respondeu Gabriel surpreso.
-- E o Lincoln, quem era aquele cara?
-- Bom... Ele era um policial, chefiava uma delegacia, morava no mesmo bairro que eu. Ele não era uma má pessoa... – Gabriel é interrompido novamente.
-- Não era uma má pessoa? Não era uma má... Você viu o que ele fez comigo? O que ele fez com o Geraldo...
-- Foi esse mundo, foi o que isso se tornou. Esse mundo muda as pessoas! Aposto que você nunca se imaginaria diante de um homem apontando uma arma para ele. – Alex nada responde, apenas olha para ele e volta a perguntar:
-- Quando você vai?
-- Me deixa ficar essa noite, acho que a Selina vai morrer logo... Quero poder enterrar ela!
-- Me dá as chaves da van! – Exclamou Alex. Gabriel tirou as chaves do bolso e jogou-as para ele, Alex as colocou no bolso.
-- Qual é dessa Selina? Namorada do Lincoln?
-- Não... Ela era prostituta! Tinha sido detida dias antes de tudo ocorrer, estava na delegacia do Lincoln. Quando tudo estourou, Lincoln a soltou e fugiu.
-- A soltou?
-- Eles deviam ter algum envolvimento, ele costumava frequentar esses lugares.
-- E você, eles tropeçaram em você?
-- Quando Lincoln voltou para casa pra pegar alguns pertences, me encontrou. Eu moro ao lado dele. Ele havia pegado umas armas na delegacia e eu me juntei a eles. Só não imaginava que tudo iria ficar deste tamanho! – Disse Gabriel abaixando a cabeça – Eu não sou uma pessoa ruim!
-- Eu acho que os bons já se foram Gabriel! – Exclamou seriamente Alex.
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-- Como assim vai com ele? Como... A não! A não Belle, essa cara não! – Disse Andressa olhando para a irmã – Você tá apaixonada por esse cara? Vai me deixar por causa dele?
-- Ninguém precisa deixar ninguém, vamos todos juntos! – Disse Belle.
-- Eu não quero morrer e nem quero que você morra! Não precisamos nos arriscar pelos motivos dele! Nem ele mesmo tem motivos pra ir lá!
-- Não me peça pra deixar ele Andressa. – Disse Isabelle já com lágrimas nos olhos.
-- Você não vai deixar ele, mas vai me deixar! Se esse cara gostasse de você, ele não te deixaria! – Isabelle começa a chorar.
-- Olha só, eu não quero que vocês briguem! Não quero separar duas irmãs, não vou ser responsável por isso. – Disse olhando para as duas e depois somente para Belle – Vai com ela, pode ser arriscado demais, eu nunca te separaria da sua irmã. Eu tenho que ir lá sozinho!
Isabelle continuou chorando, Daniel passou a mão em seu rosto enxugando suas lágrimas e lhe deu um beijo.
-- Eu não vou te esquecer, posso não estar tomando a decisão correta, posso me arrepender depois, mas se eu não fizer isso, vou me sentir incompleto. Sinto que há algo pra mim naquela praça. – Belle segue apenas chorando sem dizer nada, ele completa:
-- Isso não é um adeus, é um até logo! Eu não estou te abandonando! – Os dois beijam-se novamente, Daniel dá um breve sorriso e sai andando, seguindo a longa avenida. Andressa conduz a irmã até o carro, ela segue chorando muito.
As duas entram no carro, e rapidamente Andressa dá a partida, seguindo na direção contrária a Daniel, que apenas vira-se e observa o carro partir.
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Aqui foi mais um capítulo que eu costumo chamar de "ponto de transição". É um gancho para uma parte maior que virá.
Espero que estejam gostando, comentem!
Tenho mais um agradecimento a fazer: Kaline Bogard, muito obrigado por recomendar "O Mal que o Homem faz"!
Continuem acompanhando!
Säteily