O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 10
Capítulo 10 - A última porta a Esquerda


Notas iniciais do capítulo

"...Eu rezarei por você, e talvez um dia eu retorne..."



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Alex estava realmente exausto, vivia uma mistura de sentimentos explosiva. Andou até o restaurante onde passou a noite e sentou no chão escondendo-se do sol. Viu a água e as maçãs deixadas por Gabriel naquela manhã e não pode resistir, estava com muita sede e fome.

Gabriel caminhou até ele e ficou lá próximo, observando. Alex enquanto comia, viu a aproximação de Gabriel e chamou a sua atenção com um assobio, logo depois exclamou:

-- Veio me vigiar? – Gabriel olhou para ele, segurou com mais firmeza a arma que carregava na mão direita e respondeu:

-- Olha cara, não me leva a mal, mas nós não sabemos quem vocês são, temos de nos precaver. – Alex se vê espantado com a afirmação e retruca:

-- Precaver? Preca... Nos fazer de escravos e matar pessoas está dentro da sua forma de se precaver?!

-- Nós precisamos do lugar! Você se acha merecedor dessa praça só porque chegou primeiro?

-- Eu não matei ninguém pra conseguir ela! – Gabriel se irrita, chega mais perto de Alex.

-- Nós também não, aqui ninguém matou ninguém! A sua amiga já estava morta, não fomos nós que jogamos os zumbis nela! – Alex se levanta e exclama chegando bem perto de Gabriel:

-- Eu estou falando do Geraldo! Aquele desgraçado o levou daqui para que? Ele vai matá-lo!

-- Aqui ninguém é assassino! – Diz Gabriel olhando para Alex.

Ao ouvir a discussão, Selina se aproximou.

-- Se afasta dele! – Disse ela apontando a arma bem perto do rosto de Alex. Ele seguiu encarando Gabriel e lentamente foi afastando-se.

-- Se você fizer uma merda dessa de novo, eu estouro sua cabeça! – Gritou ela que seguiu falando:

-- E isso serve pra você também Gabriel! Porra! – Alex sentou-se novamente, enquanto observou Selina e Gabriel se afastarem.

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Lincoln avançava velozmente pela avenida após saírem da praça, seguiram todo o tempo em linha reta. Geraldo estava com medo, não sabia até onde Lincoln poderia chegar e isso era o que mais o assustava. Os dois foram todo o tempo sem se falar, Lincoln fazia questão de deixar a arma sempre à mostra, para que Geraldo soubesse do perigo real que estava correndo.

O carro seguiu na avenida até chegar à proximidade de dois Shoppings, Lincoln diminuiu a velocidade e dobrou em uma rua, seguiu mais um pouco até chegar a um posto de gasolina.

-- Desce! – Disse Lincoln.

Geraldo obedeceu e temeroso desceu do veículo. Os dois fecharam as portas e Lincoln andou até ele com a arma apontada.

Observando em volta, era possível ver alguns zumbis no posto, que logo se agitaram com a presença dos dois.

-- Você e aquele outro garoto me enfrentaram, me encararam! Vocês não sabem quem eu sou! Vocês não sabem quem eu era! – Disse Lincoln.

-- Espera aí cara, o que você vai fazer! – Disse Geraldo enquanto olhava para trás e via os zumbis se aproximando.

-- Eu já matei muito neguinho na vida, você não vai ser o primeiro e nem o último!

-- Espera cara, espera... – Os zumbis estavam cada vez mais próximos, e estavam em grande número.

Antes que Geraldo tentasse argumentar mais, Lincoln apontou a arma e deu um tiro em seu joelho direito, ele caiu no chão em meio a um grito.

-- Agora corre grandão, corre! – Disse Lincoln rindo, deu uma olhada para os lados e entrou no carro rapidamente, se ficasse mais um pouco ali, seria devorado também.

Geraldo seguia gritando de dor quando viu o carro sair em disparada. Tentou se arrastar e foi ficando de pé bem lentamente, estava cercado.

_____________________ X________________________

-- Alguma sugestão de um local para irmos? – Perguntou Isabelle enquanto olhava a vista pela janela do carro.

-- Vamos pegar a Avenida Djalma, tem muitos pontos comerciais lá, podemos abastecer o carro e pegar os mantimentos. – Respondeu Andressa.

Aquela é uma das principais avenidas da cidade, interligada por alguns bairros. Está como o restante da cidade, abandonada, revirada, bem distante da lembrança que Daniel tinha da mesma antes de viajar.

Seguiram adentrando a avenida, Andressa como sempre estava dirigindo com a irmã ao lado, Daniel estava no banco traseiro. Olhando pela janela via-se além da paisagem de abandono que o local demonstrava, zumbis por toda a parte. Não seria fácil conseguir tudo o que queriam sem enfrentar aqueles monstros.

-- Aqui tá cheio Andressa, você tem certeza? – Perguntou Daniel ao perceber a situação.

-- Acho que ninguém veio aqui. A maioria dos pequenos mercados foram saqueados quando tudo ocorreu, foi uma grande confusão. Já aqui por ter esses zumbis, acho que ninguém se arriscou. – Respondeu ela.

-- E você acha que nós vamos conseguir? – Voltou a perguntar Daniel.

-- Estamos armados, se formos rápidos nada vai nos acontecer! – Exclamou ela.

Eles finalmente pararam o carro, perto de uma lanchonete. Os três saíram, Isabelle questionou:

-- Vamos entrar na lanchonete?

-- Não, vamos nesta farmácia – Andressa apontou para uma farmácia ao lado da lanchonete – Precisamos ter remédios também, e outras coisas.

Antes de entrarem na farmácia, eliminaram dois zumbis que se aproximaram, um com uma flechada e o outro com um golpe de Daniel com a mão direita, a única que podia usar naquele momento.

Entraram de forma sorrateira na farmácia abandonada, não havia ninguém lá dentro. Andressa e Isabelle se dirigiram até a seção de higiene íntima e recolheram alguns medicamentos pelo caminho. Daniel estava procurando algo em específico, um anti-inflamatório que pudesse utilizar para o seu ferimento. Enquanto procurava, recolheu pelo caminho bandagens, algodão, alguns analgésicos e esparadrapo.

-- Vamos logo, aqui tem que ser jogo rápido! – Exclamou Andressa para Daniel.

-- Um instante. – Respondeu ele ao pegar uma caixa de medicamento e voltando a dizer:

-- Podemos ir, já achei! – Exclamou ele.

Ele havia encontrado uma caixa de ‘Scaflam’, um anti-inflamatório, é claro que não era o ideal, mas poderia amenizar seu problema.

Os três saíram da farmácia e encontraram mais zumbis do lado de fora, mas não um número do qual não pudessem se livrar. Atacaram os monstros e os mataram. Eles dirigiam-se ao carro quando ouviram um barulho, um disparo, do disparo seguiu-se um grito.

-- O que foi isso? – Perguntou Isabelle.

-- Acho que foi um tiro, foi aqui perto! – Exclamou Daniel.

-- Tem mais alguém vivo por aqui então! – Disse novamente Isabelle.

-- Vamos ver então, deve ter sido perto mesmo! – Completou Andressa.

Eles correm por uma rua ao lado da avenida e o que avistam os espanta. Um homem alto moreno e careca está mancando e com a perna ensanguentada, cercado por zumbis, ele mal consegue ficar de pé.

Daniel, Andressa e Isabelle chegaram momentos depois de Lincoln sair com a ambulância, logo depois de ter aqui atirado em Geraldo.

Geraldo ao ver aquelas três pessoas, grita por socorro. Um zumbi que estava mais próximo consegue pegar o braço dele e começa a morder, ele grita mais ainda de dor e desespero. Este mesmo zumbi que o atacava, é atingido de súbito por uma flechada na testa, flecha essa atirada por Andressa.

-- Eles são muitos, não vamos conseguir matar todos! – Exclama Daniel.

-- Vamos nos aproximar pegar ele e fugir! – Disse Andressa olhando para Daniel.

Daniel atinge dois zumbis de forma seguida com seu facão, Andressa atinge mais uma flecha em um que estava bem próximo de Geraldo e com sua faca mata mais dois, Isabelle também consegue se livrar de um com a faca dada pela irmã.

-- Vamos pegar ele e correr para o carro! – Grita Daniel.

Isabelle é a primeira a chegar até Geraldo que se apoia em seu ombro e com dificuldades vai caminhando enquanto sangra muito. Daniel chega logo em seguida e ajuda a levar o homem.

-- Eu dou cobertura! – Disse Andressa enquanto os dois ajudavam o homem ferido.

Enquanto Daniel e Isabelle levavam Geraldo, Andressa matava mais alguns zumbis utilizando só sua faca, pois estava quase sem flechas.

Os dois conseguem chegar até a rua e vão avançando, se livrando e se esquivando de zumbis até chegar ao carro.

-- Entra todo mundo! – Gritou Andressa enquanto atirava uma de suas últimas flechas em um zumbi que estava perto de seu carro.

Todos entraram no veículo, Daniel no banco de trás com Geraldo, e as irmãs na frente. Geraldo sangrava muito e sentia muita dor, além do tiro na perna, havia a mordida no braço que era profunda. Daniel tentava estancar o sangramento do braço dele com uma das bandagens que recolhera na farmácia.

Aquilo era inútil, Daniel não conseguia limpar o ferimento só com uma mão, e ele muito profundo, ia além de seus conhecimentos em enfermagem.

Ao olhar bem para o rosto do homem, Daniel começou a lembrar, achou suas feições familiares.

-- Você... Você é aquele homem que fugiu com a Angélica, você... – Disse Daniel perplexo.

Geraldo abriu os olhos e com dificuldades também se lembrou de Daniel.

-- Vo-você é o maluco que voltou para o ônibus! – Disse em meio à dor.

-- Vocês se conhecem? – Perguntou Isabelle surpresa.

-- Ele estava comigo no ônibus! Ele fugiu com minha amiga, ele... – Daniel lembrou-se de Angélica e voltou a perguntar.

-- A Angélica, onde ela está! Ela ainda está com você?

Geraldo estava com muita dor e quase inconsciente, poucas palavras saiam de sua boca.

-- Praça... Bilhares...

-- Praça dos bilhares, ela está na Praça dos Bilhares? – Perguntou Daniel.

-- Ela... Ela morreu. – Disse ele fechando os olhos.

-- O que? O... Morreu? Não cara, como... – Daniel não queria acreditar no que estava ouvindo, começou a chorar.

-- O Alex... Ele vai morrer na praça... Lá era se-seguro... – Balbuciou Geraldo.

-- Ela morreu mesmo? Quem é esse Alex? – Perguntou Daniel em meio às lágrimas.

-- Me... Me deixem, me deixem na rua... Eu vou vi-virar uma daquelas coisas... – Pediu Geraldo olhando para Daniel.

Daniel estava sujo de sangue pelo sangramento de Geraldo, que desmaiou. Ele ainda chorava pela morte da amiga quando Andressa parou o carro.

-- Vamos deixar ele aqui. – Disse ela.

-- Vamos deixar ele? – Perguntou Isabelle.

-- Não podemos ficar com ele no carro, ele foi mordido!

-- Ela está certa! – Disse Daniel tentando se recompor.

Eles desceram do carro e trouxeram consigo Geraldo, ele estava inconsciente, tinha dois ferimentos graves e havia perdido muito sangue. Colocaram-no sentado na calçada e encostado em um poste, olharam brevemente e voltaram para o carro.

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Lincoln chegou em disparada com a ambulância na entrada da praça, buzinava repetidamente. Selina que estava com as chaves correu e abriu o portão. Ele entrou rapidamente e após descer do carro, disse enquanto andava:

-- Cadê o garoto? Onde está o outro? – Gabriel tentou intervir se aproximando de Lincoln, que não reagiu.

Ele foi até onde Alex estava e disse estarrecido:

-- Levanta! Levanta agora! – Gritou ele apontando a arma, Alex levantou, ele voltou a vociferar:

-- Eu já brinquei tempo demais com vocês! Cansei, seus merdas!

-- Onde está o Geraldo? – Perguntou Alex.

-- Dei o mesmo fim que vou dar a você agora. Fica de joelhos!

Lincoln repetiu a exclamação duas vezes, até ser obedecido por Alex. Gabriel se aproximou da cena e disse:

-- Onde está o outro homem Lincoln!

-- O que você acha? – Perguntou ironicamente Lincoln enquanto apontava a arma na cabeça de Alex. Gabriel voltou a dizer:

-- Que história é essa Lincoln, nós nunca matamos ninguém!

-- Que papo é esse agora Gabriel, quer morrer também? Cala a boca! Tudo isso é nosso, não precisamos deles! – Exclamou novamente Lincoln, que se voltando para Alex diz:

-- Eu já cuidei do grandão, agora é a sua vez! – Alex fechou os olhos, não disse nada naquele momento, apenas esperava que fosse breve, sem dor.

Um disparo é ouvido, Lincoln cai no chão, sua cabeça está estourada por um tiro dado por Gabriel. Alex levanta de súbito, pega a arma de Lincoln e atira em Selina antes que ela esboçasse qualquer reação, ela cai. Alex e Gabriel estão um de frente ao outro com as armas apontadas.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao 10º capítulo!

Pode não parecer muito, mas é sim uma marca. Uma pequena marca que é muito significativa para mim.

Eu não esperava que "O mal que o Homem faz" chegasse a 10 capítulos, achava que não iriam se interessar por minha história, mas que bom que se interessaram!

Queria agradecer a quem lê e comenta, pois vocês me ajudam a fazer esta história e a melhorá-la.

Kaline Bogard, Megaan, Guilherme Lopes, Ane Bradley, Hardy, Danii, muito obrigado!
Um duplo agradecimento a Kaline Bogard por favoritar a fic, valeu!

Bom, enfim, espero que estejam gostando e continuem acompanhando!






Säteily



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