Backstage escrita por Bull Terry Doll


Capítulo 2
Trick and Treat


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tempão, eu posto novamente. Mas ninguém tava comentando :(
Então, a música da história é a cantada por Meiko e Kaito por que eu achei legal.
Boa leitura, só vou continuar se alguém comentar, nem que seja um "gostei", okay?



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Trick and Treat

Fuyuku estava um pouco preocupada desde que chegou na ilha que chamava de casa. Não que ela não gostasse da ideia dos gêmeos terem de ser casal em algumas músicas, até achava fofinho. Só se perguntava a reação deles, afinal, não queria que brigassem.
Uma moça de olhos vermelhos e cabelo branco sentou ao lado dela, no sofá, e perguntou:
- Algum problema, Tsuki?
- Ah, Haku-chan! - A menina abraçou-a com os olhos marejados. - O mundo dos negócios pode ser tão complicado às vezes!
- O que aconteceu?
E a mais nova contou tudo. Yowane Haku era a única que sabia de tudo sobre ela, já que era a única até o momento que se lembrava de tudo. A primeira que acordou, que deu apoio moral, quase uma irmã mais velha para a mestra, até por ser três anos mais velha, com ótimos conselhos, apesar de um tanto depressiva...
- Bem, você deveria deixar claro que não precisaria ter beijo entre os dois, essas coisas, só fazer o papel de casal. - Haku opinou, depois de ouvir os problemas.
- É mesmo! Arigatou, Haku-chan, isso realmente é uma ótima ideia! - A mais nova agradeceu com os olhos brilhando, o que deixou a albina constrangida.
- Ano, nem é pra tanto.
No almoço, ela foi ver como todos estavam, além de contar as novidades para os Kagamine. Encontrou todos comendo como se lutassem por sua vida.
- Minna? Minna-san! Aqui, caramba! - E eles pararam, olhando para a jovem adulta, que sorriu. - Kagamine, os dois, eu tenho uma notícia. Não sei se vão gostar, mas falei com meu sócio, e tive que fazer um... Adicional, na apresentação de vocês.
- E o que vai ser? - Eles sentiram um estranho arrepio na espinha.
- Vocês não vão ser apresentados como gêmeos, mas como faces de um espelho. Veio essa ideia na minha mente. Len é o lado esquerdo, e Rin é o direito, e tem o sobrenome de vocês, sabem? Mas, posso pedir um grande favor?
- Hai.
- Vocês poderiam ser um casal em alguns PVs?
- NANI? - Rin socou a mesa, e Len se engasgou com a própria saliva.
- Onegai! Talvez nem tenha muitas músicas assim, nem vão precisar se beijar, onegai! - Tsuki fez olhos de cachorrinho sem dono, o que amoleceu o coração da loira. Só que o irmão continuava engasgado, e levando muitos tapas nas costas por parte de Miku, Kaito e Meiko, até voltar a respirar normalmente.
- Está bem, aceitamos. Mas sem esse negócio de beijo, okay? - Rin concordou, o rosto vermelho.
- Eu não tinha que aceitar também? - O loiro perguntou.
- Ele aceita também! - A Kagamine disse, ignorando-o.
- Que bom, não queria que fizessem tudo contra a vontade. Seria realmente chato que vocês ficassem irritados comigo. - Tsuki explicou-se - É que vocês já terem um papel definido prejudicaria a imaginação dos produtores das músicas, e meu sócio realmente tem mais contato comTokyo, faz mais pesquisas de preferência, aí ele sabe dessas coisas de público mais que eu.
- Eu ainda não concordei!


owowowowowowow


Kaito e Meiko eram bem próximos, quase irmãos. Mesmo que ele tivesse se apagado por um tempo, e as pessoas imaginarem-no como um casal com Miku depois de Dear You, o que aumentou e muito sua popularidade, os dois eram quase colados, um sempre na casa do outro.
Mesmo que Meiko fosse meio violenta algumas vezes, principalmente quando bebia demais e puxava Kaito por seu cachecol favorito, os dois se davam realmente bem. Quando foram lançados, era pra funcionarem como dueto, mas isso não pegou muito, e quase nenhuma música era assim. Estavam com saudades disso.
No momento em que estavam na casa do rapaz de cabelo azul, ele tomando sorvete e ela passando os canais de anime na televisão - não eram tão fora da realidade, okay? Tinham pelo menos a televisão pra passar o tempo -, Fuyuku chamou pelos fones:
- Kai-chan? Mei-chan? Estão aí?
- Estamos sim, Fuyuku-san. Aconteceu algo? - Meiko atendeu.
- Música pra vocês, em dueto. Podem vir agora, pra começarem a ensaiar.
Os dois olharam um pro outro, e se levantaram correndo para o prédio. Chegaram lá e pegaram a folha, vendo as notas, decorando as pausas e a letra. Enquanto isso, Fuyuku recebia ajuda dos funcionários na sala onde gravariam. Os Kagamine estavam lá, já arrumados para o PV.
Quando os dois mais velhos foram até a sala, encontraram os gêmeos sentados no sofá, num canto da sala. Ambos usavam os penteados de costume, e as roupas eram muito parecidas: blusas brancas de manga longa, com uma fita negra no pescoço, e shorts pretos, mas os da loira eram meio bufantes.
- Fazemos a parte do coro. - Len disse ao sentir os olhares interrogativos na direção deles.
Kaito se vestiu com botas pretas, um sobretudo e cartola, e seguraria uma bengala. Meiko também teria botas, mas seu visual lembrava uma bruxa pelo chapéu com um laço branco parecido com o de Rin. O chapéu de bruxa e o vestido eram vermelhos, e usaria luvas da mesma cor que as botas.
Os dois começaram a cantar numa música mais pesada do que estavam acostumados, Trick and Treat.
(http://www.youtube.com/watch?v=ohyVL3qpVq4&list=WLxTIETGdFI3elDjz0Bike3oo0BRKa68ba)
Durante o coro dos Kagamine, o rapaz de cabelo azul teve de colocar asas de demônio nas costas, o que pesava um pouco em sua opinião, enquanto sua companheira colocou somente um rabinho de gato. Pelo menos, ela achava que era de gato. Os doces que seguravam também foram trocados, por um morceguinho e uma cruz.
- Até que foi divertido! - Meiko comentou, quando saíram da gravação.
- Minhas costas doem!
- Para nossa primeira aparição, foi até simples. - Len comentou, pensativo.
- Pensou que seria algo mais romântico, Len-chan? - Tsuki surgiu, o que fez os quatro ofegarem de susto. - Depende muito da música que mandarem. O coro era para Mei-chan e Kai-chan, mas decidi que vocês fariam uma aparição pra acostumar o público à vocês.
- Mas por que não avisou que eles também iriam? - Kaito perguntou.
- Surpresa! - A mestra brincou. - É sério, e as voz dos dois funciona bem como dueto, seria uma boa colocá-los com vocês. Não gostaram da surpresa?
- É, foi uma boa surpresa. Que tal comemorarmos a primeira aparição dos gêmeos com sakê? - Meiko sugeriu.
- Já está tarde. - Len disse olhando no relógio da parede, enquanto Rin abafava um bocejo. - Melhor irmos dormir. Podemos comemorar amanhã?
- Claro, nunca é tarde pra beber, quero dizer, comemorar! - E todos foram para suas casas.
Tsuki não pode dormir logo, tinha de jantar, pegar a música Trick and Treat e editar quaisquer errinhos, e ainda enviar para a gravadora, que lançaria a música logo de manhã.
- Ah, que soninho! Quero dormir! - Ela reclamava enquanto esperava a pizza ser feita no forno elétrico, única coisa que sabia fazer na cozinha. Se tentasse outra coisa, explodiria a casa, seus dotes culinários não eram nada bons. - Pior que nem dá pra fazer curso de culinária, teria que pagar os estragos a cada aula que eu fizesse.
Pegou um prato onde cabia a pizza inteira, e foi mordendo direto do prato, já que os talheres estavam todos sujos e ela tinha preguiça demais pra lavar algo àquela hora, enquanto ouvia atentamente a música, e corrigindo rapidamente qualquer erro, como o som dos passos. Quando terminou, enviou para a gravadora, avisando que colocassem num próximo novo CD.
- Cama! - Se jogou e adormeceu dentro de poucos minutos.


owowowowowo


- Quem é a garota nova? - Um adolescente de cabelos roxos bem compridos perguntou.
- Esta é Fuyuku Tsuki. - Lola respondeu. A menina, apesar de estar morrendo de medo da espada de madeira que o rapaz de cabelo roxo empunhava, respirou fundo e cumprimentou todos com a cabeça.
Estavam no pátio de trás, uma área extensa com grama e cheia de brinquedos de parque. Todas as crianças observavam com curiosidade a menina de nove anos.
- Mi-chan, Haku, ela vai dormir no quarto de vocês, então cuidem dela, está bem?
- Hai! - Miku chegou correndo na frente. Seu cabelo verde azulado era amarrado em duas marias-chiquinhas, mas curtas ainda. Os olhos azuis eram de um tom que Tsuki nunca havia visto, tão claros e brilhantes. Claro, já havia visto pessoas de olhos daquela, mas sempre ocidentais, e nunca eram tão sinceros quanto os da menina à sua frente. - Watashi wa Miku, Hatsune Miku!
- Watashi wa Fuyuku Tsuki, mas me chame como quiser. - A morena sorriu, pegando a mãozinha da criança de seis anos, que a puxou até uma adolescente albina e de seios grandes.
- Watashi wa Yowane Haku.
- Obrigado por me aceitarem no quarto de vocês. - Fuyuku agradeceu. - Não gosto de ficar sozinha.
- Quem aqui gosta? - A adolescente retrucou, pessimista. - Estando aqui, meio difícil não estar.
- Haku-tan é meio triste mesmo. - Miku explicou, antes que um mal-entendido acontecesse e as duas brigassem.Isso já havia acontecido uma vez, e seria triste se acontecesse de novo.
- Daijoubu, eu não me ofendi. Você tem outros amigos, Miku-chan?
- Tenho! Tem Aoki-tan, IA-tan e SeeU-tan! - Apontou pra cada uma. - SeeU não sabe muito japonês, é coreana, mas é legal brincar com ela!
- Hontou ni? Eu sei coreano! - A mais nova ficou surpresa, e depois puxou a nova companheira pra traduzir o que a outra falava.
Na hora do jantar, os meninos a ignoravam de propósito, menos Leon, dois garotos que ela ainda não sabia o nome e Len, um dos mais novinhos. Tsuki não notou, pois conversava animadamente com Miku sobre Doraemon. Na sua opinião e na da Hatsune, "o melhor anime do mundo!".
- Vejo que está se dando bem, Tsuki. Fez muitos amigos aqui? - A dona do orfanato perguntou sorrindo.
- Hai! É muito bom não estar sozinha no mundo! - A Fuyuku sorriu de volta.
- Que kawaii! - Uma loira que sentava do seu lado a abraçou com força, o que a fez perder o fôlego por uns segundos.
Depois do jantar, no seu primeiro dia no orfanato, Tsuki se permitiu descansar, e o sorriso que ostentava desde que chegou lá acabou sumindo ao olhar para o céu, através da janela. Miku já estava dormindo, mas a Yowane ouviu seus soluços.
- O que foi, Tsuki?
- É que a lua está tão bonita hoje...
- E o que isso tem a ver?
- O nome da minha Okaa-san era Mizuki, que significa Lua Bonita.
Haku ficou sem palavras. A menina nova parecia tão forte, mais que ela, que era a depressão personificada do orfanato. Mas era humana. Ambas eram, e isso não tornaria a Fuyuku mais forte, ela não conseguiria suportar mais que qualquer um a morte recente da família, até por ter só nove anos. Era só uma criança, que amava seus pais, é claro que sofreria muito.
Nunca quis desabafar, mas como ouvira falar que era o melhor modo de se levantar, perguntou:
- Quer contar o que aconteceu?
A menina de cabelos castanhos contou tudo, tudo que via quando seu pai trabalhava, o incêndio, a menina adolescente com olhar psicopata e nenhum apreço por nada, os gritos, as últimas palavras de seu pai, "Proteja isto como protege sua vida, não pode cair nas mãos de mais ninguém!". O fogo, o cheiro de corpo queimado, a fumaça, tudo vermelho.
Já estava amanhecendo quando Tsuki parara de chorar, e já ressonava.


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Notas finais do capítulo

E é isso. Já tem capítulos prontos, mas só posto se ao menos disserem se está bom ou não u.u"
Kissu! :3



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