Blue Roses And Tears escrita por nataliafairy


Capítulo 11
Capítulo 9 - Quebra-cabeças part 2


Notas iniciais do capítulo

Nenhum personagem de HP nos pertence, é tudo da queridona Jk. Os personagens que nos pertencem são os criados por nós (dããã!) em prol da história de universo altenativo Blue Roses and Tears.



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            No Grande Salão, Hermione se despedia de Jack.

            _ Muito obrigada por tudo, Jack. Você nem sabe como eu estava me sentindo. – disse Hermione, sorrindo, levemente.

            Jack queria dizer que sim, que sabia exatamente o que ela estava sentindo. Mas não o fez. Pela primeira vez em sua vida Jack não queria tirar proveito e algo, não poderia, ele estava realmente gostando de Hermione.

            _ É... – foi o que ele disse – Bom... Tchau... – deu um beijo na testa de Hermione e se foi.

            Enquanto vai Jack se afastar, Hermione avistou Cedric adentrando o salão... com Chang. A facada do ciúme atingiu-a mais uma vez, mas ela respirou fundo e sentou-se ao lado de Harry.

            _ Oi, Harry... – Hermione cumprimentou-o sem emoção.

            _ Oi... – Harry respondeu.

            _ Tudo certo com o plano para que todos fiquem fora do salão comunal enquanto você conversa com Sirius? – foi a única coisa que Hermione conseguiu lembrar para falar com Harry. Ambos haviam feito planos para obrigar os retardatários a saírem do salão na hora da aparição que Sirius faria a Harry.

            Harry contara a Hermione que Sirius havia achado mais seguro que eles conversassem “cara a cara”. Se o plano não desse certo eles soltariam algumas bombas de bosta, mas esperavam não ter que recorrer a isso.

            _ Está tudo certo. – respondeu-lhe Harry, tomando seu último copo de suco de abóbora. – Você não vai comer? – perguntou, desconfiado para Hermione.

            _ Não... eu já comi. – mentiu Hermione. Nem a saliva lhe passava direito pela garganta.

            _ Bom, vamos indo para aula então? – Harry perguntou. Era estranho, como se ele quisesse sair de lá o mais rápido possível.

            _ O.k... – disse Hermione, estranhando o comportamento de Harry.

            Enquanto estavam saindo, Hermione notou que Malfoy e seu grupinho estavam olhando para direção dela e de Harry, rindo descontroladamente. Ela parou para encarar Malfoy com as mãos na cintura, este lhe deu um sorriso malicioso, pegou algo e começou a lê-lo. Estavam a centímetros da mesa da Lufa-lufa.

            _ “Harry finalmente encontrou carinho em Hogwarts.” – ele começou. Hermione reconheceu o que ele segurava, era o Profeta Diário, estivera tão cheia de coisas na cabeça essa semana que nem havia pegado e um jornal. – “Seu amigo íntimo, Colin Creevey, diz que o garoto raramente é visto sem a companhia de Hermione Granger, um alinda menina nascida trouxa que, como Harry, é uma das primeiras alunas da escola.”

            Hermione estava parada, atônita. Quando aquele artigo havia saído? O que as pessoas estavam pensando? O quê?

            _ Eu não disse nada. – Harry defendeu-se.

 Do momento em que o artigo apareceu, Harry teve que aturar colegas – principalmente – que o citavam, caçoando, quando ele passava.

            Hermione também ganhara sua cota de aborrecimentos, mas ainda não começara a berrar com as pessoas. Ainda...

            _ Não liga... – dizia Hermione com dignidade, erguendo a cabeça no ar.

            _ Linda? Ela? - gritou Pansy Parkinson com a voz esganiçada, logo na primeira vez que encontrou Hermione, depois do artigo de Rita Skeeter ter sido publicado. – Qual foi o padrão de beleza? Um esquilo?

            Hermione fechou suas mãos em punhos, respirou fundo e virou em direção a Pansy.

            _ Eu vou responder a sua pergunta com muito prazer, Pansy. Mas antes, você responderia a minha? – perguntou Hermione, calmamente.

            _ O quê? – perguntou Pansy, ainda rindo, com um ar de nojo.

            _ O sêmen de qual trasgo a sua mãe usou para te ter? Porque uma cara assim não pode ter sido acidente! – disse Hermione, rindo maliciosamente entre risos das mesas da Lufa-lufa e Grifinória, já que estas eram as únicas perto o bastante para ouvir – Vamos, Harry.

            Harry gargalhava ao seu lado. Antes de sair, Hermione, pôde ouvir Jack perguntar, sério:

            _ Como você pôde fazer isso, Hermione?

            Hermione se virou se entender, olhando-o confusa.

            _ Os tragos não fizeram nada para você! Pela menos não ainda! – disse Jack, rindo.

            Hermione deu um sorriso iluminado e, logo depois, murmurou, entre risos histéricos: obrigada! E saiu com Harry.

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            Cedric não ouvia metade das coisas que Cho dizia, mas tê-la ao seu lado o confortava. Ele ainda gostava de Cho e carinho conforta a ardência do amor.

            Cho se sentou à mesa da Lufa-lufa com Cedric.

            _ Finalmente você foi acorrentado! – Chris ria, falando com Rudy.

            _ Espera! – Cedric se sentou – Vocês se lembram do Rudy e da Moon?

            _ Claro! – exclamou Kate – Como esquecer?

            _ É... Como? – repetiu Cedric.

            _ O.k... – disse Kate sem entender.

            _ Eu não fui acorrentado! – protestou Rudy – Ela foi... – disse, rindo abobadamente.

            _ Isso é verdade! – concordou Kate – Só assim para aturar o Rudy de namorado! Caso contrário, ela teria que estar chapada 24 horas por dia e... vamos admitir, a Moon normal já meio maluca, imagina chapada!

            Todos riram menos Rudy, já que Kate estava fazendo piada às suas custas, Rose, que encarava o grupo da Sonserina com um olhar fuzilante e Cedric que tentava entender tudo o que aconteceu.

            Então, Hermione passou com Harry pela sua mesa e Cedric não pôde deixar de seguir-lhe com os olhos. Malfoy começou a rir com seus amigos de algo. Do que o retardado estaria rindo? Foi então que o retardado começou a ler um artigo. O animal dentro de Cedric se pronunciou. Ele queria se levantar e bater em Malfoy, Jack, Harry... Potter... Todos os medos ridículos sobre Hermione e Harry voltaram para mente de Cedric. Ele nem prestou atenção aos fatos que se seguiram, sua mente parou quando Hermione sorriu um sorriso lindo, hipnotizante. Mas o sorriso não era para Cedric, era para Jack. Cedric manteve suas mãos longe de qualquer coisa quebrável, pois sabia que partiria em pedaços o que estivesse em suas mãos. Hermione saiu da sala... com Harry. Cedric não agüentava mais, tinha que sair.

            _ Vamos logo? – perguntou, rudemente, ao grupo.

            Todos que estavam rindo pararam e fizeram que sim com a cabeça.

            _ Cara... o que...? – começou a perguntar Rudy.

            _ Não, Rudy. – foi a única coisa que Cedric disse.

            ●●●

            Enquanto caminhavam para aula de História da Magia, Harry e Hermione conversavam.

            Hermione estava furiosa com Harry e Rony, ia de um a outro, tentando forçá-los a se falarem, mas eles permaneciam inflexíveis, um só voltaria a falar com o outro se este lhe pedisse desculpas.

            _ Não fui eu que comecei Hermione. – disse Harry – O problema é dele!

            _ Não, você sente a falta dele! – tornou a dizer Hermione, impaciente – E eu sei que ele sente falta de você...

            _ Sinto falta dele? Eu não sinto falta dele! - Harry protestou.

            Era mentira, e Hermione sabia, por isso, revirou os olhos em desaprovação.

            _ De qualquer jeito... – disse Harry – Eu tenho algo muito mais importante para te contar!

            Nesse momento um garoto e uma garota da Corvinal passaram com distintivos “Apóie Cedric Diggory. O verdadeiro campeão de Hogwarts!”, que logo depois passaram a mostrar a frase “Potter fede!”. Hermione havia achado aqueles troços ridículos. Ficou com raiva por Cedric não ter feito nada a respeito. Mas o que ele faria? Colocaria todos sobre a maldição Imperius e mandaria que todos amassem Harry?   

            _ Ignore. – disse Hermione ao amigo.

            _ É o que eu tenho feito. – respondeu Harry.

            _ Bom... mas o que você estava prestes a me dizer? – perguntou Hermione, interessada.

            _ Ah! – exclamou Harry – Tudo começou na noite passada, quando Hagrid disse que queria me ver...

            Harry contou a Hermione tudo o que lhe acontecera em sua pequena viagem com Hagrid. Contou que Hagrid a ele e a Madame Máxime ao lugar onde guardavam o grande segredo que seria a primeira tarefa.

            _ Dragões?! – exclamou Hermione.

            _ Shhhhh! Apreciaria se você não gritasse isso aos sete ventos! – repreendeu-a Harry.

            _ Desculpe... – disse Hermione, estava pasma e com medo – Mas... então todos já sabem?

            _ Sim... Bom, não. Cedric não sabe. – respondeu Harry.

            _ COMO?! – gritou Hermione, aterrorizada.

            _ Shhhhh! Dá para se acalmar? – pediu Harry – Eu vou falar com ele!

            _ Vai agora! – Hermione estava perdendo o controle.

            _ Calma! – Harry já estava quase rindo da histeria da amiga, mas isso seria muita maldade.

            _ Agora! – Hermione empurrou-o para direção de onde seria a próxima aula de Cedric.

            ●●●

            Cedric estava indo, calado, com o grupo de amigos da Lufa-lufa em direção à sala de feitiços. Hermione o observava de longe.

            _ Vai! – ela disse para Harry.

            _ Mas, como é que eu vou falar com ele? – perguntou Harry, sem saber como contar a Cedric.

            _ Sei lá! Pergunta se ele gosta de queijo! – disse Hermione, empurrando-o.

            Harry deu uma risadinha. Isso seria engraçado.

            POSSÍVEL CONVERSA ENTRE HARRY E CEDRIC.

            _ Olá, Cedric!

            _ Potter...

            _ Então, você gosta de queijo?

            _ O quê?

            _ Sabe, queijo... Ele te dá proteínas, você vai precisar já que a primeira tarefa será enfrentar Dragões...

            _ O QUÊ?!

            _ Vai comer um queijinho, vai!

            FIM DA CENA IMPOSSÍVEL QUE NUNCA ACONTECERIA.

            _ Diffindo! - murmurou Harry.

            A mochila de Cedric rompeu. Pergaminhos, penas e livros se espalharam pelo chão. Vários tinteiros se quebraram.

            _ Não se preocupem. – disse Cedric em tom irritado, guando os amigos se abaixara para ajudá-lo – Digam a Flitwick estou chegando, vão indo...

            Harry virou para trás e viu Hermione bater na testa, depois ela fez sinal para ele ir em frente.

            _ Oi. – disse Cedric, tentando não ser rude – Minha mochila simplesmente se rompeu... nova em folha. – ele falava sozinho.  

            _ Cedric, - Harry começou – A primeira tarefa vai ser dragões.

            _ O quê? – exclamou Cedric, erguendo a cabeça.

            _ Dragões. – repetiu Harry – São quatro, um para cada um de nós, e vamos ter que passar por eles.

            Cedric arregalou os olhos. Um pouco de pânico nos olhos de Cedric foi percebido por Hermione, que estava observando a cena escondida atrás de uma pilastra.

            _ Tem certeza? – perguntou Cedric em uma voz abafada.

            _ Absoluta. Eu vi. – respondeu Harry.

            _ Mas... por que está me dizendo isso? – Cedric perguntou outra vez.

            _ Os outros já sabem, achei que seria justo. – Harry respondeu, pacientemente.

            Cedric queria estar odiando Potter, mas esse foi um gesto de grande generosidade. Contudo, poderia ser um truque. Quando ele estava prestes a perguntar se Harry estava mentindo, Moody apareceu atrás do garoto. 

            _ Venha comigo, Potter. – rosnou o professor – Diggory pode ir andando  Hermione assistiu Cedric entrar nem sua sala e Harry ser levado pelo professor. Ela mesma seguiu para sua aula depois disso. Caminhava aflita e assustada com o que poderia acontecer.

            ●●●

            Quando se encontrou novamente com Harry, Hermione ficou praticando com ele o Feitiço Convocatório, porque Harry planejava usá-lo para chamar sua vassoura até a Arena onde estaria o Dragão e usá-la para atravessá-lo. Porém, ele não estava fazendo muito sucesso, até queria pular aula de Adivinhação para continuar treinando, mas Hermione se recusou categoricamente a perder a aula de Runas Antigas. 

            ●●●

            Enquanto Hermione andava pelos corredores, sentiu uma grande energia elétrica passar pelo seu corpo. Era como se ela estivesse prestes a fazer algo importante, algo que deveria deixar-lhe nervosa. Mas era somente uma aula de Runas Antigas, como todas as outras que teve.

            Não! Não era uma aula de Runas Antigas como todas as outras que teve! Não era! Não poderia ser! E não seria... Lá estava, sentado em uma carteira, mexendo as mãos e as pernas como se estivesse tão nervoso quanto Hermione.

            _ Srta. Granger... – a professora chamou às costas de Hermione, isso a sobressaltou.

            _ Professora!

            _ Acalme-se... – pediu a professora Véctor.. – Venha comigo...

            Hermione a acompanhou até a metade da sala e parou ao lado... dele. Ela não conseguia pensar no nome.

            _ Soube que você está ajudando o Sr. Diggory – começou a professora – Muito gentil da sua parte... É sempre ótimo receber novos alunos!

            Claro! O fato de Cedric ter sido escolhido cursar essa aula no ano em que foi campão de Hogwarts não tinha nada a ver com a excitação da professora...

            _ Podem sentar juntos de agora em diante. – disse a professora simpaticamente. Simpaticamente demais.

            Hermione estreitou os olhos. Ele precisa fazer todas as pessoas agirem como idiotas perto dele? Agora eles teriam aula juntos, na mesma mesa...

            _ Espere! Por quê? – Hermione soltou sem querer – Quer dizer... – Hermione ouviu um riso abafado, olhou feio para Cedric.

            _ Faremos tudo que pudermos para que o novo aluno possa acompanhar nosso ritmo rapidamente. – explicou a professora.

            _ É muita consideração sua, obrigado. – disse Cedric pela primeira vez, ouvir a voz dele era um efeito ainda maior que vê-lo.

            _ Claro, claro! – a professora parecia muito satisfeita consigo mesma. Ela havia corado?! – Vamos, vamos! Hora da aula.

            Hermione sentou-se violentamente.

            _ Não quer dar um pedestal para ele também?! – reclamou ela para si mesma.

            _ Ele estaria feliz com uma troca de parceira. – respondeu Cedric rudemente.

            _ Então troque! – retorquiu Hermione – Ninguém nunca te nega nada, certo?

            _ Já delirando? – provocou Cedric.

            _ Sr Perfeito, vai me dizer que seu reino encantado não se adéqua a sua vontade? – debochou Hermione.

            _ Claro que não! – respondeu Cedric – Me puseram com a bruxa, não com a princesa! – ele não falou bruxa em um bom sentido... não mesmo.

            _ Estou a um insulto de te transformar em sapo! – advertiu Hermione.

            _ Ah, é? – Cedric estava rindo incrédulo.

            _ Eu sei como fazê-lo. – afirmou Hermione seriamente.

            Cedric se endireitou em seu lugar. Hermione riu, e ele sorriu de volta, pois apesar de estarem furiosos um com o outro havia uma coisa a qual os dois sempre teriam que corresponder... Os seus sorrisos.

            A aula se seguiu com ambos calados, tensos e inquietos. Nenhum ousava se olhar nos olhos, porque sabiam que cairiam na tentação de se desculpar, e ambos eram orgulhosos demais para tal feito. Hermione se ocupava em fazer anotações e Cedric em não fazer nada. Hermione estava começando a se irritar.

            _ Você poderia fingir que está fazendo alguma coisa? – perguntou Hermione.

            _ Não. – Cedric respondeu secamente.

            _ Imprestável... – sussurrou Hermione, ofendida com a frieza de Cedric.

            _ Delicadeza transborda de seus lábios. – debochou Cedric.

            Hermione virou encarando-o, ela encarava seus olhos e Cedric nunca desejou tanto não ter se lembrado da palavra lábios. Ele ficou mais uma vez hipnotizado, em uma questão de segundos estava se inclinando para frente, involuntariamente.

            _ O que... o que você está fazendo? – Hermione perguntou, fracamente, porque Cedric diminuiu muito a distância entre eles e chegaria a um ponto em que Hermione não poderia mais recuar.

            Cedric viu o que estava fazendo e virou o rosto para o caderno de Hermione.

            _ Tem muito para copiar? – ele fingiu olhar as anotações.

            _ Ah... é... – Hermione começou.

            _ O que é isso? – Cedric parecia espantado. – Não tem como ela ter falado ou escrito tudo isso!

            _ Bom... – Hermione começou outra vez.

            _ Você está fazendo os deveres de uma parte mais avançada da matéria! – acusou Cedric, depois começou a rir.

            _ Não há nada de engraçado! – exclamou Hermione – Não tem...

            Hermione desistiu de reclamar, ao invés disso beliscou braço de Cedric, fortemente.

            _ Ai!!!

            _ Sr. Diggory, algum problema? – perguntou a professora Véctor.

            Cedric balançou a cabeça negativamente com cara de dor. Hermione olhava para seu caderno, prendendo o riso.

            _ Certo... – a professora parecia um pouco desconfiada, mas ignorou – Isso é tudo por hoje, podem se retirar.

            Um arrastar de cadeiras começou e Hermione enfiou o material na mochila o mais rápido que pôde, queria sair dali. Quando tentou se levantar, sentiu algo apertar seu braço e puxá-la para baixo.

            _ Ai! – reclamou Hermione.

            _ Não reclame! Isso não é nem metade do que você me fez. – disse Cedric, ainda segurando o braço de Hermione, certo de ela estava exagerando.

            _ Sério, está doendo! – disse Hermione, tentando se soltar.

            Quase no mesmo instante Cedric soltou o braço de Hermione, que se assustou com a tamanha rapidez com a qual ele o fez. Não se passou nem um minuto e ele já tinha examinado o braço e se certificado de que não havia marcas nem nenhum tipo de machucado.

            _ Eu disse que estava machucando, não que você tinha arrancado meu braço... – disse Hermione ao ver o quase desespero no rosto de Cedric.

            _ Seja mais específica da próxima vez! – disse Cedric, rispidamente.

            _ O.k... – Hermione respirou, profundamente – Você está agindo como um idiota! Eu não sei o que eu fiz para merecer que você me trate desse modo estúpido e você não quer me dizer. Então, o que eu posso fazer?

            Cedric somente a encarava sem dizer nada.

            _ Eu sugiro que você ao menos finja educação para comigo, porque nós ainda vamos nos encontrar muito! Seja bonzinho para que nossa convivência seja, no mínimo, suportável, O.k? – concluiu Hermione.

            _ Você vai continuar me dando aulas? – Cedric parecia não entender.     

_ Por mais que, depois de hoje, eu não queira olhar para sua cara, eu assumi um compromisso, e vou cumpri-lo. – afirmou Hermione.

            _ Ah... – foi a única coisa que Cedric conseguiu pronunciar depois dessa resposta. 

            _ O que você queria me dizer? – perguntou Hermione meio hesitante.

            _ Eu... nada. – mentiu Cedric.

            _ Então não precisava ter me machucado. – disse-lhe Hermione, virando de costas para ele.

            _ Eu não machuquei. – Cedric não queria que ela fosse, pelo menos não ainda.

            _ Você não deixou marcas - corrigiu-o Hermione, voltando-se para ele. Ela também não queria ir embora.

            _ Então não a machuquei de verdade. – ele insistiu.

            _ Cedric...  você pode, por favor, me dizer logo o que você quer? – perguntou Hermione, cansada desse joguinho.

            Cedric não poderia falar que o que ele queria era Hermione. Não poderia dizer que tudo o que ele queria, era estar com ela, que essa manhã nunca tivesse acontecido. Então, simplesmente disse:

            _ Parabéns por... Bom, você e o Potter. Parabéns – Cedric disse sem nenhum animo, quem visse sua expressão poderia dizer que ele falava sobre muito desinteressante como... Cho Chang.

            _ Era isso? – perguntou Hermione incrédula. Logo depois começou a rir descontroladamente.

            Cedric não entendeu nada, mas seu subconsciente lhe dizia para deixar agora aquela sala, pois ela estava fazendo ele de idiota. Só que, como já foi dito antes, há somente uma coisa a qual eles sempre terão que corresponder com um sorriso, o mesmo dado pelo outro. Cedric sorriu abertamente do jeito que Hermione ria. Não era nada delicado, ou discreto, ela simplesmente ria descontroladamente colocando seu corpo para frente e para trás. Mas era assim que, para ele, o sorriso perfeito deveria ser.

            _ Do que você está rindo? – perguntou Hermione, parando um pouco com o ser ataque.

            _ De você. – respondeu Cedric com um sorriso maroto. Hermione ficou parada. Como é que se respira mesmo?

            _ Então... é... Então... isso... – ela não conseguiria terminar aquela frase, o que somente fez Cedric sorrir mais abertamente. – Você é um idiota! – ela disse do nada.

            _ O quê? – Cedric havia parado de rir e olhava-a totalmente confuso, franzindo as sobrancelhas.  

            _ Ah, nada. Bom, você é idiota. Mas eu disse isso para você parar de rir. – explicou-lhe Hermione.

            _ Você é doida, acredite! Doida. – disse Cedric balançando a cabeça e sorrindo.

            _ E você é realmente um idiota por achar que eu sairia com o Harry. Que nojo, Cedric! Ele é o meu melhor amigo, o meu irmão. – comentou Hermione fazendo uma careta.

            Uma luz iluminou-se dentro de Cedric.

            _ Mas a matéria do jornal... – disse ele mais por dizer, acreditava no Hermione havia dito, ou queria muito acreditar.

            _ Foi escrita por Rita Skeeter. – completou Hermione. – Você realmente acha que ela escreve algo que é por completo verdadeiro?

            _ Eu não sei, você realmente gosta dos campeões, veja Krum, por exemplo. – Cedric disse sem pensar, e antes não tivesse dito.

            _ O quê?! – perguntou Hermione – Você está me chamando de fácil?

            _ O quê?! Não! – Cedric apressou-se a explicar. Ele achava que Hermione tinha gosto por campeões, mas nunca a chamaria disso.

            _ Não, você tem razão! – interrompeu-o Hermione, nervosa. – Eu não sou fácil, tenho uma “queda” por campeões, certo? É o único que importa para mim em uma relação. O status do cara em questão!

            _ Eu não quis dizer isso! – Cedric tentou responder.

            _ Quis sim! – Hermione o interrompeu de novo.

            _ Não foi! Você já demonstrou algum interesse por mim por acaso? – Cedric ignorou a noite passada em seu argumento.

            _ Ah, eu sou muito seletiva! – disse Hermione, acidamente. – Só saio com os campeões que valham à pena!

             Um segundo vendo a expressão no rosto de Cedric e Hermione estava extremamente arrependida do que havia dito. Cedric olhou para o lado, desviou o olhar, estreitou os olhos e se levantou para sair. Antes de sair, porém, ele parou à porta.

            _ Isso, seja lá o que for entre nós. – ele começou – Não dá para concertar, certo?

            _ Não. – respondeu Hermione, dolorosamente.

            Ele acenou com a cabeça e se foi. Hermione esperou por um pouco antes de sair para não encontrá-lo e depois seguiu para sua aula.

            ●●●

            Hermione pela primeira vez não prestava a mínima atenção na aula de feitiços.A única coisa que conseguia pensar era na expressão torturada no rosto de Cedric antes que saísse da sala. Não agüentando o peso dessa memória, apoiou a cabeça nas mãos, olhando diretamente para o seu pergaminho em branco.

            De repente, letras começaram a se formar no pergaminho. Hermione espantou-se, e esfregou os olhos com as mãos não acreditando que aquilo estaria acontecendo. De novo.

Feitiço para congelar o tempo

            Hermione não tinha certeza se continuava a ler aquilo, ou se finalmente esquecia toda essa história maluca de feitiço. Mas ele precisava de algo para distrair-se.  Você pode imaginar o que aconteceu depois.

Acredite, você precisa. Mas não desafie.

Porque esse feitiço só pode ser usado em extrema necessidade.

O primeiro passo a se tomar é a meditação. Todos os dias

Pegue uma parte do seu tempo e medite. Repita as palavras em sua mente.

Repita. Repita. Repita.

            Surpreendentemente havia somente três palavras que repetiam-se continuamente na cabeça de Hermione “Tempus Paratus est”.

Repita.

            Indo e voltando, imagens turbulentas e divergentes. ”Tempus paratus est”

Repita. Repita. Repita. Repita. Repita.

            _ MUITO BEM!

            Hermione levou um tremendo susto e olhou para cima com os olhos arregalados.

            _ Isso é tudo por hoje, podem ir. – o professor de feitiços dispensou a classe.

            Hermione olhou de volta para o pergaminho, mas já não havia nada mais escrito lá. Ficou encarando o pergaminho, pensativa, enquanto esperava que aquelas palavras surgissem outra vez. Inutilmente.

            _ Mi, a aula terminou... Mi? – Rony chamava, mas Hermione parecia não ouvir.

            _ O papel não vai começar a falar. – disse Harry, chegando por trás de Hermione.

            Rony fez menção de rir, mas ainda estava muito magoado com Harry, então simplesmente saiu da sala.

            _ Ah, oi Harry... – disse Hermione distraída, depois viu Rony sair da sala e bufou, nervosa – Isso é tão ridículo!

            _ Eu sei que ele é ridículo. – Harry respondeu sem entusiasmo.

            _ Não, Harry! Isso é ridículo! – especificou Hermione – Você e Rony, precisam se falar e resolver as coisas...

            _ Eu não vou falar com ele! – Harry protestou.

            _ Não seja criança, Harry! Você sente falta dele, eu sei que andar comigo pela biblioteca não deve ser tão prazeroso quanto ouvir uma piada, sem graça, daquele ruivo! – disse Hermione com um leve sorriso ao se lembrar dos dois amigos juntos.

            _ Eu gosto de estar com você! – protestou Harry mais uma vez.

            _ Harry, é óbvio que você gosta muito de mim, sou sua amiga, mas admita... Por favor, você sente falta dele, e eu sei que ele sente sua falta também. – argumentou Hermione.

            _ Eu não sinto falta dele! – insistiu Harry – Não vamos mais falar disso, Ok? Ele não acreditou em mim... Depois de todos esses anos. Por que eu deveria me importar?

            _ Você já está se importando... – Hermione parou no meio da frase, sabia que não adiantaria dizer nada – Vamos? Está ficando tarde.

            Harry fez que sim com a cabeça, estendeu a mão para Hermione e os dois saíram da sala, mas algo estava faltando. Hermione sentiu falta das piadas sem graça do ruivo enquanto eles andavam. Harry também, mas eles, tanto Harry quanto Rony, eram por demais orgulhosos para admitir.

            ●●●

            A aula de transfiguração estava bem monótona. Os alunos da Lufa-lufa e Sonserina respondiam seus questionários que depois usariam para realizar os feitiços manualmente. Nossos personagens estavam divididos em duplas, estas eram: Cedric e Rudy, Kate e Rose, Chris e Isa, Jack e John.

            _ Cara, se você pensar bem, ela tem razão de estar zangada... – Rudy atormentava Cedric.

            _ Rudy, não vamos falar disso... – pediu Cedric.

            _ Depois de você mencionar a Chang ontem... – continuou Rudy, ignorando o pedido de Cedric – Ainda surta de manhã? O que você quer da vida? Mas aí também tem ela falando com Dawson, feliz e atiradinha.

            _ Atiradinha? – Cedric não sabia por que Rudy não parava de falar. Comentando como alguém que vê esta história de fora eu posso dizer: Sério, Cedric? Após todos esses anos sendo amigo de Rudy você ainda não sabe?  

            _ É, quando ela ficou: “Obrigada, Jack!” Sorrisinhos, sorrisinhos... – respondeu Rudy, imitando a voz de Hermione, debochadamente. – Só faltava... Sei lá! Você ainda ficou sentado lá, vendo o cara ganhar crédito com ela..

            Cedric lançou um feitiço silenciador em Rudy, vendo essa como a única chance para fazê-lo parar de falar. Mas Rudy começou a gesticular, furiosamente. Já que Cedric fingia não ver, Rudy escreveu em uma folha: ISSO NÃO FOI LEGAL!

            Cedric suspirou e retirou o feitiço do amigo.

            _ Eu só não quero falar disso. – Cedric parecia mais estar suplicando do que dando uma explicação.

            _ Nem que você quisesse! Não vou mais falar com você! – resmungou Rudy,

            Cedric sabia que ele não estava realmente chateado e que logo estaria falando outra vez. Não que ele tivesse uma opção, Rudy simplesmente não conseguia parar de falar.

            _ Mas sabe... – Rudy recomeçou.

            Cedric não pôde deixar de rir com a pouca força de vontade de Rudy.

            _ Não é nada sobre você! – ele avisou – Você viu a Moon no café?

            Cedric não prestara muita atenção nas coisas que se sucederam aquela manhã, mas o que ele podia dizer era que não vira Moon em lugar algum.

            _ Não... – respondeu Cedric. – Por quê?

            _ Não a vejo desde ontem à noite. Eu não sei onde ela está. – disse Rudy, parecendo realmente preocupado.

            _ Calma, cara. Que foi? Está inseguro assim no primeiro dia de namoro? – perguntou Cedric, rindo discretamente pela primeira vez naquele dia.

            _ Se você está namorando a Moon... sim. – disse Rudy chateado.

            _ Por Merlin, Rudy! Ela aceitou namorar você! Pára de besteira! – Cedric começou a escrever qualquer coisa no caderno, a única coisa a qual ele não queria discutir era problemas amorosos.

            _ Hunf... – resmungou Rudy.

            Do outro lado da sala, duas garotas não paravam de falar. Rose e Kate, como legítimas amigas numa sala de aula, não paravam de passar cochichos sobre os acontecimentos recentes entre uma fala e outra da professora.

            _ Ele estava realmente muito estranho hoje de manhã. – comentava Rose. Sim, falavam de Cedric.

            _ Mas sinceramente, nada explica o que ele fez com a Mi... – respondeu Kate.

            _ Eu conheço Cedric, ele nunca faria isso sem um motivo... – disse Rose balançando a cabeça, levemente.

            _ Mas ele fez.... – Kate disse, cuidadosamente, para não estressar Rose.

            _ Sim. Isso é o que eu não entendo. Tem algo mais por trás disso tudo. – Rose, não conseguia acreditar que Cedric seria tão estúpido por nada.

            _ Ouço sussurros... – alertou professora Mcgonagall, olhando furtivamente para as duas meninas.

            Rose e Kate não pararam de falar, óbvio, simplesmente abaixaram a cabeça e tentaram falar o mais baixo possível.

            _ Sei lá, às vezes Cedric só estava de TPM. – sugeriu Kate.

            Rose deu um pequeno sorriso.

            _ Eu acho que seja o que for, é sério. – continuou Rose.

            _ Senhoritas, podem ficar quietas? – Mcgonagall olhava diretamente para as meninas agora.

            Elas simplesmente fizeram que sim com a cabeça. Logo depois, abaixaram-se o quanto podiam, e continuaram a conversar.

            _ Já vi que você não vai aceitar que ele simplesmente foi um idiota... – começou Kate.

            _ Não. – interrompeu Rose, risonha.

            _ Ok, então. – concordou Kate, como se balançasse uma bandeira branca. – Agora, você viu como o Rudy está obcecado pela Moon?

            _ Sim! Ele perguntou por ela o dia inteiro! – comentou Rose balançando a cabeça.

            Kate balançou a cabeça afirmativamente e começou a falar.

            _ O que é inútil porque ela está somente...       

            _ Srta Hanford e Srta Bellamont! Vocês estão impossíveis! – a professora se estressou.

            _ Desculpe-me profe... – tentou Rose.

            _ Por favor, Srta Bellamont troque de par com o Sr Dawson. – interrompeu-a a professora, com um olhar marcante.

            Ao ver a cara da professora, Kate não cogitou um segundo ao pegar as suas coisas e sentar-se ao lado de Jack. Já Rose...

            _ Mas... – tentou Rose inutilmente.

            _ Nada de mas. – cortou a professora.

            _ Professora, ela é meu par! Como a senhora sugere que eu acabe o trabalho se...

John havia contornado a carteira e se sentado ao lado de Rose, esta parou de falar imediatamente olhou-o como se ele fosse algo repugnante.

            _ Que isso? Sai daqui! – foi a única coisa que disse a John.

            Ele deu um sorriso sarcástico.

            _ Tudo bem... PROFE... – começou John.

            Rose colocou a mão na boca dele.

            _ Você está maluco?! – reclamou olhando para ele incrédula.

            Nesse momento, Rose sentiu um sorriso crescer junto a sua mão. Lembrando-se nesse mesmo instante quando o mesmo se formou em cima de seus lábios. Rose rapidamente tirou a mão da boca de John.

            _ Você está bem? – perguntou John, confuso.

            _ Não. – respondeu Rose, fria. Tão fria quanto John.

            John estranhou a falta de calor emanando de Rose.

            _ Do que você se lembrou? – ele perguntou.

            Rose sentiu seus cabelos arrepiarem.

            _ Nada. – respondeu um pouco trêmula.

            John não entendia a atitude de Rose, até se lembrar da noite passada. Um sorriso malicioso cresceu em seu rosto.

            _ Ah, sim! Noite passada... – comentou risonho. – Você não consegue parar de pensar no beijo que eu...

            Algumas pessoas espicharam os ouvidos para tentar ouvir.

            _ Shhhhh! – Rose o repreendeu

            John riu.

            _ Em primeiro lugar, - Rose começou o mais baixo que podia – não fique comentando essa atrocidade aos quatro ventos, em segundo lugar você não fez nada, simplesmente agiu como o animal que é e sobre “não parar de pensar”, por favor! Eu me torturo tentado esquecer!

            Isso podia ter doido lá no fundo do orgulho de John, mas este tinha bastante orgulho para que fosse ferido, portanto, não se deu por vencido.

            _ Então, tentar esquecer tortura você? – provocou.

            Rose olhou-o furiosa.

            _ Eu não te suporto! – ela exclamou.

            _ Você me odeia. – corrigiu-a John.

            _ Não. – Rose respondeu, prontamente.

            _ Vai dizer que não me odeia? – perguntou John, incrédulo.

            _ Não te odeio, Ericson. – afirmou Rose – Até odiar é um sentimento apaixonado.

            _ Exatamente, minha garota. – concordou John, sorrindo maliciosamente.

            Rose abaixou os olhos por um minuto, mas não daria a John o gostinho da vitória.

            _ O que te faz pensar que sou sua? – ela o desafiou – Você tem que começar a ver o real significado dos pronomes...

            _ Este pronome possessivo foi usado com todo o cuidado do mundo, pode ter certeza. – respondeu John.

            _A única certeza que tenho é que você tem problemas, os quais você deveria cuidar o mais rápido possível! – contrapôs Rose, sarcasticamente.

            _ Já eu não possuo certeza alguma, veja como é pior! – fingiu reclamar, John. – Estar ao seu lado é como estar em um campo minado.

            _ Engraçado... – comentou Rose – Muitas vezes eu tenho vontade de te explodir.

            _ Há, há! – debochou John.

            _ Não há graça alguma... – Rose cortou-o balançando a cabeça com indiferença.

            John encarou-a sem saber o que responder, Rose riu com sua vitória.

            _ Nós realmente deveríamos responder a este questionário. – Rose sugeriu.

            John olhou ao seu redor.

            _ Responder o quê? – perguntou confuso.

            _ Ao questionário. – Rose repetiu, sabendo que ele estava se fazendo de desentendido, pois não tinha o que falar.

            _ O que é isso? – John parecia estar realmente confuso.

            _ Você não sabe? – Rose estava impressionada com a tamanha falta de atenção que ele tinha pela aula. 

            _ O quê? – John estava muito confuso.

            _ O que é!

            _ O que é?

            _ Não!

            _ Não?

            _ Sim!

            _ Você me deixa confuso! – reclamou John.

            _ EU te deixo confuso? – debochou Rose – Você nem faz idéia do que está fazendo aqui e ainda reclama que EU te deixo confuso.

            _ Sei que estou te deixando nervosa. – disse John, sorrindo – Isso já me deixa feliz.

            _ Então, esse se tornou seu passatempo preferido? – questionou Rose - Me irritar?

            _ Por enquanto... – confirmou John.

            _ Ótimo! – respondeu Rose – O meu será vê-lo se cansar, assim como você se cansa de todas suas outras diversões. Quando isso acontecer, a parte boa será: eu nunca, realmente, me importei.

            Nenhuma palavra mais foi dita, e Rose voltou sua atenção ao questionário que respondia. John estava calado e pensativo, muito pensativo.

            Na carteira à frente deles Kate tentava puxar assunto com Jack, pois, como já havia sido dito antes, ela odeia silêncios constrangedores. O problema era que como ela não se lembrava de ter falado com Jack sobre Hermione e o que aconteceu na noite anterior, ela também não se lembrava da grande simpatia de Jack.

            _ Aqueles dois não vão agüentar nem cinco minutos sem se atacar! – comentou Kate.

            Jack suspirou, mas nada disse. Manteve seus olhos fixos no questionário.

            _ É... – Kate ainda não havia desistido – B? Tem certeza? Eu estava entre essa e a C. – disse, apontando para o questionário que Jack respondia.

            Jack não proclamou uma palavra, apenas circulou a letra B com mais força.

            _ Ok... Acho que você tem certeza. – rendeu-se Kate.

            _ Obviamente... – comentou Jack quase de maneira inaudível... Quase

            _ Uau! Você está falando! Oh meu Deus! Deixa eu te elogiar mais um pouquinho! – disse Kate debochadamente.

            _ Por favor... simplesmente não fale. – suplicou Jack. Sim, era uma súplica.

            _ Você é muito chato, sabia disso? – perguntou Kate virando-se para encarar Jack.

            _ Sabia. – respondeu Jack sem nem olhar para cima.

            _ E ainda responde? – perguntou Kate indignada.

            _ E você ainda está falando? – retrucou Jack, um pequeno sorriso cresceu em seus lábios.

            Kate deu a língua para ele e se voltou para o seu exercício. Jack sorriu abertamente.

            Um pouco atrás dessa carteira estava outra dupla, dessa vez não falando nada no duplo sentido.

            _ O que você está olhando? – perguntou Isa, seguindo o olhar fixo de Chris.

            Chris não respondeu, parecia prestar muita atenção em algo. Ou melhor, em Kate.

            _ Tem algum problema com Bellamont? – perguntou Isa, um tanto ofendida pelo desinteresse de seu parceiro.

            _ Hã? – Chris pareceu acordar de um devaneio.

            Isa olhou-o significativamente.

            _ Nada... é... O seu amigo está falando com a Kate. – respondeu Chris, franzindo as sobrancelhas.

            _ Calma, o Jack não é esse monstro como você acha. – respondeu Isa, rindo.

            _ Eu não tenho tanta certeza disso. – apontou Chris, inseguro.

            Isa ficou um pouco chateada por ele estar prestando atenção em outra garota que não fosse ela.

            _ Você por acaso está com ciúmes? – perguntou Isa, tentando o máximo possível ser indiferente. E conseguiu.

            _ Hã? O quê? Não. – disse Chris, sinceramente.

            _ Não entendo. – respondeu Isa mexendo nos cabelos.

            Chris sorriu abertamente para ela.

            _ Não é isso. É só que Kate é minha melhor amiga, e Jack, bom, desculpe dizer, é um canalha. Entende o meu lado? – Chris tentou explicar, enquanto Isa o seduzia outra vez.

            _ Claro. – Isa sorriu radiante – É tão bonitinho você se preocupar desse jeito.

            Chris sorriu novamente e voltamos às palavras escondidas em duplos sentidos. Mas podíamos ver Chris espiando de rabo de olho, uma semi-conversa.

_ Muito bem, parece que o nosso tempo acabou. Recolham o seu material e se preparem para a próxima aula, treinaremos o feitiço manualmente, portanto estudem seus relatórios. Podem se retirar. – anunciou a professora Mcgonagall.

Logo depois o som de várias carteiras sendo arrastadas tomou conta da sala. Kate arrumava seu material, feliz de poder sair dali e encontrar alguém que realmente falasse.

_ Tchau, Jack. – despediu-se antes de sair.

Jack não disse nada. Kate parou esperando uma resposta, que não veio. Então, ela virou-se para Jack novamente.

            _ Tchau, Jack. – repetiu Kate, pausadamente.

            Jack simplesmente olhou um segundo para cima, e voltou a sua atenção para o seu material.

            _ Você não vai me responder?! Seu mal-educado! – reclamou Kate, indignada. – Olha, há várias maneiras de ser educado... Dá um “tchauzinho”, um “até logo”, um sorriso falso... Você pode até dizer “tchau” e sair correndo!

            _ Sair correndo é uma ótima opção! Você não vai calar a boca? – perguntou Jack, impressionado com o “jeito” de Kate.

            _ Use sua educação! Você não precisa ser sempre tão chato com as pessoas! É só um “tchau”, você não vai morrer... – Kate, realmente, nunca calava a boca.

            Jack revirou os olhos, mas um mínimo, pequeno e imperceptível sorriso se formou no canto de sua boca.

            _ Vamos lá, junto comigo! T-c-h-a-u K-a-t-e. – Kate pronunciou em câmera lenta.

            _ Adeus, Kate. – Jack se despediu indiferente, mas ressaltando o “adeus”.

            _ Uau! A gente ainda vai se ver muito! Não precisa ser adeus! – comentou Kate, sorrindo com o “progresso”.

            _ Eu prefiro que seja adeus, muito obrigado. – cortou-a Jack.

            _ Nossa! Viu? Ser simpático é legal às vezes, não? – debochou Kate.

            _ Sarcasmo... Ótimo! – Jack revirou os olhos, pegou sua mochila e foi embora. Não sem antes ouvir Kate rindo de sua reação.

            _ Você não viu que a Moon está sumida?! – Rudy apareceu, gritando, com o dedo na cara de Kate.

            Cedric estava ao seu lado com uma expressão mórbida e cansada.

            _ É... Não! Rudy ela não está sumida ela está... – começou Kate.

            _ Ah! Pois ela disse a você! Você e não a mim? No que ela estava pensando? – Rudy delirava.

            _ Talvez que ela tivesse um namorado normal... – disse Kate chateada.

            _ Katherine Bellamont! – exclamou Rudy, mas Kate já estava fora do campo de visão dos dois meninos. – Você viu isso? – Rudy perguntou ao amigo.

            _ Sim, eu vi, Rudy. – disse Cedric, puxando o amigo para fora da sala.

            Do outro lado, havia uma ruiva e um moreno. Do outro lado havia o fogo e o gelo. Rose arrumava seu material o mais rápido que podia, ela precisava sair dali.

            _ Com pressa? – John perguntou, cinicamente.

            _ Observador, você! – debochou Rose.

            _ Eu me impressiono com minha inteligência! – devolveu John.

            _ Olha, você não sabe o quanto eu adoraria ficar aqui discutindo o quanto inteligente você é... – começou Rose.

            _ Discutir é sempre um prazer para você, certo? – interrompeu-a John.

            _ Eu realmente preciso ir. – ignorou-o Rose – Não só pelo óbvio motivo de você estar aqui, mas porque tenho coisas mais importantes a fazer.

            _ Autch! Essa machucou! Quer dizer que você não gosta de estar no mesmo ambiente que eu? – John fingiu estar indignado.

            _ Eu sufoco com tanto veneno! – respondeu Rose.

            _ E eu com tanta delicadeza! – contrapôs John.

            _ Morra! – disse Rose antes de se virar para ir embora.

            _ Também te amo! – disse John alto o suficiente para que ela ouvisse.

            John ainda ficou rindo sozinho em seu lugar por alguns segundos, mas logo depois também saiu, afinal, também tinha algo importante a fazer.

            ●●●

            Os alunos caminhavam pelos corredores de Hogwarts, perdidos em seus próprios pensamentos, suas próprias tarefas. Foi quando em um fim de tarde silencioso e calmo... BUM! Houve uma grande explosão. A escola treme e os alunos começam a olhar para os lados ansiosos e murmúrios começam a se espalhar.               

MINUTOS ANTES DA EXPLOSÃO.

            Rose caminhava ansiosamente até a porta do Grande Salão, lá ela executaria seu plano. Hoje era um dia muito bom para se desperdiçar inteiramente com aulas, portanto, seria bom aproveitar um pouco dele. Tudo que ela necessitava era uma pequena bomba, algo que causasse um pequeno alvoroço, e as aulas finais estariam suspendidas por hoje! Todo seu corpo transpirava adrenalina, enquanto esperava a hora certa atrás de uma pilastra ao lado da porta, Rose sentia que o menor movimento poderia alterá-la.

            _ O QUE A SENHORITA PENSA QUE ESTÁ FAZENDO AQUI?!

            _ AAAAAAAAAAH! – gritou Rose, assustada.

            John Ericson estava em pé na frente dela e ria da reação que teve a ruiva.

            _ Seu estúpido, cretino, suicida! – Rose o xingava em meio a tapas.

            _ Calma! Ai! Foi só uma brincadeirinha! Você devia estar fazendo algo de errado! – debochou John, enquanto se protegia dos golpes de Rose.

            _ Você é louco? – continuou Rose, agora já não batia em John – Não se pode assustar as pessoas assim!

            _ Por quê? – quis saber John. – Por que dessa “regra”?

            _ E se eu estivesse de varinha na mão? – desafiou Rose.

            _ Você me atacaria? – John não fizera uma afirmação, acabara de desafiar Rose de volta.

            _ Não tenha dúvidas que sim. – respondeu Rose com um ar risonho e perigoso.

            _ Isso seria divertido... – disse John, levantando uma sobrancelha, “sonserinamente”.

            _ Acho que não há uma coisa que você tenha mencionado que não seja “divertida”... – comentou Rose – Tudo é divertido para você?

            _ Somente as coisas relacionadas a você. – respondeu John.

            _ Que lindo! Eu sou uma diversão! – apontou Rose, frisando a palavra diversão.

            _ Pode-se dizer que sim. – disse John, nada ele negou, pois assim ele pensava ser – Aliás, se me lembro bem, você que descreveu nossa relação dessa maneira.

            _ Não há uma relação entre nós para ser descrita. – corrigiu-o Rose – E não me culpe pelo fato de você enfrentar as coisas na sua vida como diversão, isso é algo com o qual você sempre viveu, eu simplesmente mostrei a você.

            _ Sim, você me mostrou. – John sabia, ou achava que sabia o que era, mas Rose o mostrava isso. Não tinha medo de mostrar-lhe a verdade. Bem, a versão dela do que seria a verdade.

            Rose observou John ficar calado, mas depois de um tempo começou a se preocupar.

            _ Hey! Você está nessa dimensão? – perguntou, enquanto estalava os dedos na frente dele.

            _ Sim. – respondeu John, pegando a mão que ela estava usando para estalar os dedos, gentilmente.

            _ Mas, pelo visto, perdeu a noção! – disse Rose, retirando sua mão da de John. – Você podia ir embora, não? Tenho coisas a fazer.

            _ Hum... Me intriga o que de tão importante você fará. – começou John – Portanto, aqui ficarei importunando-a até que eu veja ou que me conte.

            Rose observou a fala de John, até seu jeito de ficar parado. Tudo tão... Aristocrático.

            _ Quer saber? – perguntou risonha – Coloquei uma pequena bomba no Salão para cortar as aulas finais. – Rose sabia que, mesmo que dissesse a verdade, John não acreditaria nela.

            _ Há, há, há, há, há! – John começou a gargalhar – Sério?

            Rose confirmou com a cabeça. John parou de rir.

            _ Eu também!

            _ Você também o quê? – perguntou Rose confusa.

            _ Droga!

            _ Que foi?

            Acabou-se o tempo de espera.

            _ ABAIXA! – gritou John.

            John empurrou Rose para o mais longe da explosão possível, debruço-se sobre ela, tentando fazer com que ela não se ferisse. A explosão foi tão alta que ambos ficaram com um zumbido em seus ouvidos, mesmo depois que havia acabado nenhum deles se moveu, não podiam. Pouco a pouco, com esforço John se levantou para ver se Rose estava bem. Ela tinha alguns ferimentos leves, mas nada demais, já John tinha um corte profundo em seu braço direito, além de alguns hematomas.

            _ Você está bem? – John perguntou a Rose.

            _ Sim. – ela ainda estava um pouco tonta com a rapidez com que tudo aconteceu. – Você?

            _ Acho que estar ao seu lado significa alguns hematomas e talvez uns cortes... – respondeu John.

            Rose riu, sem nenhum indício de sarcasmo, pela primeira vez em uma conversa com John. Ele observou seu leve sorriso, finalmente arrancado, saindo tímido, algo nada convencional para uma pessoa como ela. Nada, porém, era convencional em Rosalie Hanford.

            _ Vale a pena... – John disse bem baixo, só para ele ouvir.

            _ O quê? – perguntou Rose.

            _Sei que você gosta de estar em cima de mim, mas eu acho que preciso ir à enfermaria. – disse John, rindo.

            Quando John se levantou, puxou Rose consigo, fazendo-a ficar não totalmente em cima dele, mas ainda assim um pouco inclinada o que o impedia de levantar.

            _ Cala a boca! – Rosalie bateu no braço machucado de John e levantou-se, de modo nada gentil.

            John gemia de dor no chão, quando uma voz conhecida veio ao longe.

            _ John? John!

            _ Juliet? – John tentava ignorar a dor que sentia.

            _ Oh, Merlin! O que aconteceu? Está tudo destruído! Que explosão foi essa? – Juliet havia perdido muito.

            _ Calma, calma! – pediu John, levantando-se com muita dificuldade – Você é quem devia estar falando. Onde esteve durante as aulas?

            _ Você é quem está sangrando! – apontou Juliet – É prioridade você me dizer o que houve primeiro.

            Pode parecer impossível, mas até Rose se sentia um pouco intimidada pela presença de Juliet. Era algo sempre meio macabro e frio, mas também perigosamente irresistível.

            _ Algum engraçadinho, resolveu soltar uma bomba para acabar com as últimas aulas. – disse John – Mas deve ter sido um débil mental, - ele olhou para Rose, depois riu – que não soube medir a quantidade.

            Rose revirou os olhos.

            _ Ah, e você? – Juliet se dirigia a Rose – Está muito machucada?

            Juliet não ligava a mínima para Rose estar machucada, mas era parte dela, de seus ensinamentos. Delicada e educada ela podia esconder o pior dos segredos, maior ambição, mas sempre mantinha a classe, o ar superior, a frieza no olhar.

            _ Não. – foi a única coisa que Rose disse.

            _ Apresente-se, por favor. – Juliet teria que ditar essas regras as quais Rose nunca se familiarizara.

 

            _ Ah, sim! Rosalie Von Hanford. – disse Rose.

            _ Ericson! – John acrescentou para ela.

            Juliet arregalou os olhos.

            _ Vocês... – ela começou.

            _ Nos casamos. – completou John.

            _ O quê?! – Rose indagou.

            _ Foi um coisa muito intima, as pessoas quase não sabem. – John continuou.

            _ Cala essa boca! Ele não sabe do que está falando! – assegurou Rose.

            _ Querida, não vamos discutir na frente de minha amiga. – repreendeu-a John.

            _ Você tem problemas! – exclamou Rose.

            _ Você também, mas acima deles nos amamos, temos que nos lembrar disso! – John divertia-se como nunca em sua “brincadeira”.

            _ Seu...

            _ Tudo bem! – Juliet os interrompeu – Eu sei o quanto John gosta de fantasiar... Vamos ignorar a cena acima. Vocês precisam ir à enfermaria, eu ficarei aqui para saber o que será feito de tudo isso.

            _ Eu não tenho certeza de que quero ir. – disse John olhando para Rose.            _ Não vou te machucar! – ela garantiu.

            _ E qual será a graça nisso? – quis saber John.

            _ Será hilário! Hilário! – disse Rose, indo em direção à enfermaria. – Simplesmente fique aqui até morrer de tanto sangrar!

            John riu e começou a acompanhá-la, mesmo que com dificuldade. Juliet ficou, ela precisava saber de tudo que, no colégio, acontecia.

●●●

            Todos os alunos estavam reunidos do lado de fora do castelo, enquanto Mcgonagall fazia um discurso indignado a eles.

            _ Isso é inadmissível! – ela proclamava, energicamente – Não só os professores terão que trabalhar o máximo para restaurar o Salão até a hora do jantar, como nunca algo assim ocorrera dentro dessa instituição!

            Harry e Hermione estavam andando confusos, procurando por respostas. Encontraram a Rudy, já era um bom começo. Cedric também estava lá, era um desafio.

            _ Rudy! O que aconteceu? – perguntou Hermione.

            _ Moon sumiu! – exclamou Rudy. – Você viu a Moon?!

            _ Ah... não. – respondeu Hermione. – Rudy, eu não vi a Moon! Eu estou perguntando sobre a explosão!

            _ E eu vi a explosão! Mas não vi a Moon! Mona! MONALISA! – Rudy estava surtando, mais uma vez. Não que isso fosse algo raro, ele simplesmente nunca teve uma namorada. Não uma que gostasse tanto.

            _ GENTE! – ouviu-se do meio da platéia uma voz conhecida, gritando espalhafatosa.

            Todos olharam para a direção da voz. Era Moon. Ao se lado, estava Kate, que parecia querer enfiar a sua cara na terra e nunca mais retirá-la de lá.

            _ VAMOS LÁ! QUEM FEZ DIZ LOGO, PARA TODO MUNDO PODER IR PARA AS CASAS! – gritou Moon, tentando subir em cima dos ombros de Kate para aparecer mais, só que esta não deixou.

            _ Ah... Obrigada, Srta Stewart... – disse Mcgonagall para Moon, meio assustada. – Mas eu posso resolver isso sozinha, agora.

            _ SÓ AJUDANDO PROFESSORA! – gritou Moon de volta, Mcgonagall deu um pulo de susto.

            _ Certo...  – disse Mcgonagall antes de recomeçar seu discurso.

            _ Mona... – Rudy balançou a cabeça, e então foi ao encontro de Moon.

            _ Mona? – perguntou Hermione confusa.

            _ Ele a chama assim às vezes... – disse Cedric pela primeira vez.

            Ouvir o som da voz dele, foi mais difícil do que Hermione pensava, simplesmente não soube o que dizer, o que responder.

            _ Ah... é. – foi a única coisa que conseguiu pronunciar.

            Harry estava rindo ao lado de Hermione, e ela nunca desejou tanto bater nele como agora. Hermione desviou o olhar para o lado e pôde ver que Kate vinha com Rudy e Moon um pouco atrás. Ela estava esfregando a mão em sua cabeça, como se estivesse querendo diminuir a dor. Bom, vamos ser sinceros, primeiro Jack, depois Rudy maluco, Moon indignada por Rudy estar maluco, e  agora os dois Indignada e Maluco. Era muito para qualquer mente, até a compreensiva de Kate.

            _ Você não é meu dono! Eu não te devo satisfação do que eu faço a cada minuto, segundo ou milésimo da minha vida! – Moon reclamava para Rudy, que ainda a olhava com raiva e desconfiança.

            _ Eu não preciso que você me dê satisfação de nenhum desses momentos, somente o que a senhorita fez o dia inteiro. – disse Rudy, encarando Moon, parando abruptamente.

            _ Você não confia em mim, Rudy? – perguntou Moon, parando também.

            _ Claro que confio! Por isso não entendo o fato de você não confiar em mim. – disse Rudy, meio abatido. – Entenda, eu nunca tive uma namorada antes, eu não sou garoto disso! Eu não sei como agir!

            _ Aja como você mesmo, o garoto por quem eu tão rapidamente me apaixonei. Não esse idiota! – disse Moon, sorrindo.

            _ Espera! Deixe-me entender, você quer dizer que o Rudy não age como idiota a maior parte do tempo? – perguntou Kate, levantando a sobrancelha.

            _ Você tinha estragar, não é? Não podia deixar o momento fluir? – perguntou Rudy, mais calmo.

            _ Steiner, você está a isso aqui de virar um sapo... – disse Kate, mostrando com os dedos indicador e o polegar o quão pouco faltava para que isso acontecesse.

            Cedric começou a rir.

            _ Pergunte a Hermione, ela com certeza sabe como fazê-lo. – comentou, ainda rindo.

            Hermione sentiu a raiva crescer dentro dela.

            _ Ou pergunte ao Cedric, ele já está acostumado a ser um! – rebateu Hermione.

            _ Nossa! Estou sentindo a hostilidade no ar! – disse Rudy, olhando de Hermione para Cedric.

            _ Sim, sim, muita hostilidade. Agora, Rudy. – começou Moon.

            Rudy olhou para ela com certo receio.

            _ Eu não digo que seja algo tão horrível que eu não vá te contar, é só que agora não é o momento. – Moon explicou.

            Hermione percebeu que no olhar de Rudy ainda havia certa desconfiança, que ficaria ali até o dia em que Moon lhe contasse a verdade, mas por enquanto, ela parecia determinada a não fazê-lo.

            Rudy somente balançou a cabeça, em afirmação.

            _ Bom, ainda temos que saber o que houve aqui. – Harry finalmente apontou algo importante.

            _ Sim! É verdade! – comentou Hermione.

A tensão entre ela e Cedric era evidente. Quase era possível sentir-la.

            _ O que houve é bem óbvio, não? – disse Cedric, ele queria provocar Hermione, estava convicto disso. – Uma explosão...

            _ O que a causou, gênio! – respondeu Hermione com raiva crescente.

            _ O que a causou foi uma bomba! – disse Cedric, como se isso foi ainda mais óbvio do que ter havido uma explosão.

            _ Quem a causou, Cedric! E o porquê de tê-lo feito... – respondeu Hermione quase que imediatamente.

            Os dois tinham repostas instantâneas que se formavam em suas cabeças como se já tivessem sido preparadas a tempos.

            _ Você precisa começar a ser mais especifica... – disse Cedric.

            _ E você menos burro!

            Todos riram, Cedric estava preste a responder, mas ele foi... Interrompido. _ Hermy-on? – Victor Krum acabara de chegar. Kate parecia estar tendo um colapso.

             _ Victor? – Hermione chegou a dar um pulo, fora tirada de sua discussão, bruscamente.

            _ Olá! – ele saudou-a – O que... aconteceu? Vo... você sabe? – mesmo que demorasse um pouco o inglês de Krum estava realmente melhor, o nome de Hermione era outro caso, ele parecia ter um problema em acertá-lo.

            _ Não, ninguém sabe... – respondeu Hermione – Nossa! Seu inglês melhorou muito!

            Krum pareceu sorrir, timidamente. Kate não conseguia lembrar-se de como se respirava.

            _ Você vai aparecer na... biblioteca de novo? Podemos nos encontrar lá. – disse Krum, lembrando-se do amor de Hermione pela biblioteca.

            _ Você se lembra? UAU! – Hermione se impressionou.

            _ Lembra? Lembra do que? – Cedric interrompeu.

            _ Você não precisa se meter... – respondeu Hermione, maldosamente.

            _ Você irá? – perguntou Krum, ignorando a Cedric, ou qualquer interrupção.

            _ Não. – Cedric respondeu, friamente – Nós temos aula, juntos.

            Krum estreitou os olhos para Cedric, este não se abalou.

            _ Por que você está respondendo por mim? – perguntou Hermione, indignada.

            _ Falei alguma mentira? – perguntou Cedric.

            _ Mas eu devia responder, não você. – insistiu Hermione.

            _ Certo, não respondo mais! – concordou Cedric, estressado – Mas ela não vai com você. – acrescentou para Krum.    

            _ Cedric! – repreende-o Hermione.

            _ Hermione! – rebateu Cedric.

            _ Ugh! – Hermione gemeu de raiva – Victor... Eu sinto muito mas não vou poder estar lá.

            Cedric tinha um sorriso escondido.

            _ Mas qualquer outra hora que você quiser... – continuou Hermione.

            O sorriso desapareceu por completo.

            _ É... eu tinha... tenho que ir de qualquer forma. – disse Krum, satisfeito – Potter, o Sr Crounch te procura. – ele se dirigia a Harry, agora.

            _ Você quer dizer que ele está me procurando. – Harry o corrigiu, rindo.

            _ Harry! – Hermione o repreendeu.

            _ Você gosta de falar o nome das pessoas! – debochou Cedric.

            _ Preciso mesmo ir. – Krum disse, antes que Hermione respondesse.

            _ Ah, sim! Adeus. – despediu-se Hermione.

            Krum se virou para o resto, curvou-se brevemente e se foi. Harry o acompanhou. Kate teve seu ataque final.

            _ Ahhhh... – pronunciou antes de cair.

            _ Kate!

            Chris que estava chegando naquele momento impediu que Kate caísse. Segurou-a em seus braços e olhou-a preocupado.

            _ O que aconteceu? – perguntou.

            _ Victor Kate Tem Uma Queda Por Krum. – esclareceu Moon.

            _ Kate! – protestou Chris, colocando-a de pé – Esse cara é feio e antipático!

            Kate olhou chocada.

            _ Retire o que disse, retire o que disse! – aconselhou Rudy.

            _ Por favor, esse cara não vale estresse de ninguém. – continuou Chris – Além de feio e antipático perdeu o último jogo...

            _ VOCÊ NÃO PODE FALAR DELE ASSIM! – protestou Kate.

            _ Eu avisei! Por que ninguém me ouve? – reclamou Rudy.

            _Ok, Ok... Kate, não vamos discutir. – disse Chris.

            _ Não... Você tem que nos dizer onde você estava! – disse Rudy, maliciosamente – Com a loira?

            Chris balançou a cabeça afirmativamente.

            _ UHUL! Te vejo depois, amor! – disse Rudy a Moon, puxando Cedric e Chris com ele.

            _ Hey! – Hermione segurou o outro braço de Cedric, impedindo-os de ir – O senhor não vai! Temos aula!

            _ Por favor, Mi! – implorou Rudy.

            Cedric sorriu.

            _ Não tem problema Rudy, você me conta depois. – assegurou.

            _ Mas não será a mesma coisa! – insistiu Rudy. – Não saio daqui sem o Ced!

_ Rudy Steiner, eu estou te deixando sair daqui para falar de outra mulher! Você realmente quer testar minha paciência? – desafiou Moon.

            _ Tchau, Ced! – Rudy não pensou duas vezes.

            _ Mas... Hey! – Kate estava com uma cara confusa – Por que estão todos saindo no meio do discurso de Mcgonagall?

            Cedric, Moon e Hermione olharam para a professora que ainda falava, sem ser ouvida talvez por todos os alunos. Felizmente, ela estava terminando. Foi quando um dos professores sussurrou algo em seu ouvido, ela imediatamente começou a procurar por alguém na platéia.

            _ Juliet Danger? – ela chamou.

            Uma mão levantada se destacou no meio da multidão.

            _ Pode vir comigo um segundo? – pediu Mcgonagall – Os outros podem voltar aos seus respectivos afazeres, as últimas aulas já foram suspensas e esperamos que o salão esteja pronto até o jantar.

            Todos começaram a sair pouco a pouco. Hermione mantinha o olhar fixo na figura de Juliet, havia sempre algo estranho que a prendia, algo que ela não sabia o que era, mas daria tudo para descobrir.

            ●●●

            Na sala de Mcgonagall, Juliet chegava a se sentir entediada, pois já sabia que Minerva a acusaria da explosão, e esses professores simplesmente a cansavam.

            _ Senhorita Danger... Fui lembrada de que a senhorita não compareceu a nenhuma das aulas. – a professora começou seu discurso.

            _ Sim, isso é certo. – Juliet a cortou.

            Minerva a encarou por um pequeno espaço de tempo.

            _ Eu poderia saber onde a senhorita estava? – perguntou a professora, por fim.

            _ Tinha permissão para sair do colégio. – Juliet respondeu.

            _ E por que a senhorita teve essa necessidade de sair? – Mcgonagall estava certa de que Juliet tinha algo a ver com isso, até os professores sentiam algo em sua áurea.

            _ Eu já esclareci isso ao meu diretor, não entendo o porquê de a senhora estar me interrogando. – Juliet mantinha sua voz controlada, fria e, como sempre, suave.

            _ Somente quero saber quais foram seus motivos. – explicou Mcgonagall, um pouco cansada da atitude de Juliet.

            _ Pessoais. – respondeu Juliet.

            _ E quais são? – insistiu Mcgonagall.

            _ Se são pessoais, não creio que correspondam à senhora. – disse Juliet, demonstrando que não se importava com quem Mcgonagall era, ainda assim não deixando de lado sua educação, chamando-a professora de senhora.

            Mesmo com a “educação” Mcgonagall olhou Juliet chocada.

            _ Senhorita...

            _ Professora. – uma voz arrastada interrompeu-a – Não creio que foi informada, mas a Srta Danger teve minha permissão para sair.

            Severo Snape adentrara a sala.

            _ Sim, professor, mas... – começou Mcgonagall.

            _ Então, não entendo por que a senhora continua mantendo a aluna aqui. – interrompeu Snape.

            _ Eu... – Mcgonagall sabia que nada conseguiria enquanto Snape estivesse ali.

            _ Posso sair, agora? – Juliet não estava realmente pedindo, estava mostrando que ganhara.

            _ Sim. – disse Mcgonagall.

            Juliet saiu da sala vitoriosa e com um sorriso deslumbrante.

●●●

Hermione se encontrava na biblioteca com milhões de livros ao seu redor, ela ficara todo esse tempo pesquisando sobre história, magias excêntricas, seres mágicos, qualquer coisa que pudesse ser ligada àquela Lua deitada... Aquela imagem. Ao longo de sua pesquisa ela havia achado falhas durante as histórias, buracos em meio às coisas que aconteceram, e sentia que essas falhas eram por demais essências.

            _ Você vai continuar sem fazer nada? – Cedric interrompeu-a.

            _ O quê? – Hermione acordou de suas teorias – Você por acaso já terminou?

            _ Eu só estou lendo, enquanto você fica aí pesquisando algo... – respondeu Cedric, malcriadamente – E, sinceramente, ler eu podia fazer sozinho.

            _ Como você se atreve? – perguntou Hermione indignada – Eu estou te fazendo um favor!

            _ Perdão pelo meu comportamento imperdoável! – debochou Cedric – Da próxima vez que não estivermos fazendo nada produtivo eu nada falarei e continuaremos assim.

            _ Eu não agüento isso! – reclamou Hermione.

            _ Não precisará mais agüentar! – tranqüilizou-a Cedric.

            _ Como assim? – Hermione estava confusa.

            _ Hermione, essa é nossa última aula... – explicou Cedric – Amanhã começa o torneio e eu serei retirado de qualquer coisa extracurricular. Talvez pare até com as aulas de Runas Antigas com a professora, já que para mim é optativo...

            Hermione parecia ter sido atingida por um soco. Não só não teria mais aulas com ele, nem daria aulas a ele, como amanhã era a primeira tarefa... O medo que a assombrava voltou de repente, e toda a hostilidade e raiva que eles compartilhavam até agora foi esquecida por ela.

            _Odin distribuiu as vinte e quatro Runas entre três Deuses: Hagal, Freya e Tyr. – Hermione começou a explicar.

            Cedric olhava Hermione como se ela fosse louca.

            _ O quê? – ele perguntou confuso.

            _ Se não reconhece o nome de Odin não prestou nenhuma atenção a nossa última aula! – disse Hermione, com um leve sorriso – Essa é nossa última aula... – ela explicou – Vamos fazer valer à pena.

            Cedric também sorriu, mas seu sorriso era mais aberto e visível.

            _ Sou todo ouvidos! – ele disse.

            Hermione sorriu e então continuou.

            _ Esses Deuses deram às Runas suas energias. Freya, a energia de mãe, de esposa, de amante e de irmã.

            _ Uma mulher com todas as qualidades possíveis! – comentou Cedric.

            _ Pode-se dizer que sim... – concordou Hermione, rindo mais uma vez.

Era ótimo estar conversando assim de novo, sem nenhum sarcasmo, sem competição, eram somente eles mesmos por uma última vez.

            _ Hagal, representava o conselheiro sábio, correto e energético! – continuou Hermione - Tyr, o jovem guerreiro, corajoso e lutador. A vigésima quinta Runa, que é branca, representa Odin...

            ●●●

            O tempo voou, nem Cedric nem Hermione perceberam ele passar. Quando o relógio começou a marcar 07h30min, eles sabiam que precisavam ir, mas nenhum dos dois queria. Arrumaram o material o mais lento que puderam e caminharam até a porta se rastejando. Quando já estavam do lado de fora chegou a pior parte, parte que eles sabiam que chegaria, mas que queriam adiar, o que, agora, era impossível.

            _ Esse é o fim, certo? – perguntou Hermione.

            _ Bem... Sempre que eu precisar de aulas recorrerei a você! – Cedric tentava, inutilmente, animar a Hermione e a ele mesmo.

            Hermione tentou sorrir, mas fracassou terrivelmente. Cedric fez menção de chegar para frente, como em um impulso. O pior foi quando Hermione percebeu que o quer que fosse que ele iria fazer, ela deixaria que ele fizesse. Ele, porém, hesitou. Depois voltou a tomar atitude, mas simplesmente abraçou-a, fortemente. Os dois ficaram, o que para eles pareceram insignificantes minutos, presos naquele abraço, no abraço de adeus. Separam-se, por fim.

            _ Bem, acho que adeus. – disse Hermione.

            _ Adeus... – disse Cedric.

            Os dois viraram-se no mesmo momento, não podiam continuar ali, não podiam ver a tristeza que emanava do olhar de cada um. Ao mesmo tempo, viraram-se e seguiram seus caminhos. Enquanto caminhavam, porém, descobriram que aquilo não fora um adeus, fora simplesmente um novo começo.

            ●●●

            No seu caminho para o Salão Principal Hermione viu ao longe, cabelos loiros. Algo lhe ocorreu, uma idéia.

            _ Olá! – Hermione saudou Isabella.

            Isa simplesmente olhou-a e voltou sua atenção ao caderno no qual fazia anotações.

            _ Fazendo anotações? – perguntou Hermione.

            Isa suspirou, mas nada respondeu.

            _ Hum... – Hermione estava sem o que dizer para Isa, já que sempre que tentava dizer algo era completamente ignorada – Será... será que você podia me responder umas coisas?

            _ Isso vai fazer você ir embora? – perguntou Isa.

            _ Sim! Prometo! – respondeu Hermione.

            _ Rápido. – disse Isa.

            _ Ah... Ok! Ah... – Hermione se atrapalhou um pouco.

            _ Isso é tudo? Ou você pretende dizer algo que faça senso? – Isa já estava ficando sem paciência.

            _ Não! – protestou Hermione, ela quis dizer que Isa esperasse um momento.

            _ Não? Então, por que você continua falando e gastando meu tempo? – perguntou Isa.

            _ Me deixa perguntar! – Hermione se estressou. Isa olhou-a com descrença de que ela realmente havia gritado – Desculpe, desculpe! – Hermione sabia que precisava amaciar o ego de Isa ao estremo para conseguir respostas.

            Isa simplesmente a olhava.

            _ Sabe sua amiga Juliet? – perguntou Hermione.

            Isa hesitou por um momento, depois disse:

            _ Se ela é minha amiga, acho que sei quem ela é...

            _ Certo... – Hermione percebera o quão idiota tinha sido sua pergunta, pelo menos perto de Isa – Por que ela está sempre ausente?

            _ Ela tem sempre problemas pessoais para tratar. – respondeu Isa – Assim, ela fica muito tempo fora da escola. Eu não sei quais são e claro que se soubesse não diria a você.

            _ Sei que não me contaria... – disse Hermione – Ela tem uma cicatriz... Algum motivo em especial?

            _ Não que eu saiba... – respondeu Isa – Isso é uma coisa nossa, marcar na pele o que é importante, eu posso entender.

            _ É... Bonita cobra! – Hermione disse meio sem jeito, lembrando-se da tatuagem que havia visto em Isa.

            _ Jack também achou... – comentou Isa, rindo – Mas ele perdeu...

            _ Jack? – Hermione estava confusa.

            _ Ele não te contou? – Isa fingia surpresa – Bem, ele deve achar que você não gostaria de saber...

            _ Saber o que? – perguntou Hermione curiosa.

            _ Três anos atrás eu, Jack e John resolvemos fazer algo que simbolizasse quem nós éramos, nossa casa, nossa amizade... Enfim! Você pode ver que a conclusão que chegamos foi uma... – explicou Isa.

            _ Tatuagem? – Hermione não podia afirmar.

            _ Certo! – concordou Isa – John escolheu uma aranha que tatuou em seu peito, mas eu e Jack estávamos brigando pela cobra, no final tiramos na sorte e eu ganhei! Jack teve que se contentar com um escorpião em seu braço.

            Hermione não podia acreditar! Não se importava pela tatuagem, embora não a aprovasse. Não entendia Jack ter escondido isso dela.

            _ Isaaaaaaaaa! – Jack apareceu por trás de Isa e abraçou-a.
            _ Oi, Jack! – Isa saudou-o, sorrindo.

            Logo a atenção de Jack foi para Hermione, como de costume.

            _ Mi! O que você está fazendo aqui? – perguntou Jack.

            _ Por mais que eu não queira acreditar, ela está falando! – respondeu Isa.

            Jack olhou para as duas, confuso.

            _ Somente estava fazendo umas perguntas a Isabella. – disse Hermione.

            _ Queria o histórico de vida de Juliet, você quer dizer. – interrompeu-a Isa.

            _ Não! – Hermione protestou – Eu só estava curiosa...

            _ Hum... – foi a única coisa que Jack disse. Hermione percebeu que era hora de ir.

            _ Eu já vou indo, então... – disse Hermione.

            _ Eu te acompanho! – ofereceu Jack.

            _ Claro que acompanha... – Isa disse para si mesma.

            _ Te vejo depois Isa! – despediu-se Jack.

            _ Adeus Isa... Bella! Isabella! – Hermione atrapalhara-se outra vez.

            Isa riu, maldosamente. Ela, na verdade, não teria nada contra Hermione se não fosse pelos fatos.

            ●●●

            Durante o caminho nem Hermione nem Jack disseram nada. Ambos estavam um pouco chateados com o outro. Jack por Hermione ter perguntado o que fosse à Isa e não a ele e Hermione por Jack nunca ter falado de sua tatuagem. Agora pensando bem, ele sempre estava de manga comprida perto dela, não era simplesmente algo que ele não mencionara, ele estava escondendo. Quando os dois já estavam na metade do Salão Principal, em frente à mesa de Hermione, esta se pronunciou.

            _ Jack, está claro que há algo nos incomodando. Por que nós não dizemos logo e acabamos com nossa tortura?

            _ Certo... – concordou Jack – Você primeiro.

            Hermione pensou no que iria dizer.

            _ Eu... Eu sei da sua tatuagem, Isa me contou.

            Os olhos de Jack se arregalaram.

            _ Hermione, eu posso explicar! – Jack tentou começar.

            _ Jack! Não precisa me explicar nada! – Hermione interrompeu-o – Eu só não entendo... Por que você não me contou?

            _ Não entende? – perguntou Jack, incrédulo – Bom, antes você já não me via com os melhores olhos... Uma tatuagem de escorpião não melhoraria as coisas...

            _ Jack... Uma tatuagem não me faria te julgar... – Jack olhou-a com descrença – Talvez um pouco! Se fosse a primeira vez que eu tivesse visto você... Mas posso dizer que pelo o que vi até agora, você é uma ótima pessoa.

            Jack sorriu.

            _ Você não sabe o quanto isso significa para mim! – ele disse – Nem quero pensar se você tivesse me visto antes que eu te conhecesse...

            _ O importante é que esse já não é você. – disse Hermione.

            _ Certo... – Jack tinha quase certeza de que Hermione estava errada, mas não ia estragar a imagem que ela tinha dele agora. – Eu tenho que ir...

            _ Jantar na sua mesa! Vai logo! – disse Hermione, rindo.

            Jack beijou-lhe a testa e se foi.

            _ Comovente!

            Hermione olhou para trás, seguindo a voz.

            _ Olá! – disse Juliet, sorrido.

            Hermione sentiu um calafrio.

            _ Soube que você anda perguntando de mim por aí... – Juliet continuou em uma voz suave, quase angelical que ao mesmo tempo assustava – Eu apreciaria se parasse.

            _ Por quê? – foi a única coisa que Hermione pôde dizer.

            _ Porque não gosto que fiquem investigando sobre minha vida. – respondeu Juliet – Agora, se me dá licença.

            _ Não! – Hermione quase gritou.

            Juliet parou e virou-se para ela.

            _ É assim tão secreto o que seja que você não quer que eu saiba? – Hermione desafiou.

            _ Não seja tola... – disse Juliet como se Hermione estivesse delirando – Não há nada escondido!

            _ É tão ruim, Juliet? – Hermione ignorou-a – Você não consegue dizer? Não é capaz?

            Capaz... Juliet olhou para Hermione, ela acabara de ser desafiada e não gostava que dissessem que ela era incapaz. Ela conseguia tudo! E também, seria divertido assustar a pobre grifinória.

            _ Muito bem, Granger. – ela disse seriamente – Você quer saber minha história?

            Hermione Hesitou por um instante.

            _ Sim.

●●●

            Sentada na cama da enfermaria Rose ouvia a todos os elogios que Madame Pomfrey fazia a John..

            _ Nossa! Mas que garoto corajoso, não é? Arriscar-se para salvar alguém que nem ao menos conhecia direito! – Madame Pomfrey não conseguia parar.

            _ Sim, muito corajoso. Se você preferir músculos a um cérebro. – Rose utilizou-se da mesma característica que John atribuiu à Grifinória (o maior rival da Sonserina), para descrevê-lo. E logo depois sorriu.

            John também sorriu, um sorriso torto sonserino. Rose teve de desviar o olhar. Madame Pomfrey não prestou atenção no que Rose havia dito, estava muito ocupada cuidando do musculoso braço de John.

            _ Na verdade eu já a conhecia. – John dirigiu-se a Madame Pomfrey, com um sorriso malicioso no rosto. – Ela é a  minha garota.

            Por dentro Rose, ela não sabia por que, sorria abertamente, mas por fora colocou sua máscara de raiva e contrapôs o que John havia dito.

            _ Eu não sousua garota. – ela disse com fingida raiva.

            John deu um grande sorriso e olhou-a nos olhos.

            _ Agora você só precisará ficar aqui por algum tempo, e depois poderá ir para o seu dormitório. – Madame Pomfrey resolveu deixar os dois a sós.

            Rose rapidamente desviou os olhos daquele olhar, para ficar contemplando os sapatos.

            Madame Pomfrey deixou o aposento.

            _ E então, minha garota, acho que você está me devendo dizer certa palavra mágica... – disse John, sorrindo pelo jeito tímido inesperado de Rose.

            _ Abracadabra? – perguntou Rose, debochadamente.

            _ É, não foi o que eu esperava. – disse John balançando a cabeça.

            _ Não posso fazer nada quanto a isso. – respondeu-lhe Rose, nenhum vestígio de timidez em sua voz.

            _ Nossa! Como você agüenta viver assim? Com toda essa hostilidade? Eu te salvei de um grande acidente com aquela explosão! – John estava impressionado com Rose.

            _ E do mesmo jeito, você foi o culpado, então não lhe devo nada. – retrucou Rose, com um sorriso de triunfo no rosto.

            _ Wou! Há, há, há...! – John deu uma gargalhada.

            _ Do que você está rindo? – perguntou Rose, totalmente confusa.

            _ De você. – disse John, ainda rindo.

            _ Ah, ok. – Rose virou para o outro lado.

            _ Isso não te incomoda? – perguntou John, parando de rir.

            _ Você estava falando comigo? Não. Então, eu estava feliz. – Rose explicou, curta e... Bem, Rose.  

            John franziu as sobrancelhas e cruzou os braços como uma criança de 5 anos.

            _ Você está parecendo uma criança de 5 anos. – disse Rose, rindo da reação de John.

            _ Pensei que não queria falar comigo. – disse John, ainda de bico.

            _ E não quero. – afirmou Rose, decidida.

            John continuou de bico.

            _ Ah! Pára com isso! Está ridículo! – insistiu Rose, ao ver que ele não tirava a cara de malcriado.

            John sorriu.

            _ E de que está sorrindo agora? – perguntou Rose, não com muita certeza de que queria ouvir.

            _ Você diz que acha melhor quando eu estou calado, mas não agüenta quando isso acontece. – respondeu John, ainda rindo.

            _ Isso não é verdade. – disse Rose, indignada.

            _ É sim. – John, ainda sorria. – Você não quer admitir, mas está caidinha por mim.

            Rose começou a rir debochadamente.

            _ Você é um completo idiota! – ela gritou.

            _ Ah, me desculpe Rose! – disse Cedric, que chegava logo atrás dela. – Eu perdi a hora de te encontrar aqui, perdão.

            _ Não! – Rose, estava meio confusa. – Eu não estava te chamando de idiota, era o Ericson.

            _ Nossa! Ericson- John ainda ria.

            Cedric olhou de Rose para John, com um olhar confuso.

            _ Simplesmente ignore-o. – Rose respondeu à pergunta, não dita, de Cedric.

            _ Bom, então vamos jantar? – perguntou Cedric.

            _ Vai indo que eu te alcanço. – disse Rose.

            Cedric fez que sim com a cabeça e começou a andar pela porta. Rose virou-se para John.

            _ Você queria um momento a sós comigo? – perguntou John, sim, ainda sorrindo.

            Rose pegou o braço recém curado de John e o apertou. John soltou uma exclamação de dor.

            _ Nunca, está me ouvindo? Nunca mais se refira aos meus sentimentos como algo sem importância, como uma brincadeira. – Rose falava sério, havia um vestígio de rancor em seus olhos.

            _ Não era essa a minha intenção... – John tentou, mas Rose já estava fechando a porta em sua cara, antes mesmo dele poder completar esta frase.

            ●●●

            Juliet olhou para o rosto decidido de Hermione, e achou extremamente agradável a contradição que o olhar da garota fazia ao seu rosto. Contido no olhar de Hermione estava o medo. Sentimento que Juliet jamais sentira em toda a sua vida, mas vira muitas vezes em outros olhos. Então, Juliet começou sua história.

 “Há muitos séculos atrás, assim que tudo foi criado, percebeu-se que nada existia sem seu oposto. Ying e Yang, certo e errado, bem e o mal... Mas não havia com o que se preocupar, pois esses apostos já existiam, havia, porém uma preocupação como último par citado nos exemplos que dei. O bem e o mal... Se qualquer um deles se extinguisse seria o caos, nada resistiria e não haveria vida, não haveria mundo, porque nada existe seu oposto e eles são como os “pais” de tudo: o bem e o mal.

Os seres precisavam de uma garantia, algo que acabasse com seus medos tolos, mas ainda assim existentes. Eles separariam duas espécies, escolhidas por seus poderes, influências e caráter, e escolheriam cinco de cada para representar o bem e mal. Seriam cinco mulheres de cada, cinco lindas e angelicais mulheres. Ao final das escolhas sobraram os humanos e os bruxos, mas como decidir qual representaria o bem e qual representaria o mal?

            Não seria fácil, os humanos e os bruxos são por demais parecidos, não havia como decidir. Portanto, foi decidido que escolheriam pelo caráter das perfeitas mulheres ali presentes que representavam suas espécies. As bruxas ficaram como o aparente mal. Sua espécie foi determinada como Luna Tanatus, “Luna” do latim Lua e “Tanatus” do grego significando “da morte”. Elas receberam poderes e características especiais. Eram tão deslumbrantes, e usavam sua beleza única para conseguir o que queriam, tinham sede por poder, era o que as mantinham vivas. A busca pelo poder. A marca delas é correspondente a uma Lua deitada.”

            Hermione arregalou os olhos, Juliet sorriu e prosseguiu.

            “As cinco humanas foram denominadas Aglaia Solarius, “Aglaia” da mitologia grega “claridade” e “Solarius” do latim “do Sol”. A elas foi dado poder como de todos os bruxos, foi a partir daí que surgiram os sangues-ruins.”

            A palavra ofendia Hermione extremamente, mas Juliet pouco se importava.

            “Isso, porém, vem depois nessa história. Essas mulheres também possuíam características especiais e dizem que também possuem uma marca, esta só aparece uma vez que elas descobrem seus poderes e quando os usam, diferentemente das Luna Tanatus. Dizem que um Sol é marcado na pele delas por uma luz... Algo realmente impressionante.

            O problema começou quando uma começou a entrar no caminho da outra, no caminho de seus objetivos. As Aglaia Solarius respeitando as regras nunca fizeram nada contra as Luna Tanatus, estas por outro lado, não sabiam o eram regras e nunca as respeitariam. Elas eliminaram quatro das cinco Aglaia Solarius. Afinal, o mal não existe sem o bem. Elas ameaçaram a última da espécie Aglaia Solarius, ameaçaram a única coisa que realmente lhe trazia medo perder: as pessoas que ela amava. Ela ainda lutou, corajosamente, mas apesar de todos seus esforços acabou por vencida pelas Luna Tanatus.”

            Era quase possível ver um sorriso se formar na boca de Juliet quando ela disse essas últimas palavras.

            “Ela perdeu a luta.”

            Não era preciso Juliet dizer a Hermione que a mulher havia morrido, estava subentendido.

            “Dizem que ela estendeu sua linhagem de poder, teve filhos e daí em diante começaram a existir sangues-ruins.”

            Hermione olhava Juliet branca de tão aterrorizada, a missão de Juliet fora cumprida. Ela sorriu.

            _ Acalme-se, querida! – disse Juliet ao ver a cara desesperada de Hermione, seu tom ainda era macabro – É uma herança de família, não se pode escolher, mas não quer dizer que eu seja praticante...

            Ela assim se foi, sem dizer mais nada, apenas deixando para trás uma Hermione por demais assustada e confusa.

*INFORMAÇÃO ADICIONAL AO LEITOR*

As Luna Tanatus não têm sua marca de Lua por hereditariedade, como as Aglaia Solarius. Elas precisam merecer suas marcas...  

            No final, não interessa como começou: A escolha foi feita, a história está sendo escrita. As peças do quebra-cabeças estão espalhadas pelos acontecimentos, cabe a cada um tentar montá-las. O jogo começa...

Agora.


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Notas finais do capítulo

Tá aí a parte 2! Esperamos que vocês tenham gostado! Desculpe pelo Ced e pela Mi! Mas ainda está cedo para eles ficarem juntos. Ou nós somos más! Muahahahahaha! Brincadeira. Agora, quem diabos é essa Juliet que apareceu mais que atrasada na história? Bem, ela foi inspirada em uma amiga nossa a qual sempre denominamos malvada. Só que a gente (TALVEZ) exagerou um pouco... Juliet tem um plano de triunfo, e vocês saberão ao continuar a ler! Beijos e obrigada pelos comentários! Naty e Mary/ Nary.