Dois dias haviam se passado... Dois dias que Sirius estava inconsciente... Dois dias que Sage não sabia o que era dormir direito, o que era comer uma comida caseira. Ela ficava ali, no St Mungus, hora apos hora esperando noticias sobre o pai, mas ninguém sabia sobre o estado em que o mesmo se encontrava.

– Vai para casa, tomar banho, dormir um pouco e jantar Sage, eu fico aqui. - disse Bárbara se sentando ao lado da prima, ela também estava preocupada com o tio, mas muito mais com a prima, pois se continuasse daquele modo, ela ficaria doente.

– Não vou sair daqui. - resmungou ela passando as mãos no rosto na tentativa de parecer mais animada aos amigos que estavam com ela.

– Você vai ficar doente, Antares. - James mordeu um grande pedaço de torta fazendo a boca de Sage salivar, mas rapidamente a morena desviou os olhos da mesma, ela, mentalmente, dizia que não poderia comer ou dormir enquanto o pai não saísse de lá.

– É verdade Sage... Nós ficamos aqui, prometemos te avisar caso alguém de noticia enquanto você não estiver aqui. - Teddy segurava dois copos grandes de algo que parecia ser suco de abobora, mas assim que ele deu um dos copos para Barbara a mesma fez cara de nojo ao olhar para o liquido.

– Agradeço a todos vocês por tudo que estão fazendo, mas não vou sair daqui enquanto não receber noticias. - disse ela cansada.

– Argh! - urrou Babi se levantando irritada com a prima e indo em direção à um grupo de curandeiros que conversavam animadamente.

James seguiu-a deixando Sage e Teddy sozinhos. Enquanto ele tentava convence-la de ir para casa Babi e James falavam com os curandeiros.

– Por favor. - disse a morena colocando as mãos na cintura e encarando o curandeiro loiro que estava mais próximo a ela.

O sorriso do loiro se desfez ao ouvir a voz da jovem, ele encarou-a dos pés a cabeça e virou-se para encarar melhor. Os outros curandeiros que conversavam junto com o loiro foram para caminhos diferentes deixando Babi e James a sós com o curandeiro.

– No que posso ajudar? - disse ele colocando as mãos dentro do jaleco branco.

– Meu tio esta aqui a dois dias e ninguém nos informa o que aconteceu com ele, ele desmaiou e ninguém nos fala o motivo ou se ele está melhor. - disse a morena quase engolindo aqueles olhos cinzas tão familiares.

– Me acompanhe. - disse ele se virando e indo em direção a um corredor um pouco menos movimentado do que os outros.

– Eu conheço esse cara. - sussurrou James no ouvido de Babi que se arrepiou com a voz do rapaz em seu pescoço, mas tentou ignorar o fato e voltar sua atenção a frase.

– Da onde? - disse ela se virando para Potter, mas no mesmo momento o curandeiro se voltou para os dois.

– Sobrenome do paciente? - disse ele abrindo uma porta e entrando em uma sala cinza cheia de armários que se abriam sozinhos e papeis que pulavam de gaveta à gaveta.

– Black. - disse os dois jovens ao mesmo tempo.

Ao ouvir o sobrenome os olhos do curandeiro se congelaram por breves segundos, mas rapidamente ele pegou um papel que estava prestes a entrar novamente em uma gaveta e começou a ler.

– Não temos certeza, senhorita, mas talvez seu tio esteja com um problema bastante sério. - disse ele colocando o papel dentro da gaveta que se fechou sozinha.

– Bastante sério? - James arregalou os olhos e sentiu um nó no estomago. Aquele cara só podia estar brincando com a cara deles.

– Sim, mas precisamos ir um pouco mais a fundo para descobrir que tenhamos certeza disso... É raro isso acontecer. - disse ele mais para si mesmo do que para os meninos.

James e Bárbara deixaram a sala de armários e foram para onde os outros dois estavam. Eles haviam combinado de não falar nada sobre ser "bastante sério" para Sage.

– E então? - disse a morena sedenta por noticias.

– Não sabem o que ele tem ao certo, mas talvez seja... - Barbara começou a falar, mas no final olhou para James sem saber como terminar a frase.

– Seja...? - disse a menina se levantando e ficando na altura da prima.

– Grave. - disse James sem saída. Ela tinha o direito de saber.

Sage arregalou os olhos, mas rapidamente fechou os mesmos, pois eles haviam começado a se encher de lagrimas.

A morena tampou o rosto com as mãos e saiu correndo em direção a saída do St Mungus aos prantos, mas antes mesmo de conseguir alcançar a saída algo a jogou para trás fazendo-a cair no chão.

Ao abrir os olhos, já vermelhos, encarou alguém que menos esperava ver no momento.

– Sage? - a voz doce e calma de Scorpius fez Sage arrepiar sem perceber, ela estava muito mais focada na palavra que James havia dito.

– Deixe-me passar. - chorou limpando o rosto e tentando ultrapassar o garoto que ficou na sua frente impedindo ela de continuar a andar.

– O que houve? - disse preocupado tocando o ombro da garota que fechou os olhos com o toque suave do rapaz. A presença de Scorpius parecia acalmar Sage.

– Meu pai... - e novamente voltou a chorar. Sem pensar muito abraçou Scorpius e afundou seu rosto no pescoço do mesmo que mesmo mais novo era mais alto que ela.

– Quer sair daqui? Conheço um lugar perfeito pra pensar melhor. - sorrio ele de um modo doce o que fez o coração da morena acelerar subitamente.

– Pode ser... - sussurrou tentando tirar a maldita palavra que James havia dito da cabeça.

– Vem... - Scorpius não soltava a mão de Sage um segundo se quer. Ambos corações estavam acelerados.

O loiro caminhou junto a Sage até uma vassoura que estava guardada dentro de um porta-malas de um carro trouxa.

– Meu pai trabalha aqui. - deu de ombros tentando explicar o porque sua vassoura estava dentro do porta-malas de um carro trouxa perto do St Mungus.

Sage subiu nela logo depois de Scorpius que estremeceu ao sentir os braços da menina envolta da cintura dele.

Com um pequeno impulso a vassoura já estava no ar e os dois já estavam voando em direção ao horizonte.