Eu estava numa floresta sombria. Era noite e ouviam-se as corujas num canto infernal. Algo me perseguia. Eu estava com um vestido branco, ou pelo menos algum dia fora, por que agora estava coberto de lama.

          Corri. Uma sombra, certamente masculina, pegou-me pelo braço.

          O sonho mudou.

          Vi uma garota de cabelo preto, caminhando em direção a um pequeno lago. Com certeza era outra época. Próximo ao lago desertava-se uma cabana, que tinha um aspecto sombrio. O céu estava nublado. A garota de cabelo preto estava usando um vestido simples.

          Ao longe uma sombra tomou forma de um homem, e a garota correu ao seu encontro. Segui-a. O homem abraçou-a e lhe deu um beijo na boca, e a garota levou as mãos ao rosto dele.

          - Eu te amo – disse a garota

          O homem não respondeu nada. Aproximou-se ainda mais e beijou-lhe novamente. O homem levou a mão à cintura da garota, pegou uma adaga agilmente e enfiou nas costas da garota.

          Ela cambaleou para trás com uma expressão de terror e surpresa.

          Comecei afasta-me lentamente...

          - Dani, acorda! – falou Beth. – Vamos nos atrasar, se você não se levantar.

          Meu coração palpitou. Eu suava frio. Levantei-me.

         - Que horas são? – Perguntei

         - 7:30, querida.

         Fui ao banheiro, me despi e tomei um banho quente. Sai do banheiro, peguei minha roupa que já estava arrumada em cima da cama. Vesti-me. Tomei coragem e fui. Logo ao sair do dormitório vi Beth, que já estava a minha espera. Continue andando em sua direção. Quando Edna, uma das garotas mais velhas do orfanato me viu, e começou a gritar:

          - Você é louca, tem de ser internada em um hospício.

         Parei um pouco. Respirei bem fundo. Continuei andando e fingi que não era comigo. Mas ela continuou insistindo. Gritando pelos corredores. Na mesma hora, a raiva tomou conta de mim, como nunca tinha tomado antes. O sangue estava pulsando mais rápido, meu coração estava batendo mais forte. Até que me virei. Chegue mais perto. Olhei bem no fundo dos olhos dela, e no mesmo instante ela caiu no chão. Não respirava. Estava sem pulso. Provavelmente estara morta... Ajoelhei-me no chão, tremula, estava em choque, pois acabara de ver uma pessoa morrer na minha frente.

          - Dani, Dani... venha comigo – Gritou Beth

          Pegou-me pelo braço, e levou-me para fora do edifício.  Já estava em prantos.

          - Dani, se acalma – Falou Beth.

           - Você não teve culpa... ela provavelmente morreu de overdose, de tanto remédio misturado com drogas que ela tomava.

          Aquelas palavras não me consolavam muito, pois sabia que não foi o que a matara. Logo o táxi que Beth chamou chegara, entramos. Não conseguia esconder que estava assustada com o que tinha acontecido. No fundo sabia que não tinha sido uma overdose.

          - Dani, como você está? – Perguntou Beth

          - Estou bem... – Falei da boca para fora, no fundo, minha alma estava comprimindo o meu ser, a angústia e o desespero tomaram conta de mim. 

          A essa altura, não tinha cabeça para fazer consulta com um psicólogo. Pedi à Beth para remarca a consulta para outro dia, por que eu não estava me sentindo bem. Beth parou um pouco e ficou pensante. Pegou o celular na bolsa e ligou para o doutor.

          - JOSH CUIDADO – Gritou Beth