A Comensal escrita por Cassie, Bugaboo


Capítulo 10
Capítulo 10




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Aparatamos na porta da minha casa. Meu pai estava sentado à mesa nos esperando para a ceia de Natal.

Assim que nos sentamos, ele disse.

- Onde vocês estavam?

Eu abri a boca para responder, mas minha tia foi mais rápida.

- Calma. Edgard eu fui pegar papeis do trabalho e levei a Alex junto. – ela levantou um envelope pardo. – Não iria deixar a coitadinha presa em casa o dia todo.

Meu pai se calou e a comida apareceu na mesa, começamos a comer e percebi que o jantar inteiro meu pai ficou me encarando. Assim que terminei fui para meu quarto enquanto minha tia me seguia.

- Então... – ela disse.

- O que? – levantei a sobrancelha.

- Seu pai não pode saber de você e Fred, certo?

- Obvio! – levantei a manga da camisa. – Olhe isso! – apontei para a marca. – É por causa dessa marca maldita.

- More comigo, fuja do seu pai.

- É perigoso, ele mataria a gente!

- Eu sei. – minha tia veio na minha direção e me abraçou. – Boa noite querida.

- Boa noite tia.

Minha tia se levantou e apagou a luz do quarto. Deitei-me e logo estava sonhando.

Os dias se passaram devagar, assim que o Ano Novo acabou minha tia voltou para França enquanto eu ficava presa em casa com meu pai. Ele desconfiava de algo, lia todas as minhas cartas o único momento que podia mandar cartas ao Fred era à noite quando meu pai dormia.

Finalmente o dia de voltar a Hogwarts tinha chegado. Acordei com a luz do sol batendo nas minhas pálpebras avisando que já era de manhã e que deveria me arrumar logo para que não chegasse atrasada, ou pior, perdesse o trem. Eu não aguentaria ficar presa na mesma casa que meu pai, não tinha um minuto sequer que meu pai não perguntasse sobre minha missão.

Mas para minha sorte as férias tinham acabado e eu estava no Expresso Hogwarts, finalmente voltaria para o único lugar que eu me considerava segura.

- Posso entrar? – Malfoy estava na porta da cabine acompanhado dos seus dois amigos idiotas, Crabbe e Goyle.

Dei de ombros e os três entraram na cabine. Eles ficaram conversando e fingindo que eu não existia, tirando Malfoy que a cada dez minutos chutava a minha perna, quando me levantei para manda-lo parar vi Fred passar pelo corredor, ele nem percebeu a minha existência.

Levantei-me e o segui, ele entrou na cabine onde se encontrava Jorge, Neville, Angelina e Luna.

Todos ali me encararam. Jorge e Luna sorriam diferente de Angelina que tinha uma expressão de nojo e Neville parecia que tinha visto um Dementador.

- O que você quer aqui Chermont? – Angelina perguntou rispidamente.

- Nada que te interesse! – exclamei e me virei para Fred que estava com o rosto corado.

Neville se levantou e se pôs na entrada da cabine, para que eu não me atrevesse a entrar.

- Saia daqui Alexia, é para seu bem. – Neville sussurrou só para mim.

Neville era um menino bom, mas ele não entendia que ninguém me impedia de fazer algo.

- Neville me da licença, por favor? – sussurrei para ele.

- Ninguém quer uma esnobe sangue-puro aqui Chermont. – Angelina estava em pé atrás de Neville, ela me fuzilava com os olhos. – Porque não vai atrás do seu namorado?

- É isso que eu vim fazer, se não se importa quero falar com o Fred. – falei com um sorriso vitorioso estampado no rosto.

Fred se levantou e foi abrindo caminho por entre Neville e Angelina que tapavam a porta. Ele me abraçou e me puxou para longe dos olhares furiosos de Angelina.

- Você é louca! – ele exclamou.

- Por quê? Não podia contar a seus amigos que estamos juntos?

- Não é isso, o problema é Angelina...

Antes que ele terminasse a frase eu lhe dei as costas e fui andando, mas ele me agarrou pelo braço e puxou-me para si.

- Não é isso que você esta pensando Alex. – ele disse.

- No que eu estou pensando? – perguntei.

- Besteira pelo visto, quando disse que o problema era a Angelina quis dizer que ela vai me aporrinhar e vai tentar nos fazer terminar. – ele explicou e eu corei por ter tido a ideia boba de que ele se importava com os sentimentos dela.

Fred me arrastou por todos os vagões até achar uma cabine vazia.

- Estou com uma sensação ruim Fred. – falei.

- Sobre? – ele perguntou me abraçando.

- Sobre a Umbridge, sobre a AD, sobre tudo. – na cabine só tinha eu e ele, mas ainda assim eu preferi sussurrar por medida de segurança. – Acho que algo vai dar errado, tenho certeza que aquela sapa velha vai fazer algo.

- Relaxe, logo ela vai sofrer o que merece. – ele disse calmamente.

Arqueei a sobrancelha.

- Jorge e eu estamos planejando nos vingar dela. – ele disse com um sorriso travesso no rosto.

- Como?

- Não sabemos. – ele respondeu.

- Quando?

- Também não sabemos.

- Mas vocês devem ter algo em mente...

- Não temos, mas assim que decidirmos eu lhe contarei Alex, prometo. – ele me interrompeu.

Assenti com a cabeça.

- Só não faça nada perigoso.

Ele gargalhou e disse.

- Alex, o Menino-Que-Sobreviveu e é caçado pelo Você-Sabe-Quem tecnicamente mora na minha casa, tem algo mais perigoso que isso?

- Não. – disse corando.

Nunca tinha pensado nisso, Fred corria perigo constante por causa da sua amizade com o Potter e só agora a minha ficha tinha caído. Imaginar Voldemort indo até a Toca em busca do Harry me fez estremecer, não conseguia tirar a imagem dos Weasley’s sendo torturados até a morte por terem protegido Harry durante todo esse tempo.

Meu estômago revirava e um frio percorria minha pele, nunca tinha sentido sensação pior, como eu viveria sem o Fred? Será que Voldemort o machucaria? Eu tinha que protege-los, tinha que levar Potter logo até Voldemort, afinal sem Potter não vai existir motivo para Voldemort machucar os Weasley’s.

Eu tinha virado uma traidora, estava traindo a confiança do meu namorado para o seu bem. Talvez ele nunca fosse me perdoar, mas é melhor do que vê-lo morto por causa de uma batalha que não é dele.


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