A Herdeira Do Lado Negro escrita por Angelicca Sparrow


Capítulo 14
Capítulo 14 - "Ninguém me ameaça"...


Notas iniciais do capítulo

Gente queria avisar que depois de muito estudo, muita ralação, passei na USP. o/ Me perdoem (mesmo) pela negligência com as fics, mas agora VAMO QUE VAMO! Amo vocês, me inspiram e me iluminam! Me motivam!



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Uma luz suave e clara adentrava o quarto e iluminava as paredes de pedra. Niara se mexeu um pouco e gemeu, sentindo uma dor pulsante no meio do peito. Sarah e Diana ainda dormiam e uma deles ressonava bem baixinho. Niara lutou para tentar abrir os olhos e se levantou com um pouco de dificuldade. Ela estava vestindo seus pijamas e eles estavam manchados com uma poça de sangue, assim como sua cama. Ela moveu o olhar para o pé da cama, de onde Amon havia arrancado uma parte da madeira, e ela estava lá, posta no lugar como se tivesse sido quebrada e reparada de uma forma qualquer. Um gosto amargo surgiu em sua boca, junto com a raiva da imcompreensão.
Niara suspirou e se encolheu, colocando a mão no ferimento, enquanto se levantava silenciosamente e seguia para o banheiro. Lá ela lavou o buraco entre suas costelas, e utilizou uma rápida e simples magia para curá-la. Seus olhos azuis frios encararam a si mesmos no espelho torto. Ela parecia acabada, seus cabelos negros estavam despenteados e jogados de qualquer jeito sobre os ombros.
Logo que se desfez das roupas e dos lençois manchados, ela se adiantou até o Salão comunal de Corvinal, já que ainda era cedo e ela queria ter uma conversinha com Amon sem acordar as colegas de quarto.
Com seu uniforme ela desceu as escadas lentamente e parou no parapeito da enorme janela, perto da lareira.
– Amon... Seu desgraçado. Apareça. ela falou em tom baixo.
– Estou aqui, meu amor. a voz grave irritantemente familiar e sarcástica ecoou pelo amplo salão, trazendo um arrepio frio como a magia negra que ela exalava.
Niara se virou para observar seu pior pesadelo. Ele trajava as mesmas botas pretas e sobretudo negro, com suas calças de couro surradas, o tapa-olho e seu cabelo até o ombro totalmente bagunçado. Vários vidrinhos com pós diferentes estavam pendurados em seu cinto: ingredientes de magia negra. Seu olhar era insano.
– Você parece muito mal para alguém que queria cometer um assassinato ontem à noite. ela gesticulou para as olheiras escuras em seus olhos Dor na consciência?
– Jamais. ele riu enquanto a observava E eu não queria matá-la. Apenas puni-la por me desobedecer.
– Desculpe? Niara riu de uma maneira falsa Eu não obedeço ordens. E quem pune, sou eu. ela se aproximou dele apontando sua varinha em sua direção.
– Não se precipite, garota. Eu lhe instrui para que ficasse longe do Diggory, e o que você fez? ele arregalou os olhos Você o seduziu!
Niara lutou contra o sentimento quente de decepção e de vergonha em seus interior, ao lembrar de Cedrico e dos beijos calorosos que trocaram no corredor.
– Olhe só como você está! Amon se aproximou, suas botas pesadas fazendo barulho no chão de madeira Você está se tornando fraca, por um homem?!
Niara avançou e golpeou o rosto do bruxo com os punhos cerrados. Amon caiu em cima do sofá de veludo azul, acariciando o queixo machucado.
– Cale a boca. Não quero te monstrar o quão forte eu sou, por que você sabe muito bem o quanto. ela sorriu de lado e se virou de costas Sinto muito que não lhe dou a atenção de dedico ao Cedrico... Seu ciúmes é compreensível... ela riu.
Braços rígidos prenderam Niara no lugar enquanto um hálito quente roçava sua orelha. O corpo dela ficou imóvel com a aproximação. Amon a apertou ainda mais contra seu peito, impedindo-a de se mexer.
– Você tem razão, eu conheço muito bem a sua força... ele sussurrou em sua nuca Mas você não é a sua mãe, para me provocar tal sentimento como ciúmes.
– Não fale da minha mãe. ela fez um movimento brusco, se livrando do abraço do bruxo.
– Ah, sua mãe me despertava todos sentimentos... ele dizia devagar e pensativo. Raiva, amor, tristeza, euforia, ódio...
– Por quê Cedrico não pode ficar comigo? ela perguntou com as mãos apoiadas na beira da janela, enquanto fitava o horizonte.
– ...Ela era a mulher mais fascinante do universo... De longe, a bruxa mais sádica e perversamente habilidosa que eu conheço.
– Por quê? Niara rosnou.
Amon abriu mais os olhos de louco e a observou com curiosidade.
– Ora, como assim por quê? Por que aproximar-se dele, implica em matá-la. Isso não é óbvio? ele gesticulou com as mãos e franziu a testa.
Niara continou fitando-o exigindo uma resposta.
– Escute. Amon balançou a cabeça e pegou as mãos dela em um gesto inesperado. Me perdoe por te empalar na noite passada, foi um pouco exagerado, eu sei... ele desviou o olhar, e Niara reparou que ele parecia inacreditavelmente lúcido, como se a mascara de loucura tivesse sumido. Quando ele voltou a olhá-la ela arregalou os olhos de surpresa.
– Cedrico vai te arrastar para um futuro antecipado, uma morte desnecessária. Eu preciso de você, sua mãe precisa de você. Se não for me dar ouvidos, ao menos pense nela! Ela fez tudo que podia... e o olhar de louco voltou assim como o sarcasmo. Você não será ingrata com sua pobre mãe, será? Vai se distanciar daquele menininho, por bem, ou por mal...
Niara se desvencilhou dele e continuou calada, observando sua bipolaridade com desconfiança.
– Você esconde segredos de mim... Segredos sobre minha mãe... O que houve com ela? Você sabe de alguma coisa. ela sussurrou, incrédula.
– Menina má. Eu já não lhe contei essa história antes? ele coçou a cabeça fingindo confusão. É evidente, ela morreu.
– Morreu.
– Morreu. ele repetiu.
– E você era o que dela?
Amon a encarou de forma fatal.
– Você é meu parente? Niara perguntou enojada com a ideia.
– Eu seria... Se aquela vagabunda não fosse tão obcecada com... Com aquele... Argh! ele deu um murro na mesa de madeira, quebrando-a ao meio.
– Você vai acordar alguém! Niara sussurrou ouvindo vozes nos corredores acima Vá embora, agora. Eles acordaram.
Amon respirou fundo contendo a raiva e atravessou a janela aberta, se metamorfoseando na coruja negra.
Niara ficou pensativa durante as próximas horas. Amon tinha algo muito próximo com sua mãe, Safira... E agora ela tinha certeza, sua mãe estava morta. Será que Amon fora o responsável pela morte dela? Ela descobriria, e adoraria punir o culpado da pior forma possível. Ela andava pelos corredores, lendo alguns feitiços avançados de um livro que ela pegara na biblioteca quando esbarra em alguém.
– Ei, você por aqui. Magia Avançada para Bruxos vol. III? Eu já li ese livro, é muito interessante, mas ainda não consegui fazer a poção de rejuvenescimento da pág.354 ... a voz feminina falou de forma decidida. Niara suspirou impaciente antes de observar sua companhia.
– Granger.
– Pode me chamar de Hermione, lembra? Hermione colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, sorrindo Estamos juntas na maioria das aulas.
– Claro, claro. Niara deu um sorriso falso e continou caminhando pelo corredor.
– Ei, espere. Nossa próxima aula é no Salão de Duelos, vamos por ali. Hermione apontou para o leste.
– Na verdade, Hermione, estou procurando alguém. Niara começou a andar para o lado oposto. - Eu também. Procuro Harry e Rony. Vou com você e procuramos juntas. ela disse enquanto andava ao lado de Niara. Você já leu Enciclopédia dos Cogumelos Venenosos ? É da aula de herbologia, tem uma classificação de fungos que é específica da...
Niara não prestou atenção à tagarelice da menina, ela apenas observava os vários cartazes espalhados pelas paredes de Hogwarts apoiando Cedrico, Harry, ou até os outros compatidores. Ver o rosto bonito de Cedrico e imaginá-lo nas torturas que o torneio oferecia deixava Niara com uma dor no coração. Ela precisava encontrá-lo para dar um oi, que fosse.
Ao entrarem em um corredor paralelo, vários alunos conversavam e andavam de um lado para o outro, e abriam espaço para Victor Krum e seus amigos. Automaticamente Hermione parou de falar e abaixou a cabeça. Niara observou seu comportamento discretamente.
Victor cumprimentou Niara com um aceno de cabeça e sorriu amplamente para Hermione, que corou. Niara riu. Um dos amigos de Krum encarou Niara por um longo tempo, mas ela não reparou. Depois de mais alguns minutos andando, ambas estavam nas escadas que se movem, em silêncio.
– Eu percebi a maneira que ele te observa. Niara comentou enquanto observava os inúmeros quadros animados nas paredes.
– O... O quê? Quem? Hermione corou novamente e balançou a cabeça em desaprovação Não, nada a ver.
Niara riu uma vez e depois a observou com uma sobrancelha levantada.
– Eu acho que tem a ver sim. Ele parece ser bem brutal. Niara fez cara de aprovação e viu Hermione a observando com os olhos arregalados Quer dizer, bem legal.
– É... só espero que ele não se machuque muito no torneio... Hermione ficou preocupada de repente.
– Eu espero que ele se machuque muito. Niara sussurrou para si mesma.
– Como?
– Nada. Niara sorriu de lado, aliás Victor não poderia ganhar de Cedrico, e ela até estava disposta a inteferir no torneio, caso precisasse. Olha, eu preciso ir pro quinto andar, ok? Depois a gente se encontra.
– Quinto andar? Mas não podemos ir pra lá, nossa aula começa em 5 minutos!
– Preciso encontrar alguém, Hermione. Niara disse se apressando. Ela sabia que encontraria Cedrico na Torre do relógio, ele costumava ir pra lá quando queria estudar.
– Mas espere! Hermione correu atrás de Niara Você não pode!
Niara tentou despistá-la, não queria que ela visse que estava com Cedrico mas ela não surtiu efeito. Então ela entrou dentro do banheiro dos monitores. Ela estava arfando, e entrou na última cabine e fechou a porta.
– Mas que droga você está fazendo aqui, sua... Niara se encolheu ao ouvir a voz.
– Essa não... ela sussurrou, se virando para encarar Draco Malfoy parado na frente dela com duas poções nas mãos. Niara já ia perguntar o que ele fazia ali dentro do banheiro dos monitores quando eles ouvem um assobio familiar vindo da porta: Robert. Draco abriu a boca para xingá-la mais uma vez e no desespero de mantê-lo calado, Niara o puxou para um beijo. Ela prolongou o beijo o quanto pode, Robert foi ao banheiro lavou as mãos e foi embora.
Assim que a porta do banheiro se fechou Niara soltou Draco, que caiu sentado em cima do vaso sanitário, arfando.
– O que foi isso? ele perguntou fazendo cara de nojo.
– Não vem com essa, que eu sei que você gostou. ela disse tentando abrir a porta da cabine. Está emperrada.
– Sua inútil! Deixa que eu faço isso. Draco passou a manga do uniforme com força na boca, dramatizando, enquanto tentava puxar a trava da porta.
– Alohomora. Niara sussurrou com uma mão na varinha no bolso do casaco, e a porta abriu com um estalo, fazendo Draco voar em direção à privada, deixando cair os dois frascos cor de rosa dentro da água do vaso.
– Droga! Isso é culpa sua! Draco berrou vermelho de raiva e avançou para cima da garota. Aquilo era muito importan...
Niara deu um selinho em Malfoy, interrompendo-o, e acompanhou sua evidente mudança de humor. Draco encarava seus lábios com um olhar de desejo, a raiva já fora substituída. Ele puxou-a pela cintura com força e afundou seus lábios nos dela, beijando-a com vontade. Ela esticou o braço até conseguir apertar a descarga, mandando os dois frascos de poção por água abaixo. Rindo ela tirou as mãos dele de seu corpo e se desvencilhou de seu abraço.
– Até mais. ela sorriu e saiu apressada pela porta do banheiro, deixando para trás um garoto loiro muito irritado.
Niara saiu de fininho para o corredor, cuidando para que nem Hermione nem ninguém a visse. Sua boca ainda latejava com o beijo de Draco Malfoy. Ela mordeu o lábio inferior relembrando a sensação.
– Uma pena ele ser tão estúpido... ela sussurrou para ela mesma quando limpava a boca com o cachecol com as cores da Corvinal.
Ela entrou na torre do relógio e subiu as escadas até o topo. O grande relógio marcava que ela estava 15 minutos atrasada para a aula. Mas isso foi a última coisa que ela reparou. Havia uma silhueta sentada no parapeito observando o horizonte com um carinhoso interesse. Os olhos de Niara brilharam enquanto ela se aproximava. Ela colocou as mãos no olhos de Cedrico e apoiou o queixo em seu ombro. Ele riu.
– Cho?! Você demorou.
Niara deu um passo para trás, franzindo o cenho. Cedrico se virou para encará-la e arregaou os olhos.
– Niara? Não é o que está pensando, minha amiga...
– Quem é Cho? Niara perguntou confusa e depois seus olhos foram ganhando compreensão Cho Chang? A Cho da Corvinal?
Cedrico se levantou e caminhou até ela.
– Niara, ela é minha amiga, ela costuma brincar assim comigo, por favor...
– Por favor o que? ela perguntou confusa novamente.
– Você não está brava?
– Brava? Por que? ela perguntou sorrindo de lado.
Cedrico franziu o cenho com a reação inesperada dela.
– Eu não me sinto ameaçada pela Cho. ela riu Na verdade, não existe ninguém que me ameace.
– Cedrico? uma vozinha doce e baixa chamou pelo nome dele, antes de sua dona surgir nos degraus de madeira.
Niara sorriu diabolicamente antes de desaparatar.


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Notas finais do capítulo

Perdoem a falta de revisão hehehe...