O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 15
Alícia é presa em uma armadilha


Notas iniciais do capítulo

nos perdoem pela imensa demora ok?



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- Como vamos encontrá-lo? – Alícia falou enquanto Caleb andava de um lado para o outro.

- Não sei. – Ele admitiu.

- Sua mãe é a deusa da caça aos monstros mitológicos! – Ela falou parecendo frustrada e foi como se uma luz se acendesse na cabeça dele.

- É isso! – Ele falou e a abraçou. – Hum, desculpe. – Falou e se afastou ao notar o rosto dela um tanto vermelho e sentindo a própria face quente.

- Sem problema. – Ela murmurou antes de dar um pigarro e olhar para ele. – Então, é isso o quê?

Ele sorriu largamente.

- Eu posso tentar rastreá-lo, como você disse, minha mãe é a deusa da caça. Não custa nada tentar. – Ele deu de ombros.

Ela ponderou por um momento.

- Hum, pode ser. Mas como?

Ele olhou ao redor, estudando as árvores por alguns instantes para clarear os pensamentos antes de dizer:

- Eu acho... Acho que antes de tudo vou precisar de um mapa do país. – Caleb falou hesitante. – Mas onde vamos conseguir isso?

Alícia sorriu travessamente.

- Tem uma cidadezinha aqui perto. – Ela falou. – Eu posso, hum, comprar um mapa em uma lojinha.

Caleb estreitou os olhos para o tom inocente dela, pois seus olhos verdes diziam que ela não pretendia comprar nada.

- Ora Caleb! – Alícia falou se divertindo, mas não havia nenhuma mudança em seus olhos.

O garoto suspirou e concordou com a cabeça, afinal aquilo era uma emergência.

- Ótimo, vamos! – Ela falou e o puxou pela mão.

****

Eles caminharam por alguns minutos, com Alícia sempre guiando o caminho até se depararem em uma cidade, estava escurecendo, mas o caminho para a cidade estava claro.

A garota o estudava sutilmente, ele era bonito, com os cabelos ruivos ondulados nem grandes nem pequenos demais, musculoso, mas proporcional, tinha lábios cheios e bem desenhados. Mas não parecia notar o interesse dela e a garota suspirou tristemente. Talvez ele não se interessasse por ela.

- Onde estamos? – Caleb perguntou depois de algum tempo de silêncio, estava tentando não notar os olhares furtivos que Alícia lançava para ele.

- Washington D.C. – Ela respondeu prontamente, como se tivesse estado lá antes e Caleb a olhou surpreso. Ela riu baixinho antes de falar. – Nem sempre eu morei no Acampamento, tive que me virar por um tempo, sozinha... – Ela parou e Caleb esperou que ela falasse mais alguma coisa, mas Alícia mudou de assunto. – Podemos nos alojar em um hotel beira de estrada que fica na entrada da cidade, não se preocupe, o lugar é barra limpa. Vamos.

*****

Alícia arrumou dinheiro para pagar um quarto para eles e quando Caleb perguntou onde ela havia conseguido, a garota apenas sorriu e disse “Por aí”. Ele achou melhor não pressionar mais, talvez não quisesse saber.

Assim que chegaram ao quarto descobriram que só havia uma cama. Caleb olhou para Alícia que estava vermelha como um tomate.

- Hum, eu durmo no chão. – Ele balbuciou enquanto sentia seu rosto ficando vermelho. – Acho que deve ter um saco de dormir na minha mochila.

- Ah, tudo bem. – Alícia falou e se dirigiu para a porta. – Vou, er, comprar o mapa para você, já volto.

Disse e saiu rapidamente.

- Garotas são estranhas. – Ele murmurou para si enquanto remexia na bolsa. – Nunca se deve tentar entendê-las.

Retirou o saco de dormir e uma muda de roupa limpa. Olhou para o banheiro e depois para a porta do quarto, antes de dar de ombros e ir tomar banho.

*****

Quando saiu do banheiro ele viu Alícia sentada no chão enquanto fitava um mapa intensamente.

Ele se aproximou bem devagar, com a intenção de dar um susto nela.

- Nem pense em fazer isso. – A voz dela estava repleta de tom de alerta.

- Eu não ia fazer nada! – Ele se defendeu e ela riu baixinho antes de olhar para ele.

- Ia sim e nós dois sabemos disso! – Ela falou e ela teve que concordar com a cabeça.

- Eu me rendo. – Caleb falou rindo. – Então, o que você estava fazendo? E como sabia que eu estava aqui?

Ela apontou para o mapa e ele revirou os olhos.

- Meu pai é o deus dos ladrões, sabe como se mover furtivamente... E, bem, posso dizer que foi um pouco difícil saber que você estava aqui, seus passos são leves, como os passos de um caçador, mas meus instintos me disseram que havia alguém me observando. Obviamente só podia ser você.

Eles ficaram quietos por uns cinco segundos enquanto Caleb absorvia as palavras dela antes de falar:

- Hum, talvez você queira tomar um banho. – Ela assentiu, mas seu olhar ainda estava fixo em algum ponto no mapa que Caleb não conseguiu distinguir. Então ela se afastou e remexeu na bolsa.

- Eu fico de vigia no primeiro turno, durma um pouco. – Ela disse trancando a porta do quarto e ele se enfiou no saco de dormir.

Caleb achou que estava ligado demais para dormir, mas assim que fechou os olhos, adormeceu... E teve um pesadelo.

Ele estava novamente na sala escura, dessa vez havia menos braseiros e mais escuridão.

- Já encontraram a criança? – A voz era fria, antiga e causou arrepios em Caleb. (N/A: Não é Cronos... Mais à frente vou revelar quem é. Ah, ele não vai ficar com a Alícia ok?).

A coisa na escuridão grunhiu de raiva e o homem se encolheu.

- Achei que seus poderes seriam úteis Morfeu! – A coisa disse com irritação e o homem se encolheu ainda mais. – Vasculhe os sonhos, essa criança vai precisar dormir mais cedo ou mais tarde! Se uma foi encontrada logo as outras aparecerão, não podemos permitir que se reúnam.

- Claro, senhor. – O homem, Morfeu, disse e começou a se afastar.

- E Morfeu. – A coisa chamou em um tom falsamente gentil e o homem se virou. – Garanta que nosso convidado se sinta muito bem recebido. – A voz disse e Morfeu assentiu.

Caleb viu Morfeu se afastar e resolveu segui-lo, ele não foi muito longe, duas salas de distancia ele abriu uma porta e o que o garoto viu o fez perder o fôlego. Ele congelou ao ver um homem, com o rosto orgulhoso, belo e severo, que usava um terno risca de giz que estava deitado em uma espécie de mesa de pedra, seus pulsos e tornozelos estavam acorrentados em algemas de ouro, seus olhos com o tom cinzento de chuva focalizaram Morfeu e o deus rugiu de raiva.

- COMO OUSA PRENDER-ME? – Ele gritou, mas o outro deus o ignorou enquanto entrava no aposento e se aproximava lentamente do deus preso.

Caleb ouviu o outro deus murmurar em tom sarcástico:

- Foi só você achar que seu precioso filinho estava em perigo para você mover seu corpo preguiçoso do Olimpo, não é mesmo Lord Zeus.

- Onde Tom está? – O senhor dos céus parecia ao mesmo tempo irado e preocupado.

- Ah, não se preocupe... Ele está onde queremos que ele esteja... Ainda vivendo sua vida semi-mortal, pelo menos por enquanto. Ele não tem serventia para mim fugindo pelo país sem destino certo.

Caleb franziu a testa. Quem era aquele garoto? Ele precisava encontrá-lo e avisar que ele corria perigo, mesmo que não soubesse.

Ele olhou para Zeus, mesmo preso ainda tinha o porte de um rei. E o deus olhou em seus olhos, como se soubesse que ele estava ali. Não havia um pedido de socorro em seus olhos, era mais como uma espécie de desafio para o garoto encontrar onde ele estava e libertá-lo.

Então Morfeu estendeu as mãos sobre o rosto do senhor dos céus e começou a cantar baixinho em uma língua desconhecida enquanto o deus tentava lutar contra aquilo, então ele começou a relaxar e logo estava de olhos fechados, mas Caleb não sabia dizer se ele estava dormindo ou apenas com os olhos fechados.

- Sonhe com a destruição do seu adorado centro de poder, seu Monte Olimpo! – Morfeu disse as palavras com raiva, como se desejasse aquilo ardentemente. – Pois em breve ele cairá.

Caleb olhou novamente para o rosto do deus dos deuses, o garoto não podia acreditar que ele estava realmente preso e flácido sobre uma mesa.

“Lord Zeus.” Ele pensou enquanto se sentia acordar aos poucos.

- Caleb! – Ele reconhecia aquela voz, e aquele alarme, mas ele precisava de mais informações, onde Zeus estava? – Caleb! Socorro!

Ele abriu os olhos ao som daquela palavra, dois segundos depois ele estava de pé, segurando a espada em posição de ataque. Ele tentou retroceder a cena em sua mente para tentar entender como havia se levantado tão rápido e convocado sua espada enquanto seus olhos buscavam a ameaça que a voz de Alícia havia encontrado, mas não havia nenhum monstro no quarto. Então ele olhou para ela e viu qual era o problema.

Alícia havia sido presa em uma rede de ouro, e olhava para ele em desespero.


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Notas finais do capítulo

então, o que acharam? desculpem a demora ok?



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