Atendi o telefonema. Tinha de o fazer.

– Tô? - disse, com a minha voz um pouco esquisita mas o mais normal que eu poderia fazer neste momento.

– Alô? Emma? - A tão carinhosa alcunha que eles me costumavam dar. Nunca mais permiti a ninguém que me chamasse isso. Só eles. E aquela era a voz de Dean Winchester - Estás ai?

– Ah, sim, sim. - Respondi rapidamente. Não sabia mais o que dizer.

Houve um pouco de silêncio, acho que nenhum de nós saberia o que fazer e eu propriamente estava em voz alta... Estaria Castiel lá? Ahh, não, Emmaline! Não penses nisso de novo.

– Ah, Emma... - Dean tentava falar mas as palavras não saiam. - Nós precisamos mesmo da tua ajuda. Sabes que se não fosse mesmo necessário não te chamariamos.

Ok, esta doeu cá no fundo. Só me chamavam por ajuda, deveriam estar entranhados em algum caso e eu era a última pessoa na lista de ajuda dos Winchester. Eu amava-os, sério. Mas ser usada assim é lixado, né gente.

– Sim, claro. O que acontece? - Perguntei, reclamando com a minha voz que parecia ter estado a chorar.

– É uma profecia. - Oh, shit, eu odeio profecias. Lixam-me a vida toda. - E nós achamos que você é a única que encaixa nela.

– Eu odeio profecias. - Dei um suspiro. - Mas sim, está bem.

– Onde você tá? - perguntou.

– No mesmo lugar de sempre. - Ri. - Então, como vai ser?

– Nós vamos ai te buscar, Em. - Ele disse. - Duas horas, no máximo.

– Então está bem. Tchau.

– Tchau. - Ele despediu-se.

Fui rapidamente arrumar as minhas coisas. Fui buscar uma mochila da escola, grande, coloquei lá minhas roupas, meus acessórios e minhas coisas necessários para higiene. Depois coloquei lá algumas vitaminas que Hermes me deu*faz de conta que sobraram algumas do mar de monstros*, o escudo de Thalia que ela me ofereceu quando foi para as caçadoras *imaginem gente, imaginem!*, e o que Tyson me deu, coloquei lá também minha caneta\espada e uma adaga que tinha, alguns dracmas e algum dinheiro de humanos, o meu laptop e o telemóvel - mesmo sendo perigoso para semideuses, eu uso na mesma, sair sem telemóvel é como sair sem cerbero! Sabia Hannah Marin\Ashley Benson! - etc, tudo aquilo que precisava. Quando acabei, tirei a trança e o meu cabelo preto ficou com caracóis, coloquei um pouco de batom cor-de-rosa e fui até à porta de casa, colocando a mochila às costas. Contei tudo à minha mãe, avisei-a do que poderia acontecer e para não esperar por mim. Ela, com hesitação lá me deixou ir com muitos muitos avisos. Ouvi uma buzina, despedi-me da minha mãe - depois de um interrogatório para ver se realmente tinha tudo o que era necessário, com isso ainda fui lá acima buscar umas coisas que me tinha esquecido. Mães, sempre tão lembradoras! - ajeitei a minha mochila e abri a porta. O Impala 67 de sempre estava ali, sem nenhum risco, porque se houvesse um sequer, Dean se matava. Sorri. Mas esse sorriso desvaneceu quando notei em dois anjos sentados no banco de trás. Eu ia onde? Deitada no chão? Não quis dar nas vistas por isso continuei o meu caminho e abri a porta de trás, pensando que ia ficar lá Castiel e o outro anjinho chegaram-se para o lado, dando-me espaço para sentar. Que fixe.

– Oi. - Disse.

Oi? Sério Emmaline? Oi? Ahr, que raiva de mim mesma.

Dean e Sam olharam para trás. Medo, medo. Sorri e eles fizeram o mesmo, depois num grande abraço de gigantes e gordos, abraçaram-me e fiquei sem ar.

– Pera! Pera! Não consigo respirar! - Eles soltaram-me. - Vocês nunca percebem que são uns gigantes magricelas mais gordos do mundo?? - Ri-me, e fiz todos rir.

– Mas tu gostas de nós assim! - Sorriu Dean.

– Por acaso, sim. - Sorri. - Estava com saudades vossas.

Fomos a falar todo o caminho - e os anjinhos calados, ainda bem - até que Sam falou algo para o outro, que entendi chamar-se Sammandriel e ficaram todos a falar. Então, sentindo-me um pouco "excluinda" mesmo sabendo que não estava, coloquei os fones nos ouvidos para me distrair de tudo aquilo que estava a acontecer à minha volta.

Quando finalmente chegamos, perguntei onde estavamos e soube que estavamos em Long Island, ao pé do Acampamento. Bloody hell!

– O que estamos aqui a fazer? - perguntei.

– Segundo a profecia, precisamos de falar com um centauro dono. - Disse Sammandriel. - Você sabe quem é?

– Claro. - disse, sorrindo. - Quíron.

– Quíron? - Castiel perguntou. Estremeci. - Filho do Titã Cr...

– Sim, filho desse ai.

Sai do carro. Todos saímos. Tirei a minha caneta\espada e a pulseira\escudo da Thália, que assustava maioria dos monstros. Afinal, ali dava-se sempre grandes batalhas. Mas, felizmente, nem um monstro até ao cimo da montanha. Bom. Um novo segurança estava à guardar a entrada do Acampamento, um filho de Ares. Não o conhecia.

– Identificação? - Ele perguntou.

Mostrei o meu pulso, que tinha uma tatuagem com um tridente, e ele pareceu surpreendido mas mesmo assim disse ok.

– Ah e eles estão comigo. Não há nada com que preocupar. Não são semideuses mas precisamos de falar com Quíron.

– Se o dizes...

Entramos.

– Aquele era filho de quem? - curioso.

– Ares. O deus da guerra. - Respondi. - Normalmente são os mais fortes e muito bons a lutar.

– E a tatuagem? - Dean perguntou.

– Não é uma simples tatuagem. - Sorri. - Todos os semideuses a teem. Quando usamos os nossos poderes ela vai crescendo e tornando-se o simbolo do nosso pai\mãe olimpiano. Os filhos de Atena normalmente são corujas, de Zeus relâmpagos, Ares lanças e coisas assim, Poseidon é o seu tridente. A minha já está concluída.