Breakaway escrita por ChocolateQuente


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. *-*

P.S. Se quiserem ter uma ideia de como Sarah foi para o encontro, olhem esse link.
http://www.polyvore.com/sarah/set?id=80329609
AAAAAAAAAH, e não, eu não penso na Sarah como Emma Stone.



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Encarei-me no espelho mais uma vez naquele minuto. Nada mal, pensei. Passei os dedos entre os cabelos mais uma vez antes de olhar para o relógio. 07:05hr. Peguei a bolsa e desci correndo. Cumprimentei o porteiro da noite e saí do prédio, sorrindo involuntariamente ao ver que ele já estava lá. Pontual, que bom, me vi pensando. O que estou fazendo? Isso não é um encontro de verdade. Foco Sarah, foco.

Passei tempo demais encarando o italiano do outro lado da rua, e quando parei de observá-lo, já tinha captado todos os detalhes nele. Matteo usava jeans escuros e uma camisa vermelho-sangue por baixo da jaqueta de couro preta. Desassociei qualquer ligação que meu cérebro automaticamente fez da cor da camisa com os assassinatos e o sangue de verdade, só pra continuar a observá-lo enquanto andava em minha direção. Usava all stars, e os cabelos estavam soltos na altura do queixo, repicados e desconcertados à medida que o vento batia contra seu rosto. Ele tinha feito a barba e sua aparência agora era de um menino mais novo, mas o charme que eu havia notado antes permanecia com ele.

- O-Oi. – eu gaguejei e me odiei por isso.

- Olá rossa. – ele disse com um sotaque, devo admitir, charmosíssimo e eu sorri.

- Pra onde vamos?- perguntei descendo os últimos degraus pra chegar perto dele.

- Você me convidou, lembra? – ele disse arqueando uma sobrancelha.

- Ah... Er... É. Eu convidei. – eu gaguejei antes de passar os dedos entre os cabelos nervosamente. Ele riu fraco. – Posso falar a verdade? – perguntei apertando os olhos e ele assentiu. – Não preparei nada pra hoje. Quer dizer, não pensei em nenhum lugar pra gente ir, acho que não estou muito acostumada com isso. – eu ri nervosa e ele sorriu. - Você não conhece nada aqui não é? Veio de fora, que cabeça a minha. – eu disse apertando os olhos outra vez.

- Como sabe?

- Como sei o que? – perguntei e ele sorriu.

- Como sabe que não sou daqui? – Droga, como saio dessa?

- Er... Meninas do curso de moda, se tem um segredo, fuja delas. – eu disse rapidamente e ele riu.

- Vou me lembrar. Vamos? – ele chamou e eu assenti com a cabeça começando a andar ao seu lado.

Santas palavras de Chloe.

******************

- Você é bem... Silenciosa. – Matteo disse depois que andamos por alguns minutos silenciosos pela rua.

- Ah, não sou não. Acredite. – eu disse e ele sorriu.

- Parece que está com medo de mim.

- Não... Eu... Não... Não estou com medo. – eu gaguejei e ele riu. - Ok. O que você gostaria de fazer? – eu perguntei virando-me para ficar de frente pra ele, começando assim a andar de costas. Ele sorriu.

- O que você gostaria de fazer?

- Ah não vale, eu perguntei primeiro. – eu falei e ele riu de novo. – Você não vai querer fazer o que eu gosto de fazer. Juro.

- O que você faz?

- Ah, pergunta íntima... PEEEEEEEN. – Eu fiz o barulho de uma sirene e ele riu. – Só no segundo encontro. – eu dei de ombros e ele me encarou obrigando-me a para de andar de costas. Seus olhos escuros como ônix me fizeram tremer. Não sei se de medo ou... Não sei. Só sei que tremi. – Er... Vamos fazer assim, hoje vamos aonde você quiser e se sairmos uma próxima vez eu te mostro do que eu gosto. – eu falei e ele arqueou uma sobrancelha me fazendo corar automaticamente. – Não, quer dizer, não foi isso que eu quis dizer. Eu... Er... Oh meu Deus. Eu não quis parecer maliciosa. – eu falei e ele riu.

- Você me pareceu bem maliciosa. – ele disse e eu ri. – Já sei onde podemos ir. – ele falou antes de fazer um gesto com a cabeça indicando o caminho. Eu sorri e o segui.

Paramos em uma pizzaria. Uma pizzaria daquelas beeeeeeeeeem italianas mesmo. Toalhas quadriculadas sobre as mesas de madeira, forno a lenha, adega e até um pizzaiolo gordinho de bigode. Eu ri daquilo, quando me sentei à mesa.

- O que foi? – Matteo perguntou e eu voltei a olhá-lo.

- Nada. – eu disse e ele sorriu. – Saudades de casa?

- As garotas do curso de moda sabem muita coisa mesmo. – ele disse e eu senti minhas bochechas esquentarem de novo.

- Er... Não precisei delas dessa vez. Seu sotaque te entrega. – eu disse e ele riu.

- Imaginei, e sim... Muita saudade de casa. – ele suspirou e eu encarei seu rosto. Ele encarava o cardápio, mas eu sabia que ele não estava olhando realmente. Ok Sarah, chegou até aqui, hora do interrogatório.

- Há quanto tempo está aqui? – perguntei e ele não levantou o rosto, como se já estivesse esperando pela pergunta.

- Um mês, mais ou menos.

- Porque veio pra cá? – perguntei e ele suspirou.

- Estudar. Artes, isso você já deve saber. – ele sorriu e eu assenti. – Sempre quis isso pra mim, então tive que vir pra cá pra conseguir.

- Não tem Universidades com curso de Artes lá?

- Tem, mas... Eu queria sair do país. – ele respondeu hesitante e eu assenti sentindo que estava chegando perto.

- Por quê?

- Você gosta de perguntar não é? – ele disse levantando os olhos para mim.

- Ah... De-desculpa. É mania. – eu disse e passei a mão da nuca. Ele sorriu.

- Jornalista não é? – ele disse e eu assenti arqueando uma sobrancelha. – Também conheço pessoas no curso de moda. – ele deu de ombros e eu não consegui conter o riso. – Posso perguntar também?

- Pode.

- Então... Porque me chamou pra sair? – ele perguntou rápido e lá estavam as minhas bochechas queimando novamente. Matteo sorriu. – Isso é incrível. – ele disse e riu novamente depois.

- O que? – perguntei e ele estendeu a mão para tocar meu rosto, mas a abaixou antes mesmo de faze-lo. Senti um arrepio perpassar todo o meu corpo.

- Isso. – ele disse apontando para meu rosto. – Sempre fica vermelha quando pergunto alguma coisa sobre você. – ele sorriu e eu balancei a cabeça passando a mão no rosto.

- Desculpe, é inevitável. – eu disse constrangida e ele sorriu.

- Não... É bonito, rossa. – ele disse e eu o encarei antes de sorrir.

- O que é... “rossa”? – perguntei e ele sorriu.

- Em italiano quer dizer ruiva. – ele disse e eu assenti.

- Ah...

- Mas que casal lindo. – Matteo e eu olhamos no mesmo momento para o pizzaiolo gordinho que se encostou na nossa mesa. – O que esse belo casal de namorados vai querer comer? – ele perguntou quase cantarolando e eu senti minhas bochechas corarem, claro.

- Que sabor você gosta? – Matteo perguntou e eu quase não consegui responder. Porque ele não corrigiu o pizzaiolo?

- Er... Só precisa ter bastante queijo. – eu disse e os dois riram.

- Que tal mussarela? Prometo que vou caprichar no queijo. – o gordinho disse e eu assenti com um sorriso.

- Metade mussarela, metade margherita, por favor. – Matteo pediu.

- E para beber? Posso chamar o Sommelier para trazer a carta de vinhos.

- Passo o vinho e você? – Eu disse e ele assentiu.

- Também passo. Que tal refrigerante?

- Refrigerante está ótimo. – eu disse e o pizzaiolo assentiu antes de sair. – Italiano que passa o vinho? – eu disse e ele riu.

- Amo vinho, mas sou bem chato nessa questão. Gosto de vinho da Itália, apenas de lá. – ele disse e eu assenti.

- Chato. – eu sibilei e ele riu antes de dar de ombros.

A noite foi extremamente agradável. Descobri o quanto Matteo era inteligente e engraçado e isso me fez esquecer o que realmente estava fazendo ali. Não era um encontro de verdade. Era apenas parte da minha investigação. Eu devia acabar com aquele ar de encontro naquele mesmo instante, mas esse pensamento logo voou da minha cabeça quando nós dois saímos da pizzaria e o vento frio bateu contra meu corpo.

- Nossa. – eu arfei abraçando a mim mesma. – Acho que vou voltar lá pra dentro. – eu disse e Matteo riu.

- Toma. – ele sussurrou enquanto tirava a jaqueta.

- Não precisa. – eu disse, mas ele colocou a jaqueta sobre meus ombros assim mesmo.

- Esqueci meu casaco em cima do sofá. – eu murmurei e ele sorriu.

Começamos a andar lado a lado na rua escura e vi de soslaio que ele me olhava. Os olhos brilhavam, e pela primeira vez eu senti medo. Estava numa rua escura com um suspeito de assassinato. O que eu estava fazendo? Chad e Taylor tinham razão. Eu era louca. Louquinha de pedra. Continuei andando ao seu lado, e suspirei quando chegamos em frente ao meu prédio.

- Obrigada por hoje. Foi... Muito... Bom. – eu disse e ele sorriu.

- Digo o mesmo. – Matteo respondeu simplesmente.

- Nos vemos por aí então. – eu disse sem pensar e ele assentiu.

- Mi piacerebbe rivederla. – Ele disse e eu arqueei uma sobrancelha sem entender o que ele havia dito, mas ele apenas sorriu. – Tchau, rossa. – ele disse e se virou pra sair.

Fiquei olhando-o ir e não pude deixar de sentir um sentimento de frustração me invadir. Era só aquilo? Nem um beijinho na bochecha? Um abraço? Aperto de mão?

Foco Sarah, foco. Você não precisa disso. Investigação, apenas investigação. Lembrei a mim mesma antes de entrar no meu prédio e começar a subir os degraus da escadaria, ainda, inevitavelmente, me sentindo frustrada.


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Notas finais do capítulo

O que acharaam? Comentem por favor. *-----*



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