Traps Of Destiny escrita por Anne Black


Capítulo 11
Foi um prazer conhecê-la.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura mores



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POV NESSIE

Estava nervosa demais e cada segundo esperando o manobrista nos conseguir um taxi parecia uma tortura interminável. Como se o diabo tivesse projetado o molde perfeito para me levar a loucura sentia cada parte do meu corpo formigar.

A morena ao meu lado parecia perdida em seu próprio mundo de maneira indecifrável pouco me importava também, só conseguia pensar em Jacob era ele quem não saia dos meus pensamentos por nem sequer um minuto.

— Renesmee, o taxi – ouvi Leah me chamando já entrando no carro.

Acenei e entrei mostrando o endereço do hospital ao motorista, não queria trocar uma palavra com ninguém agora.

— Você esta feliz? – perguntou baixo

— Sim – falei olhando para a janela – Por quê?

— Faz muito tempo que não o vejo então para mim é como se nada tivesse acontecido e eu apenas vou revê-lo como antes – fala sem pausas – mas você estava todos esses meses esperando, você o viu sem vida.

—É como imaginar uma ressurreição – falei me perdendo nessa imagem – Meu marido morreu por meses – falei triste

Leah pareceu entender que aquele era meu momento. A viagem ate o hospital era todo o tempo que eu tinha para lidar com o fato que meu Jacob estava de volta.

O taxi parou no sinal e levei algum tempo observando os grandes prédios de NY, a cidade que nunca dorme e mesmo a noite percebi que cada janela mostrava um trabalhador apressado diferente correndo ao telefone como se a sua vida dependesse disso.

 Nas lojas do térreo, como em uma pequena floricultura ao lado do sinal, uma senhora sorria entregando um buque de rosas a um jovem de no máximo 18 anos que recebeu ansioso o buque e antes de partir abraçou a senhora com carinho depois checou o próprio reflexo na vitrine da loja de jóias ao lado, dentro desse loja uma loira de meia idade rodopiava saltitante olhando para o anel em sua mão enquanto o marido admirava a cena sem dar muita importância, pelos olhares que trocava com a atendente ele traia a esposa com freqüência e pelo jeito que ela olhava para o anel não se importava muito com algo alem da jóia.

O lado de fora uma menina que aparentava uns 5 anos pulava nas poças de água como se brincasse de amarelinha recebendo um olhar reprovador da mãe que logo sorriu como se entendesse a alegria da criança ao fazer aquilo.

O barulho de viaturas e buzinas entregava que apesar dos pequenos singelos detalhes era uma cidade grande durante a noite, tinha tensão, cansaço e estresse por todo lado alguns queriam ir para casa outros estavam saindo para trabalhar aquela hora. E ninguém mais ali parecia realmente dar valor a pequenas coisas da vida como pular uma poça, dar flores a uma amada ou simplesmente valorizar o que importa para você mesmo que seja uma jóia.

A cidade não dormia e ninguém parava. Agora Jacob estava de volta, seu mundo voltaria a caminhar e eu pedia com todas as forças que ele fosse capaz de retornar forte o suficiente para aguentar tudo isso.

— Senhoras – falou o taxista olhando pelo retrovisor – Boa sorte e tenham uma boa noite. – as nossas caras e a ida ao hospital provavelmente entregou ao taxista que era algo serio.

—Obrigada, bom trabalho – falei pagando o taxi e saindo acompanhada por Leah que falou algo com o senhor que não consegui ouvir devido ao barulho de uma ambulância que chegou às pressas.

Direcionei-me de maneira automática para recepção, tinha toda a planta daquele hospital na minha memória tive tempo suficiente para isso. A recepcionista me conhecia e provavelmente sabia da novidade por que me recebeu com um sorriso.

Entregou-me o crachá sem pedir nenhum documento, mas antes de correr para o quarto de Jacob recordei que Leah estava comigo e ela também precisaria de identificação

— Beatrice, pode fazer um para Leah, ela irá comigo – A moça fez uma cara engraçada talvez por não entender o motivo de levar uma “estranha” comigo para ver meu marido que acordou do coma.

— Aqui senhora – Ela entregou para Leah e me olhou com carinho – Boa sorte.

Apenas sorri e acenei com a cabeça não tive tempo de falar nada, pois Quil apareceu.

— Me sigam – falou, se não o conhece-se bem diria que ele apenas foi profissional, mas infelizmente nesse caso eu conhecia e percebi que seu tom era bravo como se quisesse socar uma parede.

Paramos frente a um quarto de recuperação, Jacob deve ter sido transferido quando acordou. Um frio na barriga apareceu como se eu fosse uma adolescente prestes a dar seu primeiro beijo, mas na verdade sou uma mulher com medo de enfrentar seu pior pesadelo o amor de sua vida.

—Ele acordou com sequelas – Quil falou sereno tentando esconder seu tom de bravo, agora eu o entendia não queria socar ninguém apenas sentia-se culpado por Jacob ter acordado com sequelas – A maioria não é grave nem permanente – falou segurando a maçaneta e olhou para mim – Confie em mim Nessie.

— Com minha vida – falei segurando seu ombro lhe passando confiança.

Aporta se abriu a luz vinda da lâmpada fluorescente forte do quarto me cegou por uns instantes, pisquei meus olhos algumas vezes e a imagem de Sarah sorrindo segurando a mão de Jacob começou a ficar nítida me permiti por aqueles breves segundos me preparar para vê-lo de olhos abertos, não tinha como fugir.

Levantei o olhar e pude encarar seus grandes e negros olhos profundamente, seus cabelos estavam maiores do que eu lembrava, deitado em coma não costumava olhar muito esses detalhes me doía vê-lo desacordado, mas agora queria experimentar a sensação de olhar cada mínimo detalhe de seu rosto. Sua barba estava aparada lembro-me de  Sarah fazer isso toda semana e agora eu agradecia internamento pois podia ver seu rosto melhor cada parte cada pedaço do meu amor.

Seus lábios se abriram como se fosse falar, mas logo virou um sorriso largo que mostrava toda sua fileira de dentes, um sorriso que eu não via há muito tempo, parecia o Jacob de anos atrás prestes a contar uma piada com uma expressão divertida.

Eu continuava estática na porta admirando todas as suas reações como se não existisse mais nada ali e fui tirada desse transe pelo som de sua voz

— Você esta aqui não acredito - Sua voz, como senti falta disso, era tão bom ouvi-la, mas depois de ver a morena passar por mim e correr para abraçá-lo percebi que ele não tinha falado comigo muito menos sorrido para mim – Lele senti sua falta.

Senti minhas pernas fraquejarem e meus olhos ficarem cheios de lagrimas tenho certeza que teria caído no chão se os braços de Quil não tivessem me segurado pela cintura, senti seu corpo colado ao meu me permitindo ficar em pé

— Seja forte – ele falou no meu ouvido e ninguém no quarto pode ouvir.

Uma conversa acontecia no quarto enquanto eu permaneci na mesma posição por esses poucos minutos que pareceram para mim uma eternidade. Eu precisava ir ate la mas não conseguia sentia que não devia.

— Como você soube o que aconteceu? – Jacob perguntou

— Renesmee me contou – falou e só nesse momento senti olhares sobre mim – Nós nos encontramos pelo acaso e ela me trouxe – Leah ia continuar contando como chegou ali, mas ela reparou o olhar de Jacob questionador em minha direção e parou observando o moreno ate que por fim ele falou.

— Quem é Renesmee? – ele disse e ficou me encarando por muito tempo – É você, senhorita?

Não possuía nada no mundo que me segurasse de pé, os braços de Quil não podiam impedir que meu mundo fosse ao chão. Vi nos olhos de Jacob uma imensidão de nada, simplesmente nada.

Depois de quase quatro anos em um casamento sem amor eu já tinha visto todas as caras de desprezo, raiva e mentiras de Jacob, mas ali naquele momento dizendo aquelas palavras não havia nenhuma dessas expressões.

Só percebia que chorava quando pude ouvir meu próprio soluço despertando-me da dor de ter meu coração dilacerado.

Ele me olhava confuso sem entender as lagrimas e esperando uma resposta

—Sim sou – falei quase sem som ele me olhou e como se buscasse outras respostas ou segurança olhou para Leah que assistia a cena com a boca aberta e Sarah que não expressava nada apenas me olhava como se eu fosse uma parede no meio do caminho.

Não conseguia ficar ali, o jeito que ele olhava para ela suas mãos juntas e como perto de sua mãe eles pareciam à família perfeita senti que não pertencia a aquele lugar.

Empurrei Quil e abri a porta atrás de nós, mas antes de sair pude ouvir

—Renesmee – meu coração se encheu de esperança de tudo aquilo não passar de uma brincadeira de mau gosto – Foi um prazer conhecê-la  

Balancei a cabeça concordando impossibilidade de responder qualquer silaba se quer, sai do quarto correndo em direção a ao algum lugar que agora não importava onde era mais precisava ser longe.

Corri pelos corredores sem saber para onde ir parecia um labirinto sem fim, mas eu não me importava. Cheguei ao fim de um corredor sem saída apenas chutei a parede na minha frente com toda raiva que tinha dentro de mim e quando não me restaram forças cai sobre meus joelhos no chão.

— Nessie – ouvi gritos vindo pelo longo corredor alguém estava se aproximando mesmo próximo não consegui identificar de quem era a voz o barulho do meu choro era tudo que realmente conseguia ouvir. – Você esta sangrando. Como você se machucou?

Pude ver que era Quil quando o mesmo se abaixou e segurou meus punhos machucados talvez devido aos socos que dei na parede, não me importava.

— Ele não me conhece – falei batendo no peito de Quil e derramando mais lagrimas sem qualquer controle.

— Você precisa se acalmar Nessie, por favor – ele falou segurando meus pulsos me impossibilitando de move-lo – Você disse que iria confiar em mim, por favor.

—Apenas me diga o por quê? – falei encarando seus olhos azuis tentando passar para ele o quanto precisava disso

—Jacob esta com um problema de memória – falou serio – Ele se lembra da nossa casa na árvore, do time que torceu na infância, do carro que dirigia no acidente, de Leah ter desaparecido por 3 anos e que andava por NY correndo em um domingo quando sofreu um acidente. Ele só não lembra de ...

— De mim – falei completando o que Quil não tinha coragem – Como ele esqueceu apenas de mim?

— Profissionalmente não posso te responder isso ainda Nessie, sinto muito – ele falou acariciando minha bochecha – Mas como amigo posso dizer que minhas suspeitas pessoais são de perca de memória traumática.

—Não entendo – falei voltando a chorar, ele me abraçou e senti algo me espetando no braço, olhei para ele confusa.

— Pedi que confiasse em mim, o melhor agora é você se acalmar isso é apenas um calmante – Já estava ficando grogue, mas senti seus braços me  levantando do chão como se carregasse um bebê – Vai ficar tudo bem, durma.

Eu queria dormir, queria dormir e nunca mais acorda nesse mundo onde Jacob não me conhece.

 


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Notas finais do capítulo

Chorei um pouco kkkk se vcs ficaram deprimidas lendo indico ouvir Let Me Go da Avril Lavigne pra completar a tristeza, adoro ouvir musica depois que leio algo triste.
Enfim.... pobre Renesmee



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