O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 13
Detalhes da missão


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos hoje para recompensá-los!



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Quíron se pôs de pé pouco antes de um ofego coletivo sair de todos os campistas, Caleb viu alguns se levantar de seus lugares para olhar melhor para ele, que não entendeu o que estava acontecendo até Alícia falar calmamente para ele.

– Olhe para cima Caleb. – Ela disse, sua voz um pouco mais alta que um sussurro. Ele olhou para cima e o que viu só confirmou o que havia acabado de pensar.

A imagem de uma corça dourada diante de uma lua brilhava sobre sua cabeça. Ele ergueu a mão e um brilho perolado igual ao do seu primeiro sonho o banhava, como luar líquido sobre sua pele, então a imagem tremulou e desapareceu, assim como o brilho em sua pele.

O caos rompeu o acampamento em questão de segundos.

– Como ele pode ser filho dela? – Ele ouviu uma garota guinchar e sentiu os olhares de acusação de muitos semideuses, mas se manteve firme no meio do pavilhão enquanto conversas nervosas brotavam de todos os cantos.

Foi preciso Quíron bater os cascos novamente no chão para todos se calarem.

– Muito bem, vamos reunir o conselho agora, conselheiros, venham comigo. – Ele lançou um olhar penetrante em Caleb. – E você também Caleb, já que o Oráculo destinou uma missão a você.

Assim que ele disse isso uma criança de cada chalé saiu de sua mesa e seguiu Quíron para a Casa Grande. Todos se dirigiram imediatamente para a sala de recreação. Caleb contou 18 semideuses, incluindo ele, em volta da mesa de pingue-pongue.

Ele não sabia o nome de todos, mas sabia do parentesco de cada um: havia um filho de Eos, a deusa do amanhecer. Um filho de Éris, a deusa da discórdia. Um filho de Hécate, deusa da magia. Uma filha de Hipnos, deus do sono. Um filho de Íris, a deusa do arco-íris. Um filho de Métis, a deusa da prudência. Uma filha de  Morfeu , o deus dos sonhos. Um filho de Nêmesis, a deusa da vingança. Um filho de Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Uma filha de Apolo, o deus do sol, da música e da medicina. Uma filha de Ares, o deus da guerra. Um filho de Atena, deusa da sabedoria e da guerra. Um filho de Deméter, a deusa da agricultura. Uma filha de Dionísio, deus do vinho. Uma filha de Hades, o deus do Mundo Inferior. Uma filha de Hefesto, deus das forjas. Uma filha de Hermes, deus dos viajantes e dos ladrões. E havia ele, filho de Ártemis, a deusa da lua e da caça.

Todos pareciam perturbados demais, e nenhum tirava os olhos de Caleb por muito tempo.

– Então, Caleb. – Quíron disse tentando soar calmo, mas Caleb sabia que ele estava tão nervoso quanto todos ali. – Sua mãe é Ártemis. O que viola o juramento dela de ser eternamente virgem...

Caleb ergueu a mão antes que Quíron terminasse de falar e todos na sala prenderam a respiração, ao que parecia ninguém nunca interrompia o centauro. Bem, sempre tem uma primeira vez. Caleb pensou e tomou a palavra.

– Antes que todos tomem conclusões precipitadas, eu quero dizer algo em favor da minha mãe. – Ele falou calmamente, pois já havia ensaiado aquele discurso várias vezes em sua mente.

Caleb olhou para todos os rostos e alguns assentiram levemente.

– Ártemis é minha mãe, sim, mas não me concebeu da forma convencional. – Ele falou, aquela era a parte que ele temia, assumir que era uma aberração maior que todos os outros.

– Explique isso. – Uma garota falou para ele, parecendo um tanto irritada.

Caleb criou coragem e apontou para o filho de Atena, estava disposto a usar um discurso parecido ao que o seu patrono utilizou durante o conselho.

– Como você nasceu? – Ele disse e o garoto pareceu surpreso por um instante antes de compreender a verdade por trás da pergunta dele.

– Através dos pensamentos de minha mãe com meu pai mortal. – Ele disse.

– E como sua mãe nasceu? – Caleb continuou.

– Dos pensamentos de Zeus, ele... Bem, ele engoliu a mãe dela quando ela ainda esperava Atena e no tempo certo minha mãe saiu da cabeça de Zeus. – O garoto continuou um tanto vermelho agora.

Caleb sorriu triunfante ao ver a compreensão nos rostos de todos ali. Inclusive no de Quíron.

– Eu seria um adolescente mortal, como minha mãe foi, mas ela havia sido uma Caçadora, e por isso Ártemis salvou a minha vida e se tornou minha mãe quando a minha mãe mortal estava morrendo, porque eu não estava pronto para nascer. – Ele falou concluindo rapidamente. – Ela não teve nenhum tipo de envolvimento com homem algum.

Os semideuses assentiram levemente.

– Os deuses decidiram que eu deveria cumprir uma missão para provar meu valor perante eles, imagino que tenham finalmente decidido. Eu preciso salvar um deus que está acorrentado. – Caleb disse estremecendo visivelmente.

– Então é isso que quer dizer com “Criança da Lua, cuidado. No oeste o que busca está acorrentado.” – Disse uma menina que estava sentada ao lado de Nattaly. – Você é o filho de Ártemis, literalmente é uma criança da Lua.

– “O deus que está preso deve encontrar, E de sua prisão irá o libertar.” – Recitou uma garota que estava com as botas em cima da mesa. – Que deus foi preso? Como não ficamos sabendo disso?

Todos olharam para Dionísio, que estava quieto em seu canto lendo uma revista sobre vinhos. Ele pareceu perceber o silencio súbito e olhou para todos.

O deus suspirou antes de falar:

– O deus sequestrado é ninguém menos que meu pai, o senhor dos céus. – Ele falou e todos ficaram em choque incrédulo. – Não falei nada antes porque os outros deuses não querem essa informação divulgada por aí.

Todos permaneceram em silêncio, até que Quíron falou:

– Os deuses estão certos em não voluntariar essa informação, se algum inimigo do Olimpo souber que o senhor dos deuses está aprisionado, eles podem escolher esse momento para atacar por concluir que o Olimpo está vulnerável. Devemos nos concentrar na profecia de Caleb nesse momento. Quais são as próximas linhas?

– “A vergonha de Creta mostra o caminho. Porém em certo momento acabarás sozinho. Quando disser em desespero. Não sou um nobre guerreiro.” – Disse uma garota do lado oposto ao de Caleb, ela tinha cabelos e olhos escuros e disse completando a profecia. – “A esperança surgirá. E alguém igual a você ela será.”.

Caleb ficou pensativo naquela parte. Como assim alguém igual a ele? Pelo que sabia Ártemis não tinha nenhum outro filho. Todos o olharam, também parecendo confusos.

– Talvez sua mãe mande ajuda, pode ser outra criança ligada a ela. – Sugeriu um garoto, mas ele não parecia confiante e Caleb viu que ele evitou a palavra “filho”.

Aceitar uma criança de Ártemis já era um problema, imagine aceitar duas. E não, ela teria dito a ele se ele tivesse um irmão, ou uma irmã em algum lugar. Caleb sacudiu a cabeça.

– Não, ela não faria isso. Ártemis sabe que os deuses me aceitarem não será fácil, ela não colocaria outro semideus em perigo assim. – Ele disse mais tentando convencer a si mesmo do que convencer os outros.

Quíron olhava para ele, parecendo ponderar a escolha de palavras dele.

– Talvez, mas por enquanto o conselho está suspenso. Caleb, a sua missão diz que você deve salvar o deus acorrentado, como diz a tradição você pode escolher mais dois companheiros para irem com você. – Disse o centauro e Caleb olhou em volta, todos os semideuses presentes de repente passaram a estudar seus tênis e unhas.

Não viria nenhuma ajuda deles. O garoto suspirou e olhou para Quíron em súplica.

– Posso ter mais um dia para decidir? – Ele pediu e o deus que estava com ele se mexeu inquieto.

– Escute aqui Calot, o senhor dos céus está desaparecido e você quer mais um dia para não procurar por ele?! – Disse transbordando raiva.

Caleb sentiu seu rosto tão vermelho quanto seu cabelo e se encolheu na cadeira. Quíron se apiedou dele e pigarreou, fazendo o deus se aquietar.

– O pedido de Caleb é justo. Você terá mais um dia para se decidir e depois de amanhã você parte para libertar o senhor Zeus. De acordo Caleb?

O garoto assentiu, não sentia como se pudesse pronunciar mais nenhuma palavra sequer.

– Muito bem, todos para seus chalés agora... E Caleb, vá para o chalé 8, agora que você é um semideus determinado não faz sentido manter você no chalé 11. – Quíron disse e todos começaram a se levantar, deixando apenas Dionísio e Quíron sentados à mesa.

Enquanto caminhava, Caleb sentia como se suas pernas fossem de chumbo. Quando passou pela área comum, sentiu os olhares acusadores que vinham de muitos dentro dos chalés ao redor.

Ele foi até o chalé 11 rapidamente, para pegar a mochila prateada que havia ganhado de Ártemis e não achou estranho quando nenhuma das crianças no chalé falou com ele. Caleb chegou a pegar um olhar divido de Alícia, como se ela quisesse falar com ele, mas não pudesse. Os irmãos dela apenas fingiram que Caleb não estava ali.

– Era isso que eu temia. – Ele murmurou para si mesmo enquanto saía do chalé e ia em direção ao chalé de sua mãe. – Eu realmente sou uma aberração.

Ele entrou no chalé oito e jogou a mochila em um dos beliches.

– Não Caleb, você não é uma aberração. – Uma voz feminina disse atrás dele e ele não se surpreendeu em vê-la ali ao se virar.

– Oi mãe. – Ele disse ao notar sua figura pequena encostada na porta.


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Notas finais do capítulo

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