Traps Of Destiny escrita por Anne Black


Capítulo 23
Entre lagrimas.




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Acordei chorando desesperadamente, mas tentando não fazer barulho, sentia o calor de Jacob ao meu redor enquanto observava seu peito subir e descer.  Meu olhos ardiam e quase não conseguia abri-los por completo, deviam estar inchados, mas nada doía mais que meu coração. Não faço idéia de como será minha vida daqui para frente às pessoas que confiava me traíram, mentiram e agora me encontro nos braços do filho de um assassino. – meu corpo enrijeceu evidenciando meu terror – retirei os braços dele de perto e sentei na cama em com um só impulso.

Mal conseguia enxergar direito enquanto corria porta a fora. Estava completamente cega pelas lagrimas, que escorriam sem piedade alguma de meus olhos, enquanto me lembrava de tudo. Corri em direção ao escritório e tranquei a porta, tropeçando em meus próprios pés no instante em que atravessei o ambiente e me arrastei até a gaveta pegando uma foto da minha infância ao lado dos meus pais, onde me encolhi em uma bolinha e desabei a chorar novamente. Devo ter ficado nessa mesma posição, até ouvir insistentes batidas na porta.

— Renesmee! – A voz dele estava grave desesperada – Por favor, abre a porta. - Muitas batidas continuaram vezes e vezes seguidas – Preciso falar com você – pressionei minhas mãos contras os ouvidos tentando parar de ouvi –lo – Por favor, Nessie, me deixa cuidar de você – sua voz já não soava mais tão alta, poderia afirmar com quase certeza que Jacob também chorava, mas não conseguia me mover. Ele pareceu desistir ouvi um suspiro alto antes das batidas acabarem.

Me senti aliviada por ele ter desistido mas parte de mim sentia-se vazia, seu calor de hoje mais cedo vazia falta. Não queria e não podia ter Jake comigo, não.  Não sei ao certo quanto tempo passou mas ouvi novamente a maçaneta ser movida, inutilmente.

— Nessie, podemos conversar? – A voz de Serena era calma – Por favor querida.

 - Me deixa sozinha – disse entre o choro.

— Não, precisamos conversar – ela fala dura – Jacob está quase derrubando essa porta, não consigo controlá-lo mais – falou meio agitada.

Me mover depois de tanto tempo na mesma posição foi doloroso porém nada fisicamente doía tanto, me arrastei ate a porta destrancando-a.

— Graças a Deus! – Serena levantou as mãos teatralmente, mas seu olhar era triste  - Vem cá  - ela me abraçou de um jeito forte e carinhoso.

—Obrigada – disse sem animo – Como você sabe? – perguntei confusa, ela apenas direcionou  olhar para Jacob que estava encostado na soleira da porta nos olhando intensamente.

Meu corpo se arrepiou ao vê-lo ali, acho que foi visível para ambos já que Jacob me olhou triste com uma expressão de dor e Serena encarou as próprias mãos por um tempo e seguiu ate porta falando com ele e serrando a passagem em seguida.

— Me conte o que aconteceu – Ela disse pegando minhas mãos – Posso ajuda-la.

— Não consigo – falei em um fio de voz.

— Por favor tente – ela me abraçou e nos levou ate o sofá sem quebrar o contato

Contei tudo rápido quase sem respirar, qualquer tempo para pensar e voltaria a chorar, Serena nem se movia, comecei a despejar toda minha dor pelas palavras.

— Essa mulher,  Rose – Senti repulsa no tom de dela – Onde ela esta? Precisamos procurar a policia.

— Sai de lá sem olhar para trás -  Falei quase chorando – Não sabia o que fazer, não sei.

Ela estava pronta para falar novamente quando fomos interrompidas por um barulho e alguém passando desesperado pela porta e me abraçando, fiquei espantada ,mas meu coração se acalmou ao sentir um cheiro conhecido

— Quil – disse sussurando

— Me diga que está bem?  - ele falava preocupado beijando meus cabelos, me sentia incrivelmente segura ali, não tanto quanto como hoje pela manhã, mas mesmo assim segura. – Nessie –  Sua voz suplicava

—Estou bem, prometo – disse sorrindo pouco, o sorriso não chegava aos meus olhos, quando finalmente nos separamos pude ver atrás de Quil o olhar triste de Jacob novamente, ele me encarou por um tempo depois saiu batendo a porta.

— Ele não queria me deixar entrar  - Quil comentou olhando para porta. Apenas balancei a cabeça em afirmação.

—Nessie, ele não tem culpa – Serena falou e Quil, que não sabia o que aconteceu, olhava confuso  -  Ele lembrou ontem de coisas que se encaixam com o que você disse, mas está tão assustado quanto você

— Do que vocês estão falando? – Quil perguntou, sua mão estava repousada nas minhas costas fazendo um carinho leve que me acalmava, mas ao pensar em Jacob começou a me incomodar.

— Jacob se lembrou de algumas coisas – Serena falou e senti o olhar de Quil ficar vago, quase espantado – Fora isso coisas aconteceram, mas acho que não cabe a mim conta-lo – Serena falou e seu tom parecia irritado, educado, mas ainda assim irritado.

— Não quero pensar nisso agora – falo me afastando deles – Preciso ficar sozinha.

—Tem certeza? – Quil se aproximou pegando na minha mão – Não gosto de te ver assim

— Por favor, só quero ficar sozinha, preciso pensar

Serena segurou o ombro de Quil guiando-o para a porta.

— Jacob está tão perdido quanto você -  Ela disse botando apenas a cabeça para dentro – Pelo estado da sala – ela falou olhando para fora e depois voltando a mim encarar – Ambos são vitimas, meu irmão Jared é investigador, quando estiver pronta me ligue, vamos resolver isso.

Escutei o barulho da porta da frente e respirei fundo por longos minutos, pensei na minha mãe e o que ela faria no meu lugar, seu sorriso e aquele jeito encantador a forma como conseguia cuidar de todos ao seu redor, ela não merecia ter partido daquele jeito cruel.

Minha mãe gritou? Ela ficou assusta ali sozinha vendo tudo ter tomado pelas chamas? Teria sofrido menos se eu estivesse ali? -  Sai do escritório perdida nesses pensamentos sem perceber, meu corpo só se deu conta quando parei no meio da cozinha ao ver Jacob jogado no chão de joelhos encarando as próprias mãos machucadas.

— Ajude-o, não deixe que ele caia na escuridão   - Tinha certeza que conhecia aquela voz, era minha mãe. Minha mente imaginou tão real que podia sentir sua respiração próxima ao meu ouvido.

Como um instinto fora do normal, incentivada pelas palavras da minha mãe corri ate ele e enrolei meus braços ao seu redor como se meu mundo dependesse disso, me agarrei a Jacob como minha bóia salva vidas no meio do oceano.  Ele demorou em corresponder, mas fez o mesmo e nós dois ali abraçados chorávamos como duas crianças assustadas.

— Obrigada – foi tudo que consegui dizer, ele tirou sua cabeça do meu ombro e me olhou intensamente – Por ter saído do carro, por ter me ajudado. – Nos seus olhos vi um misto de sentimentos, ele provavelmente não se lembrava daquela noite, mas eu sim e pude ver seu olhar se torna terno

— Iria ao inferno para salvar você – ele falou – Como pude esquecer desses olhos?  - Ele passava as mãos pelo meu rosto enxugando minhas lagrimas – Você sempre esteve comigo, sempre.

— Não sei o que fazer Jake – disse me apertando contra seu corpo novamente

— Vou encontra-lo – disse serio pressionando seu braço contra meu corpo  - Ele vai pagar

Nas suas palavras tinha ódio, mas bastou que eu o encarasse novamente para seu olhar mudar, via paixão, cuidado e amor. Era quase como se meu Jake estivesse de volta. Aquele homem ali não era meu marido, era meu Jake.

—Tenho medo – disse depois de analisar cada parte de sua expressão – Não sei se isso é certo – falo com sinceridade. –Nós.

— Por favor Nessie – ele falou suplicante – Preciso de você – ele arfava – Não  sei porque mas não consigo pensar em te perder agora.

— Uma hora você vai lembrar – disse alterando minha voz – Tudo vai ser igual, me prometi que não permitiria Jacob – falo me afastando dele. – Não posso colocar meu mundo nas suas mãos de novo, perdi tudo. Meus pais foram assassinados e eu nem mesmo sei se você foi sincero comigo.

—Estou sendo agora – ele tinha os olhos úmidos – Só posso responder pelo que sou agora. – ele tenta se aproximar, mas me afasto em um reflexo rápido – Não vou te machucar

— Eu não vou deixar mais ninguém me machucar – falo firme


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Notas finais do capítulo

Eita amor complicado ne? Acho que um beijo resolve tudo, mas sou chata e adoro prolongar o sofrimento



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