My Nerd escrita por Mei


Capítulo 3
Noah-Panda




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Lizzie P.O.V

Respirei fundo e olhei novamente para sua janela, ele apenas deu um sorriso enorme e fez sinal de que iria ver até mim, apenas fechei a cortina novamente de imediato.

Não sério... Alguém me conta que pecados eu cometi nas minhas vidas passadas pra merecer isso? Ninguém merece um vizinho troglodita desse.

Me sentei em minha cama com um certo cansaço, mas o mesmo sumiu a medida que eu ouvi a campainha soar no andar de baixo do apartamento.

Sem nem hesitar me levantei de olhos arregalados e desci a escada como um furação.

- EU ATENDO! – Gritei vendo Nora indo em direção à porta, então para impedi-la a empurrei com força do meu caminho e abri uma pequena fresta na porta tendo uma surpresa não agradável, na verdade horrível.

- O que faz aqui? – Perguntei olhando de forma fria o loiro que teve a audácia de vir até minha casa, Nathan.

- Não é obvio, vim ver minha namorada... – Ele disse fazendo uma cara de deboche irritante – Porque estava a espera de alguém cunhada? – Ele disse ainda mais irônico.

Senti ferroadas em meu peito, e minha mãos tremerem, juntos as minhas pernas que fraquejaram, mas mesmo assim me fiz de forte.

- Oh, eu estava à espera de alguém muito melhor e interessante mesmo, mas já que esta aqui, por que não entra e morre afogado no veneno de minha querida irmã? – Eu disse de forma tão calma e irônica ao mesmo tempo me surpreendeu mesmo.

Na verdade, eu esperava que Noah viesse fazer escândalo aqui, então eu iria apenas anular o vexame, mas já que não é ele tudo bem.

Nathan me deu um sorriso falso e entrou logo encontrando Nora e a tascando um beijo “apaixonado”, que eu evitei ao máximo olhar, só iria me fazer sentir pior.

Mal terminei de fechar a porta e dar alguns poucos passos em direção ao meu quarto, quando a campainha novamente tocou, me fazendo ficar nervosa, abri apenas uma fresta da porta e tive uma imagem bizarra.

Noah estava com a mesma touca de panda, só que agora vestia um cardigan cinza, mas ainda estava sem as suas calças.

- Tá maluco? O que faz aqui? – Disse sussurrando a ele, eu já esperava aquela visitinha indesejada.

- Ué, precisa falar com você – Ele disse dando de ombros.

- E não existe telefone? E-mail? Mensagem? Sinal de fumaça, ou qualquer coisa comunicativa no seu mundo não? – Disse irritada sem o deixar entrar em minha nova casa.

- Sou a moda antiga, baby – Ele disse dando uma piscadinha pra mim, que me fez revirar os olhos.

- Quem está ai Liz? – A voz de meu pai ecoou pela sala me fazendo dar um pulo.

Ferrou.

- Ninguém papai! – Gritei de volta – Vai embora Noaaah! – O dei uns empurrões pra ver se ele se dava conta de seu estado e ia embora.

- Ué, está com vergonha de mim? EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ COM VERGONHA DO SEU N-A-M-O-R-A-D-O LIZZIE! – Noah gritou com um sorrisinho sacana nos lábios tentando fazer meu pai ouvir se dando conta da situação e me fazendo vermelhar.

- Para Noah! – Disse largando a porta e tentando tampar a boca de Noah.

- E AGORA VOCÊ QUER ME BEIJAR? MAS A UM SEGUNDO VOCÊ ESTAVA COM VERGONHA DE MIM!!!! – Fez escândalo e eu quase chorei ali mesmo, se meu pai visse eu com um garoto desse tipo, eu estava totalmente frita!

- Para, por favor! – Sussurrei indo pra cima dele tentando tampar sua boca.

- Não – Ele disse apenas e me deu um sorriso irônico.

- Liz o que está havendo? – Meu pai se aproximava cada vez mais da porta, e o meu desespero só aumentava.

O que ele iria pensar de sua filha? Uma pervertida, tarada maluca por pandas? Não pode seeeer!!

– NÃO ACREDITO LIZZIE, VOCÊ ESTÁ RENEGANDO SEU NAMOR... – Não pude me segurar e me joguei em cima de Noah colando minhas mãos em seus lábios o fazendo ficar quieto, o problema é que Noah perdeu o equilíbrio e caiu de costas no chão.

- Eliza... – Meu pai abriu a porta de supetão e deu de cara com a aquela cena estranha, um garoto só de cueca, casaco e uma touca de panda caído no chão e eu uma garota descabelada e totalmente envergonhada em cima do mesmo. – ...beth. – Ele terminou a frase de boca aberta nos encarando – O que diabos estão fazendo?! – Sua expressão era de surpresa e raiva.

- E-e-eu... E-e-e-le... – Eu me levantei de cima do abdômen de Noah e me “recompus” arrumando meus óculos sentindo minhas bochechas tão quentes que poderiam até derreter a qualquer momento.

Eu não sabia como explicá-lo, não podia dizer: “Olha pai, arrumei um falso namorado por dinheiro, tchau!”

- Calma, calma, deixe me apresentar... – Noah disse limpando a poeira de seu casaco – Sou Noah Ward, o namorado da Lizzie! Muito prazer! – Noah disse estendendo a mão e tentando ser simpaticamente irritante, e isso me fez bater minha palma da mão fortemente em minha testa.

A expressão de meu pai não era das melhores, ele dava olhadas reprovativas a mim, e analisadoras a Noah que ainda mantinha sua mão erguida como comprimento.

Ele ficou nos encarando pensativamente e então deu um suspiro.

- Isso é ridículo, mas o problema é da Liz, se o gosto dela é tão ruim para garotos, não posso fazer absolutamente nada, mas não pense que simpatizei com você... – Meu pai disse com sua voz fria, que chegava a me dar calafrios – Seja como for, fique para jantar – Meu pai disse então ignorou a mão estendida de Noah e adentrou o apartamento. – Ah, e Lizzie, preparasse pra ficar de castigo por um longo tempo... – Ele disse se afastando.

- O que? Como assim ele aceitou tão rápido? – Perguntei a mim mesma confusa, talvez ele estava surpreso, pois esse era meu primeiro suposto namorado. – Ah, espera eu estou de castigo, legal... – Mas do fundo do meu coração acho que isso não é verídico, nunca fiquei de castigo, e não é por causa de um maloqueiro trombadinha que vou ficar agora!

- Woah, seu pai dá medo! – Noah comentou sério e depois deu uma risada pelo nariz – Bom, vou por uma roupa decente e já volto querida, me aguarde! – Noah disse ironicamente.

- Eu te odeio Noah-panda – Sussurrei séria e entrei em casa fechando (lê-se: batendo) a porta em sua cara.

(...)

Alguns minutos depois a campainha novamente tocou, e eu me levantei totalmente emburrada do sofá e abri a porta, que revelou um garoto de cabelos penteados, uma jaqueta preta com spikes, uma calça escura colada e tênis de marca... Nada mais, nada menos que Noah.

- Oh... Você chegou! – Eu disse ironicamente e com falso, muito falso entusiasmo.

- É é, cheguei agora cadê a comida? – Noah disse sussurrando.

- Aff, seu morto de fome, não pão seco não, e você não tem o que comer em casa não? – Perguntei e ele mostrou a língua pra mim – Seu criança! Cresça e apareça! - Disse me irritando com ele.

- Quem tem que crescer é você, ô limpadora de roda pé! – Ele disse dando uma cutucada em meu ombro.

- Oh, vocês estão aqui? Já pra sala de jantar, o jantar servido – Meu pai estava com sua cara totalmente fechada, ele deve ter odiado o meu suposto... Namorado.

- Ok! – Noah disse sorrindo abertamente, então segurou minha mão firme e me guiou até a sala de jantar como se já visita se minha casa pelas 7268268711286 ª vez.

Bom, vocês já devem imaginar a cara de Nathan e Nora quando nos viram juntos, estavam abismados e raivosos, mas eu estava radiante, é bom vencer às vezes! Mesmo que seja pra vencer com um Noah-panda como arma!

O jantar se sucedeu e Noah se comportou bem, o que era incrível pra seus modos, já Nora deu um ataque de fã e começou a chorar e querer voar em mim, então meu pai acabou gritando tão alto com ela que a fez ela se acalmar, e eu apenas ri.

(...)

Acordei com meu celular gritando ao meu lado, acendi a luz de meu abajur e peguei, vendo que quem me ligava era o Noah.

- AI, O QUE VOCÊ QUER ÀS 4 DA MANHÃ? – Gritei com ele.

- S.O.S minha mãe quer te conhecer hoje, já que eu conheci seu pai ela quer te conhecer também num almoço em família, eu não pude dormir pensando no vexame que vai ser você vestida como uma velha, então passo as 9 ai pra irmos ao shopping amorzinho... – Noah disse animadamente, às vezes eu tenho certas duvidas de sua masculinidade.

Muitas duvidas...

- Não quero. – Disse apenas e desliguei em sua cara, logo em seguida desliguei o telefone pra que pudesse dormir em paz.

(...)

- YAHOO, Acorde amozinho! – Alguém gritou me despertando de meu sono profundo e bom, então senti um baque contra mim e me sentei na cama de imediato sentido o peso de Noah em cima de mim.

Pequei meus óculos na cômoda e o encarei assassinamente.

- O. QUE. VOCÊ. ESTÁ. FAZENDO??! – Disse pausadamente e com cabelos bagunçados em meu rosto.

- Te acordando, é obvio! – Ele disse dando um sorriso e revirando os olhos.

- Obvio é um tapa na sua cara, se você não sair daqui agora! – Eu disse.

- Ah para de mimimi e vamos logo! – Ele disse me puxando da cama em direção a porta.

- Não, eu estou de pijama ainda idiota!

- Você chama isso de pijama? Jurava que era a roupa que você usa no dia-a-dia... – Ele disse parando e me analisando – Bom, eu chamo isso de trapo, pano de chão, e por ai vai, mas ok, se “arrume” e desça em 10 minutos, vou te esperar lá embaixo! – Ele disse sorridente e saindo de meu quarto.

- Ai, quem deixou esse maníaco entrar aqui? – Resmunguei fuçando minhas roupas.

Coloquei uma camiseta confortável e calça jeans e meu all star velho, passei a escova pelos cabelos e os pendi num coque frouxo.

Fiz rapidamente minha higiene pessoal e desci pra sairmos logo, quanto mais rápido formos, mais rápidos voltamos desse pesadelo.

Entramos em seu carro e logo chegamos ao shopping, andamos em todo tipo de loja de roupas, Noah queria que eu usasse um vestido curto preto e brilhoso, mas acabei tendo que o espancá-lo e ele me deixou escolher outra roupa.

Ele parecia à pessoa mais feliz do mundo comprando roupas de mulher, o que é MUITO esquisito...

E minha desconfiança aumenta.

- Como você parece uma menininha inocente (mas não é), acho que essa roupa ia ficar bonitinha – Ele disse mostrando uma camiseta branca com desenho de coelhos, uma saia preta, uma meia arrastão cinza clara que iam até minha coxas e um all star branco.

- É, melhor que salto e vestido de prostituta – Comentei baixo pegando as coisas de sua mão e indo até o provador, me troquei rapidamente pois estava sem tempo.

Quando sai ele ficou me encarando pensativo.

- Que é?

- Falta algo... Ahh já sei! – Ele disse se aproximando de mim e soltando meus cabelos.

- EEEI! – Gritei dando tapas em sua mão, daqui a pouco ele iria fazer eu por cílios postiços e lente não é?

- Agora está bom, e sem reclamações estamos sem tempo! – Ele disse olhando em seu relógio, pelo menos ele pagou minhas roupas, então logo podemos ir pra sua casa, eu me sentia nervosa, ainda mais depois que ele me disse que nossas atividades oficiais seriam reveladas na semana que vem, ou seja, seriamos anunciados a imprensa, eu podia vomitar a qualquer momento de tanto nervosismo.

Em momento você é alguém invisível, sem objetivos, e de repente o mundo inteiro quer te conhecer e dá atenção a você, isso é uma mudança gigante pra mim, mas não me arrependo nada de minha escolha, pois quero que isso acabe logo e vou o mais rápido possível atrás de minha mãe.

Chegando ao apartamento de Noah conheci o resto dos carrascos, sua mãe Clair, tinha um cabelo longo e castanho, seu pai Joshua tinha cabelos loiros e um sorriso no rosto, sua avó Jenna tinha a cara mais fechada de todas.

- Bom, essa é a Lizzie, minha nova... Namorada. – Noah disse passando um de seus braços pelo meu ombro e eu sorri simpaticamente.

- Olá. – Eu falei sorrindo tímida.

- Bem vinda a família querida – O pai de Noah disse hospitaleiro e eu sorri.

- Obrigada.

Ao menos alguém é normal e bom aqui.

- Bom, se é namorada do Noah, terá que provar, vá fazer nosso almoço e Noah, ajude ela. – A velha disse com sua cara fechada e saiu junto com o resto da família.

O QUE? Agora eu seria a escrava da família?

- Desculpe, mas é tradição da família as noras tem que saber cozinhar, hahaha – Noah disse sem graça.

- Aish, ta bom né – Disse indo pra cozinha, odeio cozinhar, mas fazer o que isso iria ter volta ao Noah.

Enquanto Noah me ajudava, e fazia, na realidade, bem mais do que eu, eu apenas o ajudava com os ingredientes, porque sou capaz de explodir a casa se cozinhar.

- Ei, pare de ser inútil e mexa o molho – Noah disse me dando empurrões.

- JÁ VOU! – Grite indo mexer a droga do molho.

Fiquei mexendo ele por minutos e ele insistia em espirrar na minha cara, aproveitei esse tempo pra pensar.

- Ei Noah, já sei por que me contratou... – Eu disse e ele perguntou “por quê?” distraidamente – Porque você é gay! Sabe eu reparei sua felicidade comprando roupas e... – Ele não me deixou terminar a frase, pois bateu uma panela com força na bancada me fazendo dar um pulo.

Ele me olhou serio e andou rapidamente até mim.

- Quer ver o quanto sou gay? – Ele disse e me puxou pra perto de si pela minha cintura.

- O que? – Foi apenas o que consegui falar, no momento me sentia envergonhada e nervosa com a aproximação dele, mas tudo piorou com quando ele encostou seus lábios bem próximos aos meus lábios, o que me fez corar ao extremo e arregalar meus olhos, eu queria sair dali, correr pra minha casa e nunca mais sair do meu quarto, mas minhas pernas e braços pareciam congelados, a principio era um beijo em minha bochecha, porem sua língua quente encostou em minha bochecha limpando o molho que havia.

- Ainda acha que sou gay? – Ele disse se afastando do meu rosto e me encarando maliciosamente.

Socorro, quero morrer!

- ECA QUE NOJO! Vou pegar suas doenças seu nojento! Vou morreeer... – Eu disse fazendo extrema cara de nojo e tentando limpar sua baba NOJENTA de minha bochecha – Ai, isso foi a coisa mais nojenta que já me aconteceu e...

- O que está acontecendo aqui? – Uma voz masculina soou na porta fazendo eu olhar em direção a voz e Noah soltar minha cintura imediatamente, olhei para o ser que falava, e era um garoto de cabelos loiros mel, e olhos verdes se vestia bem e tinha uns 20 anos, mas a pergunta é: Quem é esse garoto bonito?


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