Lado A Lado - O Que Houve Depois? escrita por Perniente


Capítulo 27
Passado vem à tona


Notas iniciais do capítulo

Tirei o pó dessa parada!! hahaha
Espero que curtam!!

Dedico o capítulo à Fer, à Vivinha e à Filipa, suas lindas!



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Discutir com os pais nunca é fácil. Vê-los em situações inusitadas muito menos. E se sua mãe estivesse namorando seu sogro? Ou teu pai estivesse apaixonado pela tua sogra? Como você reagiria?

Edgar entendeu o ponto de vista de Laura, há tempos não via sua mãe com um olhar tão encantador. Havia dúvidas quanto ao futuro desse relacionamento, mas Edgar pensaria naquilo depois, pois, naquele momento, estava ocupado demais recebendo beijos de sua linda esposa.

Laura livrou-se dos braços do marido: Edgar, vamos voltar. Temos outros convidados a nossa espera! Demoramos demais aqui.

Edgar suspirou: Que jeito, né? Minha vontade era ficar aqui com você – disse manhoso enquanto abraçava a moça e lhe roubava outro beijo.

Ao chegarem ao cômodo principal notaram a ausência de mais alguns convidados. Passaram mais tempo no escritório do que haviam pensado...

Edgar sussurrou para a esposa: Ué, tínhamos mais convidados, não?

Laura retorquiu no mesmo tom de voz: Sim! Mas o Sr. tinha que me arrastar pra fora da festa... – fingiu uma braveza que não sentia - Somos péssimos anfitriões, Edgar! – completou divertida enquanto encostava-se envergonhada no ombro do marido que retribuía o sorriso.

Jonas e Alice, Sandra e Teodoro, Albertinho e Heloísa, Matilde e Neto também haviam deixado a festa. Alguns tinham partido antes mesmo da saída à francesa de Dona Margarida e Dr. Assunção.

Isabel olhava o casal como uma mãe que botaria os filhos de castigo: Mas vocês, hein? Sumiram!! – Ela suavizava o olhar enquanto Laura e Edgar riam nervosos e envergonhados.

Laura tentou desculpar-se: Tivemos que resolver algumas coisas... Peço desculpas. Por nós dois, não é, Edgar?

Edgar: Sim! Claro! Perdões!

Laura: Mas... Onde estão todos?

Celinha inseriu-se na prosa: Foram embora. Sabe como é, né, Laurinha? Os recém-casados queriam logo voltar pra casa... – olhou sugestiva – E os outros queriam um tempo sozinhos para o namorico...

Guerra manifestou-se: Célia! – disse num tom mais alto que o habitual com tom repreensivo.

Celinha encarou-o assustada: Desculpe! Esqueci...

Todos os outros presentes se entreolharam como se quisessem entender o mistério por trás daquele pequeno diálogo, Edgar estava prestes a iniciar uma inquisição em busca dessas respostas quando Zé Maria puxou Isabel.

Zé: Meu amor, tá ficando tarde... Amanhã trabalho cedo. O Edgar sabe como é uma loucura o ritmo lá na tecelagem, não é mesmo? – disse olhando na direção do advogado.

Edgar: O que é isso, Zé? Fica mais um pouco!

Isabel: Não, Edgar! O Zé tá certo... Já está na hora de irmos. Amanhã tenho uma reunião com a companhia lá no Teatro... Preciso dormir bem e acordar bem calma! Me dá até calafrios pensar naquele bando de maluco! – a morena ri e todos a acompanham.

Zé: Eu vou chamar o Elias então. – disse dando um beijo rápido na esposa.

Laura: Ele deve estar no quarto de Melissa, eu te acompanho até lá...

Zé: Não precisa, não se incomode! – disse dirigindo-se ao pé da escada – Elias!! Venha, estamos indo embora! – gritou provocando uma leve careta nos outros presentes.

Passados breves momentos o menino desceu as escadas. Elias estava emburrado, pois não queria despedir-sede seus amigos. Passara boas horas brincando com eles durante a confraternização dos adultos.

Elias: Ahh! Eu não quero ir!

Zé: Ô! Tá tarde, Elias! É hora de criança dormir!

Elias: Mas a Melissa e o João não tão indo dormir agora...

Guerra: Ah, mas não se preocupe, meu rapaz, nós logo estamos levando o João pra casa também! – disse o jornalista enquanto dava uma piscadinha de olho para Isabel e Zé Maria

Após convencer o garoto, despediram-se todos da dançarina e do capoeirista, restando Apenas Laura, Celinha, Edgar e Guerra para encerrar a festa.

Celinha: Carlos, está na hora de irmos também, não acha? As crianças devem estar cansadas e nós já estamos atrapalhando o casal... – falou carinhosa para o marido e olhou sugestiva para a sobrinha ao final da última frase.

Laura: Que é isso, tia! Imagine! Estamos adorando ter vocês aqui!

Guerra: Não, Laura, mas a Célia tem razão. Está mesmo na hora de botarmos aquele mocinho na cama! E eu também estou cansado, e como o Zé disse “ o Edgar sabe como é” lá na redação, não é, Edgar?

Edgar: Ih, isso é verdade...

Laura: Bom, se é assim... Tia, vamos lá chamar o João. Eu acompanho a senhora.

Enquanto as mulheres furam em busca das crianças, comentavam sobre a festa. Laura comentou superficialmente com a tia sobre o que ocorrera no escritório, mas ao chegar ao quarto de Melissa, interrompeu o assunto.

As senhoras ficaram encantadas com a brincadeira criada pelos infantes: eles haviam montado um pequeno circo em que o picadeiro era o tapete do quarto e a cama uma enorme plateia para as bonecas da menina. No palco, todos os bichinhos de pelúcia tornaram-se estrelas das peripécias imaginadas por Melissa e João. Laura e Celinha, admiradas, juntaram-se a eles criativa diversão.

Edgar e Guerra esperavam suas esposas no escritório e passaram a conversar também sobre a festa.

Guerra: Que maravilha, meu amigo! Vai ser pai!

Edgar sorriu bobo: Ai Guerra! Você não tem ideia de quanto essa notícia me deixa feliz!

Guerra: Eu tenho, Edgar! Eu vi o teu sofrimento... O da Laura...

Edgar relembrou os fatos do passado entristecido: É... É verdade... – mas mudou rapidamente de humor – Só que agora tudo é diferente! Tudo isso ficou pra trás!

Guerra: Que assim seja, meu caro! Mas me fala, você me parece meio tenso e não estava assim no começo do jantar... Aconteceu alguma coisa?

Edgar apreensivo retorquiu: Eh, mas você me conhece mesmo, hein meu amigo? – sorriu tenso

Guerra retribuiu o sorriso: Desde que você não tinha pelos na cara! Acho que sei um pouco sobre você, afinal...

Edgar, então contou sobre o acontecido durante a tarde, sobre a relação de sua mãe com o sogro, a sua opinião, a opinião de Laura. Ele não tinha muitos segredos com Guerra e realmente queria ouvir os conselhos do amigo.

Guerra: Edgar, veja... Laura tem razão...

Edgar: Mas é minha mãe! Ela tem que ser fiel ao meu pai... mesmo separados, não?

Guerra: Você foi fiel à Laura enquanto estavam separados?

Edgar empinou o nariz: Claro! Mas é claro que fui!

Guerra: Edgar...

Edgar: Guerra, nós estávamos separados!

Guerra: Assim como sua mãe está separada do Bonifácio... Laura também poderia ter tido relacionamentos durante aqueles 6 anos...

Edgar respondeu grosseiro: Não! Não! Nunca!

Guerra: Não? Por quê? Você teve... Não teve? E aquelas namoradas...

Edgar: Shhh, Guerra! Fala baixo...

Porém era tarde demais. Laura estava chegando ao escritório com Celinha e João quando ouviu o final da conversa dos amigos.

Laura com profundo olhar de decepção encarou o marido: Namoradas, Edgar?


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Notas finais do capítulo

Desculpa, parei num gancho, mas prometo que volto a escrever logo!