O Escolhido escrita por Matheus Rabelo
Estava dormindo, quando tive um sonho, melhor, pesadelo.
Eu estava em um lugar lindo, em um castelo incrivelmente lindo e antigo, como a nossa escola, sim! Eu estava na nossa escola bem antigamente, ela era incrivelmente linda e perfeita. Vi que não tinha ninguém na escola/castelo, então resolvi passear. Parei de baixo de uma árvore, e fiquei lá relaxando. Quando algo sombrio, e escuro, vinha atrás de mim, pensei que fosse alguém, quando me levantei, tudo aonde ele passava morria instantaneamente. E logo senti a tristeza e a agonia vindo para mim, naturalmente eu corria, mas ele vinha atrás de mim, me virei por um segundo, mas não via aquele sujeito encapuzado, poderia dizer que ele era a própria Morte, mas não acredito que exista sujeito mais maldoso, e frio como ele, foi então que ouvi sua voz sibilando para mim como um sussurro em minha cabeça: Por que foges de mim? Estarei sempre aonde você estiver.
- Me deixe em paz!- gritei sem parar de correr e agitando os braços para trás na esperança de espantá- lo.
- Paz!!?- agora ele falava em alto e bom som mas ainda com ódio e rancor em sua voz.- A paz não existe meu caro.
- Me deixe!- gritei novamente- por que não me deixa?
- Por que eu sou você!- pudi ouvir sua voz maligna rindo.
- Acorde Mitchell!- ouvi Jim falando.- Cara, você ta bem?
- O que aconteceu?- perguntei grogue.
- Sei lá, você estava aí gritando, e falando com uma voz diferente, e tudo ao seu redor começou a levitar, então tudo caiu e acordei.- disse ele apontando para tudo no chão, e senti a preocupação em sua voz.
- Estranho.- foi tudo que consegui dizer, e me senti com muita vergonha.
- Acho melhor chamar Peter, ele saberá o que fazer.- disse Jim tentando esconder a cara de preocupação.
- Tá.- disse como não quer nada.
Então ele sem perder tempo, se teleportou, até na ala dos professores. Pluf, ouvi ele chegando de volta com Peter agora.
- O que aconteceu James?- perguntou Peter.
- Eu sei lá, eu estava dormindo, e tudo ao redor de Mitchell começou a levitar, e sua voz estava estranha, e sua cara estava assustadora.- disse ele sem olhar para mim.
- Ok, vou te levar a Srª Roberts, Mitchell.- disse ele com uma expressão séria.
- Tá.- respondi a sua afirmação.
- James você poderia vir conosco, sua ajuda seria bem- vinda.
- De boa.
Saímos do quarto, eu me sentia completamente esgotado e estava meio zonzo. Chegamos a " Diretoria" era assim que chamavam aqui? Lá era enorme, tinha uma poltrona de couro, e algumas estantes de livros atrás, e uma janela, e tinha um relógio, vi que era 5:30 da madrugada, as aulas começariam as 6:00.
- Me desculpe senhorita Roberts por te incomodar, mas tivemos um problema.- disse Peter mais sério do que nunca a uma mulher, escandalosamente linda, seus longos cabelos loiros batiam na cintura, e tinha os olhos azul cobalto, e tinha um corpo sensacional, lindamente esculpido, não tinha tudo exagerado, mas também não tinha tudo de menos. Ela era linda. Não me parecia uma "senhorita".
- Ah me desculpe, eu não a "senhorita Roberts"- disse ela rindo, um sorriso belo, que poderia acender a chama da paixão de qualquer homem.
- O que você está fazendo aqui Katherine?- perguntou Peter com um pingo de raiva que pudi sentir em sua voz.
- Realmente me desculpe Peter, é só que Margarett, pediu que eu esperasse ela aqui.- disse ela normalmente.
- Ah sim, me desculpe pela minha arrogância.- disse ele sorrindo.
Ela fez um gesto com a mão tipo " Não esquenta", percebi que sua pele, era linda e única, percebi que era macia e refletia pureza.
- Ela vai demorar muito?- perguntou Peter.
- Só alguns minutinhos.- então percebi que ela olhou para mim, e seus olhos me fitaram, e me senti realmente desconfortável.- E quem é esse?
- Mil desculpas Katherine, esse aqui é Mitchell Knight.- disse ele apontando a mão para mim.
- Ah sim! Você é o Telepata.- disse ela me dando um sorriso, acho que se estivesse lá sozinho, com certeza tinha desmaiado e derretido. Acho que ela percebeu que estava com cara de bobo e acrescentou: - Me desculpe, que falta de educação a minha.
- Imagina, não se preocupe.- disse tentando não corar.
- Mas e então você sabe controlar seus poderes?- disse ela agora conversando comigo.
Quando ia responder ouvi a porta se abrir, agora sim eu acreditava que era a senhora Roberts, era uma mulher de estatura mediana, corpo um pouquinho gordinho e cabelo curto preso para trás.
- Mil desculpas por minha demora Katherine, é que eu estava..- ela cortou a frase quando nos viu.- Peter? O que faz aqui?
- Desculpas, senhorita, mas o assunto era urgente, queria falar sobre aquele assunto que conversamos, lembra?
Percebi seu rosto mudar de feição:- Ah sim.- agora se dirigindo para Katherine disse:- Katherine minha filha, me desculpa, mas você poderia nos dar licença por um instante?
- Claro!- disse ela saindo e fazendo um tchau com a mão.
- E James..- rapidamente Peter cortou ela:- Senhorita James faz parte disso.
- Ah, desculpa.- disse ela fazendo uma breve reverência a James.
- James, você poderia fazer o favor de contar sobre a cena que você teve lá no quarto com Mitchell?- perguntou Peter sério.
- Ah sim.
James começou a contar sobre tudo o que ele viu.
- Ai meu Deus!- ouvi senhorita Roberts exclamar.- James, muito obrigada pela sua atenção e cooperação, agora pode se retirar, Mitchell por favor fique aqui.
James saiu, e me deixou lá com os dois.
- Algum problema?- eu sabia que tinha um, mas quis ter a certeza.
- Mitchell, nós precisamos te contar uma coisa.- Peter olhou para senhorita Roberts e vice- versa.
Senhorita Roberts, foi em uma de suas estantes, e pegou um livro com capa de couro, e bem grosso.
- Mitchell, - começou Peter.- seu dom é muito complexo. Irei te contar tudo.
- Achei!- exclamou senhorita Roberts.
Peter pegou o livro, e me mandou ler um trecho de uma profecia:
Um dia ele retornará
Mas retornará com o mal
Como sempre, irá destruir seu habitante
E destruirá a humanidade
Ninguém poderá superar seus poderes
A não ser seu próprio habitante e seu dom
Ou então, toda a humanidade irá se curvar
De ante de um ser maligno.
-O que é isso?- perguntei com uma gota de pânico em mim.
- Mitchell, - disse Peter.- A muito tempo atrás, tinha um mago que mexia com magia negra, e era das fortes, mas ele algum dia recebeu o dom da Telepatia, e com isso ele lavou sua alma de tudo que era ruim, graças ao seu dom, ele achava que estava tudo bem, mas durante um tempo ele começou a sentir coisas estranhas, sentia ódio e desprezo. Então seu dom, começou a seguir seus exemplos, como você sabe, o dom é você e você é o dom, então ele começou a usar seu dom para o mal.
- Mas por que isso?- perguntei confuso.
- Porque, ele mexia com magia negra, em um de seus rituais, ele invocou um ser maligno, mas ele achava que poderia controlar o poder do ser, então o ser saiu fora de controle, e ele o aprisionou, mas o ser antes disso tudo, deixou um rastro de maldade em seu corpo, então quando o dom habitou ele, também sentiu a maldade correndo em seu espírito, então ele começou a destruir as coisas, então muitas pessoas que tinham dons, se juntaram e tentaram aprisionar ele. E eles conseguiram, então o habitante humano, morreu, mas seu dom, continuou vivo. E ainda com o ser maligno.
Senti uma pressão em meu estômago minha cabeça começou a girar, então consegui falar:- E vocês acham que o meu dom, seja o dom do tal desse mago do mal, e que o meu dom esteja "contaminado".
Eles assentiram. Então me lembrei daquela noite que tudo dizia para eu procurar "John Miller".
- Ah Peter! Me esqueci de te falar, naquela dia que te conheci, naquela mesma noite, ouvi uma voz me falando para te procurar.
- Ah era eu!- disse senhorita Roberts rindo.
- Mas por que me causou aquela dor?
- Me desculpe mas que dor?
- Como assim que dor? Aquela dor insuportável! E você ainda me ameaçou falando que se eu não procurasse John Miller, eu ia ter sérias consequência, e com isso você me causou aquela dor.
- Mitchell, me desculpe, mas não sei do que está falando, uma das regras da escola, é que não se obriga ninguém a vir para cá.
Senti minha barriga e minha cabeça começar a doer de novo.
- Ah meu Deus!- exclamou senhorita Roberts.
- Mitchell não quero te assustar- disse Peter- mas parece que o espírito maligno está bem desenvolvido, porque ele pode de causar dor.
- E como eu mato ele?
- Não tem jeito de matar ele, mas tem jeito de mandá- lo para de onde veio, e isso depende de você.
- Eu!?
- Sim, como diz a profecia, o único que pode matar ele é você! Porque ele é você e você é ele.
- Mas claro que vou te ajudar, nós vamos te ajudar.
- Obrigado.- senti uma dor profunda crescendo dentro de mim.
- Você acha que está bem para ir as aulas hoje?- perguntou Roberts.
- Claro.
- Qualquer coisa, me diga por favor.- disse Peter.
- Tá.
E assim sai para mais um dia de aula normal, mas minha cabeça ficou girando e me senti com um medo que nunca senti antes, e um pânico crescendo em mim.
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