- Está me dizendo que então há um jeito de Elena voltar a ser humana? - Bonnie perguntou-me assustada, quase não acreditando no que eu lhe dissera - Stefan, isso é impossível.

- Eu também acho impossível, Bonnie. - murmurei a olhando irritado - Klaus disse que é possível. Apenas temos de levar Mia para ele.

- O que Mia tem a ver com isso? - ela perguntou sem entender.

Estávamos no Grill, numa mesa distante de todos. Apenas Bonnie sabia que eu tinha me encontrado com Klaus, e apenas ela saberia os planos, como Klaus mandou.

- Klaus disse que há muitos anos, existia uma espécie de bruxas diferente. Diferente de você. - expliquei calmamente e ela olhou-me esperando por mais explicações - Essas bruxas eram mais fortes que as outras, e quanto mais elas usavam seus poderes, mais fortes ficavam. Porém, elas eram caçadoras. - Bonnie olhou-me confusa - Caçadoras de vampiros. Elas chegaram a matar muitos vampiros, mas com o passar dos tempos, muitas delas foram sumindo, como se estivessem entrando em extinção.

- Extinção?! - olhou-me incrédula.

- Elas estavam sendo mortas por um grupo de vampiros. - murmurei rapidamente e ela arregalou seus olhos - Mas há poucos anos, uma bruxa bem poderosa sacrificou-se para matar aquele grupo, o que deu certo, mas ela morreu junto.

- Por que ela sacrificou-se? Se elas são tão fortes assim, não poderia matá-los rápidamente?

- Há uma maldição que quando uma bruxa conjudaradora de magia morre, todo seu poder é passado para sua ou seu descendente. - concluiu - E parece que Mia é a descendente da bruxa que sacrificou-se.

Bonnie olhou-me assustada, como se eu acabasse de lhe contar uma história de terror ou algo pior.

- Como Klaus sabe que Mia é descendente da tal bruxa? - ela perguntou receosa.

- Ele é Klaus, ele sabe de tudo. - disse óbvio e ela concordou ainda receosa.

- Então... Mia pode fazer Elena voltar a ser vampira?

- Possivelmente. Se ela realmente tiver o poder da mãe dela.

Entrei na mansão Salvatore ainda pensativo com tudo aquilo. Era claro que eu queria que Elena voltasse a ser humana. Ser vampira era tudo que Elena menos queria. Agora poderíamos ter a chance de fazê-la feliz novamente. Mas isso estava envolvendo pessoas que não deveriam se envolver. Eu não tinha ideia do que deveria realmente fazer.

- Stefan? - escutei a voz de Elena. Virei-me para ela rapidamente, a mesma estava ao lado das escadas, olhando-me desconfiada - Onde você estava?

Sorri de leve, não iria contar a ela. Não enquanto não tivesse a certeza. Não queria trazer falsas esperanças a ela.

- Fui caçar.

PDV MIA

Eu caminhava tranquilamente nas ruas de Mystic Falls. Estava um dia ensolarado e calmo. Resolvi entrar no Mystic Grill e sentei-me numa mesa vazia. O movimento por aqui era calmo, o que me deixou um pouco mais aliviada. Desde o dia em que quase matei a tal Rebekah, sinto que posso me descontrolar a qualquer momento. Por motivo algum contei ao meu tio sobre o que quase houve naquele dia. Ele viria com aquele papo de "Eu te avisei". Isso era tudo que eu menos queria.

- Posso sentar-me aqui?

Arfei quase saltando da cadeira quando escutei tal sotaque britanico a minha frente. Uma imensa aflição atingiu meu corpo, e senti minhas mãos ficarem geladas como gelo. Levantei meu olhar lentamente e percebi quem se tratava. Era o mesmo homem que eu tinha visto na igreja. Alto, loiro, olhos verdes e de uma beleza adimirável.

- Não. - disse fria e assustada. Ele deu-me um sorriso sarcástico e então sentou-se a minha frente, sem mesmo minha permissão - Eu disse que...

- Meu nome é Klaus. Klaus Mikaelson. - ele disse sorrindo. Meus olhos quase saltaram quando ouvi tal nome. Fechei meus punhos com força, sentindo certa raiva - Não precisa ficar nervosa, aposto que já ouviu dizer muito sobre mim.

- Você tentou matar minha mãe. - disse em furia e engoli em seco.

- Não guarde mágoas, querida. - ele disse sorrindo sádico - Isso prejudica a si mesma. - deu de ombros.

- Ousado de sua parte vir até a mim sabendo que posso te matar num estralar de dedos. - disse irônica. Ele abriu um grande sorriso e tombou a cabeça de lado.

- Faça isso e todos os vampiros que você já fez amizades irão junto comigo. - ele disse sem se importar. Eu sabia que ele estava certo. Klaus era um vampiro Original. Minha tia dizia-me que quando matávamos um Original, todos de sua linhagem iriam juntos - Isso inclui Damon. - ele falou com um certo sorriso significativo. Eu o encarei surpresa por tais palavras. E me senti estranha ao pensar em matar a Damon. Então Klaus soltou uma baixa risada, eu o olhei confusa e ele inclinou-se a mim - Não acredito que o Salvatore mais velho já andou investindo na nova bruxa de Mystic Falls.

Senti meu rosto esquentar levemente e Klaus olhou-me sarcástico.

- O que você quer comigo? - sussurrei com um ódio na voz. Klaus sorriu novamente, ajeitando-se em sua cadeira.

- Não imagine que quero lhe fazer algum mal. - ele disse dando de ombros novamente - Ao contrário, eu jamais faria isso. - sorriu sincero.

- Imagino então que veio pedir-me algo? O que pode ser? - ironicamente fiz-me de entusiada.

- Eu não vim lhe pedir nada. - ele disse sério - Apenas quero lhe ajudar. - falou convicto.

- Me ajudar? - repeti desconfiada e ele afirmou.

- Eu fiquei sabendo do que fez com minha irmã. - ele disse sério novamente, fiquei surpresa em saber que a tal Rebekah era sua irmã - Se você não a matou, provavelmente ainda não completou suas 365 estrelas, não?

Assustei-me. Então ele sabia das minhas marcas? Sabia da maldição?

- Acertei não? - olhou-me sarcástico.

- Como você sabe disso? - murmurei aflita.

- Você realmente não me conhece, eu sei de tudo, tudo que você pode imaginar. Acredite ou não. - ele disse com um olhar frio de dar-me arrepios.

- As verdadeiras bruxas podem se controlar, sabia? - falei querendo demonstrar confiante a ele. Klaus sorriu sem humor.

- As verdadeiras bruxas pelo que me lembro tem suas marcas completas, e pelo que acabei de ver a sua ainda falta um pouco. - ele apontou discretamente ao meu pescoço. Instantaneamente levei minha mão ao meu pescoço descoberto e escondi minha marca rapidamente. Klaus sorriu de lado - Ainda falta muito ou não?

- 34. - engoli em seco e ele olhou-me em duvida - 34 dias.

Klaus olhou-me surpreso e sorriu perveso.

- Pouco mais de um mês. - ele disse sorrindo de lado. Eu fiquei calada e respirei fundo - Quando estiver tornando-se completa, sei que é o momento em que é mais poderosa, não?

- O que quer dizer com isso? - perguntei assustada.

- Sei também que apenas vocês tem a cura, não é verdade?

Eu o olhei assustada novamente e arfei baixo.

- Do... Do que está falando?

- A cura para o vampirismo. - sorriu amargurado - Sei que existe, porém apenas a bruxa com o poder de todos seus ancestrais pode fazer. Ou seja, você.

Klaus olhou-me sarcástico, sabendo que meu silencio era sua resposta. Respirei fundo e o olhei séria.

- Não consigo imaginar o porque de o vampiro mais velho do mundo, mais forte também quer se tornar um humano. - disse o olhando intrigada, nunca imaginei que um dia alguém falaria disso comigo.

- A cura não é para mim, não diretamente. - ele disse sério - Mas isso ainda não é importante, eu apenas quero o feitiço.

- E por que eu lhe faria isso? - perguntei sarcástica. Ele deu-me um sorriso malvado e suspirou.

- Porque eu simplesmente posso fazer de sua vida um inferno, até eu conseguir o que quero.