Breakaway escrita por ChocolateQuente


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. *-* Perdão pela demora. Espero que gostem. Hoje ou amanhã cedo, eu posto outro.



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Me joguei no sofá e peguei meu celular. 30 chamadas perdidas e 15 mensagens. Taylor. Sorri e retornei a ligação.

Sarah? – a voz preocupada me fez sorrir.

– Oi Tay.

Você não retornou minhas ligações, estava louco de preocupação.

– Desculpa Tay, não tinha visto.

Como foi com o assassino?

– Não o chame assim...

Ele não tocou em você, não é? – senti a onda de frustração me atingir e suspirei, repreendendo a mim mesmo.

– Não. Claro que não.

Como foi?

– Normal. Ele é inteligente e legal... Eu gostei de sair com ele.

Gostou dele? Você gostou dele? – ele quase gritou em tom de incredulidade.

– Não disse isso... Tay, podemos conversar sobre isso amanhã? Estou morrendo de sono. – eu pedi e ele suspirou antes de assentir.

Tudo bem. Nos falamos amanhã então. Se cuida. – ele se despediu, antes de me chamar novamente. – Ah, me desculpe pelas 50 ligações e mil mensagens, foi culpa do Chad que não me deixava em paz, pedindo pra te ligar a cada minuto. – Taylor disse e eu ri.

– Diz a ele que estou bem, e que... Converso com ele amanhã. – eu disse com um sorriso e Tay assentiu antes de desligar.

Joguei o telefone no sofá e andei até meu quarto, parando apenas para me encarar no espelho. Sorri ao perceber que ainda estava usando a jaqueta dele, inspirei o cheiro e balancei a cabeça, me sentindo uma idiota.

– Foco, essa é a minha palavra. Foco Sarah. – falei antes de tirar a jaqueta e jogá-la em cima do armário. – Preciso dormir. – sussurrei pra mim mesma enquanto me deitava e começava a massagear minhas têmporas com os dedos. Minha cabeça parecia ferver e era como se não houvesse nada e tudo ao mesmo tempo. Respirei fundo e fechei os olhos, decidindo deixar tudo, [e nada] para o outro dia.

***********

Meus olhos correram por toda a sala, como em uma checagem de rotina para ver se eu havia esquecido algo. Não, claro que não tinha esquecido. Desci e peguei a moto na garagem. Pilotei devagar e estacionei na Universidade. O sol matinal estava até forte para o outono, e eu encolhi meus ombros algumas vezes ao senti-lo em mim. Acenei para algumas pessoas enquanto andava em direção ao prédio da diretoria. Precisava falar com o reitor e entregar uns documentos. Caminhei até a recepção e sorri ao ver Jenna conversando ao telefone. Ela sorriu ao me ver e fez um sinal com o dedo para que eu esperasse. Jenna era uma mulher incrível. Inteligente e batalhadora tinha dois filhos e os criava sozinha porque seu marido tinha fugido com outra mulher. Quando a conheci no Dinner, ela me contou sua história depois de ir lá algumas vezes com seus filhos. Estava desempregada e eu consegui faze-la ganhar esse emprego na universidade. Mas o mérito era todo dela. Estudiosa, começou como uma mera secretária e agora trabalhava como assistente pessoal do reitor. Sabia cada passo que ele dava e marcava suas reuniões e compromissos.

– Bom dia, Sarah – ela me cumprimentou quando desligou o telefone.

– Olá Jenna.

– Quer falar com reitor. – ela adivinhou e eu sorri assentindo.

– Preciso.

– Má noticia. Ele saiu para uma reunião importante. – ela disse me fazendo revirar os olhos.

– Tá brincando? De novo?

– Pois é. – ela deu de ombros e me encarou. Eu mordi o lábio inferior antes de tamborilar os dedos sobre a bancada pensando no que fazer. – Vou fazer uma coisa que não devia, mas como é pra você... – ela disse e eu sorri observando-a se inclinar para pegar um papel na gaveta. Ela anotou alguma coisa e me deu. – Esse é o número do reitor. – ela disse e eu arregalei os olhos antes de sorrir. – Não diga que fui eu que te dei. Você descobriu, ok? – eu ri assentindo, antes de me inclinar para beijar seu rosto.

– Amo você. – eu sorri.

– Sabe que está me devendo um sanduíche e aquele suco de laranja da Sun não é? – ela disse e eu ri.

– Trago na segunda.

– Acho bom. – ela sorriu e eu mordi o lábio antes de cantarolar seu nome.

– Jenna...

– O que você quer?- ela revirou os olhos.

– A chave pra entrar na biblioteca desse prédio. – eu disse rápido e ela riu.

– Não. A chave da biblioteca do reitor? Tá maluca menina?

– Jenna...

– Pra que? Se te pegam eu estou bem encrencada.

– Preciso entrar lá pra descobrir umas coisas, sobre... Alguém. – eu disse e ela me encarou. – Por favor, Je.

– Ah meu Deus. – ela apertou os olhos antes de olhar para os lados. – Ok. Voando, tá? Cinco minutos. – ela disse enquanto pegava a chave em uma gaveta trancada.

– Valeu, valeu, valeu. – eu quase pulei ao segurar a chave.

– Vai logo. – ela me empurrou e eu ri, correndo em direção a sala. Abri a porta grande e a fechei atrás de mim quando entrei.

Meus olhos percorrerem toda a sala gigantesca lotada de livros, e eu tive que me conter para não ficar ali babando cada um. Corri para a mesa no centro da sala e liguei o computador. Entrei nos arquivos com a senha que um hacker do meu curso descobriu. Digitei apressadamente o nome e rezei para que não houvesse outro igual. Para minha sorte apareceu apenas um. Matteo Bellucci. Sorri e cliquei no nome, vendo aparecer alguns dados. Peguei meu caderno de anotações antes de olhar em direção a porta para ver se alguém aparecia, vendo que não, apressei-me em anotar os dados. Todos que tinham ali. Eu sabia de que de algum jeito me seriam úteis. Fechei o caderno e o coloquei novamente na bolsa, fechei as páginas e desliguei o computador. Olhei uma última vez para os livros e soltei uma risadinha sentindo-me perigosamente bem por estar “agindo”. Talvez eu fosse maluca, mas realmente adorava fazer esses tipos de coisa.

Segurei a maçaneta da porta e a puxei reprimindo um grito de susto ao vê-lo me encarar. Ele carregava um sorriso irônico e uma expressão de “te peguei mocinha.”, que me deixou irritada.

– O que tá fazendo aqui? – eu sussurrei empurrando-o para fora da sala. Ele me deteve e me fez voltar para dentro. – Tá maluco, se me pegam aqui eu to ferrada.

– Agora tá preocupada? O que você está fazendo aqui, rossa? – ele perguntou e eu me segurei para não voar em seu pescoço.

– Podemos falar sobre isso lá fora?

– Não. – ele disse e quase sorriu.

– Isso não é engraçado. Por favor. – eu pedi e ele fez que não com a cabeça, sorrindo. Bati o pé e cerrei os dentes, impaciente. Matteo deu um sorriso de lado e virou-se para sair.

Segui-o e tranquei a porta, andando até a recepção, sentindo um alivio súbito me preencher ao respirar o ar de fora da sala. Vi que a recepção estava vazia e entendi porque o italiano tinha conseguido ir até a sala. Mas o que ele tinha ido fazer? – O que estava fazendo lá? – perguntei e ele me encarou como se aquela pergunta fosse ridícula.

– Essa pergunta não deveria ser feita para mim, já que você é que estava dentro da sala do reitor. – ele disse em tom acusador e eu revirei os olhos cruzando os braços. – Vi a porta entreaberta e fui espiar. Você não é a única curiosa por aqui. – ele disse e virou-se.

– E porque está aqui hoje? É sábado. – eu disse e ele deu de ombros.

– Precisei vir falar com o reitor, mas ele não está, mas isso você já sabe não é? – ele disse arqueando as sobrancelhas e eu suspirei andando até o balcão. – Você vai trabalhar hoje? – ele perguntou depois de um breve silêncio e eu o olhei.

– Porque a pergunta? – eu perguntei e ele sorriu de lado.

– Estou indo para os lados de lá, queria uma carona. – ele disse e eu arqueei uma sobrancelha. – Te vi chegar com uma moto.

– E se eu não estivesse aqui, como pretenderia ir para lá? – eu perguntei reprimindo um riso.

– Não é o caso. Você está aqui. – ele disse firmemente e eu dei de ombros.

– Ok. Só porque sou bondosa e quero ir para o céu. – eu disse e ele riu.

– Não sei se Deus permite a entrada de pessoas que invadem a sala do reitor. – ele falou e eu mostrei a língua pra ele.

– Só preciso falar com a Jenna e a gente pode ir. – eu disse e ele assentiu.

– Posso te esperar lá fora? Tenho que falar com um colega. – ele perguntou e eu assenti.

– Tá bom. Nos vemos lá fora. – eu disse e ele assentiu se virando pra sair.

Nos vemos lá fora? Como assim nos vemos lá fora, Sarah?

Como se de repente eu começasse a me dar conta do que estava fazendo senti meu coração pular. Eu estava me tornando alguém próxima dele. Eu não sabia se isso era bom ou ruim. Talvez fosse bom pra minha investigação, mas e quanto a minha segurança? Eu não sabia muito sobre ele. E se fosse verdade? E se ele não fosse uma pessoa legal, como eu estava pensando agora? E se?

Droga de “e se”.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem por favor. *-*



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