Meu Querido Assistente escrita por Laura Penha


Capítulo 5
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Tá, eu sei que demorei e tudo mais, mas *e aqui começam as desculpas* a faculdade não é nada daquilo que eu pensei que seria. Tem muito trabalho, muito seminário, muita prova e muitos livros pra ler. Não tenho tempo nem pra respirar direito.
Me desculpem, por favor. ;*
Boa leitura.



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A reunião toda fiquei sentada na minha cadeira simplesmente abismada. Eu devia ter avançado no pescoço do desgraçado pra ele aprender a não me deixar no vácuo. E o pior é que ele parecia saber exatamente o que estava fazendo e que efeitos ele provocava no meu corpo. Imbecil!


Os dois homens a minha frente me faziam perguntas que eu não entendia e tive que pedir para que repetissem mais de mil vezes. Ao fim daquela tortura silenciosa continuei no estado inicial de lerdice.


– Sasuke. – Chamei - Meu cafezinho. – Falei balançando a xícara vazia encarando fixamente o computador. Continuei a digitar enquanto o ouvi bufar irritado.


Se ele queria uma patroa ruim, eu seria a patroa ruim ao quadrado. Cutucar onça com vara curta dá nisso e ele vai pagar as consequências.


Ele chegou com a xícara e tomei tudo em um gole só. – Mais. – Falei e ele novamente foi encher a xícara. Bebi tudo. – Mais uma vez.


Sasuke me lançou seu melhor olhar mortal e então, movido pelo mágico amor de seu ser por mim, pegou a garrafa inteira de café e outra vez me serviu. – Mais alguma coisa, Sakura?


– Não, obrigada. – Respondi. – Só leve a garrafa aonde ela deveria estar.


Olhei o relógio do computador. Queria voltar logo para casa, mas as horas pareciam se arrastar tão lentamente... Fiquei impaciente. Eu precisava de um plano para conseguir entrar na clínica e bater um papo com Itachi. Eu precisava saber como eu faria para dar doações sem que ele desconfiasse e, para isso, eu precisava de alguém lá de dentro da instituição.


Decidi. Em vez de ir para casa, eu iria para a clínica. Isso. Lá eu resolvia o resto.


– Sakura?


– Hm? – Perguntei automaticamente.


– Reunião. Kiba. Agora. – Esperei um tempo para tentar processar. Kiba outra vez? O que ele queria agora?


Me levantei e andei até a mesa do meu detestável assistente. – Olha aqui, seu filho duma – Lembrei que ele não tinha pais e deixei a frase em aberto, me sentindo quase arrependida. – Você sabe das minhas rixas com o cachorro louco, não sabe? – Baixei o tom de voz como se alguém pudesse nos ouvir. Oi, meu nome é Sakura e meus melhores amigos são unicórnios.


– Ele disse que isso te interessava.


– Humph! – Bufei – Ele acha que até o corte de cabelo dele me interessa.


Sasuke ignorou minha comparação envolvendo os cabelos sedosos de Kiba e mexeu nos seus, desalinhando-os ainda mais. Depois ele me encarou com aqueles olhos negros tão profundamente que senti minhas pernas falharem. Dei meia volta e sentei no meu pequeno e confortável sofá.


– Da próxima vez me pergunte. – Ele só murmurou um ‘okay’ e continuou a digitar loucamente em seu computador. Eu não sabia o que ele tanto fazia ali, podia ser que nem fosse do trabalho. Talvez o maldito joguinho da cobrinha.


Kiba entrou na sala com aquele ar superior inexistente, balançou de modo encantador aquele cabelo brilhoso e se sentou em frente a minha mesa. – Pensei que não fosse me receber.


– Não tive escolha. – Respondi fuzilando Sasuke que estava rindo de minha infelicidade por dentro. – O que quer dessa vez?


– O mesmo da última vez em que você me expulsou. – Movi as mãos como que dizendo “vai, filho da mãe, continua.” – Uma união entre nossas empresas.


– Não.


– Sakura, seja razoável. Pense nas vantagens. Se você que tem a empresa mais confiável se juntar a minha empresa que bate recordes em vendas, podemos nos tornar a empresa mais conhecida do oriente.


– Senhor Inuzuka, - comecei – Se minha empresa automobilística se juntar a sua, a credibilidade será comprometida por completo e ambos iremos falir.


– Você é impossível. - Sorri satisfeita. Aquilo era o primeiro sinal de desistência do líder da Inuzuka. O último então... Mal podia esperar por aquilo. – Quando mudar de ideia me avise.


– Claro que sim, senhor. Agora se retire, sim?


Ele bufou e só saiu da sala fumando uma quenga de tão raivoso. Eu não podia esperar que ele simplesmente desistisse. Sabia como ele era e que faria o possível e o impossível para conseguir o que queria, o que eu temia eram os meios que ele utilizaria para isso.


– Sakura – Sasuke me chamou – Temos um problema.


– O que? – Perguntei animada com a remota e quase inexistente possibilidade de que tivéssemos nossa primeira DR.


– Eu comecei a fazer o balanço agora. Aquele que você me pediu por puro capricho seu. – Revirei meus olhos tão profundamente que achei que não fossem mais voltar ao normal. – Desde o ano de criação da empresa até agora o saldo vem diminuindo.


– Em quanto por cento? – Perguntei me aproximando. Sentei-me ao seu lado enquanto observávamos o computador.


– Dois ao ano.


– Mas, isso... – Baguncei meus cabelos angustiada depois respirei fundo. – Não pode ser considerado... normal? – Pigarreei – Todas as empresas tem saldos negativos e, se a Haruno tem uma media de dois por cento...


– Sakura, são dois por cento exatos a cada ano. – Depois concluiu - Impossível.


A garrafa de champanhe parecia tentadora no momento, mas acabei me controlando. Se eu bebesse alguma coisa, provavelmente destruiria toda a empresa num piscar de olhos. Massageei minhas têmporas e comecei a pensar.


– Por favor, termine o balancete. Dê prioridade a isso e não mostre a mais ninguém, entendeu? – Ele fez que sim com a cabeça me encarando quase preocupado e eu afundei na cadeira ao lado da sua. – O que eu não daria por um X-burguer agora...


– Não é comida da ralé? – Ele perguntou ironizando até a alma dele.


Abri um sorriso discreto me sentindo mais aliviada com aquela afronta.


– A culpa é sua! Humph! – Acusei – Fica aí, me trazendo seus maus hábitos alimentares. – Levantei-me e peguei minha bolsa.


– Já vai?


– Uhum. Minha avó piorou. – Menti outra vez. Eu conseguiria contatos essa tarde para entrar na clínica. E se não conseguisse... Bem, sou Sakura Haruno.


Quando peguei na maçaneta da porta ela foi empurrada em minha direção e só deu tempo de dar um passo desajeitado para trás e quase cair. Shizune entrou pela porta e eu a encarei fixamente. Incompetência tinha limite, ainda mais quanto a uma coisa tão simples como bater na porta ou avisar pelo interfone.


Ela me olhou assustada e esperou de cabeça baixa esperando ser repreendida. – Você acha que pode entrar assim? Isso aqui não é sua casa e sim um ambiente de trabalho. Me pergunto se quando não estou aqui você entra do mesmo modo.


Shizune, com os olhos arregalados, só balbuciou um ‘não’ sofrido.


– Agora diga o que veio fazer aqui. – Ela virou os olhos para Sasuke, depois para mim e voltou a encará-lo.


– Vamos lá, Sakura. – Sasuke se pronunciou pela primeira vez na conversa. – Ela só veio aqui por que pedi que me esperasse depois do expediente. - Meu cérebro não tinha processado aquelas palavras direito até que ele completou o pensamento para mim – Eu a chamei para um encontro.


“Encontro”. Aquela palavra ecoou pela minha mente tantas vezes que cheguei a me sentir zonza. Senti um bolo de alguma coisa se criar na minha garganta. Sabia que se falasse alguma coisa sairia em palavras mortas e tremidas, por que era assim que eu me sentia. Ainda assim respirei fundo e encarei Shizune. – Não faça outra vez. – E saí.


Apertei os botões do elevador tão desajeitadamente que minha bolsa caiu no chão junto com minha confiança em mim mesma. Apanhei a bolsa e me dei dois tapinhas no rosto. Esperava que ninguém tivesse visto essa cena deprimente.


Enquanto descia para o térreo a palavra ‘encontro’ continuava a me incomodar. Por que não convidar a mim para um encontro? Quero dizer, não que eu fosse aceitar, mas...


Balancei a cabeça espantando estes pensamentos e peguei o telefone.


– Alô? Sou Sakura Haruno, das empresas Haruno’s gostaria de conversar sobre as doações que pretendo fazer para sua clínica. Posso ir agora?

*****


– Eu faço doações para a melhoria da clínica e também me disponibilizo a pagar um ano inteiro de tratamento para três pacientes.


– Então quem são os três pacientes?


– Um tem que ser obrigatoriamente Itachi Uchiha. Os outros dois você pode observar pela renda da família. - Me levantei e apertei sua mão. – Obrigada por tudo, senhor Yamato.


– Só Yamato pra você.


Sorri fingindo estar sem graça quando na verdade minha vontade era fugir para as colinas. – Gostaria muito de ver como está Itachi.


– Isso foge as regras da clínica. – Depois concluiu – Acho que não será possível.


– Por favor, Yamato. Ele me conhece. Somos amigos de infância. – Mais uma mentira para minha listinha. – Além do mais estou pagando o tratamento dele a partir de agora. Isso é tão injusto. – Baixei minha cabeça e comecei a fingir um choro.


Yamato mexeu nos cabelos e me encarou com aquela face sempre séria. – Está bem, está bem. – Dei um sorriso tão grande que minhas bochechas doeram - Que tal isso: Duas vezes por semana você pode conversar com ele.


– E Sasuke não pode saber disso. –Yamato me olhou como se eu estivesse querendo contrabandear drogas pelo Itachi. – Ele é muito orgulhoso. Se souber que ajudei vai negar e continuar vivendo assim só para pagar o tratamento. Diga que foi um sorteio e, em momento algum, fale da empresa Haruno.


– Fechado.


Yamato saiu da sala para trazer Itachi. Nesse meio tempo bebi toda a garrafa de café da sua mesinha. Eu realmente não sabia o porquê de ser tão metida. Por que ajudar Sasuke? Ele que não me respeita, que não me leva a sério e que vai ter um encontro com Shizune. Logo com ela.


Será melhor não pensar muito nisso daqui pra frente. Vou enlouquecer.


Espantei meus pensamentos e comecei a girar feliz na cadeira até que bateram na porta e eu tive de parar repentinamente para recuperar a compostura.


Era uma cópia do Sasuke, excetuando-se pelas marcas debaixo dos olhos e dos cabelos mais longos. Me levantei com um sorriso enorme e o abracei. – Itachi, que saudades. Aposto que nem lembra mais de mim, né? – Yamato só observava a cena confuso, eu pensava que a cara de Itachi deveria estar do mesmo jeito, mas quando me afastei percebi que continuava do mesmo jeito para meu alivio. – Quero muito conversar com você. Podemos, Yamato?


Ele suspirou e fechou a porta. – O que você quer? – Itachi perguntou quando nos encontramos a sós.


– Uma história.




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Notas finais do capítulo

Reviews? Alguém? Anh? '-'