CAPÍTULO IV – A SEPARAÇÃO

Edgar chega a casa de Catarina e é recebido por ela dizendo que a Melissa está com muita febre e quase não consegue respirar. Edgar pede a Marta para pegar uma mala com roupas e mamadeira do bebê e dela também. Ele pede que Marta venha com ele. Catarina fica muito feliz de está sozinha na casa.

CATARINA: (Falando alto e tomando um copo de vinho). Como o silêncio é maravilhoso, sem o choro de criança, não aguento mais isso. Ainda bem que tem o Edgar para me ajudar! (Risos)

Edgar entra no carro e pergunta da Marta o que aconteceu.

MARTA: Doutor Edgar, dona Catarina inventou tudo, a Melissa está bem! Eu a vi esquentando a ponta do termômetro no chá e depois colocou uma toalha molhada na testa para fazer parecer que estava com febre, eu não pude impedir que ela fizesse isso. Desculpe-me por isso!

EDGAR: Você não tem culpa! Ninguém tem culpa! A Culpa é toda minha! Vamos para minha casa.

Edgar deixa Marta e Melissa na sala com a Matilde e pergunta por Laura e Matilde diz que ela está no quarto. Edgar bate na porta e pergunta se pode falar com ela, Laura responde que sim.

EDGAR: Laura agora a pouco recebi uma mensagem dizendo que a Melissa não estava passando bem, eu resolvi ir até lá e acho que a mãe dela exagerou assim eu trouxe a Melissa e a Marta a babá para cá se você não se incomodar, vou chamar o médico aqui em casa, para me tranquilizar o que acha?

LAURA: Edgar a casa é sua, o filho é seu. Faça o que deve ser feito. Agora você deveria comprar um berço para acomodar melhor o bebê e a babá.

EDGAR: Obrigado meu amor!

LAURA: Edgar eu não tenho raiva do bebê, eu tenho raiva da situação que você provocou!

EDGAR: Meu amor me perdoa! Eu vou morrer pedindo perdão para você sobre tudo isso!

LAURA: Esta certo Edgar mais se você quer jantar comigo ainda você tem que correr não?

Edgar tenta dá um beijo e Laura vira o rosto e ele beija seu rosto. Edgar acomoda Marta e Melissa no quarto de hóspede e telefona para o médico pede que ele venha imediatamente. O Mesmo atende e diz que a menina está bem e que ele deve continuar com a medicação. Edgar manda uma mensagem para a Catarina dizendo que a Melissa vai ficar com ele para ela não se preocupar e descansar um pouco. Catarina gostou muito da mensagem e resolveu agir pegou uma pequena mala e colocou uma camisola e saiu. Edgar resolveu seguir o conselho da Laura e foi comprar um berço, sem saber que a Catarina estava esperando ele sair. Ela bate na porta e Matilde atende, ela vai entrando sem nenhuma cerimonia perguntando onde esta sua filha e pede para ser levada a onde ela está. Laura ouvi aquela voz e sai do quarto e desce a escada e pergunta o que Catarina está fazendo ali.

LAURA: Eu não acredito no que estou vendo, o que você está fazendo aqui?

CATARINA: O Edgar enviou uma mensagem dizendo que a Melissa iria passar a noite aqui. Como ela é só um bebê e você sabe disso eu vim, afinal de contas ela é minha filha...

LAURA: O Edgar disse para você vim? É isso que você está dizendo?

CATARINA: Não disse isso. Mas como você sabe um bebê precisa da mãe. Eu entendi que ele precisava de mim, então eu vim! Algum problema...

LAURA: Nenhum! Afinal vocês tem um arranjo ou sei lá o que... Bem eu estava de saída. Matilde leve à senhora a onde está sua filha e venha comigo!

Laura entra no quarto se controlando, estava com tanta raiva que parecia que iria explodir. Matilde logo entra e Laura pede para Matilde fazer uma pequena mala com suas coisas. E pede que depois quando as coisas se acalmarem ela arrume suas coisas nas malas e caixas e deixe pronto que ela vai mandar buscar. E pede que ela tranque o quarto e fique vigiando os passos da Catarina não deixando ela sozinha. Matilde pergunta para onde ela vai. Laura diz que vai para um lugar a onde já deveria ter ido há muito tempo. Matilde deduz que é a fazendo dos seus pais. Matilde implora para Laura esperar o Edgar. Ela diz que o Edgar vai sofrer muito tendo que escolher entre ela e o bebê, e ela jamais faria isso com ele, assim quem faz a escolha sou eu... Sai chorando. Laura chama um carro e vai direto ao gabinete do pai, ela o encontra na porta.

ASSUNÇÃO: O que houve Laura! Você está chorando? Venha filha entre no carro! Conte-me o que está acontecendo.

Laura conta o que aconteceu ao pai e diz o que pretende fazer até o doutor Bento dá entrada nos papéis do divorcio. Ela pretende ir para a fazenda da família. Seu pai acha isso tudo uma loucura, e diz para a filha ter paciência.

LAURA: Pai se eu quiser que essa gravidez vingue eu tenho que me afastar. O Edgar esta muito comprometido com essa criança que ele nem tem certeza se é sua filha. Não vou brigar e nem chorar mais, não aguento isso. Não gosto desse jogo que essa mulher está fazendo. Ela está jogando com ele e não tenho certeza se ele está gostando disso, sendo disputado por duas mulheres e só de pensar nisso fico com raiva de mim. Nunca joguei e nem briguei por causa de nenhum homem e nunca vou fazer isso, mesmo sendo esse homem o Edgar. Se eu continuar na mesma casa eu vou começar a odiar ele e a mim, e depois que o bebê nascer como vou fazer? Então o melhor a ser feito é sair do Rio até o bebê nascer! Ajuda-me pai!

ASSUNÇÃO: Claro filha! Mas você não vai viajar agora está quase anoitecendo! Vou lhe levar para um hotel.

LAURA: Não pai eu vou para essa pensão é melhor e mais barata.

ASSUNÇÃO: Mais filha eu pago...

LAURA: Pai pensa o que sua filha casada vai fazer num hotel sozinha? As especulações em torno de você não vão lhe fazer bem. Dona Constância não irá gostar nada disso e não quero que você conte nada a ela.

ASSUNÇÃO: Está bem Laura. Vou fazer o que você quiser. Eu sempre faço o que você quer mesmo! Chagando lá vou lhe examinar está bem?

LAURA: Tudo bem pai!

Edgar chega em casa e Matilde lhe conta o que aconteceu. Edgar fica enfurecido. Sobe as escadas imediatamente entra no quarto sem bater e encontra Catarina só de camisola. Pede que ela se recomponha enquanto ele espera do lado de fora do quarto. Entra novamente e voa em cima dela pegando ela pelos dois braços e arrastando ela para fora do quarto e ele diz:

EDGAR: Não grite para não acordar Melissa! Marta arrume as coisas de dona Catarina.

CATARINA: Mas Edgar eu não vou me afastar de minha filha se é isso que você e sua esposa querem...

EDGAR: Vamos Catarina! Não me faça perder a cabeça! Não quero agredir você! Desça e me espere lá embaixo!

CATARINA: O que a chata da Laura foi falar para você! Ela é muito mal educada, se trancou no quarto desde a hora que eu cheguei...

Edgar segura com uma mão o pescoço de Catarina e diz:

EDGAR: Se você ousar falar o nome de Laura novamente na minha frente eu quebro seu pescoço, você entendeu! A Laura nunca fala o seu nome e você adora falar o dela, estou lhe avisando...

CATARINA: Me solta Edgar! Você não era assim quando a gente namorava...

EDGAR: A pior coisa que já me aconteceu eu ter me envolvido com você...

CATARINA: Mais pense se você não tivesse se envolvido comigo você não teria a Melissa, já pensou?

EDGAR: Matilde você já chamou o carro?

MATILDE: Sim doutor!

EDGAR: Vá Catarina! E não volte.

Catarina vai embora muito feliz afinal de contas o intuito dela era fazer intriga entre os dois e isso ela tinha certeza que tinha conseguido. E Estava muito feliz!

EDGAR: Agora Matilde me conte tudo que aconteceu com a Laura...

MATILDE: Eu já contei tudo doutor...

Bate a porta, Matilde atende e entra o Senador Assunção e vai direto nos colarinhos do Edgar...

ASSUNÇÃO: O que você está fazendo com a minha filha Edgar?

EDGAR: Calma doutor Assunção! Por favor, tenha calma, eu também estou nervoso com tudo que está acontecendo...

ASSUNÇÃO: Desculpe-me! Estou muito nervoso, a Laura esta gravida e passando por tudo isso, você Edgar com duas famílias...

EDGAR: Eu não tenho duas famílias...

ASSUNÇÃO: Você deveria ter deixado à criança em Portugal e mandava dinheiro para o sustento até ter idade para ir para um colégio interno. Não você achou melhor trazer mãe e filha e que mãe você foi arranjar em Edgar Vieira? Você já pensou que essa criança pode não ser sua filha? O pior de tudo isso é você ter deixado Laura de fora... Você não discutiu essa sua ideia com sua esposa... E eu que pensava que você fosse um homem moderno...

EDGAR: Perdoe-me! Eu em nenhum momento quis ofender a Laura ou tão pouco magoá-la, eu tentei arrumar as coisa de um jeito que...

ASSUNÇÃO: Você como diz Laura, não está conseguindo arrumar as coisas. O seu erro foi ter trazido a mãe da criança! Esse foi um erro enorme. Você poderia ter conversado com a Laura com a sua mãe. Não, mais você tentou fazer do seu jeito e olha o que você fez! Minha filha grávida e sozinha, com uma gravidez de risco que corre risco de morte a mãe e o filho...

EDGAR: Eu não sabia que ela estava correndo risco de morte...

ASSUNÇÃO: Pense! Se uma gravidez de risco o risco é para os dois...

EDGAR: Doutor Assunção, onde ela está... Por favor, me diga! Eu tenho o direito de saber, eu sou o marido e pai do seu filho...

ASSUNÇÃO: Não repita isso pra mim. Que marido você está sendo... Que pai! Não vou dizer onde ela está! Passar bem Edgar!

EDGAR: Por favor, me desculpe me diga!

Edgar mostra todo seu desespero, chora copiosamente, colocando as mãos no rosto.

ASSUNÇÃO: Se recomponha rapaz! Afinal você é um homem. Sente e beba um pouco de vinho para você se acalmar. Desculpe-me, eu não deveria estar me metendo na sua vida com a Laura é que eu sou pai e não gosto nem um pouco de ver minha única filha sofrer desse jeito, e pelo jeito você também. Edgar vamos deixar a Laura nesse momento um pouco afastada disso tudo. Pense no seu filho, esse tempo vai fazer você tentar dá um jeito nisso tudo. A Laura ama você demais...

EDGAR: Doutor Assunção eu também amo tanto sua filha que se ela me deixar eu morro, eu não vou aguentar (Edgar chora mais ainda).

ASSUNÇÃO: Edgar se acalme desesperado como você está você não vai conseguir arrumar as coisas, pense no seu filho e na Laura e adquira força para fazer o que é o certo! Prometa que você vai ficar bem...

EDGAR: Esta bem, eu confio no senhor e sei que o senhor que ver a Laura feliz! Não se preocupe eu já estou resolvendo daqui a algumas semanas tudo estará resolvido, o senhor pode apostar nisso!

ASSUNÇÃO: Eu sabia que não iria ouvir outra coisa que não fosse isso! Eu também confio em você doutor Edgar Vieira que está me dando um neto. (risos)

EDGAR: Obrigado pelo voto de confiança doutor assunção o senhor não irá se arrepender!

ASSUNÇÃO: Eu sei disso...

Assunção vai embora e Edgar fica prostrado no sofá com a taça de vinho vazia na mão. Matilde pergunta tirando Edgar daquele entorpecimento, se ele quer jantar. Ele diz que não, pede a Matilde para ajudar a Marta a se acomodar no quarto de hóspede e Matilde diz que já providenciou tudo e que ela já jantou. Edgar agradece e pede para ela trancar tudo e se recolher. Matilde antes de ir pergunta:

MATILDE: Doutor Edgar, quando dona Laura vai voltar?

EDGAR: Logo Matilde, logo se depender de mim, muito em breve. Não deixe levar o resto das coisas, diga que você não teve tempo de arrumar.

MATILDE: Doutor, dona Laura já levou uma mala...

EDGAR: Tá certo Matilde. Vou fazer tudo para trazer ela de volta para sua casa... agora vá dormir o dia foi cheio hoje! Boa noite!

MATILDE: Boa noite doutor Edgar!

Edgar vai direto ver Melissa, ela dorme muito bem. Marta é uma babá maravilhosa! Edgar dá boa noite e se dirige ao seu quarto. Chegando lá ele sente o cheiro da Laura e não consegui segurar as lágrimas que insistem em cair sem o seu consentimento, ele limpa e elas brotam... ele cheira o travesseiro pega seu pijama e vai para o quarto de banho, toma um banho e deita tentando em vão dormir, passa a noite em claro pensando em Laura e Laura pensando nele!