Acordo de manhã com a enfeitada da Capital batendo na porta e me chamando, levanto mal-humorada e abro a porta, ela põe algumas roupas em cima da cama e me manda ir tomar banho e ir tomar café da manhã depois que acabar. Entro no banheiro e ligo o chuveiro com água quente em cima de mim. Eu nunca gostei muito de água fria, eu sei nadar, por que meu pai me ensinou, mas nunca gostei muito.

Termino o banho e visto as roupas que foram deixadas na minha cama pela mulher da Capital, eu tenho que descobrir o nome dela. Uma blusa azul marinho e uma calça jeans era básico e bonito, eu usava quase a mesma coisa no meu distrito. Antes de sair do quarto olha para a janela, passo perto de algumas construções, imagino ser o distrito 3, pois era tudo muito novo e avançado. Distrito 3, o distrito da tecnologia, onde se tem as melhores escolas e por consequência os habitantes mais inteligentes. Não sei, mas pode ser que o vitorioso seja de lá.

Saio do quarto e encontro Carter sentado numa mesa, que aparenta ser de mogno, conversando com uma mulher que eu nunca tinha visto. Chego mais perto e a mulher se levanta, ela se apresenta, seu nome é Carmine, ela trabalha numa escola de lutas na Capital e vai tentar nos ajudar a vencer os Jogos.

- Como essa á a primeira edição dos Jogos Vorazes, a Capital, escolheu algumas pessoas para serem mentores dos tributos. Mas quero que ano que vem um de vocês seja mentor, isso é vocês terão de ganhar. –Olho para ela, e a estudo, ela não parecia uma aberração da Capital, tirando o fato de que a parte branca de seus olhos é tatuada, ela é quase normal.

-Como você pretende nos ajudar? – pergunto.

-Olha, como estava dizendo pra Carter, eu não faço a mínima ideia de como vai ser a arena. Mas se querem sobreviver tem que conseguir patrocinadores, e pra fazer isso sugiro que tentem ser legais, e mostrem ser úteis. – Ela senta e olha pra Carter. – Quando chegarem a Capital ficarão nas mãos de suas equipes de preparação, confiem neles. Vai ter um desfile de abertura, onde vocês devem brilhar.

-Como será esse desfile? – Carter pergunta, ouvir sua voz me faz perder a concentração, mas disfarço a tento fazer minha cabeça voltar pro lugar.

-Vocês subirão juntos em uma carruagem, lá representarão seu distrito e tentem arrumar alguns patrocinadores. – Olho pra Carter por um momento para avaliar suas reações, mas ele se manteve calmo. -

- Já posso comer? – Pergunto e sem nem esperar resposta sento numa cadeira ao lado de Carter, pego uma fatia de pão e como. Na mesa tinha muita comida, o que daria pra alimentar toda minha família, pensar nisso me faz perder a fome, então, ponho o pão na mesa e volto chorando para meu quarto.

- Ei você está bem, Ami? -  Me assusto, nem havia percebido que Carter estava ali.

- Sim, pelo menos acho que sim. – Ela passa a mão em meus cabelos e seca minhas lagrimas com as costas da mão.

- Vai ficar tudo bem, minha pequena sereia. – Ouvir isso dele me faz chorar mais.

- Não, não vai ficar nada bem. Viemos juntos pra morrer, nunca nós dois sairemos vivos.

- Não sairemos juntos, mas eu daria minha vida para que você saísse viva.

- Eu não aguentaria viver sem você, e eu sou fraca demais pra ficar viva.

- Meu amor, você não é nada fraca.

Ele passou as costas da mão em meu rosto e então me põe em seu colo, ele deita e deito com ele, coloco a cabeça em seu peito, onde posso ouvir seu coração, e sei que se ele morrer eu também morrerei, por que o amo, ele é tudo pra mim. Perdida nos meus pensamentos durmo ali mesmo,  eu seus braços, escutando as batidas de seu coração.