O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 16
Uma nova semideusa


Notas iniciais do capítulo

gente, me perdoem ok? bjos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/347317/chapter/16

Ele olhou para ela em choque e se aproximou devagar depois de transformar a espada em anel novamente. O corpo da garota estava enrolado em uma rede dourada, finos fios se entrelaçavam, mas eram muitos e pareciam resistentes.

Ele olhou pela janela, o sol estava nascendo. Depois voltou seu olhar para ela.

- O que houve? – Ele perguntou e estendeu a mão para tentar ajudá-la, mas alguns fios tentaram se enrolar em sua mão como se tivessem vida própria e ele a puxou de volta.

- Não sei, eu estava levantando quando isso se enrolou em mim! – Ela gemeu e Caleb viu que ela estava fazendo força para tentar se soltar. – Chamei você assim que me vi enrolada.

O garoto franziu a testa, aquela armadilha não estava ali por coincidência, alguém esperava pegar algum semideus ali... Ou um deus.

- Tudo bem, primeiro precisamos tirar você daí. – Ele falou tentando pensar em um meio de fazer aquilo sem machucar Alícia.

A espada estava fora de questão.

- Caleb. –Alícia chamou baixinho e ele a olhou, seus olhos estavam marejados, como se estivesse se despedindo dele. – Apenas quem colocou essa armadilha vai saber como me libertar, e você não pode perder tempo, faltam apenas três dias para libertar Zeus.

Caleb começou a sacudir a cabeça de um lado para o outro ao perceber o que ela queria dizer.

 - Não Alícia, eu posso encontrar um meio! – Ele falou começando a ficar angustiado e ela sacudiu a cabeça.

- Caleb, a profecia avisou. Lembra? – Alícia falou e ele lembrou das linhas ao mesmo tempo em que ela recitava. – “A vergonha de Creta mostra o caminho. Porém em certo momento acabarás sozinho.”. Você precisa partir sem mim.

- Não! Eu não vou te deixar aqui! – Ele falou e a garota deu um leve sorriso pouco antes de seu rosto ficar lívido. – Alícia?

- Tem algo vindo para cá! – Ela falou e Caleb apurou os ouvidos. Ela tinha razão. Ele olhou para ela. – Você precisa fugir!

Ele sacudiu a cabeça em negação.

- Olha aqui garoto! – Ela falou completamente irritada e ele olhou para ela. – Você tem apenas 3 dias para encontrar o senhor dos céus e libertá-lo. E definitivamente você não vai ser capturado junto comigo! Então você vai sozinho! Agora!

- Como você tem certeza que só vão capturar? – Ele falou enquanto arrumava o mapa dentro da mochila e tudo o que ele precisaria depois.

Alícia deu uma risada nervosa.

- Se quisessem nos matar não teriam colocado essa armadilha, vai por mim. – Ela falou. – Não se preocupe, eu me viro. Afinal meu pai é o deus que sempre arranja uma saída para tudo! – Ela sorriu travessamente. – Agora vai! Eles vão estar aqui em pouco tempo!

O garoto assentiu, mas por dentro estava se sentindo o maior covarde do mundo. Ele se aproximou da garota e deu um beijo em sua testa.

- Não se preocupe, eu volto para libertar você. – Disse e se aproximou da janela.

- É bom mesmo. – Ele ouviu o sussurro dela enquanto descia pela parede do hotel como se fosse uma aranha gigante.

Quando chegou ao chão correu para longe dali o mais rápido que conseguia.

*****

Depois de algum tempo Caleb se viu novamente no bosque que havia ficado com Alícia no dia anterior. O pensamento foi como um murro no estômago e ele se dobrou de dor.

- Como pude deixá-la? – Ele perguntou-se e jogou a mochila no chão. – Eu não sou digno, não sou um herói. Eu devia ter arrumado um meio...

Concentre-se Caleb. Uma voz feminina disse em sua mente, mas não era Ártemis quem falava, apesar do tom de voz ser parecido. Ela arrumou um tempo precioso que você não deve desperdiçar, encontre Zeus e ela será libertada.

- Quem é você? – Ele perguntou e ouviu uma leve risada, mas a resposta não veio.

Ele pensou por um momento, então a ideia que teve no dia anterior voltou à sua mente: o mapa.

Ele remexeu fundo na bolsa e retirou o mapa e o estendeu pelo chão da clareira. Então pegou o arco e uma flecha.

Caleb respirou fundo uma vez e fechou os olhos.

Visualizou em sua mente um corpo humanóide, porém com chifres e pelos por todo o corpo, se concentrou um pouco mais e moveu a ponta da flecha de um lado para o outro, ainda com os olhos fechados imaginou uma corda conectando a ponta da flecha ao Minotauro e incrivelmente sentiu a ponta pesar em alguma direção, ele retesou o arco e atirou com os olhos fechados.

Quando ia olhar para onde a flecha estava cravada, uma voz de menina soou em algum ponto à direita dele, mas não era Alícia:

- Nem imagino o que o mapa fez para precisar levar uma flechada. – Ele ouviu uma insinuação de riso na voz e preparou outra flecha. Ele achava que já havia ouvido aquele tom de voz antes, mas não conseguiu lembrar quando.

- Quem é você? – Ele perguntou enquanto se xingava mentalmente por baixar tanto a guarda, quase pôde ouvir a repreensão de sua mãe.

Então ela entrou em seu campo de visão.

A garota tinha mais ou menos a altura dele, cabelos longos e de um tom castanho-chocolate intenso, um rosto gracioso e se movia com elegância. Vestia jeans, uma camiseta azul-claro e botas de caminhada. Em sua cintura havia um estojo com duas adagas. Mas a parte que mais perturbou Caleb foram os olhos da garota: dourados. Como os dele.

- Meu nome é Iole. – Ela falou com as palmas das mãos voltadas para cima enquanto se aproximava dele devagar. – Sou semideusa, assim como você.

Ele não baixou o arco, mas incrivelmente sentia que estava reagindo ao tom tranqüilizante da voz dela. Então ela parou bem na frente dele e eles se olharam nos olhos, Caleb não sabia dizer o que estava acontecendo, mas ele parecia conhecê-la há muito tempo.

Ele baixou o arco e ela sorriu enquanto estendia a mão para cumprimentá-lo.

- Sou Caleb. – Ele falou e a garota assentiu enquanto apertavam as mãos. – Filho de Ártemis.

Ela sorriu com melancolia e ele ficou confuso, não pela melancolia, mas pela falta de surpresa que ela demonstrou.

- Minha mãe é Hera. – Ela falou como se soubesse o que ele estava pensando.

O queixo dele caiu e ela soltou uma risada baixa.

- É, você está certo, parece que tanto eu quanto você não devíamos existir. – Ela falou e olhou para o mapa, evitando o olhar dele.

- Como você me encontrou? – Ele perguntou estudando o rosto dela.

- Minha mãe me mostrou o caminho. – A garota, Iole, falou calmamente ainda sem olhar para ele. – O que há em Tulsa?

- O Minotauro. – Ele respondeu. – E porque ela te ajudou a me encontrar?

- Ela queria que eu ajudasse você e a outra meio-sangue a resgatar Zeus. Minha mãe acredita que ele vai poupar minha vida se eu fizer isso. – A garota falou e olhou para ele com tristeza. – Eu não tenho tanta certeza.

- Mas isso quer dizer que Hera teve um caso com um mortal? – Caleb perguntou, sua voz subindo um tom e Iole sacudiu a cabeça.

- Pense nos termos que você nasceu, então chegará bem perto da resposta. – Ela falou e olhou em volta. – Mas antes precisamos chegar à Tulsa, algo me diz que você está caçando a chave para encontrar Zeus.

O garoto sorriu largamente e depois lembrou de Alícia e sua expressão desmoronou.

- A filha de Hermes vai ficar bem. – Iole falou com firmeza, adivinhando seus pensamentos.

- Como você sabe? – Ele perguntou um tanto desconfiado.

- Minha mãe a protege, dará um jeito de salvá-la. – A garota disse confiante. – Mas agora precisamos arrumar um meio de chegar rapidamente à Tulsa. Você tem algum meio de transporte?

Caleb segurou a vontade de dar uma risada. Os deuses o abandonaram a própria sorte, claro que ele não tinha um meio de transporte. Mas em vez da resposta espirituosa que ele ia dar, apenas sacudiu a cabeça em negação.

- Sua mãe deve ter te dado algum presente, alguma coisa, que você não deu muita importância quando ganhou. – Ela falou enquanto remexia na pulseira que trazia consigo e então ele lembrou. O cordão com o pingente.

- Hum, um momento. – Ele falou virando de costas para retirar o cordão do pescoço e olhou o pingente.

Uma forma de chamar meu animal sagrado. A voz da mãe dele voltou e ele sorriu.

- Olá Fly. – Ele ouviu a voz da garota e se virou, ela acariciava o pescoço de um pégaso marrom que estava com os olhos fechados, apreciando o carinho.

- Como...? – Foi a única palavra que saiu dos lábios dele e Iole sorriu levemente. – Esqueça, eu sei, sua mãe. – A garota deu uma risada baixinha e concordou com a cabeça.

- Agora, chame a Corça. – Ela falou e ele pensou na corça, parecia impressão, mas seu pingente parecia mais quente.

Segundos depois uma corça dourada estava parada próxima a ele e acariciava o rosto dele com o focinho, como se o conhecesse a vida inteira.

- Monte e diga a ela aonde devemos ir. – A filha de Hera já estava sobre o pégaso e sorria para ele. – Algo me diz que ela vai te obedecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ok ok, deixem reviews nos dizendo o que acharam.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Filho De Ártemis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.