Traps Of Destiny escrita por Anne Black


Capítulo 17
O Jacob que eu era - POV Jacob Black


Notas iniciais do capítulo

Mais uma recomendação o/ obrigada a D R A C A R Y S que foi uma linda e me deixou muito feliz, capitulo dedicado a você ♥



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Sou um homem de 30 anos morando na casa da mamãe isso é ligeiramente patético, tenho plena certeza que estou no meu melhor estado e posso cuidar de mim mesmo. Cansei das pressões da minha mãe que retornaram na mesma noite em que Leah foi embora me lembrando o motivo de ter fugido para longe quando era mais novo.

Leah, outro grande problema. Partiu sem muitas explicações, na verdade nenhuma, não quis ler sua carta meu orgulho se recusa assumir como estou destroçado. Fui mais uma vez abandonado, mas não posso exigir nada afinal aparentemente me casei e superei nosso relacionamento por mais que meu coração tente não aceitar isso.

Também não quero prende-la comigo por pena, sei que Leah se tornou uma lutadora profissional isso me deixa orgulhoso. A menina refém dos gostos da mãe que conheci havia se tornado uma mulher independente, não irei desistir, mas vou dar tempo ao tempo.

 Aproveitei que minha mãe resolveu viajar para acompanhar a semana de moda e tomei a decisão de voltar para casa, sinto falta do meu lar. Meus objetos, carros e meu quarto já que não consigo dormir sentindo falta de algo, não me acostumo com uma cama que não seja a minha, eu acho.

Tenho certeza que tinha uma chave da casa escondida em uma pedra no jardim, eu espero, afinal perdi meus pertences no acidente. Peguei um dos carros de Sarah para ser mais exato a BMW preta meu segundo modelo preferido depois do Audi exclusivo que criei para mim e fiz o favor de destruir no acidente, bufo de raiva.

Era estranho dirigir depois de tudo, sento tenso no banco, preciso me certificar de que é isso mesmo que quero fazer. Verifico o retrovisor mil e uma vezes, abro o portão da garagem que parece demorar uma eternidade ate realmente permitir minha saída, vejo o jardineiro olhar embasbacado como todos iriam se me vissem dirigindo depois de tudo.

Fiz o caminho cauteloso para me certificar que estava indo para o lugar certo, chequei retrovisor novamente, continuo segurando o volante com força ate tomar a via principal e sentir meu corpo relaxando, mas meus olhos continuam atentos em tudo ao meu lado;

Eu realmente não havia esquecido o caminho, admiro o a entrada e paro por um momento tentando entender em que momento escolhi uma porta azul, isso definitivamente não era feito meu.

 Renesmee,  minha cabeça alertou e só ai me dou conta de que ela deve morar aqui afinal é sua casa também, sinto meu estomago revirar. De todas as pessoas no mundo ela é exatamente a que não queria machucar, não consegui encará-la para uma conversa e agora planejo dividir o mesmo teto ou melhor voltar a dividir.

É uma idéia estúpida, estou pronto para marcha de volta ao carro quando observo a grande janela e vejo duas pessoas na sala, devia ter percebido antes já que tinha uma carro estacionado na entrada da garagem, Leah já tinha me dito que Renesmee não dirigia em um dia que ela foi levar roupas para mim.

Podia ir embora e ignorar, mas a curiosidade era mais forte e posso admitir que meu extinto protetor esteja tentando me convencer de checar como ela anda.

Abro a porta com cuidado não atraindo atenção deles que estavam muito ocupados, beijando. Sinto meu corpo ferver de raiva, minha vista chega a ficar preta, fecho minhas mãos com ódio deixando meus punhos pronto para socar a cara dele. Não a olhei por muito tempo não queria vê-la tão próxima dele, Quil estava beijando a minha olhos de chocolate, meu amigo na minha próprio casa. Foda-se que não me lembrava dela isso só tornava tudo pior, tive que me controlar para não mata-lo ali mesmo.

Solto uma tosse falsa interrompendo o beijo, mas tenho a sensação que Renesmee iria fazer isso se não tivesse me precipitado. O beijo não era correspondido por ela, o ódio quase saiu do meu corpo ao pensar nisso, mas ainda sinto que quero mata-lo.

— O que ... – Interrompo sua fala, pois mais alguns segundos ouvindo iria acabar por socá-lo sem dó

— Qual o espanto em eu ter a chave da minha casa—Falo deixando bem claro que era minha casa, para caso ele ainda tivesse escrúpulos percebesse a merda que fez. Observo sua blusa suja de vinho, para beija-la ele precisou embebedar, ranjo os dentes de ódio – Talvez você devesse ir embora, uma blusa suja pode não ser o maior estrago da noite. – falo frio e ameaçador.

— Jake, cara – Renesmee parece voltar à plena consciência do seu lado 

— Vá embora Quil – digo me aproximando e ele se levanta para ficar com o olhar na mesma altura, petulante. – Agora. – tenho certeza que ele entendeu o recado, entretanto seu olhar continua duro.

— Não – A voz doce de Renesmee quebra o silencio tenso, paramos de nos encarar para olha-la, a feição dele torna-se terna ao encontrar os olhos dela, isso reacende minha raiva. – Vou colocar sua blusa na lavadora, não vai demorar – Ela fala saindo do cômodo – Vou pegar outra blusa para você, não saia daí – ela fala apenas para ele me ignorando, isso me incomoda.

Ficamos parados na mesma posição e o silencio mortal era cortado apenas pela nossa respiração pesada. Qualquer faísca nesse território causaria um incêndio, éramos como duas feras cheias de raiva.

— Tome – observo ela entregar uma camisa minha para ele, ainda sem me encarar – Preciso da sua para lavar. – Ele sorri para ela, trinco meus dentes, e retira a camisa entregando e recebendo um sorriso doce de Renesmee.

Observo-a ir em direção a lavanderia nos fundos da casa, bem longe, esse era o momento de encará-lo.

— O que você pensa que está fazendo? – pergunto puxando pelo colarinho da camisa para me encarar – Fala seu imbecil.

— Se você quer uma explicação é melhor me soltar porque se continuar a única coisa que vai receber de mim é um soco – ele diz num tom firme penso em milhões de maneiras para acabar com a cara dele ali mesmo, jogo seu corpo no chão a certa distância e ele bate em um móvel quando cai, mas não fica la por muito tempo. – Jacob – ele fala se aproximando de mim – Você não lembra dela, não a conhece.

— E você lembra muito bem não é seu merda – digo alterando meu tom – Quando me contou sobre Renesmee senti algo estranho, percebi o jeito que olhava para ela. – Sinto que isso o atingiu, então era verdade.

— Que diferença faz para você – Ele estava com ódio nos olhos – Cansou de brincar de casinha com Leah? – ele umedece os lábios antes de voltar a falar – Você não se preocupou nem em falar com Nessie depois do acidente, eu cuidei dela – fala e isso me atinge.

—Não fale como se fosse fácil para mim – digo – Eu não me lembro dela mas você sabe que é minha esposa, você sabe, o único com desvio de caráter aqui é você.- praticamente cuspo as palavras na sua cara.

— Jacob você ainda ama Leah, suas memórias de Nessie podem ter sumido, mas você sabe quem ama  - Sabia disso, amava Leah mas outra parte de mim não queria que nada entrasse no caminho de Renesmee – Que droga Jacob, eu a amo desde moleque.

— Você a amava enquanto ela era minha? – falo tentando entender.

— Ela nunca foi sua, você sempre cuidou dela e nunca deu bola para os sinais, cansei de te dizer que ela te amava – ele pensa antes de falar. – Depois que seu pai contou a verdade, você criou ódio de Nessie.

— Que verdade? – O que me faria odia-la? Seus olhos doces que combinam perfeitamente com aquele rosto capaz de me convencer de ir ate o fim do mundo lutar para mante-la a salvo, como conseguiria odiar? . – Não minta.

— Você nunca me contou exatamente – ele disse chacoalhando a cabeça. – Coisas do seu pai, serias – Minha cabeça começa a doer quando tento pensar em uma justificativa – Esse casamento é uma farsa. – Sinto meu corpo ferver de novo, ele sabia mais e não queria contar ou estava mentindo.

— Não se meta – falo rude – Você não sabe de nada – digo

—Não fiz por mal Jake – ele diz e vejo seus olhos encherem de lagrimas – Eu a amo cara, tentei muito esquecer em respeito a você, mas não consigo e não me peça agora para desistir porque não vou.

—Eu te mato – digo serio

— Faça o que achar melhor – ele diz – Você é meu irmão no fim de tudo – ele se aproxima de mim  - Vou lutar pela mulher que amo, não quero ficar amargurado como você vivia antes do acidente. – Interrompo sua fala dando um soco na cara dele.

Quem ele pensa que é para dizer como eu vivia, começamos a trocar socos e empurrões derrubando tudo e fazendo barulho. O tapete branco da sala estava sujo de sangue e pouco me importava de saber a quem pertencia, mas com certeza era dele.

— Parem com isso agora – estava pronto para devolver o soco nele quando ouço a voz de Renesmee gritar - Agora! – ela se coloca no meio dos dois – Não acredito que vocês estão brigando.

— Desculpe Nessie -  Quil fala com a mão na boca escondendo  o corte e olhando ao redor constatando a bagunça que tínhamos feito com cara de inocente.

— Tudo bem, mas vocês não são mais crianças para ficarem se agarrando como cão e gato – ela diz me olhando severa e parecia uma mãe brigando com dois filhos  - Vou pegar curativo vocês estão machucados.

— Não, vou embora – diz e ela nega – Tenho plantão essa noite, resolvo isso lá. – diz pegando seu casaco e indo ate a porta.

— Sua camisa – Ela fala

— Pego depois – ele me encara duro – Em outro momento. – sinto a indireta e Renesmee prevendo minha relação fica na minha frente e seu corpo está quase colado no meu. – Adeus Nessie. – ele sai sem dar tempo dela acompanhá-lo ate a porta, sinto uma vitoria.

Ela vira para mim e me encara por alguns segundos com uma cara indecifrável ate virar em direção a cozinha

— Vem fazer um curativo – diz e não percebo nada na sua voz. Sento-me na bancada observo enquanto ela se estica para pegar o kit de primeiro socorros no armário de cima, me pergunto em que momento pensei em colocar aquilo ali – Coloquei na cozinha porque fica perto do gelo e da água, faz sentido na minha cabeça – Então foi idéia dela. Ela fala sorrindo pela primeira vez e não controlo uma risada também, pois aquilo não fazia o menor sentido.

Ela limpa um corte na minha sobrancelha e coloca delicadamente um remédio que ardia muito e não evito gemer em protesto, por alguns segundos encarando seu rosto concentrado no que fazia tive a sensação de já ter visto isso outra vez, mas logo passa e tudo fica um borrão

— O gelo – ela me tira dos pensamentos entregando a bolsa – Coloque ai no rosto pode acabar ficando inchado, foi um soco e tanto.

— Imagino como está à cara dele – digo enquanto coloco o gelo e recebo um olhar reprovador – Tudo bem eu paro.

— Isso foi uma bobagem muito grande – ela diz e cruza os braços contra o peito fazendo um bico que me faz soltar um riso baixo – Odeio brigas.

— Aconteceu – ela concorda e continua na mesma posição. Dou-me conta que é a primeira vez que ficamos sozinhos, nossa primeira conversa ao menos para mim – Desculpe por ter aparecido e feito confusão, não devia ter sido assim.

— Tudo bem, é sua casa também – ela diz e suaviza a rigidez que mantinha com os braços cruzados – É uma situação estranha.

— É pior para você – Falo levantando e me aproximando dela – Não sei como resolver isso, mas quero te pedir uma coisa.

— Peça – Sinto no seu olhar uma tristeza tomar conta, ela está com medo.

— Posso ficar no quarto de hospedes? – digo e suas sobrancelhas se arqueiam em surpresa – Preciso voltar para casa, mas sinto que essa casa é sua. Não me lembro de nada, mas sei que seu marido, o Jacob que eu era, gostaria que esse lugar fosse seu caso algo acontecesse.

— Para mim não tem um problema nisso – ela para olhando para o nada – Mas você? Sarah? Essa situação continua estranha.

— Eu sei, mas se você permitir gostaria de ficar por aqui enquanto ainda tenho o tratamento com a psicóloga talvez se estiver em um lugar conhecido algo me ajude, minha mãe vai entender.  – Falo e espero sua resposta apreensivo.

— Tudo bem – Ela diz simplesmente talvez mais para ela do que para mim.

— Realmente quero te conhecer, talvez nunca lembre, mas quero saber quem você é antes que tomemos alguma decisão.  – Ela descruza os braços e sorri para mim sem muito animo. – Posso pegar algumas coisas no quarto para arrumar o de hospedes?

— Não precisa pedir – ela diz – Você sabe onde fica tudo. – concordo – Vou arrumar a bagunça da sala enquanto isso.

— Se quiser posso te ajudar – ela nega e eu desisto indo em direção a escada.

O quarto estava como eu me lembrava. A diferença é que meu closet agora, ou sempre e eu apenas não lembro, tinha roupas femininas junto aos meus ternos isso era engraçado por que perecia tão certo e tudo no seu devido lugar, mas na minha cabeça continuava estranho.

Resolvi tomar um banho rápido e vestir apenas a calça do meu moletom e sai levando alguns lençóis para o quarto de hospedes, deixei por lá e resolvi descer para ajuda-la a arrumar minha bagunça de mais cedo.

Percebi que o andar de baixo estava silencioso demais, por um momento me ocorreu a ideia dela ter ido embora ou estar com o Quil, na pior das hipóteses. Mas quando cheguei à sala observei que os cacos de vidros já tinha sido recolhidos e o tapete não estava mais la.

No sofá estava só Renesmee deitada meio desajeitada mas dormindo serena entregando que tenha pego no sono sem querer, ela parecia arrepiada já que a grande janela da sala estava aberta fazendo uma friagem atingir diretamente seu corpo.

Sem pensar muito e em um movimento estranhamente familiar a peguei nos braços e rumei ate o andar de cima sentindo seu corpo próximo ao meu. Suas mãos em um gesto involuntário, já que ela dorme profundamente, se enrolam no meu pescoço provavelmente buscando o calor do meu corpo devido a nossas diferenças de temperatura.

Deposito com cuidado na cama e tento sair mas suas mãos se apertam mais ao meu pescoço, precisava me desvencilhar o que estava difícil, precisaria acordá-la nem que fosse um pouco.

— Resnemee – digo baixo no seu ouvido para não acordar totalmente, passo meu dedo por sua bochecha e seu corpo responde afrouxando o aperto e me libertando. – Boa Noite Nessie – eu odiava esse apelido que ouvi Quil chama-la no hospital, mas agora sendo dito por mim parecia perfeito para ela.

Vou ate a porta, mas antes de sair a encaro dormir e novamente sinto a sensação de familiaridade, minha cama que nas memórias sempre esteve vazia, agora parecia perfeita com ela.

— Boa noite Jake – ouço sua voz rouca quase inexistente, ela realmente dormiu.

Por algum motivo não consegui conter o sorriso que apareceu no meu rosto quando fecho a porta e fico encarando o corredor a minha frente, estava confuso.


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Notas finais do capítulo

Vou postar bem mais agora que estou sem nada para fazer afinal terminou meu ano de vestibulanda ne AMEM
Espero que vocês tenham curtido bastante



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