Lado A Lado - O Que Houve Depois? escrita por Perniente


Capítulo 28
Verdade


Notas iniciais do capítulo

Viram? Continuei rápido dessa vez!! hahaha

Gente, valeu pelos comentários!! Não esperava! Fiquei feliz demaaaais!

Espero que curtam a continuação :D

Quero dedicar esse capítulo especialmente para a Karen Lavinia! Obrigada à essa maravilhosa grávida pelos papos maravilhosos!



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Laura e Celinha voltavam do quarto de Melissa para encontrar seus respectivos maridos no escritório. João acompanhava as senhoras e Melissa permanecera em seu quarto já sendo embalada pelo sono.

Os três ainda animados pela brincadeira que há pouco participaram, chegavam aos risos até que ouviram o final da conversa que se desenvolvia entre o advogado e o jornalista.

Guerra: Você foi fiel à Laura enquanto estavam separados?

Celinha quis abrir a porta do ambiente, mas a professora a impediu.

Laura sussurrou: Não, tia. Escuta! – A tia apertou a mão do filho e fez sinal para que o menino também fizesse silêncio.

Edgar: Claro! Mas é claro que fui!

Guerra: Edgar...

Edgar: Guerra, nós estávamos separados!

Laura cerrou os olhos não entendendo muito bem o teor da frase.

Guerra: Assim como sua mãe está separada do Bonifácio... Laura também poderia ter tido relacionamentos durante aqueles 6 anos...

Edgar: Não! Não! Nunca!

Guerra: Não? Por quê? Você teve... Não teve? E aquelas namoradas...

“Era isso! Ele teve namoradas enquanto estive fora, então?”, pensou Laura entristecida.

Edgar: Shhh, Guerra! Fala baixo...

Laura não se conteve e revelou sua presença acompanhada de Celinha e Joâo. Edgar não tinha certeza se sua esposa tinha escutado toda a conversa, mas o a forma como a professora o encarava pôs à baixo suas suspeitas: ela ouvira tudo

Laura: Namoradas, Edgar?

Edgar: Laura, não é bem assim... – disse com desespero no olhar e na voz.

Laura: Então me explica! – falou irritada.

Celinha interrompeu: É... Carlos! Acho que está na hora de irmos, não? Joãozinho está cansado e você já falou mais do que devia... Vamos?

Guerra sem jeito: Claro! Claro! Vamos! Boa noite Edgar. Laura. Não precisam nos acompanhar, conhecemos a saída. Com licença. Boa noite. – falava nervosa e ininterruptamente.

Celinha: Boa noite, queridos. Diga boa noite, João. – disse pegando o menino no colo.

João cumpriu as ordens da mãe, sonolento: Boa noite, tio Edgar e tia Laura.

Edgar e Laura responderam quase em uníssono, esgotando o último sorriso que esboçariam naquela noite.

Após as visitas partirem, chegou a hora de botar as cartas na mesa. Edgar teria que falar sobre as mulheres com quem se relacionou enquanto Laura estava no interior. A professora não demorou em lançar as perguntas, sempre diretas e intimidadoras.

Laura: Então... Vai ficar me olhando? Que história de ‘namoradas’ é essa, Edgar?

Edgar nervoso pigarreou tentou responder: Laura, não vamos falar sobre isso, meu amor... Ficou no passado e eu...

Laura interrompeu: Então é verdade? – seu olhar ficava cada vez mais obscuro.

Edgar fechou os olhos e suspirou: É, Laura, mas...

Laura interrompeu-o novamente: Não acredito! De novo! A mesma coisa...

Edgar: O quê? Do que você tá falando?

Laura subia seu tom de voz cada vez mais: Você! De novo, você me traindo! É sempre assim? Nós ficamos afastados e você vê como uma oportunidade pra se aproximar de qualquer mulher?!

Edgar começou a se irritar também: Laura! Nós estávamos separados! Você não tem direito de me cobrar nada! Foi você que foi embora!

Laura: Ah! Eu não tenho? – disse surpresa e magoada.

Edgar: Não. Não foi isso que eu quis dizer. Eu...

Laura: Quando eu voltei, você foi ao meu trabalho, lá na escola da Melissa, falar que ‘eu tinha ido embora, mas você havia ficado’. Que ‘eu me separei, mas você ficou aqui, casado comigo e com os restos do que eu deixei pra trás’. Se lembra disso, Edgar?

O advogado que olhava para o chão, balançou a cabeça afirmativamente.

Laura prosseguiu: Você mentiu.

Edgar: Ahm? Não! Eu não menti! Eu realmente fiquei! Vivi uma farsa criada pela sua mãe durante anos, isso sim! 6 anos, Laura!

Laura voltou ao seu tom habitual com os olhos marejados: Não, Edgar... Se você tivesse continuado casado comigo, você não teria procurado outra mulher. Outras, aliás. Você não teria me esquecido.

Edgar: Não, Laura! Eu nunca te esqueci! Nunca! Eu tentei. Tentei te odiar, te esquecer, ser indiferente. Mas eu não consegui. Eu nunca conseguiria! Você sabe que eu te amo! - Laura ficou desarmada e o rapaz prosseguiu – Eu não sabia se você iria voltar algum dia, nem onde você morou durante todos esses anos... E não sei se meu orgulho permitiria que eu te procurasse mesmo que soubesse... Meu amor, quando você retornou, uma mistura de sentimentos brotou em mim! Eu queria pular de alegria, te abraçar, te amar de novo, mas ao mesmo tempo estava magoado e ferido, meu ego estava dilacerado. Mas nós fomos nos aproximando e... – ele se aproximou da esposa e juntando suas mãos nas dele, prosseguiu – Laura, eu te amo.

Laura encarava o marido e tentando conter as lágrimas, respondeu: Eu sei, Edgar. Eu também te amo. Eu nunca deixei de te amar. Você sabe por que eu fui embora e por que fiquei afastada durante todos esses anos. Mas agora eu sei que mesmo assim, Edgar... Eu permaneci casada com você, mas você não permaneceu casado comigo, por mais que você afirme o contrário. – ela soltou suas mãos e saiu em direção às escadas.

Edgar: Laura... por favor... – suplicou seguindo a esposa.

A moça ainda chorava quando chegaram ao quarto. Frente à frente, o casal se encarou novamente em silêncio até ela tomar coragem e mesmo sem certeza se suportaria ouvir as próximas respostas.

Laura: Me diz, Edgar. Quantas foram? – foi direta engolindo o choro.

Edgar surpreso: Laura, por quê? Não faz isso.

Laura insistiu: Quantas foram, Edgar?

Edgar baixou a cabeça e sussurrando respondeu: Três...

Laura suspirou e enxugando mais algumas lágrimas fez a pergunta mais importante: E foi aqui?

Edgar confuso: O quê?

Laura olhou profundamente nos olhos do marido e foi clara: Foi aqui, na nossa cama?

Edgar surpreso e quase ofendido: Não! Nunca! – disse se aproximando da amada – Laura, essa cama sempre foi nossa! Só nossa! Nunca nenhuma mulher encostou ou vai encostar aqui. Só você. Só nós dois – terminou acariciando o rosto da esposa enquanto secava se rosto.

Laura acreditara nas respostas do advogado, mas muito magoada com a inesperada revelação, sentiu a necessidade de ficar só aquela noite: Edgar, por favor, eu preciso ficar sozinha essa noite. Você se importa de dormir no quarto de hospedes? – disse quase sussurrando.

Edgar encarava-a incrédulo: Laura, não... Vamos conversar...

Laura: Por favor, amanhã... Eu to cansada... Eu preciso pensar  no nosso filho. – levantou o olhar para ele, prosseguiu – Por favor.

Edgar foi convencido. Queria a esposa bem, ainda mais estando grávida! Sentindo-se péssimo, como marido e homem, beijou a testa da esposa e assentiu.

Edgar: Está bem, conversamos amanhã. Boa noite, meu amor!

Dirigindo-se à saída do quarto, o casal trocou o último olhar do dia. Um olhar que transmitia todo o amor e decepção que sentiam em seus corações.

A porta se fechou. No dia seguinte eles conversariam.


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Notas finais do capítulo

Ah, cês tão super cultas numa ~vibe~ de botar música de trilha sonora do fake né?
Tenho uma também! haha "Você não me ensinou a te esquecer", do gostosíssimo Caetano Veloso! Ideal pra esse capítulo. Segue a letra!


Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando me encontrar

E nesse desespero em que me vejo
já cheguei a tal ponto
de me trocar diversas vezes por você
só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar