A Comensal escrita por Cassie, Bugaboo


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Tava em época de testes.



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Malfoy lia a nova carta de Fred enquanto seguíamos caminho até a prova de História da Magia.

- Alexia, porque não me responde? Não quer mais me ver? Ainda com raiva? – Malfoy leu com uma voz debochada. – Saiba que não pararei de lhe mandar cartas até você me responder! Sei que esta com raiva, mas não vai dar outra chance ao nosso relacionamento? – Malfoy não se aguentou e caiu na gargalhada.

- Com as mais sinceras desculpas do seu amor, Fred. –completei quando paramos na porta do Grande Salão.

Eu já tinha decorado a maldita carta de tanto lê-la nessa madrugada. Eu não dormia direito desde que Fred e Jorge fugiram de Hogwarts.

- Ele é ridículo, quando esse traidor de sangue vai entender que você não quer mais saber dele?

Draco amassou a carta e a enfiou na mochila. Deu-me um beijo na bochecha e se retirou para seu lugar e logo eu fiz o mesmo.

Peguei a pena e ouvi o derramar de areia da ampulheta que avisava que a prova tinha começado. Comecei a responder as perguntas de acordo com o que a minha mente bagunçada conseguia lembrar. Após uns quinze minutos de provas eu não sabia mais o que fazer, todas as respostas escaparam da minha cabeça.

De um lado eu vi o Ron roendo as unhas  e do outro pude ver Harry com um olhar distante, parecia que ele não estava fazendo parte do nosso mundo.

Suas mãos estavam rígidas sob o colo e de repente seu corpo ficou ereto e com um estrondo, Harry caiu no chão, gritando e se contorcendo, como se tivesse sido atingido por um excruciante feitiço de dor. 

Uma explosão de “Ai” encheu a sala, todos os alunos estavam apavorados com a cena. Levantei-me e fui até o Harry, ele estava suado e queimando em febre.

- Façam alguma coisa! – exclamei e o examinador no mesmo instante correu para o meu lado.

Segurei Harry que acabara de desmaiar.

- O que esta acontecendo? – ele perguntou.

- Não sei, mas temos que leva-lo para a enfermaria. – disse.

- Vamos tirá-lo daqui. – sussurrou o professor Tofty para mim, olhando o brasão em minha capa com desconfiado. – Voltem aos seus testes, voltem aos seus testes! – gritava nervoso.

Tofty passou um dos braços de Harry pelo pescoço e eu o imitei e juntos levantamos Harry.

- Pegaram Snuflles, eles pegaram Snuffles. – Harry murmurava.

- Esta tudo bem Harry, vamos te levar para a ala hospitalar. – Tofty disse.

- Não vou... Não preciso de ala hospitalar... Não quero... – balbuciava Harry se debatendo em nossos braços. 

- É melhor você voltar para seu exame mocinha. – Tofty disse para mim assim que Harry recuperou o equilíbrio. – Deixa que eu cuide dele.

Assenti e voltei para o meu lugar. As horas se passaram até que o ultimo grão de areia da ampulheta caiu dando fim ao exame.

- Penas longe dos pergaminhos, fim do exame. – disse à examinadora que substituiu Tofty.

Enrolei meu pergaminho e o levei até a mesa junto com uma multidão de alunos eufóricos.

A multidão de alunos se retirava pelo os corredores da escola em direção aos seus dormitórios. Algo bateu em mim me fazendo cair, era o Harry.

- Desculpa! – exclamou me estendendo a mão que eu segurei.

- Tudo bem. – respondi enquanto ele me ajudava a levantar. – Você esta melhor?

Ele assentiu.

- Harry eu ouvi você falando de Snufles, quem é, ou o que é ele?

- Não sei Alex, eu devo ter alucinado... Sabe como é né, pressão por causa dos N.O.M’s. – ele disse dando de ombros, mas pude perceber que seus olhos estavam fixados nas escadas atrás de mim. – Tchau. – ele disse rapidamente.

Harry foi em direção as escadas e eu comecei a segui-lo, já estava no alto da escadaria quando Rony e Hermione apareceram.

- Harry! — chamou Hermione na mesma hora, parecendo muito assustada e ignorando totalmente a minha presença. - Que aconteceu? Você está bem? Está doente?

- Onde você esteve? — quis saber Rony.

- Venham comigo — Harry disse. — Depressa, tenho de falar uma coisa para vocês.

Ele os levou para o corredor do primeiro andar, espiando pelos portais, e finalmente encontrou uma sala de aula vazia, fechando a porta logo atrás deles e me trancando do lado de fora.

Tentei abrir, porém estava trancada.

Corri em direção a s masmorras, parei na porta da sala de Snape, ele estava sentado na sua habitual cadeira da sala de aula e corrigia alguns pergaminhos. Assim que entrei ele me fitou de cima a baixo com um olhar curioso.

- O que faz aqui Srta. Chermont?

- Voldemort esta agindo... Preciso ir para o Ministério da Magia agora! – falei ofegante.

Snape abriu uma das gavetas que tinha e sua mesa e me esticou um saquinho perto. Fui até ele e peguei o saquinho que tinha um cheiro forte de hortelã misturado com madeira queimada, deduzi que era Pó de Flu.

Parei enfrente a lareira, e senti uma pontada no coração.

Então era isso, eu iria finalmente mostrar a Voldemort que sou digna de confiança. Ouvi passos atrás de mim e me virei para olhar.

Era Snape que tinha um olhar raivoso que me fez estremecer de medo.

- Vá! Logo! – ele exclamou. – Não podemos ser pegos Alex, então vá logo!

Peguei um punhado de Pó Flu com uma mão e com a outra enfiei o saquinho dentro do bolso da capa.

Entrei debaixo da lareira, fechei os olhos e taquei no chão o Pó de Flu que estaca na minha mão.

- Ministério da Magia! – exclamei.

A sensação de estar sendo sugada por um ralo gigante me tomou. Um rugido ensurdecedor ecoou pelos meus ouvidos. Alguma coisa dura bateu no meu cotovelo, sempre girando e logo veio à sensação de mãos geladas esbofeteando meu rosto.

Finalmente o chão apareceu sobre meus pés e foi quando tive coragem de abrir os olhos.

Estava tudo escuro no Ministério da Magia. Comecei a andar perdida pelos longos corredores e decidi que o melhor a fazer era ir reto, mas logo me deparei no corredor final, apenas podia escolher entre direita ou esquerda.

“Direita”

Uma voz sombria ecoou pela minha mente e eu a obedeci.

“Esquerda” “Esquerda” “Direita” “Enfrente”

A voz ia me dando ordens que eu a obedecias. Sabia que era Voldemort me ajudando.

Parei enfrente a três portas grandes e escuras. Olhei atentamente cada uma a procura de um sinal que me dissesse onde estavam os outros comensais da Morte.

“A do meio.”

A voz se manifestou novamente e eu a obedeci.

Entrei numa enorme sala escura com prateleiras de ferro que tinha mais de dois metros de altura onde cada uma delas continha várias esferas pequenas que aprisionavam uma fumaça que dançavam pelo seu interior.

Vi um pequeno raio de luz atrás de duas prateleiras. Peguei minha varinha e caminhei até lá, mas assim que cheguei onde ela deveria estar não tinha nada além de uma pequena bolinha azul que flutuava.

- Quem está ai? – uma voz masculina falou atrás de mim.

Virei-me e vi que estava cercada.

- Guarde a varinha ou iremos machucar você! – uma voz de mulher falou de algum lugar.

Botei a varinha no bolso e logo depois o dono da primeira voz começou a se aproximar.

- Lumus. – ele disse.

Assim que um feixe de luz projetou de sua varinha, varrendo para longe a escuridão que cobria seu rosto. Era o Lúcio Malfoy.

- Ora, olha quem veio mostrar sua lealdade ao Lord das Trevas. – ele levou a sua mão livre para meu rosto e colocou a mecha de cabelo que estava no meu rosto atrás da minha orelha.

- O que você e o seu bando de baba ovo fazem aqui? – perguntei grosseiramente.

- Olhe como fala com a gente, sua menina insolente! – Bellatrix se aproximou da gente.

- Calem a boca. – mandou Lúcio. – Harry chegou.

Assim que ouvimos passos ecoarem pela sala, pegamos as varinhas e Lúcio fez sinal para segui-lo.

- Nox. – ele disse e novamente a escuridão cobriu meus olhos.

Tive que apertar os olhos até eles virarem uma linha fina no meu rosto, demorou para que meus olhos se acostumassem com a escuridão que nos rondava.

- Noventa e sete. – pude ouvir a voz de Hermione cortar o silêncio.

- Ele está bem no final. – era a voz do Harry. – Não se consegue ver direito daqui. 

Separei-me do grupo de Comensais e segui o caminho de onde a voz do Harry tinha vindo. Consegui achar a luz da sua varinha, me escondi atrás da prateleira que ele encarava.

- Harry? – chamou Hermione. 

- Que? – Harry parecia extremamente irritado com ela. 

- Eu... Eu acho que Sirius não está aqui. 

- Harry. – dessa vez a voz era de Rony. 

Rony se aproximou da prateleira e eu dei um passo para o lado para sair do seu campo de visão.

- Que? 

- Você viu isso? – questionou o garoto. 

Apontei minha varinha na direção do Harry.

- Que? – Harry parecia entediado. 

Rony não respondeu. 

- Que? – repetiu ele mal humorado se aproximando do amigo. 

- Tem... Tem seu nome escrito aqui. – Rony gaguejou.

Alguma coisa ali pertencia a Harry e isso interessava o Voldemort. Eu não podia acreditar que tínhamos arquitetado toda aquela manobra durante um ano inteiro para que Harry viesse pegar alguma coisa que o próprio Voldemort conseguiria achar. Teria sido mais rápido para todos. 

- Meu nome? – perguntou Harry confuso. 

Os passos se aproximaram da prateleira na qual eu estava escondida, mas a conversa entre eles continuou. 

- O que é isso? O que é que seu nome tá fazendo aqui? Eu não estou aqui. Nenhum de nós está. – Rony disse perplexo.

- Harry, eu acho que você não devia tocar nisso. – guinchou Hermione de súbito. 

- Por que não? É alguma coisa ligada a mim, não é? – Harry respondeu de forma grosseira.

- Não, Harry. – era uma voz de um menino. Parecia nervosa. 

- Tem o meu nome nela. – teimou Harry.

Sai do meu esconderijo com a varinha em punhos e fui até eles.

- Olá. – disse com um sorriso sombrio no rosto.

- Alexia! – todos exclamaram juntos.

- Isso mesmo, agora me passe esse treco e prometo não machucar ninguém. – estiquei a mão esperando que Harry me entregasse à esfera que tinhas em mão.

Todos os Comensais vieram nem nossa direção, encurralando o grupo de Harry e foi aí que eu vi que além de Rony e Hermione estavam também a Gina que era irmã mais nova de Fred, Luna e Neville. Os olhos de Gina se encontraram com o meu o que me trouxe a lembrança da doce risada de Fred. Os olhos dela tinham o mesmo brilho que o do Fred.

Meu coração se apertou e eu baixei a varinha.

- Alexia! – berrou Lúcio.

E com um salto voltei a apontar a varinha para o grupo do Potter e seus amigos.

- Muito bem, Potter. Agora se vire, muito devagarzinho e me entregue isso.  – disse Lúcio.

Vultos escuros surgiam de todos os lados, bloqueando o caminho dos garotos à esquerda e à direita; olhos brilhavam nas fendas dos capuzes, uma dúzia de pontas de varinhas acesas apontavam diretamente para seus corações.

- A mim, Potter — repetiu a voz arrastada de Lúcio Malfoy em quanto estendia a mão, de palma para cima.

- Confiei em você. – Harry disse me encarando com raiva. 

- Isso só prova que você tem talento para confiar nas coisas erradas, Potter! – exclamou Bellatrix. 

- Você fez de tudo para me trazer até aqui, não é? Foi você quem avisou Umbridge, enganou a gente... – continuou Harry. 

- Ela é uma dissimulada, como todos que pertencem ou pertenceram à Sonserina. – contrapôs Gina. – Eu falei para o Fred que ela estava apenas o usando!

- A mim. - repetiu Lucio diante do meu silêncio. 

- Me desculpe, mas eu tinha uma escolha a fazer... 

- Entregar Harry era a mais fácil delas? – perguntou Hermione sem me olhar, sua atenção estava fixa no comensal à sua frente. 

- Não foi a mais fácil, mas não havia outra escolha. Harry precisava estar aqui hoje, agora só depende de você. – olhei para Harry. - Entregue a esfera e não haverá luta. 

- Onde está Sirius? – perguntou Harry.

- O Lorde das Trevas sempre tem razão! 

Os Comensais riram diante da afirmação de Lucio, inclusive Bellatrix, que agora estava ao meu lado. 

- Sempre. – repetiu Malfoy suavemente. – Agora me dê à profecia, Potter. 

– Não faça isso, ela é uma traidora e quem vai nos garantir que você não vai tentar nos matar assim que lhe dermos a esfera? 

- Não farei isso! – respondi, franzindo a testa desesperada, dando um passo à frente. Harry apontou sua varinha pra mim. 

- Eu quero saber onde está Sirius! – exclamou.

- Eu quero saber onde está Sirius! – imitou Bellatrix.

Cada vez mais os comensais chegavam mais perto fazendo o grupo se encolher.

“Alex você esta tomando um caminho sem volta. Siga o caminho que acha certo e não que mandam você seguir!”

A voz de Fred ecoou pela minha cabeça. Aquilo me deu forças e eu soube no mesmo instante o que fazer.

Fui até os meninos e mirei a varinha para o Lúcio.

- Alexia? – Lúcio me encarou perplexo.

- Sempre soube que era uma traidora! – exclamou Bellatrix.

- Estou apenas fazendo o que acho certo.

Agora sim eu estava decidida, iria ajudar Potter e seus amigos mesmo que isso custasse a minha vida.


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Notas finais do capítulo

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