Coração Melancólico escrita por ShoujoLover


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui começa a se explicar algumas coisas. Não muitas, mas pelo menos já fica claro.



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Já era de tarde, e eu comia uma barra de chocolate que  eu havia comprado e não servia para nada a não ser engordar. Refletia sobre o fato de ter combinado uma ida ao cinema com um garoto da qual eu havia conversado apenas uns quinze minutos na minha vida e lamentava dinheiro jogado fora após  ter comprado um refrigerante e não o ter tomado.

Não que eu estivesse chorando por dinheiro jogado fora. Eu estava meio desnorteada pelo fato de Kurusu-kun ser tão triste. Por que exatamente ele era daquele jeito? Tão triste a ponto de conversar com alguém e se desanimar no meio.

Olhei para o meu celular e respirei fundo. Eu já havia decidido inventar um compromisso para escapar da ida ao cinema. Mas... Será que isso ia causar mais tristeza ainda naquele garoto?

Não, eu não era significante o suficiente na vida dele para ele se entristecer com o fato de que uma garota desastrada havia cancelado o cinema com ele.

Peguei meu celular e liguei para ele. Tocou umas cinco vezes e ele atendeu:

- Alô? - Sua voz ela sonolenta.

- Kurusu-kun...?

- Misaki-chan? Tudo bem? - Ele respondeu normalmente. Nenhum tom de desanimo na sua voz.

- Ah... Eu queria avisar que não vai dar para eu ir ao cinema hoje com você...

-Entendo... - O tom de voz dele passou de normal para melancólico em um segundo. Meu coração ficou tão apertado de pena que eu comecei a falar o que vinha na cabeça.

- Mas amanhã, talvez! Digo, não tem nenhum filme interessante passando, mas é sábado, eu não faço nada no sábado. A gente pode caminha pela cidade, ou comer em algum lugar quem sabe...

O que eu estava fazendo?

- Pode ser então. Eu tenho que te dar o refrigerante que você esqueceu na mesa. Eu tentei te dar durante a aula, mas te chamaram para sentar em outro lugar...

- Ah, foi a Ami-chan! Ela é minha melhor amiga, e disse que queria conversar uma coisa comigo...

Escutamos um barulho vindo do telefone. Sinal de outra ligação.

- É no seu? - Perguntei.

- Sim... Misaki, eu vou atender. Se quiser falar comigo... Eu vou estar aqui, ok? - Escutei ele murmurar algo como: Como se você fosse querer falar comigo... após terminar a frase.

- Ah... Ok. Beijos, talvez eu te ligue se eu não tiver nenhum dever de casa.

- Dever de casa na sexta? - Ele devia estar pensando que era alguma desculpa esfarrapada.

- Sim, por isso que eu não posso ir. - Eu não estava mentindo. Minha mãe costumava exigir dever de casa feito na sexta, para o fim de semana ser livre. Mas ela abriria uma exceção no caso deu querer sair na sexta, mas o dever de casa seria feito no sábado de manhã bem cedo. - Minha mãe exige dever feito na sexta. Eu odeio essa regra, mas de certa forma, é bom.

- Pelo menos amanhã a gente vai conversar. Beijos.

Escutei ele desligar o telefone. Fiquei durante uns três segundos com o celular no ouvido. Me joguei na cama e respirei fundo.

O que exatamente eu havia feito... DE NOVO?

Eu havia combinado de sair com aquele garoto no dia seguinte, sendo que o meu plano era cancelar o encontro...

Espera, não era um encontro. Era só... Uma saída amigável... Sim, uma saída amigável. Entre dois recém-formados amigos. Claro, era isso.

Me levantei da cama e peguei meus cadernos. Alguns deveres de história e geografia. comecei a fazer, mas depois de uns trinta minutos, coloquei a lapiseira na mesa e me joguei para trás na cadeira. Eu não sei exatamente porque, mas eu me joguei com tanta força, que acabei caindo para trás. Soltei um grito muito alto, e após alguns segundo, minha mãe chegou no quarto.

- Meu Deus!!! O que foi isso?

- Ah... Nada mãe. Eu só caí da cadeira.

- Misa-chan... Presta mais atenção. Você pode se machucar sério. Mas por que você caiu?

- Eu me joguei para trás.

Ela me olhou com um olhar de “não acredito nisso”.

- Misa... Presta mais atenção. Isso não acontece há muito tempo. A última vez que aconteceu, você estava afim de alguém... Mas eu não estou sabendo de nada...

- Mãe, não se preocupe. Eu só me distraí. Estou um pouco nervosa por causa dos deveres. Só isso. Eu vou descansar um pouco após terminar as tarefas.

- Ok, mas saiba que eu nunca vou levar os seus argumentos a sério enquanto você estiver caída nessa cadeira.

Olhei para mim mesma. Eu ainda estava no chão, com uma pose ridícula. Acho que nem eu me levaria a sério naquele momento.

- Ah... Eu já vou me levantar.

Fiz impulso para frente e me sentei. retirei as pernas de cima da cadeira, e me levantei. Em seguida, tirei a cadeira do chão.

- Pronto... Vou voltar a fazer meu dever.

Minha mãe assentiu e saiu do quarto. Me sentei na cadeira novamente. Olhei para a folha do dever e continuei a faze-la. Após mais trinta minutos, eu havia acabado.

Fiquei olhando para o meu celular. Será que... Será que Kurusu Hayato iria atender?

Liguei para o número dele e o esperei atender. Dessa vez, após ter tocado duas vezes ele atendeu.

- Alô...? Misaki-chan?

- Ah, oi Ha... Kurusu-kun. Você disse que eu podia te ligar e... Enfim, você entendeu.

Ele riu um pouco.

- Ok, vamos conversar Misaki... E só para constar: Pode me chamar de Hayato.

Tremi um pouco. Me dava nervoso de chamar alguém pelo nome. Estava acostumada a chamar pelo sobrenome e depois de umas semanas de convivência, chamar pelo nome.

- Ok, então... Que animes você tem visto?

- One Piece.

- Claro, inacabável. - Eu disse revirando os olhos.

Ele riu.

- Tenho visto outros animes da temporada, não me lembro de todos.

- Entendo...

Conversamos durante algumas... Bom, horas. Foi bem empolgante. Falamos sobre música, jogos, anime, mangá, vida, animes de novo e no fim... Bem o fim foi...

- Hay... Hayato-san... Acho melhor eu ir...

- Ok, e amanhã eu te dou o refrigerante.

- Claro... Mas... Por que você guardou?

- Achei que você ia... Sei lá, pensar que fosse gasto de dinheiro não tomar.

- Bom, é exatamente o que eu pensei, mas eu achei que você tomaria, ou alguém pegaria.

- Não.

- Hum... Beijos, Hayato-san...

- Misaki... Não precisa do “san”.

-Ok...

- Beijos Misaki. Se não conseguir dormir, me liga... Você é uma gracinha, sério...

- Tchau.

Desliguei o telefone e sorri. O tom de voz dele variou de normal para feliz. Aquilo me deixava mais feliz do que ele talvez estivesse. Eu queria saber se ele sorriu. Se a expressão nos olhos dele... Mudou, talvez...

Os olhos. Sim, aqueles olhos castanhos de chocolate, com a cor de uma madeira intrigantemente bela e avermelhada. Caíam bem com o cabelo preto e a pele pálida. Talvez, prestando mais atenção, ele fosse muito bonito. Possuísse aquela beleza sutil, da qual superficialmente você olha e não nota direito, mas olhando a fundo... Você se apaixona no momento em que se nota.

Não, espera. Eu não estava apaixonada. Talvez eu sentisse atração física por aquele garoto. Talvez... Só talvez... Eu estivesse com o desejo de beija-lo.

Mas isso não iria acontecer.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! :)



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