*Kakashi POV’S ON*

Estávamos na porta de sua casa, Sakura fitava-me com aqueles lindos olhos verdes encantadores, fazendo-me perder total controle sobre meu corpo. Meu coração a desejava cada vez mais perto, desejava amá-la como se isso fosse a ultima coisa de nossas vidas, fazendo-me ficar praticamente louco. Em um ato totalmente impensado, abaixei minha mascara e a beijei.

Eu só podia estar ficando louco, como podia sentir algo assim por minha pequena cereja? Alguém que eu criei como uma filha e a vi crescer de tão perto. Agora eu estava a beijando e desejando algo carnal, mas eu não podia. Sentia-me sujo por tal desejo, rapidamente a soltei e segui meu caminho sem dar nenhuma palavra, contorci minha cabeça levemente para trás e a vi perdida sem entender o que havia acabado de acontecer. Deixa-la partia-me o coração, mas eu não poderia levar aquilo adiante, seria completa loucura de minha parte, ir embora foi o melhor a fazer nesse momento.

*Kakashi POV’S OFF*

*Sakura POV’S ON*

Eu estava completamente incrédula com tal atitude de Kakashi, ele tinha me beijado e partido como se fosse apenas um simples toque sem sentimento algum.

Espere, mas por que teria algum sentimento? Talvez fora apenas algo insignificante para ambos. O correto nesse momento seria apenas esquecer tal ato e continuar nossas vidas como se nada tivesse ocorrido.

Certamente era o melhor a se fazer nesse momento, isso não mudaria nada em nossas vidas, certo? Errado.

Eu poderia tentar força-me a crer que não havia significado nada, porém eu não podia me enganar, naturalmente não. O beijo de Kakashi tinha surtido efeito sobre mim, mas eu teria de dissimular meus sentimentos diante os demais moradores da vila para o nosso bem, principalmente a Kakashi.

Mas porque não pensar que talvez houvesse algum sentimento? Que deveríamos tentar nos entregar a uma intensa paixão, que eu o amava? Simples, éramos Sensei e ex-aluna, com quase 9 anos de diferença, seria loucura! Ninguém tentaria entender nossos sentimentos e nos julgaria irresponsáveis, a vergonha de Konoha. Isso era tudo o que eu não precisava nesse momento, muito menos Kakashi.

Entretanto, meus pensamentos ainda encontravam-se perdidos voltados ao toque anterior, como posso ficar tão sentida com um simples beijo após perder o amor de minha infância?

Sentia como se minhas memórias tivessem sido apagado de minha cabeça, que o único momento de minha vida fora o toque de nossos lábios.

Era tudo tão confuso para mim, eu não sentia mais meus pés no chão, era como se tudo ao meu redor não existisse. Sentia-me sozinha, perdida. Logo uma doce voz ecoou em meus ouvidos fazendo-me despertar de meu transe.

-Sakura? Está tudo bem com você minha cereja? –Dizia minha mãe levando seu dedo a encontro de meu ombro.

-Hai, mãe. –Disse secamente direcionando-me para a porta.

Adentrei em minha casa ainda perplexa pelo acontecido anterior. Lembrei-me do presente do meu pai, que ainda se encontrava dentro de uma delicada caixinha em minha mão, e logo tratei de encontra-lo. Andei por quase toda casa e o encontrei deitado em sua cama.

-Pai, o senhor esta acordado? –Disse procurando seu rosto.

-Filha! Você chegou! –Rapidamente ele se levantou e foi correndo abraçar-me. –Que caixinha é essa?

-Ah, Feliz Aniversario, papai. –Forcei um sorriso e estendi seu presente para frente.

Um admirável sorriso dilatou-se na face de meu pai fazendo-me sorrir verdadeiramente, ao abrir a larga caixinha um brilho surgiu em seus olhos, ele retirou a linda gravata preta de seda e a colocou em seu pescoço. Recordei-me de mais cedo quando escolhia o presente de meu pai com a ajuda de Kakashi, imaginando-o novamente trajando um elegante terno e a tal gravata, porém com esse pensamento veio-me a lembrança de nosso beijo. O sorriso que antes preenchia meu rosto agora havia desaparecido, deixando apenas um frio e tenso olhar.

Pude ouvir meu pai chamar-me, apenas fiz-me de desentendida e sai de seu quarto.

O dia não havia sido fácil para mim, o que eu mais precisava nesse momento era um banho e cama. Fui direto para meu quarto, entrei no banheiro e despi-me com rapidez.

Enfiei-me debaixo do chuveiro e fechei meus olhos enquanto a água descia por todo meu corpo lavando minha alma e me purificando de pensamentos que me perturbavam.

Enrolei-me em uma toalha branca que se encontrava ao lado do chuveiro e sai do banheiro em direção a meu guarda-roupa. Escolhi um lindo e delicado Baby-doll vermelho sangue e vesti.

Ao jogar-me em minha cama, praticamente desfaleci por conta do meu cansaço, tanto físico quanto emocional.

*Algumas semanas depois...*

Haviam se passado duas longas e duras semanas, raramente encontrava-me com Kakashi para cuidar de suas feridas, por causa de longas e duras missões que lhe eram dadas, apenas o ajudava e logo o mesmo ia embora sem dizer uma única palavra.

Apesar de ter passado muito tempo que não nós tocávamos sentimentalmente, eu não conseguia, nem queria, esquecer o sabor de seus lábios sobre os meus. Era algo tão doce e delicado, sentia-me em êxtase relembrando de tal toque, de seu rosto doce e másculo e seus músculos fortes sobre meu corpo, e com isso também vinha certa tristeza, de Kakashi partindo sem dizer ao menos algo explicativo.

Eu estava de plantão no hospital, era uma linda noite e eu estava desanimada. Atendia pacientes de ficha verde, casos menos graves, e os dispensava. Era algo tão maçante para mim. Estava torcendo para que a Tsunade me concedesse algo mais animado rapidamente.

Encostei minha cabeça sobre a mesa e apenas fechei meus olhos, mas logo tive que despertar de meu pequeno cochilo, pois havia mais um paciente importante para eu tratar nessa noite.

-Sakura, a Ino teve que sair para cuidar de sua mãe que estava se sentindo muito mal, só temos pacientes ficha vermelha na sala de espera e estamos em falta de ninjas médicos para todos. –Ela pausou para recuperar o fôlego e continuou. –Como sei que vocês são íntimos, vou deixa-la cuidar desse caso, tenha cuidado com ele, ele se feriu gravemente em sua ultima missão.

-Claro, por favor, me dê à ficha dele. – Ao abrir a ficha do paciente assustei-me e por um momento senti meu coração falhar, o nome na ficha constava “Hatake, Kakashi” como paciente ficha vermelho desacordado.

Ao vê-lo entrar no quarto hospitalar onde eu me encontrava, senti-me fraca, perguntando-me se eu poderia realmente o ajudar nesse estado, e se eu cometesse algum erro? Eu jamais me perdoaria se o perdesse. Eu precisava esquecer nossos desentendimentos, eu ia dar o meu melhor se preciso e, apesar de tudo, eu sabia que precisava de Kakashi e ele de mim.

Continua...