Lado A Lado - O Que Houve Depois? escrita por Perniente


Capítulo 40
Esclarecimentos


Notas iniciais do capítulo

Eita que finalmente continuei a história! hahaha

Mais uma vez e como sempre, mil perdões pela demora!

Obrigada por todos os comentários! Vocês são lindas ♥



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Edgar: Vamos, Catarina, o que você quer?

Catarina: Edgar, eu sei que eu fiz muito mal a você, à Laura, mas, por favor, me escuta... – suplicou chorando.

Edgar: Tudo bem, pela Melissa, só por ela, eu vou te ouvir. Mas seja rápida, – sua expressão era de enfado – Laura e Melissa estão me esperando.

Catarina pigarreou e deu início à sua história sobre os últimos meses: Edgar... Eu... Eu sei que aceitei seu dinheiro para ir embora e nunca mais ver minha filha – era possível sentir arrependimento em sua voz.

Edgar ironizou: E não foi pouco dinheiro, não é? O que deu errado nos seus planos com meu irmão? Por que não foi embora como prometeu, hein?

Catarina interrompeu dramática: Eu sei, por favor, não sabe como estou sofrendo por ter aceitado me separar da minha filhinha.

Edgar: Ah, por favor, Catarina... – bradou impaciente.

Catarina: Você pode não acreditar. Entendo que não acredite, mas é verdade, Edgar... Bom, depois que eu e Fernando pegamos seu dinheiro, tínhamos alguns dias na cidade até nosso navio partir para Portugal, você sabe...

Edgar concordou com a cabeça e ela prosseguiu:

– Bem, nesse tempo, acabei aceitando uma proposta do seu sogro, pai de Laura – gesticulou, frisando o óbvio – Você deve saber o que aconteceu... Ele me pediu ajuda para conseguir as cartas trocadas entre Constância e Humberto... Dr. Assunção me ofereceu uma boa quantia para chantagea-la com essas cartas, queria dar uma lição na baronesa e até me instruiu a escrever cartas com ameaças para ela, achando que iria ganhar dois contos de réis... – disse rindo da armadilha que pensava estar participando contra sua inimiga – Mas eu mal podia imaginar que teu sogro era tão astuto, Edgar!

O advogado estava surpreso. Essa parte da história não lhe era sabida.

Catarina prosseguiu: Ele não te contou os detalhes do plano? – antes de Edgar responder, a deplorável mulher respondeu – Pelo que vejo, não. Pois bem... Constância não recebeu carta alguma! As cartas voltaram às mãos do teu sogro, Edgar, e serviram como provas contra mim! Fui acusada e presa por chantagem...

Edgar interrompeu sarcástico: Chantagem é pouco para o que você fez comigo e minha família, Catarina! Você deveria ter sido acusada por tentativa de homicídio, estelionato, formação de quadrilha, sequestro! E isso não é tudo! Ah, Catarina, você passaria o resto da tua vida atrás das grades... E não venha dizer que o astuto da história é meu sogro, pois você fez por merecer! Sempre em meio às tramoias, não é? Já tinha conseguido me tirar uma boa quantia e ainda queria mais! Você...

Catarina interrompeu, chorando: Eu sei, Edgar. Eu sei de tudo isso! Mas isso ficou no passado, não? Você e Laura estão bem, Melissa me parece feliz... Tem até um bebê a caminho! Meus parabéns, aliás.

Edgar irritou-se: Chega, Catarina, chega! “Ficou no passado”?! Por favor... Nós estamos muito felizes, sim, mas é porque você, você não está mais nas nossas vidas, aliás, não estava, mas agora parece que voltou a nos atormentar. Mas quanto a isso, vou ser direto: quanto você quer, Catarina? Quanto você quer pra sair de uma vez por todas da nossa vida? Isso deveria ter funcionado da primeira vez, mas como teus planos não deram certo por ganância, estou disposto a abrir mão de mais uma boa quantia pra nunca mais olhar pra você! Vamos, diga, quanto você quer?

Catarina: Não, Edgar, não dessa vez é diferente. Eu não posso e nem vou aceitar teu dinheiro.

Edgar: O quê? Não pode? – questionou incrédulo.

Catarina: Deixa eu terminar, por favor. Eu sei de tudo isso, sei que estraguei tua vida por anos, sei que cometi muitos crimes, mas... deixa eu terminar de te explicar porque eu voltei... Depois que eu fui presa, Fernando foi me visitar, mas ele não sabia sobre esse plano de chantagear a baronesa, assim ele concluiu que eu fugiria para Portugal com todo o dinheiro, sem ele...

Edgar interrompeu novamente: Você seria bem capaz disso... Pelo menos, ele percebeu isso, antes tarde do que nunca...

Catarina encarou profundamente o ex- amante: Nunca fui apaixonada pelo seu irmão. E o que sentia por ele não era nada comparado ao que senti por você...

Edgar: Por favor, Catarina, me poupe do seu teatro. – bradou irritado.

Catarina recomeçou a chorar: É verdade, Edgar... Só agora consegui perceber isso, mas – mudou de assunto percebendo a crescente irritação do interlocutor – isso é passado, não adianta mais pensar nisso, não é?

Edgar respondeu a pergunta retórica: Não, não porque é um absurdo pensar nisso...

Catarina continuou os relatos: Enfim, como você sabe, passei quase um ano presa... E tive redução da minha pena por bom comportamento...

Edgar: Pff...

Catarina: E por outro motivo...

Edgar: Outro motivo?

Catarina: Eu estou doente, Edgar. Durante o tempo que convivi com as outras detentas, eu vi muita coisa, vivi e deixei de viver muita coisa, mas nós convivíamos na mesma cela... e eu acabei ficando com peste cinzenta...

Edgar: O quê? Você está...

Catarina: Sim... tísica, tuberculose... já ouvi vários nomes pra isso... e é por isso, Edgar, eu preciso conviver com a minha filha. Preciso conviver com Melissa antes de eu morrer. – concluiu desabando em lágrimas.

Edgar tenta se aproximar da ex-cantora, mas recua: Calma, Catarina. Mas é tão grave assim? Eu posso falar com algum colega do Dr. Assunção...

Catarina tentando secar as lágrimas: Não adianta, Edgar. Não adianta! Agradeço, mas eu estou condenada... a doença está em estágio avançado, mas mesmo assim, eu gostaria de ver Melissa de vez em quando. Tomando todos os cuidados necessários, claro, Melissa ainda tem a saúde frágil...

Edgar compadecido da situação da mãe de sua filha, buscou sua carteira e pegou uma quantia considerável de contos: Catarina, aceite isso, se hospede em alguma pensão, compre algumas roupas, se alimente e mande um mensageiro avisando onde está hospedada. Assim que possível entro em contato para ver como combinaremos essas visitas à Melissa. Está certo?

Catarina finalmente pegou o dinheiro estendido por Edgar: Oh, obrigada, Edgar! Muito obrigada! Eu sabia que poderia contar com você!

Edgar voltou a ficar sério: Não pense que esqueci tudo que nos fez, Catarina. Mas estou te ajudando por causa de Melissa, entendeu?

Catarina sorriu: Claro! Acredite, se isso realmente não fosse importante pra mim, jamais me humilharia desta forma, você me conhece e sabe muito bem disso.

Edgar concordou: Está certo. Faça o que eu disse e depois conversamos. Até mais ver. – deu as costas à interlocutora e afastou-se em busca de sua esposa e sua filha.

Catarina falou mais uma vez: Obrigada, Edgar! Obrigada!


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Notas finais do capítulo

O que acharam, hein?