A Herdeira Do Lado Negro escrita por Angelicca Sparrow


Capítulo 1
Capítulo 1 - Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo




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...

Era um dia movimentado no Beco Diagonal. Haviam muitas pessoas andando e correndo de lá, para cá. Algumas com pressa, outras atrasadas, outras apenas observando as vitrines das lojas de varinhas, livros, chapéu, corujas... Uma bruxa de chapéu vermelho, vendia poções do amor, em uma banquinha de madeira em frente a uma loja. Nesse exato momento, uma mulher vestindo um manto com capuz preto cobrindo o rosto, aparece com algo nos braços. Ela observava desconfiada cada pessoa que passava por ela, e ninguém ligava para sua insignificância. Mas dariam se soubessem quem era ela, e o que carregava. Não se podia ver nada da moça, nem o rosto, nem o corpo, tudo coberto pelo tecido negro. Ela caminhou rapidamente até o outro lado da rua, tomando o cuidado de desviar de qualquer um, como uma felina. A mulher se aproximou da banca de poções do amor, vigiando cada rosto que passava pela rua. A bruxa dona da banca de poções, mal notou sua presença ali quando a moça colocava um embrulho de panos negros no chão, a seu lado. Ao se abaixar uma pequena mecha de seu cabelo encaracolado caramelo, caiu em seus olhos. A moça se levantou, observou ao redor, e desapareceu na multidão sem olhar para o bebê que havia deixado para trás. 

A bruxa, dona da banca de poções, ouviu o choro da criança e passou a alimentá-la regularmente, até o bebê completar 5 anos de idade, quando ela faleceu. Niara era o nome que a bruxa havia escolhido para o bebê. Desde cedo a criança já apresentava um comportamento anormal, uma má índole e uma personalidade maléfica. Vivia matando roedores e outros animais do local com as próprias mãozinhas, sem motivo algum. A menina ainda se divertia com isso. 

Niara, então, passou a roubar. Usava a delicadeza que tinha para distrair os mais ingênuos. Sua mente era bem avançada para sua pouca idade, e ela planejava cada detalhe. Era muito inteligente, mas não falava quase nada, era uma criança muda e solitária. Sobrevivia de sobras de alimentos, ou comprava algo com o dinheiro que conseguia. Os cabelos negros e os olhinhos amendoados e escuros atraiam muitos. Viveu assim até os 9 anos de idade, período em que a vida da criança se transformou. 

Numa rua escura, sem-saída, e vazia, ela dormia. Durante a manhã passava a maior parte do tempo observando as pessoas irem de lá para cá, e prestava atenção em cada conversa que os bruxos tinham. Em um certo dia, ela atraiu um ingênuo, que saia do Empório de Corujas, para a rua em que vivia a fim de roubá-lo. Mas o bruxo, inesperadamente reagiu ao assalto, e tentou fugir. Durante sua fuga o bruxo deixou cair o seu novo mascote: uma cobra. Ele volta em busca da cobra, e a encontrou conversando com Niara, ambas sibilando uma para a outra e falando em um tom sombrio e desconhecido, ambas pareciam hipnotizadas. A criança olhou fixamente para o bruxo, enquanto a cobra se arrastava até os pés de seu dono, subindo pela perna e alcançando os bolsos do casaco. O Bruxo não conseguia se mover, a cobra sibilava para ele, e a criança falava coisas sem sentido. Lentamente, a cobra retirou o saco de moedas do bolso do bruxo e sua varinha, e foi arrastando os objetos até a mão da menina. O homem voltou para a multidão como se nada tivesse acontecido. E a partir dai, Niara descobre um poder que nunca pensou que teria.

Niara havia examinado a varinha, era uma comum 29 cm, sem penas, sem detalhes, apenas madeira, e mágica. Ela podia sentir a magia emanando do objeto. Daí então, ela começou a praticar magia, escutando cada palavra que o povo dizia na rua. Mas infelizmente, a criança achou um lado mais fácil : a magia negra, pois era o que ela mais ouvia as pessoas sussurrarem. A utilizava para roubar, mentir e até matar.

Com a prática da magia negra, seus poderes foram se aprimorando. Como consequência seus roubos haviam ficado melhores, com menos chances de erro, mas por outro lado, sua aparência física começou a mudar com o uso contínuo da magia negra. Sua pele estava empalidecendo, seu rosto estava diferente. 

Aos 13 anos de idade, ouvia sempre a expressão: "Você sabe quem". Um dia ela resolveu perguntar a uma senhora que passava pelo Beco Diagonal, qual o significado daquela expressão. Rudemente a senhora esbofeteou-a no rosto, e disse para ela jamais pronunciar aquele nome. 

Niara a observou da cabeça aos pés inexpressiva, e logo em seguida, apontou a varinha para a senhora.

- Cruciatos... -sussurrou a menina.

Logo a velha bruxa, começou a contorcer-se de dor, e ficou completamente confusa pelo poder do feitiço proibido, este levando-a a beira da insanidade. Niara conseguiu tirar as informações que almejava, e após isso, matou a senhora.

Lord Voldemort, era dele que todos comentavam. O bruxo das trevas, já inteiro consumido pelo lado negro da magia. Um matador. Ela admirava o poder e a influencia que ele tinha, mas principalmente o medo que ele causava em todos. Porém, por alguma razão desconhecida, ela não conseguia simpatizar com o nome, e muito menos com a imagem dele que se formou em sua cabeça. Já o odiava sem mesmo conhecê-lo. 


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