– Tay? – chamei baixinho depois que meu celular havia despertado.

Taylor tinha dormido em minha cama. Ocupando quase todo o espaço, deixou apenas uma brecha entre ele e a parede para mim. Espremida por seus músculos, dormi do lado dele, com as pernas jogadas em sua barriga. Ele nem deve ter sentido porque não se moveu nem um centímetro.

– Tay? – chamei de novo, e ele apenas chegou um pouco mais para o lado. Eu sorri.

Taylor parecia uma criancinha enquanto dormia. Suspirava e esfregava os olhos de vez em quando. Eu sorri.

– Eu sou muito fofo, não é? – Taylor murmurou antes de sorrir, me assustando.

– Não seja idiota. – eu berrei empurrando-o. Ele nem se moveu, e eu me balancei para levantar. Taylor deu a volta e num movimento rápido prendeu meus braços na cama. – Me larga seu... Idiota. – eu berrei e ele riu, me soltando. – Me lembre de nunca mais te deixar dormir aqui. – eu disse me ajeitando e ele riu.

– Vou tomar banho.

– EU vou tomar banho. – eu disse enquanto corria pro banheiro, mas antes que eu chegasse ele passou por mim e entrou primeiro. – VOU MATAR VOCE TAYLOR. O BANHEIRO É MEU E EU TENHO DIREITO DE TOMAR BANHO PRIMEIRO. – eu gritei batendo na porta.

– AH QUAL É, EU SOU VISITA. – ele berrou e eu bufei.

– ODEIO VOCE.

– ISSO NÃO É VERDADE. – ele gritou e riu.

Ri baixinho. Era bom ter Taylor em casa. As coisas não ficavam silenciosas e eu sentia como se tivesse um irmão mais novo pirracento.

***

Taylor e eu, comemos e nos arrumamos. Era sábado e íamos para o Dinner trabalhar o turno da manhã e da tarde. Saímos do meu prédio e brigamos pra ver quem pilotaria a moto. Ele venceu, no zero ou um. Obriguei-o a ir pelo caminho que eu queria e ele bufou obedecendo. Descemos por uma rua estreita e demos a volta, antes de seguir por um atalho sugerido por mim, pra chegar à lanchonete. Ouvi Taylor rir baixinho e o belisquei.

– Do que está rindo? – perguntei e ele riu.

– Nada. – deu de ombros enquanto parávamos no semáforo. Olhei para frente e vi uma caminhonete verde.

– É o Chad? – perguntei e Taylor assentiu. Olhei na direção e assustei-me ao ver uma garota sair da caminhonete. Usava chapéu e casaco vermelho, e ria como se tivesse ganhado na loteria. – Quem é ela? – perguntei e Taylor apenas riu. A garota deu a volta e se abaixou na altura da janela da caminhonete. – Chega mais perto. – eu belisquei Taylor que se contorceu antes de rir e chegar mais perto da caminhonete. A garota de casaco vermelho sorriu antes de se inclinar, e só então eu vi Chad. Arregalei os olhos ao ver que ela estava beijando-o.

– Ela o beijou? Ela beijou ele? – eu berrei e Taylor sorriu. Cerrei os punhos e bati nas costas de Taylor. – Vamos, vamos embora. – eu berrei e Taylor demorou a dar a partida. – Vai Taylor. – eu quase gritei e ele acelerou parando apenas para buzinar para Chad que arregalou os olhos ao me ver. Virei o rosto pra ele. Apertei a cintura de Taylor enquanto ele pilotava em direção à lanchonete.

Quem era aquela garota? Eu queria descer da moto e bater nela. Queria que Chad me dissesse quem era ela. Mas isso pareceu tão idiota e ridículo que eu suspirei controlando-me. Devia ser uma garota qualquer da Universidade. Não me interessava. Chad e eu não tínhamos nada.

Taylor parou nos fundos do Dinner e nós descemos.

– Ah, não fique tão irritada. – Taylor falou enquanto trocava de blusa.

– Não estou irritada. – eu berrei batendo a porta do armário da sala de funcionários.

– Eu sei que está. Está irritada porque odeia ser a última a saber das coisas. – Taylor falou e riu enquanto amarrava os tênis.

– Como assim a última a saber das coisas? Que coisas? – eu perguntei chegando perto dele.

– De tudo. Sempre fica brava. E acho que fica linda assim. - ele fez uma careta e eu cheguei mais perto.

– Fala logo, Taylor. Quem é ela?

– Rachel.

– Quem é Rachel?

– Aquela garota que beijou Chad.

– Quem é aquela garota que beijou Chad? - eu perguntei impaciente. Taylor balançou a cabeça e disse como se aquilo fosse a coisa mais óbvia e idiota do mundo.

– A namorada do Chad, oras.