A Herdeira Do Lado Negro escrita por Angelicca Sparrow


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Banquete de Boas-Vindas!


Notas iniciais do capítulo

Acima de tudo, perdoem-me pela demora absurda. Provas, família, tudo acaba ficando pendente, e fanfics não são exceção, infelizmente.
Nota da Nota: Eu acabei inventando MAIS algumas coisas, ou seja, fui (quase) infiel aos livros e filmes, pois julguei ser mais ... Legal? haha é.
Boa Leitura, queridos leitores que eu amo tanto. Obrigada por tudo.



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A enorme sala estava toda enfeitada. As quatro enormes mesas, representando cada casa estavam lotadas de alunos e acima deles, as velas que flutuavam. Uma enorme mesa se estendia na horizontal na extremidade do ambiente, onde todos os professores, e diretores estavam sentados. Alunos pequeninos do primeiro ano estavam dispostos em um montinho em frente a mesa principal, todos esperando ansiosos pelo que viria. Dumbledore deu o discurso de Boas-Vindas e deu a liberdade à Diretora para apresentar o Chapéu Seletor aos novos bruxos. Hagrid se apressou a acomodar Niara em sua cadeira enorme, e ficou de pé ao seu lado. Os murmúrios foram aumentando, todos os alunos curiosos com a nova convidada da mesa principal. Os pés da menina estavam longe do chão, na cadeira cabiam mais quatro dela facilmente. Seus olhar fugaz caçou os olhos de Harry Potter, que a observava com tanta curiosidade quanto os outros, mas havia uma certa hesitação misteriosa, que a menina não conseguiu decifrar. A menina Granger acenou escandalosamente para Niara, que ignorou o gesto, focando toda a sua atenção no menino com a cicatriz na testa, ao longe. Um a um, os novos alunos foram experimentando o Chapéu e indo para sua respectiva mesa, sendo recebidos com uma grande festa e parabenizações. Draco Malfoy espalhava falsos boatos na mesa dos Sonserinos, sobre a menina estranha ser uma sangue-ruim, ele ainda estava com raiva pelo ocorrido no Expresso de Hogwarts. A garota mal percebeu quando o último aluno novo foi escolhido para a casa de Lufa-Lufa e Dumbledore se levantou, pedindo que todos fizessem silêncio.

- Nós ainda temos uma aluna para passar pelo Chapéu Seletor, Niara Horn do Quarto Ano. Sentem-se, o banquete começará em breve. – ele fez uma pausa e se virou para Niara. – Vá, querida.

Hagrid deu uma cotovelada um pouco forte de mais no ombro da garota e ela olhou feio para ele. Ele sorriu encorajando-a, e ela foi até o banco de madeira, deixando Strix com Dumbledore. Ela se sentou no meio de todos, sem saber para onde olhar e o que esperar. Viu Potter arrumar os óculos em cima do nariz, Hermione, nervosa, torcer a manga do uniforme da escola, e Draco observando-a em silêncio. Minerva se aproximou e pousou o chapéu em sua cabeça. Niara esperou que fosse doloroso, por isso, estava encolhida com os olhos fechados. Mas o chapéu nada fez, até então. O tecido pesado tocou sua cabeça e depois de algum tempo, o chapéu começou a se movimentar. A voz grave a forte rompeu o silêncio.

- Ora, ora... Niara. Você tem o histórico um tanto surpreendente. – disse o chapéu. – Hm...O Sangue puro corre em suas veias. Eu vejo que você pertence à casa de seus... antepassados.  

Niara cerrou os punhos quando observou o fantasma de um homem com a cabeça pendurada percorrer a sala livremente. Ela engoliu em seco e disse.

- Não.

- Não? – disse o chapéu surpreso. – Não quer ficar na casa dos ambiciosos de poder? Impulsivos, competitivos e ambiciosos. Assim como outrora foram seus familiares.

Niara negou com a cabeça firme, decidida. Ela viu de relance o olhar furioso e mimado de Draco. O chapéu continuou.

- Tudo bem. Sonserina não. – ele ficou pensativo. – Onde eu poderia encaixar você? Hm, vejamos... Alguém tão especial precisa ser bem encaminhado. Lufa-Lufa não, Grifinória... Grifinória talvez? .

A menina se mexeu na cadeira endireitando os ombros enquanto o chapéu se decidia.

- Não, és muito corajosa mas lhe faltam outras virtudes para os grifinórios. Está decidido! – ele gritou de repente. – Inteligentes, nobres e astuciosos, os corvinos te receberão. Sua casa é Corvinal!  

 Todos os corvinos se levantaram em sua mesa e aplaudiram com entusiasmo. Ela ainda encarava o chapéu quando Minerva o tirou de sua cabeça. Niara jurava tê-lo ouvido sussurrar à ela.

"- Cuidado com sua ambição... Ela pode te levar à morte. Ouça os conselhos dos corvinos, eles tem muita sabedoria."

Niara lançou um olhar incerto para Hagrid, e depois moveu-se devagar rumo á mesa de sua nova casa. Foi recebida com abraços e cumprimentos, que para ela, não faziam diferença. Dumbledore levantou o braço em que Strix estava empoleirado com as garras, cumprimentando-a também. Vários alunos falavam com ela ao mesmo tempo e tudo ficou muito confuso. Minerva fez um barulho alto tocando uma colher em uma taça de cristal. Todos se calaram e se sentaram. Os diretores anunciaram, enfim, o banquete. Ao se sentar, nossa menina viu aquela simples mesa de madeira gigante, ficar repleta dos mais variados alimentos, de todas as formas e tipos, coisas que ela jamais provara na vida, e até coisas que ela nem sabia que existia. A fome não lhe bastou para que comesse com gosto tudo que havia ali, então apenas bebericou a taça de um suco azul que ela desconhecia . Harry Potter a observava com os olhos estreitos, desconfiado,  enquanto comia uma tortinha de abóbora, mas desviou o olhar assim que a menina Granger o cutucou. Um corvino de fala elegante se aproximou de Niara estendendo a mão.

- Olá! Sou Robert Hilliard e estou encantado em recebê-la na Corvinal.

Niara não sorriu, mas retribuiu o aperto de mão. O garoto soltou um suspiro pesado e contraiu os dedos, sem manter a elegância.

- Bom, você é bem forte. – ele afirmou sorrindo amigavelmente.

Os outros da mesa também sorriram. Niara então desceu o olhar até a gravata de Robert, listrada de azul e bronze. Algumas meninas deram risadinhas.

- Não sei quem você é. E nunca vi uma gravata tão esquisita. – Niara sussurrou, com um meio sorriso.

Robert riu, e examinou o próprio acessório ao dizer:

- Me perdoe, sou o monitor de Corvinal. E estas... são as cores de nossa casa.

Ela estava prestes a ignorá-lo quando algo a atingiu fortemente nas costas. Robert fuzilou com os olhos algo atrás dela e ela se virou lentamente para olhar. Draco gargalhava com ambas as mãos no abdome junto do resto dos sonserinos. Ele havia atirado um pedaço de pão nela. Niara abaixou-se e pegou a comida, examinando-a. Antes de tomar qualquer atitude, um piado agudo tomou conta da sala e algo voou rapidamente na direção de Malfoy, fazendo-o gritar. Robert exclamou algo ininteligível e a menina riu satisfeita ao ver o arranhão que Strix havia feito na bochecha de Draco. Ela estendeu o braço e a coruja negra pousou habilmente, com as penas eriçadas. Niara deu o pão para a ave e encarou Draco sádica.

- Sua mãe não lhe ensinou a não brincar com a comida?

O salão todo riu enquanto Draco medroso, colocou a mão no leve ferimento.

- Você me paga sua... Sua idiota! – gritou o sonserino mimado. – Vai ver! Meu pai saberá disso!

- Meninos, se controlem...– Minerva começou a falar mais foi interrompida por Dumbledore, que a cutucou e a fez sentar.

- Esperarei por seu pai então. – resmungou Niara decidida, cruzando os braços.

Murmúrios surgiram na sala, enquanto Draco ficava vermelho de raiva. Menos de 2 minutos depois já estavam todos conversando novamente, e Niara já estava sentada passando a mão nas penas de sua amada coruja.

- Ei, essa coruja é mesmo sua? – alguém perguntou.

- Nossa! Ela é demais... – outro disse.

- Uau, qual é o nome dela? – e outro.

- Calma gente, calma. Estão bombardeando-a de perguntas, deixem-a. – Robert interviu, fazendo todos se sentarem novamente. – Você está bem? Não dê atenção ao Malfoy. Ele se acha influente por isso pensa que tem poder sobre os outros. Ignore-o.

- Não me dê ordens. Não preciso de conselhos, eu resolvo meus problemas. – Niara respondeu grossa, ainda acariciando Strix. Robert recuou.

- É, só que aqui nós somos um grupo unido. Se quiser ser arrogante e individual seria melhor se estivesse na Sonserina. – o monitor sussurrou cortante e depois voltou-se para os outros corvinos novatos.

Os olhos negros de Niara ficaram cheios de raiva, mas ela não soube o que responder. Apenas fitou Robert até ele se afastar. Ela percebeu que se ela quisesse ir contra o monitor, ela estaria sozinha. E quem luta sozinho, morre sozinho.

Os alimentos maravilhosos sumiram de repente, e menos de 3 segundos depois, a mesa inteira estava repleta de doces, bolos, tortas, balas e muitas outras guloseimas. Strix tentava bicar uma minhoca de alcaçuz mas Niara não deixou, pois sabia, por experiência própria, que sua coruja ficava estranha quando ingeria açúcar. Ela comeu um pequeno Muffin de caramelo colorido, uma tortinha de frutinhas mágicas e colocou, sem ninguém perceber, algumas balas e chicletes de formas estranhas nos bolsos da vestimenta para comer mais tarde. O banquete terminou com os agradecimentos e mais algumas parabenizações dos professores e diretores, e como dadas as ordens, cada aluno seguiu o monitor de sua respectiva casa. Os sonserinos foram para um lado, grifinórios para outro, lufa-lufos para outro e corvinos para outro. Niara seguia quieta a pequena aglomeração de alunos que seguiam os passos firmes e marcados de Robert. Strix estava silencioso também e olhava cada quadro se mexer com muita atenção e cautela. A menina carregava a ave junto ao peito quando um espectro frio e estranho ultrapassou seu corpo, fazendo ela desequilibrar com o susto.

- Oh sinto muito, mesmo. – desculpou-se baixinho o fantasma. Era uma mulher bela, com uma expressão tristonha e melancólica.  Seus cabelos longos e escuros ora caiam pelos ombros ora flutuavam no ar de modo sombrio. – Eu a assustei.

- Não se incomode. – sussurrou Niara em resposta, desviando o olhar para o chão, prestando atenção nos degraus da torre em que subiam.

- Vejo preocupação em seus olhos... – o fantasma falou cobrindo a boca com a mão. – Qual é o problema?

- Você. – a menina respondeu se afastando um passo. – Está me deixando com frio. Morrerei de hipotermia antes de chegar onde quer que estejamos indo.

- Oh, perdoe-me. – a mulher fantasmagórica se afastou ficando na distância de um braço. – O Salão Comunal não é tão longe daqui, já estão chegando.

- Salão Comunal? O que é isso? E para quê tantas escadas até chegar lá?

 - O Salão Comunal de Corvinal fica no topo desta torre. A vista lá é bonita. É a minha predileta. – a moça disse sem prestar muita atenção nas perguntas da menina.

Niara observou Robert bem à frente, conversando e esclarecendo dúvidas dos alunos novos enquanto subiam as escadas. Quando ela se virou novamente para perguntar ao fantasma sobre a vista lá de cima, ela estava ao longe, flutuando sem rumo à frente de Robert.

- Boa noite, Dama- Cinzenta. – cumprimentou o monitor.

O fantasma apenas sorriu levemente e adentrou em uma parede, desaparecendo por completo.

O grupo subiu mais algumas dezenas de degraus em espiral até chegar ao topo. Havia um piso plano de pedra, e logo à frente a imagem mais encantadora que podia-se imaginar. Todos os alunos novos arfaram ao observar a detalhada aldrava encantada de uma águia de bronze na porta de madeira. Era esplendido.

- Pessoal, essa é a porta do nosso Salão Comunal. A aldrava lança enigmas, e apenas entrarão se acertarem a resposta. É um modo de evitar intrusos bem eficiente, já que carregamos a sabedoria conosco diferente das outras casas e por isso apenas corvinos entram aqui há mais de mil anos. – Robert explicou provocando risadas no resto da turma. – Algum veterano está disposto a demonstrar como é que se faz?

Uma jovem levantou a mão, e Robert abriu espaço à ela. A menina se posicionou em frente à bela escultura e bateu a argola na porta uma vez. O bico do pássaro se abriu e dele saiu uma voz musical e marcante.

- Seja Bem-Vinda Corvina. Para no mundo de Corvinal entrar, o enigma terá de adivinhar. Para poder crer no que vai ver, a pergunta final terá de responder. Se pronta está, irei continuar.

- Estou pronta. – a menina respondeu colocando uma mecha do cabelo escuro, atrás da orelha.

-Todas as minhas flores, menos duas, são Rosas. Todas as minhas flores, menos duas, são Tulipas. Todas as minhas flores, menos duas, são Margaridas. Querida Corvina que veio, quantas flores no total eu tenho? – a voz profunda fez mistério.

Todos pensavam e faziam contas, Robert estava com uma mão no queixo também perdido em pensamentos. A menina ficou parada durante alguns minutos até que respondeu:

- Há três flores no total: uma rosa, uma tulipa e uma margarida.

- Sim, Obrigado. – a águia respondeu quando a porta de madeira envelhecida se abriu com um rangido.

- Muito bem Cho. Está de parabéns. – aplaudiu Robert enquanto a menina sorria timidamente. – Pessoal novo, vamos. Mostrarei à vocês seu novo lar, a partir de agora.

Niara sentiu a brisa calma e refrescante que soprava de dentro da sala e respirou fundo entusiasmada. Um lar, finalmente.    


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